Narrado por Gabriel.
Deitado no quarto, a escuridão me sufocava, mas o coração batia tão forte que parecia querer fugir do peito. Fingi dormir, a respiração lenta, o corpo quieto na cama, mas cada pedaço de mim estava vivo, queimando. Ouvi os passos do padre no corredor, pesados, hesitantes, carregando o segredo que eu já conhecia. A maçaneta girou, um rangido baixo, e a voz dele, rouca, atravessou a madeira: “Sinto muito.” As palavras cortaram, não por culpa, mas por desejo, por um medo que ele não dizia. Fiquei parado, olhos fechados, o peito apertado, enquanto os passos se afastavam, descendo pro lugar que eu sabia de cor: a sacristia. Ele ia enfrentar o que o consumia, mas eu também tinha meu inferno, e ele gritava.
Vi demais no pátio. Queria esquecer, mas o corpo... queria lembrar. A imagem do padre, tomado, quebrado, me rasgou. Não era só ciúme, embora doesse como brasa. Era tesão, sujo, confuso, que subia quente, fazendo a vara pulsar sem permissão. Por que eu gostava? Por que ver ele, o homem que venerava até a alma, se render daquele jeito me incendiava? O medo de perdê-lo batia forte, mas o desejo de tomá-lo, de ser mais, de apagar qualquer outro toque, era maior. Ele era meu, mas não o suficiente. Ajoelhar na sacristia, chupá-lo com devoção, não bastava mais. Precisava ir além, ser tudo, dar tudo, até que não restasse espaço pra ninguém. Não sabia se ele já tinha se dado mais a Raul, mas isso não importava. Ia marcá-lo, possuí-lo, e depois me abrir, deixar ele me tomar, selando um pacto que ninguém mais tocaria.
Levantei, o corpo tremendo, a vara dura, pulsando na calça. O corredor cheirava a incenso, mas o suor na pele era mais forte, quente, vivo. Cada passo era uma promessa, um salto num abismo que eu queria. A porta da sacristia, entreaberta, deixava a luz fraca vazar, chamando. Entrei, e lá estava ele, o padre, a camisa grudada no corpo suado, os olhos quebrados, agarrado à mesa como se tentasse não afundar. “Por que veio?” perguntou, a voz rouca, mas não respondi. Avancei, o calor dele me puxando, e toquei o braço, os dedos queimando na pele. “Não minta,” sussurrou, mas a verdade era minha arma. Não ia falar do pátio. Ia mostrar que ele era meu.
Toquei o rosto dele, os dedos trêmulos, a barba rala roçando a palma, e os olhos, tão cheios de sombra, encontraram os meus. Empurrei-o contra a mesa, a madeira dura nas costas dele, e caí de joelhos, rasgando a calça, a vara saltando, dura, pulsando. Minha boca engoliu tudo, a língua lambendo cada veia, chupando com uma gula que arrancava gemidos roucos. Levantei as pernas dele, a língua roçando seu cuzinho peludo, forçando entrada, o sabor salgado me incendiando. Dedos molhados com saliva espessa abriram caminho, esticando, preparando, enquanto a boca voltava pra vara, engolindo fundo. Ele cedeu, o corpo se abrindo, e senti que era mais que posse — era minha redenção, minha chance de ser o único.
Mas agora, era minha vez.
Saí de dentro dele e fiquei de pé o encarando. O padre desceu da mesa, os olhos faiscando, o corpo ainda tremendo do que tinha feito. Ofegante, me encarava, a camisa rasgada, o peito suado brilhando na luz fraca. Mas eu queria mais, precisava dele dentro de mim. Dei um passo, a vara ainda dura, suja de porra, pulsando no ar. Ele entendeu, os olhos caindo pra ela, e, como se um fio invisível o puxasse, caiu de joelhos, o rosto tão perto que o calor da respiração dele roçava minha pele.
