17 (Gabriel)
Eu acho que estou apaixonado, eu vivo dizendo: eu amo esse cara.
Eu sou gordo, não muito, mas sou, tenho braços de gordo, costas e bunda de gordo, principalmente, uma barriga crescida e tetinhas que caem sobre ela, sim sou forte pra caralho apesar dessa forma fofinha, sim, posso ver não só meu caralho, como meus pentelhos, tenho a pele bem clara e queima e machuca fácil no sol, mas sou de hábitos muito noturnos, adoro cuidar da pele, tem sido desafiador no Brasil, mas a Espanha não era assim um Canadá. Tenho duas linhas bem marcadas em minha testa, uma calvície que pegou as minhas entradas e as levou até o lugar onde ficaria um arquinho, tenho uma barba que mantenho sempre, sempre bem cuidada, aliás, me cuido, estou sempre limpo e perfumado, sou inteligente e leio muito, muito, sou tímido por mi mesmo. Por isso quando observo esse cara parrudo tomando banho, com uma âncora tatuada entre a virilha esquerda e barriga exatamente no lugar oposto onde fica um desenho de um computador dos anos noventa... surtei.
Ele diz que é prova de que me ama tanto ou mais do que amava Aluízio, seu falecido esposo. Diogo manda eu parar de punhetar fora do box e entrar, ele desliga o chuveiro e pergunta se quero foder o cu dele, fico em choque (como assim?), já comi muito cara, sempre umas duas ou três vezes até ele querer me foder também, era meu jeito de conseguir um cara gostoso e calmo que metesse em minha bunda, só os muito bonitos conseguem os caras bonitos para lhe foder, e os brutos são também quase sempre brutos na cama, e eu gosto na hora, mas quando eles sobem a calça e vão embora eu fico sempre me sentindo na merda, visto de foder travesti, mas acho estranho quando elas me comem, são mulheres não importa o tamanho do pau, eu como e chupo mas dar pra mim ainda tem de ser com homem.
Diogo sai pingando e se enxuga mais ou menos, se ajoelha na minha frente e manda eu meter na sua boca como se eu estivesse arrombando uma boceta. Adoro arrombar boceta, adoro foder boceta já arrombada, gostava de esperar uma prostituta fazer dois ou três programas para ser o próximo imediatamente, entrar no buracão e sentir um gosto dos outros caras nos seus peitos e pescoço, sabia que quando elas evitam minha boca em alguns lugares era possível que tivesse ainda esperma retirado precariamente, eu queria sentir o cheiro, tentar encontrar esse sabor com beijos e lambidas. Meto até o fundo bem lentamente todo meu pau na garganta de Diogo, retiro lentamente também, ele me vê fora de mim de alegria e incredulidade, “Estamos casados de verdade, no papel, eu te amo e meu corpo te pertence como você também me cedeu seu corpo.”
Diogo está contente, meus três filhos e duas notas adoraram conhecê-lo, saber que alguém no mundo vista e cuida de mim, estamos casados há quinze dias, foi logo depois que Túlio levou o tiro, o casamento estava marcado, não adiamos, poderia parecer que o estrangeiro estivesse apenas procurando se legalizar no país, e isso é uma mentira, eu estava e continuo espantado é com o fato de um gostoso como esse estar com uma perna sobre o balcão do banheiro e pedir para eu lhe comer que seu cu sente saudade de meu pau.
Eu continuo espantado com o fato de Diogo ser assim tão lindo e me amar tanto, vendo coisas em mim que eu duvido que estejam aqui, Bryce e Otto riem de mim, dizem que estou estragando a felicidade, Israel diz que está tudo aqui sim, mas só os olhos que me amam podem ver, ele diz que vê, minha ingenuidade, minha rabugice bem humorada, minha beleza, todos falam que sou bonito, só eu não creio, creio que meu pau nunca se sentiu tão feliz por estar dentro da bunda de alguém como está quando está comendo o cuzinho de Diogo, não sei fazer forte e pesado como Túlio faz, mas me sinto feliz por isso, Diogo tem alguém normal e um bruto estúpido, e um estúpido que ama a gente é bom pra caralho também.
Túlio tentou dar fim de si mesmo quando soube que ia perder a perna, é complicado, ele foi afastado da polícia, não pela perda da perna, mas por ter atirado contra si mesmo, pegou a arma de um colega e atirou, bateu em nada porque estava descarregada, não era para estar, mas felizmente estava, e eu sou muito grato por essa coincidência milagrosa, talvez volte a ser delegado, por enquanto está afastado.
As meninas estão por aqui, explico: Priscila conseguiu transferir o curso para outra capital, terminou com Estela e ambas seguiram caminhos diferentes, Estela não mantém qualquer contato conosco (ótimo) e a outra tem diminuído cada vez mais o contato visto o desinteresse de Jarbas, Daniel e, principalmente, de Conrado por ela, (tanto desdenhou que agora para eles pouco importa). Érica foi clara com Bruno, disse que faltava grana no bolso dele, que ele era perfeito, e sabia que ele a amava de verdade, mas a verdade é que qualquer um podia amá-la de verdade se ela se dedicasse a isso, e qualquer um que a trate bem podia ser muito amado também, era uma questão de construção, o problema é que ela sempre foi pobre, e ele era ainda mais pobre que ela, e ela queria conforto, não luxo, mas nunca poder pegar um Uber depois de um dia cansativo era terrível, sempre ônibus sem importar a quantidade de chuva ou de cansaço, ela lhe dispensou o que não quer dizer que não tenha sofrido, as outras duas a trouxeram para cá no dia seguinte em que Bruno foi embora do Brasil. Eu fui contra contratar outra pessoa, para revisar o barco tem empresas especializadas, podemos usar quando acontecer viagens grandes, essas coisinhas de pescar na costa e passar de um cais a outro... pra isso eu dou conta sozinho.
Estou metendo gostoso no meu marido, ele diz que a melhor parte de foder comigo é que eu arrombou com amor, porra, mordo seu pescoço e passeio a mão em seu peito cabeludo, cheiro seu pescoço e seguro seus ovos enquanto ele bate uma, ele goza sujando a pia do banheiro, o cu dele contrai em cada uma das suas esporradas, eu não resisto e encho com meu leite o rabinho dele, ele se vira e me beija, ele diz que acha lindo como morro de vergonha no final do sexo, ele achava que era algo de uma sexualidade ainda não totalmente aceita por dentro, mas fico do mesmo jeito com Xica ou com Érica, com Camila um pouquinho de nada a menos, porque ela me faz rir, então ele viu que sou tímido e pronto, mas sou seguro do que sinto por ele, ele não quer nenhuma tatuagem em mim, diz que não se faz grafite em prédios do Niemayer. Vamos tomar outro banho para buscar nosso preto amputado e trazer o bicho sem civilização para casa.
Chegamos com um buquê de gérberas, mas ele manda a gente limpar o rabo com elas. Faz uns cinco meses que decidimos morar todos juntos, faz três semanas que ele levou o tiro, o foco infeccionou e foi tentado de tudo antes de a infecção passar para o osso e termos decidido amputar para ele não morrer, decisão fácil de tomar e difícil de lidar com ela, deixo as flores perto da janela e vou beijar o chato depois que acaba o beijo entre Diogo e ele, ele segura minha nuca e faz carinho em meu cabelo enquanto sua língua trepa com a minha, pede desculpas por estar insuportável e chato, eu digo que ele não está nada disso, digo que ele É insuportável e chato.
Estávamos esperando o ortopedista e o vascular virem dar alta a ele, ele pergunta se fodemos, Diogo descreve a cena, diz que não lembra se limpou a porra dele na pia, eu digo que não, que eu limpei, ele sorri, Túlio diz que vai ser fácil dar para um de nós dóis com uma perna e meia, já decidiu qual vai ficar no chão, eu acho engraçado quando Diogo diz que vai pesar menos sobre o mármore do banheiro, eu gargalho, leva um tempo até Túlio deixar de ficar puto por estarmos fazendo piada com sua condição atual. De repente abrem a porta do quarto, era Uchôa (chefe da enfermagem do hospital), Felipe (o todo poderoso), o vascular, o ortopedista e a fisioterapeuta (linda, negra de cabelos loiros crespos, unhas laranja como os brincos e parte do colorido pintado sobre seus olhos, ela usava um batom roxo escuro e sem brilho, e seu sorriso branco ofuscava), enquanto ela falava, Felipe pediu a palavra e mandou eu fechar a boca pra não entrar mosca, todos riram de mim e eu fiquei muito vermelho, sei pelo queimor em meu rosto quando todos riram.