A boca dele veio, lenta, quase reverente, engolindo a vara suja, o gosto da porra misturado ao suor dele. A língua lambeu, grossa, faminta, limpando cada centímetro, chupando com uma força que arrancava suspiros do fundo do peito. O calor molhado me envolveu, os lábios apertando, sugando, como se quisesse me devorar inteiro. Sensações novas explodiam, o corpo arqueando, as pernas tremendo, enquanto ele mamava, os gemidos abafados vibrando na carne. Era mais que submissão — era rendição, um homem quebrado me adorando, me marcando como seu, mesmo de joelhos. A vara pulsava, inchada, respondendo a cada chupada, e o tesão subia, quente, quase insuportável, como se ele pudesse me fazer jorrar outra vez.
Me virou, as mãos firmes na cintura, o rosto colando nas minhas costas. A respiração quente desceu, roçando a pele, até que a língua encontrou o cuzinho, virgem, pulsando. O primeiro toque foi um choque, a língua faminta lambendo, forçando entrada, o calor molhado me rasgando. Gemi, alto, o corpo arqueando, enquanto ele chupava, lambia, devorava, a saliva escorrendo, molhando tudo. A fome dele era crua, desesperada, como se quisesse me possuir com a boca, me preparar pro que vinha. Cada lambida era um fogo, o anel se abrindo, os pelos roçando a língua, o prazer subindo em ondas que faziam a vara pulsar contra a madeira. Ele grunhia, os dentes roçando a pele, a gana de me tomar vibrando em cada movimento, deixando as pregas encharcadas, prontas, implorando.
Me ajoelhei, tremendo, o rosto quente e as mãos suadas enquanto me apoiava no chão frio. De quatro, sabia que não havia mais volta. Minhas coxas se afastaram devagar, e com elas, as nádegas se abriram, expondo-me completamente. Senti o ar frio bater no lugar que nunca havia sido tocado assim antes, e um arrepio subiu pela minha espinha como um raio. Meu coração martelava no peito, e eu mordi os lábios, tentando conter o frenesi que tomava conta de mim, mas era inútil. Meu corpo já tinha se entregado antes mesmo de começar.
A respiração dele era pesada atrás de mim, como um predador prestes a atacar sua presa. Deu pra sentir a intensidade do momento crescendo com cada segundo. Com a respiração acelerada, senti as mãos dele nas minhas costas, descendo devagar até os quadris, onde se apertaram com firmeza. O toque era autoritário, como se quisesse me lembrar quem estava no controle. Esse simples gesto fez minhas pregas se contraírem instintivamente, como se quisessem resistir ao inevitável. Mas não houve resistência por muito tempo. Meu corpo cedeu por vontade própria, relaxando, abrindo-se para ele, como se implorasse silenciosamente pelo que estava por vir.
A ponta quente do pau dele tocou minha entrada, devagar, quase como um aviso. A sensação foi avassaladora. Minha mente explodiu em ansiedade, um misto de medo e desejo que me consumia. O calor do corpo dele irradiava, como uma corrente elétrica que se espalhava pelo meu. Ele não tinha pressa. Cada movimento era calculado, um teste da minha entrega. A ponta deslizou lentamente, provocando, abrindo caminho sem se apressar. Meu corpo inteiro reagia a cada milímetro – os músculos tremiam, minhas pregas se dilatavam devagar, como se já soubessem que estavam prestes a serem dominadas, moldadas para isso.
Senti o peso dele inclinar-se sobre mim, suas mãos segurando minha cintura com firmeza enquanto ele começava a forçar entrada. A pressão era intensa, quase insuportável, mas havia algo que fazia aquilo ser exatamente o que eu precisava. Ele avançava devagar, mas cada centímetro que entrava parecia reescrever meu corpo. Minha cabeça caiu para frente, e um gemido escapou dos meus lábios antes que eu pudesse me conter. Era impossível. A sensação era crua, visceral, me preenchendo de uma forma que eu nunca havia experimentado.
Quando ele começou a se mover, tudo mudou. Cada estocada era firme, ritmada, um lembrete de que tinha dono. O som das peles se chocando ecoava no ambiente, misturado aos meus gemidos abafados e à respiração pesada dele. As mãos dele apertavam minha cintura com força, me puxando a cada movimento, como se estivesse marcando território. A dor e o prazer se misturavam em uma dança caótica, e tudo o que eu conseguia fazer era me render completamente.