Falaram da órtese, da fisioterapia, das medicações para controlar o humor, das sessões de terapia, Túlio disse que foi um momento de loucura, que não era um suicida, eu mandei ele calar a boca e ouvir com o esforço que eu também fazia para manter a boca fechada, ele respirou fundo e ficou calado, duvido que tenha ou ido um A dali pra frente, mas justiça seja feita, ele é maravilhoso em seguir ordens de um superior, Diogo e eu felizmente notamos esse traço dele logo e treinamos muito para que ambos tivéssemos o modo de falar e a formulação exata de como mandar e ele obedecer sem notar que isso estava acontecendo.
Se por um lado o amor que sinto por Diogo e ele por mim é óbvio, por outro é esse desastre emocional que Túlio é que nos faz unidos, é estranho, mas só amor não pode dar conta, talvez Túlio seja nosso filho espiritual, ou um karma que desejamos carregar juntos, talvez uma dádiva cômica, não sei, mas ele é a bagunça que mexe com tudo e de outra forma Diogo e eu nos mataríamos para algo acontecer. Túlio é gelo no refrigerante, é calor no carnaval, é música na festa e sal no feijão, pode haver refri em temperatura ambiente, carnaval nublado, festa sem som e feijão insosso, mas isso está longe de ser o que se quer.
Todos foram embora, da porta Felipe pergunta se estamos bem, na medida do possível, eu tenho um marido com um pé a menos, uma história de acabar com a própria vida que precisa ser mencionada e que o deixa frustrado e irritado, tenho de o levar pra casa, mas quero antes o levar para o shopping, quero que ele escolha um videogame novo, ou alguns livros, preciso de algo que o apaixone, digo que preciso comprar protetor solar e camisas de proteção, e talvez eu compre uma Airfryer como eles querem tanto no barco, ele me pergunta se posso ajudar ele a entender de náutica, ele confessa que ficar esse tempo sem pensar em segurança pública foi bom, que talvez seja positivo se aposentar precocemente como sugeriu seu superior, e que se isso acontecer ou ia endoidar Daniel ou virar médico, mas talvez com uma perna de pau, o mar seja um bom recomeço, se ele estivesse no banco de trás comigo ganharia um beijão, um beijaço, porra, isso é uma declaração de amor do nível puta que pariu.
Mas em seguida ele disse que eu precisava de vigilância porque era um galinha que não podia ver uma mulher bonita, pra que falar isso?, logo eu pergunto se Celso cortou o cabelo na semana passada uma vez que eles não param de se ver, calmamente Diogo dirige enquanto ele e eu discutimos por migalhas que ambos não fazemos a menor questão, mas eu gosto de parecer tão criança quanto Túlio, acho que no fim nem é tão fingimento meu assim. Mas ele desce sorrindo, bem senhor de si apesar da nova condição, vai com muletas, desdenha da cadeira de rodas, diz que se for o caso de precisar sentar haverá onde, manda Diogo fechar o porta malas e parar de passar vergonha. Diogo me olha e ambos estamos chorando de tanto rir por dentro. Eu acho que isso deve ser amor. O que mais seria?
No elevador ele atende o celular, diz que estou insuportável, mas bem, conversa e diz que sim, que vai ser a maior bagunça, fico curioso e então mesmo sem eu falar nada ele sorri e passa o aparelho pra mim, diz que é meu primogênito, escuto meu filho, que prazer, que alegria, falo com ele em espanhol e ele tenta arranhar um portunhol, diz estar fazendo aulas de aplicativo para não passar vergonha quando vierem me ver em meu aniversário (vinte dias pra isso), Diogo bate no ombro dele e diz que era uma surpresa, a porta abre, Diogo fica irritado de verdade, eles estão vindo me ver, é uma surpresa, Túlio diz que a surpresa de verdade podia me infartar, e um de nós pode abrir mão dele, mas não um do outro, ele dispara quase correndo de muletas deu trabalho para alcançar, para na frente de uma loja de sapatos, diz que ao menos agora só um pé precisa ficar confortável, Diogo diz que ainda assim logo um par será usado novamente.
Compramos algumas coisas, jantamos sanduíches, compramos uns livros, um videogame, um celular novo pra mim (paro de tentar não deixar eles fazerem isso), compramos camisetas de manga comprida dessas de malha de viscose, bonés, foi divertido e cansativo, não vejo a hora de fazer isso novamente (entrar em um shopping) daqui a alguns anos, sinto muito mas eu queria ir para casa, Diogo fez um desvio, nos levou para o apartamento em que ele morou antes, não queria ficar com ele, fez um contrato de aluguel de cinco anos, longo o suficiente para pular de cabeça nisso que somos, disse que queria uma conversa só a três. Foi tenso, cada um colocou na mesa o que esperava dos próximos anos, de onde queria chegar com nossa empreitada.
O caso de Túlio com Celso deveria acabar, não por Túlio, mas por Celso que alimentava esperanças e isso iria acabar em algo como nossa separação ou um ferida cruel para o garoto, Ricardo gostava de Celso e estava se afastando de nós e do moleque porque... Fizemos o que o grupo de Noah fez antes do de Daniel, fechamos nosso bonde para não transar com mais ninguém fora de nossa casa, Ana Bosco teria de vir naturalmente através das meninas, não através de mim. Pois é as meninas estão na master e isso é o fim da moralidade do condomínio que quer nos colocar para fora, esse é o tipo de processo que os dois lados tentam manter sob sigilo a todo custo, mas é a alegria de qualquer advogado, Israel está se divertindo, disse que viveu para esse momento.
Danilo deu notícias, está triste, chegou a pedir pra voltar pra casa, cada um passou a decisão para Felipe e Israel, Túlio foi o único a dizer que finalmente se sente parceiro deles só depois de Danilo não ficar interferindo, Uchôa não deixou que Felipe ou Israel abrissem a boca, disse que não, que claro ele podia frequentar como um convidado a casa e não ia colocar entrave na amizade de ninguém, mas não ia deixar ex de ninguém rondar, foi estranho ver Priscila rondando, não queria uma ameaça a seu casamento, disse que sentia muito pelo quer que isso pudesse causar, mas entre seu próprio bem estar e o de outra pessoa, ia escolher em favor de si mesmo, isso não era egoísmo, era auto cuidado, amor próprio. Danilo concordou, perguntou se com o próprio Uchôa podia manter contato, queria saber de Felipe e principalmente de Israel.
Israel ouviu a tudo sem conseguir dizer palavra, vomitou horas depois, teve insônia, depois entrou em contato com Danilo, teve uma conversa franca, começaram a vida como amigos, depois como irmãos, mais tarde como namorados e disso nunca passaram, Danilo nunca o deixou seguro de si, havia se tornado um advogado medroso, montando ótimas argumentações para outros atuarem e levarem os créditos, não era só responsabilidade de Danilo, mas entre eles era melhor dar um passo atrás e continuarem como irmãos, ou dois e seguirem como amigos, estava feliz na casa onde antes não tinha havido felicidade, havia satisfação, que é a antessala para o que só agira vivia, agradeceu, chorou, falou de tudo que podiam ter sido e não foram, depois disse que eu estava ali como informante de Uchôa, que eu iria repassar para meu melhor amigo tudo que ouvi, perguntou o que Danilo iria falar, ele disse que finalmente aprendeu a amar, passou a sentir na ausência de Israel o que tinha medo de viver dentro de si, tinha medo de se tornar vulnerável e fraco, mas era o amor de Israel quem o tornava forte e até humano. Israel desejou que ele encontrasse alguém, que lhe desse isso quando presumir que era seguro, que não esperasse vinte anos, talvez ele não tenha vinte anos pela frente, ambos falaram que iriam torcer um pelo outro como irmãos, amigo ou marido é Felipe. Riram da grande transformação da relação de Felipe e Israel, riram muito de Uchôa, sempre inseguro de não ser um homem bonito, Danilo gargalhou, disse que sempre quis ser um urso como Túlio, Uchôa, Diogo e eu, eu duvidei, Danilo reafirmou, disse que um cara como eu com dois paus no cu era muito mais macho que ele dando porrada em alguém, aí quem gargalhou fui eu. Foi uma conversa boa, depois foi a vez de Uchôa pedir para eles fecharem também.