A cada investida, eu sentia meu corpo cedendo mais, se moldando ao dele. As pregas, antes apertadas, agora o recebiam como se fossem destinadas a isso. Meu corpo inteiro pulsava, cada músculo tremendo enquanto ele me tomava sem piedade. Suas mãos subiram pelas minhas costas, pressionando-me contra o chão, segurando-me no lugar enquanto ele afundava ainda mais fundo.
Ele não disse nada, mas o peso de cada movimento era mais eloquente do que qualquer palavra. O silêncio entre nós era preenchido pelos sons do momento – gemidos, respirações pesadas e o impacto de nossos corpos. E ali, preso sob ele, percebi que não havia mais nada no mundo além daquele instante.
A sensação de ser completamente preenchido, de ser dominado, era avassaladora. Eu gemia, gritava, mas não havia nada que quisesse mais do que aquilo. Ele acelerou os movimentos, cada estocada mais profunda, mais intensa, até que meu corpo inteiro parecia estar em chamas. Eu não era mais eu. Eu era dele. Apenas dele.
A vara dele latejava, pulsando fundo, escancarando o que restava do meu corpo. O ritmo já não era humano. Era fome, urgência, como se ele precisasse deixar dentro de mim não só porra, mas a porra da certeza de que ninguém mais me tocaria. As mãos cravadas nos meus quadris me seguravam no mundo. E eu gemia alto, sem vergonha, sem medo. Queria aquilo. Queria ser dele por dentro.
— Tô... tô quase... — ele arfou, a voz falhando na beira do abismo.
Me virei, com esforço, o corpo ainda preso a ele, e olhei por cima do ombro, os olhos implorando, o rosto suado, a boca entreaberta.
— Dentro... — pedi, a voz falha, desesperada. — Por favor, dentro. Lá no fundo.
Ele rosnou. Um som rouco, bruto, como se eu tivesse arrancado algo de dentro dele. Enterrou mais fundo, o corpo inteiro estremecendo.
— Então toma! — A voz saiu engasgada, crua.
Aquelas palavras bateram mais forte que a estocada final. O corpo dele explodiu dentro de mim. Os gemidos viraram urros abafados, a porra jorrando quente, preenchendo tudo, queimando minhas entranhas. E eu, fodido, chorava — não de dor, mas de alívio. De amor. De posse.
Ficamos ali. Ele ainda dentro, os corpos grudados, a respiração dele ainda queimava na minha nuca, o pau latejando dentro, cada pulsar mais lento, até parar. Achei que era o fim. Que ele ia sair, dizer algo, me vestir. Mas o corpo dele recuou devagar, a vara escorregando pra fora, quente, coberta da porra que deixou em mim.
Um vazio gelado me atravessou.
Mas então senti.
A língua.
Ali.
— Padre...? — sussurrei, confuso, o rosto colado no chão, o cu ainda escancarado, os joelhos moles.
— Shhh... deixa eu te limpar. — a voz veio grave, rouca, embriagada. — Deixa eu adorar esse altar do jeito certo.
As mãos abriram minhas nádegas, e a boca veio crua. Funda. A língua invadiu o buraco ainda quente, ainda melado, a porra dele escorrendo entre as pregas. Ele não hesitou. Chupava como se a alma estivesse ali dentro, como se o gozo fosse hóstia e o pecado, bênção.
— Essa porra é minha... — murmurava, entre lambidas. — Isso aqui... é meu sacrário.
Eu tremia. O corpo não reagia mais, só cedia. A boca dele me devorava como se quisesse beber o que tinha deixado em mim. Como se a culpa que ele carregava só se apagasse ali — ajoelhado, lambendo o que ele mesmo sujou.
Gozei sem tocar, de novo. Um jorro surdo, espremido entre as coxas, molhando o chão. Porque aquilo era amor. Era possessão. Era fé distorcida, mas viva. A única que me servia.
— Padre... — chamei, rouco, esgotado, mas ele não respondeu. Só chupava. — Se isso for pecado...
— ...então que Deus me condene lambendo teu cu — respondeu, antes de enfiar a língua mais uma vez, fundo, sem piedade.
Ali, naquela sacristia fodida, eu entendi.
Não tinha salvação.
Só ele.
E só eu pra ele.