Agora era nossa vez.
Eu queria sim ser fiel, não só dentro do nosso trisal, mas dentro de nossa casa, a gente ainda não sabia que Camila e Xica estavam saindo de lá de casa, assumindo um casamento monogâmico, e que no dia seguinte Bruno ligaria para Érica falando que estava herdando uma lanchonete da família, ela perguntou se era tarde para voar até ele e se juntarem, ele disse que era uma pocilga no centro de uma cidade pequena, ela disse que era um ponto de início, era uma marca de onde podiam seguir juntos, ele mandou ela pegar o avião, ela foi com um dote que Felipe e Noah deram como presente de casamento, mas abriram os olhos dela para ela guardar a metade só para ela, para sempre ter uma rota de fuga, era uma mulher estrangeira em um país diferente onde não conhecia ninguém.
Caralho, a gente se comprometeu só conosco mesmo. Caralho. É um investimento muito sério.
Mas naquela noite a gente não estava sabendo de nada. Estávamos cansados, eu tinha um barco a tanto tempo sem minha supervisão que se estivesse submerso há dias eu não desconfiava. Diogo estava afastado da clínica, e estava cada vez mais interessado em fazer cirurgia (acredito que por influência de Felipe e Jarbas, eu estava colocando mais lenha nessa fogueira).
Túlio pergunta a Diogo se ele se sentia em casa em seu apartamento, Diogo olhou ao redor para ver o espaço que comprou, mobiliou e estava quase intocado, disse que não, disse que não tinha lembranças de nós três ali, que nós dois somos sua casa. Eu nunca me senti assim, corri para a boca dele, arrastei aquele lindo para o sofá onde Túlio estava e a gente se beijou, nós três, foi a primeira vez que eu disse isso, eu disse a um com certeza do que estava dizendo, disse ao outro com esperança de não estar mentindo, mas eu pude dizer de verdade que eu amava os dois, que eu realmente ia ter dificuldade de me imaginar sem qualquer um deles. Túlio disse que ia ligar pra casa e avisar que a gente ia chegar tarde, Diogo falou coçando a barba que avisou Bryce, disse que a gente ia foder em cada cantinho dessa porra de lugar, que a estreia dessa porra era nossa, que ia arrombar nós dois e gemer muito sentando em nossas varas.
Eu queria muito chupar os dois, os dois ao mesmo tempo, queria ver ambos se namorando e um empurrando minha cabeça na pica do outro, e foi o que aconteceu, “Gabriel, Gabriel, chupa, engole não, vai fazendo devagar, eu vou enfiar meu pau de preto no seu rabinho enquanto meu marido vai beijar você e foder sua boca, mas por enquanto seu catalão veado, chupa gostoso, chupa o pau de teus machos”, “Você não é meu macho, Diogo, você é meu marido, é meu macho, mas é meu marido”. Eu estava entregue, Diogo não se controlou, enfiou seu pau depois de untar mais ou menos com saliva, mas não entrou, foi procurar no banheiro e encontrou vaselina, porra, vaselina, que delícia, ele passou e seu pau entrou como se fosse um pistão bem lubrificado, ele segurava meus ombros e tentava me beijar, mas Túlio não deixava, eu era disputado, minha boca quando sai de seu pau, e eu não o chupava, ele me fodia, era o melhor que eu podia fazer, eu gemia quando sentia algum desconforto, rebolava pra um e salivava para depois bater punheta para outro, Diogo agarrou minha rola, brincava com o buraquinho dela, passava a unha de leve na cabeça bem lentamente, perguntava se eu o amava, eu dizia que só porque ele tem pau grosso, grande, e fode bem, Túlio tem pau tão monstro quanto ele, eu sufoca bem antes de meus lábios alcançarem seus pentelhos, três dedos, eu não conseguia fazer uma garganta aberta pra levar um pau, ele ria de minha agonia e dizia que ia me adestrar.
Túlio me liberava, me chamando de puto mamador, perguntava se eu o amava, eu dizia que não, que eu preferia um homem mais autoritário, um que soubesse dar ordem, Túlio me mandou pegar suas muletas e falou para Diogo me levar para o banheiro, adoro foder em banheiro, tem uma coisa de não ter limite, quero dizer que íamos até nosso limite, três dedos no cu, dupla penetração, tudo feito no box, às vezes na cama, mas no box dá aquela impressão que falta sentimento, é sexo bruto, desejo impuro, sujo, pecaminoso, sem amor, mas a gente se olha e lá vai um ‘vou te arrombar, amor’, ‘quero te encher de tapa, meu putinho’, a gente não sabe fingir que não se ama, quando pensa que não estamos nessa porra de sexo pesado, hardcore love story, “Gabriel, abre a boca e sente a mijada, mantém essa porra dessa boca aberta, seu retardado, não engole dessa vez, seu merda”, “Meu tesão está em fazer vocês engolirem, Túlio, tudo engole seu bosta, porque esse merda não vai engolir?”, “Porque é tudo o que ele quer, seu titica, é melhor, ver esse merda ficar na fissura...”, piscou pela aprovação, abri a boca e me sujeitei, ruim é respirar, sem fechar a boca e com a cabeça para trás, mas aguentei.
O jato grosso de uma mijada demorada, parecia que ele não havia tomado uma gota d’água o dia inteiro, cheiro forte, gosto de sempre não curto, mas curto a putaria, perto do fim sem que Túlio esperasse eu jogo tudo espirrando na cara dele e depois o beijo, que gostoso, o puto estava surpreso, mas me agarrou e mandou eu meter no cu dele, cicam9s em trenzinho, delícia demais, Diogo parou um pouco e encheu meu rabo com o mijão dele, e eu fiz o mesmo com Diogo foi muito bom, isso eu ainda não havia sentido, nunca senti aquilo dentro de mim, em tinha feito também, não sei, nunca havia rolado, Noah mandava eu fazer, dizia que eu ia gostar, Uchôa falava que sente até pena quando sente a bexiga muito cheia no trabalho, desperdício, diz que gosta pra cacete, Daniel é de indiferente para não gostar, mas assim como eu, na putaria faz até o que jura nunca mais fazer. Mas eu fiz, ainda não sabia se gostei, mas depois eu pensaria naquilo, na hora era gostoso e era o que valia, meu corpo expulsando Diogo do mesmo jeito que era rejeitado por Túlio. Foi divertido, todo mundo fodeu todo mundo acabamos batendo punheta um para o outro até gozarmos, todos sentados no chão do banheiro, estávamos cansados, já havíamos fodido todos os buracos disponíveis, já fomos invadidos por todos os buracos disponíveis, estávamos cansados, mas estávamos realizados, batendo punheta uns para os outros.
Eu me sentia fedido, mas os cheiros deles me invadiam como o perfume mais elegantes, eu paro para beijar Túlio nesse momento ele tem as mãos ocupadas com duas picas e a dele em minha mão, ele me beija, Diogo mete a cara barbuda no meio de minha bunda e sua língua me invade, eu gozo. Eu tenho o melhor orgasmo de minha vida, a unha de meu dedo mindinho do pé esquerdo podia cantar Radio Gaga, cada pelo de meu corpo estava descontrolado e violento como um hooligan, cada nervo e cada músculo meu agia como se fosse uma novidade estar debaixo de minha pele e eu urrei alto lançando no leito de meu marido meu esperma que logo em seguida se juntou ao dele mesmo, e enquanto a gente desabava, Diogo enfiou o pau em meu cu e gozou dentro, eu não podia gozar novamente, mas por mais de dois segundos eu pude acreditar que poderia ter um segundo orgasmo, nosso as mulheres são insuperáveis.
Diogo lambia o peito liso e esporrado de Túlio e me dava a porra direto na boca, chupava meus cu e dava a própria porra para Túlio, mas ele também estava cansado, e eu dormi no chão do box, ao lado deles que também caíram de cansaço, talvez cinco ou dez minutos depois o incomodo, o desconforto motivou acordar e tomar banho, Túlio disse que ia ter de falar para a equipe para nos afastar dele, era isso repouso? Gargalhadas e felicidade, tomamos um senhor banho, depois fomos para a cama, Túlio ficou no meio entre nós, isso passou a ser um revezamento, não queríamos mais ficar ali, dane-se se a cozinha não tiver quem use a pia para dar uma chupada num caralho ou numa boceta, se a varanda não ver ninguém comendo ninguém, eu estava cansado demais para entrar em um carro, mas eu queria ir para casa.
Chegamos a tempo do café da manhã, Bryce puto com Túlio, queria ver a cicatriz antes de ele dar bom dia, “Vai tomar no cu, Túlio, mostra a bosta que vocês fizeram com o esforço que eu fiz para te dar um joelho. Você sabe que arrumei inimigos na sala de cirurgia? Iam cortar teu joelho...”, “Mas pra minha sorte, você está apaixonado por Israel e por tabela se interessa por tudo que o interessa. É ou não é Otto?”, “Eu teria cortado perto da virilha, só pra não ver esse sorrisinho.”, “Você adora esse sorrisinho, tô com uma saudade de me esfregar nessa mata em teu peito, vem cá...”
Logo chegaram os funcionários e nossa atitude pra lá de instintiva e natural de esquecer qualquer coisa de sexual, a fisioterapeuta não foi, veio um rapaz, zero interesse, parecia com Celso mas era um moreno de pele cor de leite com Nescau, eu queria ver como estava o descaso no barco, Conrado diz que tirou duas vezes para poder manter o motor ativo, não sabia manter o motor mas sabia que ia ajudar se desse um passeio como os que já fazia, mas fez mais curto, não se sentia tão preparado, Daniel e Uchôa disseram que deram uma faxina e viram se havia alguma coisa na marina para resolver. Daniel colocou o braço em cima de meus ombros e diz que eu consegui trazer Diogo pra dentro de casa, separar ele da moto, eu merecia qualquer coisa, disse em meu ouvido que sempre soube que eu não era um funcionário, e eu era um membro importante da família, precisava ficar no hospital cuidando de meu marido.
Túlio estava na piscina e o fisioterapeuta explicava os movimentos que queria que ele fizesse, Bryce estava de folga aquela manhã, xingava Túlio de todo nome feio, imbecil era o mínimo, coitado de meu preto, ele ia querer ver a cicatriz mais uma vez, e juro era impossível ver um ponto na perna de Túlio. Ele estava lá para eu poder dormir e descansar dessas semanas em que fiquei com Túlio quase todos os dias, e isso não é fácil, Bryce ia implicar com ele apenas por vingança, e eu deveria esconder esse sorriso de satisfação, mas era Diogo quem me contava e eu não precisava esconder isso. Diogo ia pegar uma carona com Bryce mais tarde, estava rondando o hospital, abrir um serviço de oftalmologia ainda inexistente, perguntou se ele devia ir de gravata, claro que sim, ora, não é assim que Felipe e Jarbas vão trabalhar...
Acordei perto da hora do almoço. Túlio encostou a cabeça em meu ombro, disse que ia morrer de cansaço, nadou, fez exercícios, conheceu o nosso novo preparador físico, disse que eu ia morrer no dia seguinte quando ele viesse fazer minha avaliação e passar minha lista de atividades, ele passa a mão em minha barriga e diz que eu não podia deixar ninguém me convencer que eu não estava em minha melhor forma, ele disse que era só olhar pra mim, e que ficava de pau duro com o cu piscando, e que acima de tudo eu não tinha um shape malhado como um monte de caras que ele tirou o cabaço, ratos de academia, queria me ver como eu sempre fui um homem comum e dentro disso perfeito. Então ele solta uma lagrimazinha, não adiantou eu perguntar por que aquilo, ele estava mais fragilizado e depois da ira vem a fase da vulnerabilidade, ele me beijou e disse que depois almoçava, dormiu e eu levantei.
Daniel queria me passar a rotina da casa, disse que eu ia acumular função, casa e carros e barco, disse que eu tinha aval para contratar se fosse o caso, mas era agora minha responsabilidade, ele foi chamado para ajudar Felipe e Noah com a administração, ia bancar o secretário, ele disse que não sabia muito, mas Camila estava indo embora do Brasil com Xica, iam passar um tempo na Rússia, queriam estudar e conhecer lugares exóticos, uau! Então ele ia me passar as rotinas, e depois ele ia pegar as rotinas, elas iriam em cinco semanas, eu teria dez dias para pegar tudo e ficar por minha conta. Ele viu que eu estava nervoso, beijou minha testa, disse que eu precisava assumir, sou amado.
Lembrei a ele que meus filhos estavam por vir naqueles dias, ele sorriu de um canto a outro, tanto melhor, ele deixou claro que era para a humanidade saber que eu era um pilar dessa família, e era assim que tinha de ser. Meus filhos vieram no fim de novembro um mês depois de as meninas darem adeus, eu fiquei feliz, eles já sabiam de minha sexualidade, mas nunca me viram do lado de ninguém. Diogo estava calmo e confiante diante deles, Túlio era pura timidez, quando minha filha o abraçou chamando ele de ‘papito dos’, ele ficou ansioso, abraçou o corpo dela sem tocar em seu corpo, parecendo que ele era um campo de força, rimos, Otto disse que ela era uma adulta sem osteoporose, ia aguentar um abraço.
No primeiro final de semana deles aqui montei árvore de natal, na verdade quatro, uma enorme e três outras espalhadas pela casa, no sábado a noite antecipamos o Natal, minha ex e o marido dela vieram só para ver nossos filhos ganhando presentes que eu não poderia comprar, que nunca pude dar presentes caros, eletrônicos, perfumes chiques, roupas de grife, eles perguntaram se nosso Natal também era assim, Noah disse que fazemos um amigo secreto com camisas polo ou livros ou algo assim mais simples, mas era bom ver nossas crianças se divertindo, meus netos não ganharam nada, exceto uma ida ao shopping para escolher o que queriam ganhar, um violão, um urso de pelúcia de mais de um metro, roupas, a tevê e o vídeo game viraram grana para comprarem na Espanha, são dois de meu mais velho e uma de minha garota. Dez dias e foram embora.
Não fiquei triste por terem ido, mas por eu não ter acompanhado tão de perto o crescimento deles, eles não me julgam um pai ausente, mas eu me julgo. Eles dizem que eu trabalhei como um louco para eles não subirem em um barco para pescar e arrumarem sustento como meu pai fez, como meus irmãos e eu tivemos que fazer com baixa escolaridade, todos são formados na faculdade e dizem que é minha culpa, todos me amam, mas eu queria ter levado meus filhos para a escola uma vez ou outra, ter amado mais minha ex mulher, ela diz que fiz o melhor que pude, mas era muito a fazer, o lençol é curto demais para cobrir cabeça e pés ao mesmo tempo, eu podia ter me escolhido.
Uchôa disse que era bobagem minha, pode fazer tudo que eu não pude e não era amado, era aquilo que existe em nós e diz que não podemos ser plenamente felizes, mas podemos. Os filhos dele vieram antes do Natal, não chegaram a pedir desculpas mas deixaram claro que era essa a intenção, não sabiam que ele e o tio estavam em um relacionamento entre si e com Israel, Felipe disse com todas as letras que essa era um informação que as pessoas que se preocupavam com o trisal tinha, quem não os amava não precisava ter a consideração ou o respeito deles, depois disse que não ia ser o tipo de puto que desfaz promessas, mas depois que terminasse de ajudar com os estudos deles lhes desejava boa sorte, viu como era ter sobrinhos (meus filhos) que estavam interessados em gente e não em vantagens, não é como se pudesse fazer tal troca, mas por ele a troca estava feita.
Fiz o possível para que os garotos aproveitassem tudo ao redor, levei ambos ao cais e dei uma volta de barco com eles, mas depois disso parecia que estavam de luto, Felipe não passou por Uchôa sem uma briga, eles brigaram mesmo, mas depois de vinte e quatro horas um dizia que exagerou na dose do remédio, foi quase veneno, o outro disse que não estava acostumado a ser defendido das víboras a quem amou, pedia desculpas por não ter ouvido a voz da razão.
Brigamos, cacete, já peguei brigas de quase sair no braço com Conrado, já fiquei de cara amarrada para o lado de Israel, mas a gente deixa as nuvens passarem, sentamos e somos honestos depois, comi o cuzinho de Conrado na conciliação, sentei muito na vara de Israel admitindo que estive falando merda. Somos adultos e agimos como idiotas, vez ou outra. Mas os amamos.
Eu amo meus maridos.