Após chegar em casa, Lara se jogou no sofá com um suspiro que misturava alívio e excitação. Suas coxas ainda úmidas denunciavam o quanto estava acesa. A mentira que acabara de contar a Daniel ainda pulsava em sua mente, mas naquele instante, seu corpo gritava mais alto do que a culpa.
— Amor… — chamou com a voz doce e carregada de malícia. — Vem aqui…
Daniel apareceu na porta da sala com a camisa de algodão amassada, já com os primeiros botões abertos. Seus olhos buscaram os dela com curiosidade e desejo. A expressão de Lara era de quem escondia algo — e ele sentia isso — mas havia também um convite irresistível em seu olhar, como se estivesse oferecendo um prêmio pela confiança depositada.
Ela deslizou uma das alças do vestido para o ombro, deixando o colo exposto. Seus seios, ainda sem sutiã, estavam sensíveis, marcando contra o tecido fino. Daniel se aproximou devagar, seus olhos percorrendo cada centímetro do corpo da esposa como se a visse pela primeira vez.
— Depois do que você me contou… você ainda quer mais? — perguntou com um meio sorriso, abaixando-se diante dela.
Lara puxou-o pela camisa, fazendo-o perder o equilíbrio e cair por cima dela, entre risos contidos e beijos urgentes.
— Foi só sexo oral… mas eu fiquei o dia inteiro pensando em você. E agora, eu preciso de você, Daniel…
Ele se calou, encaixando os lábios nos dela. O beijo foi quente, molhado, desesperado. As mãos de Lara deslizavam por suas costas, puxando-o para si, como se quisesse apagar qualquer vestígio do outro homem. Daniel, excitado pela confissão dela, estava ainda mais voraz.
Ela abriu as pernas para recebê-lo, e ele encaixou o corpo sobre o dela, sentindo o calor pulsante que escapava por baixo do vestido. As mãos dele exploraram suas coxas, subindo devagar, sentindo a pele macia, até que parou.
— Sem calcinha? — ele murmurou, erguendo uma sobrancelha.
— Desde que saí do encontro — confessou ela, encarando-o com um sorriso travesso.
A respiração dele se descompassou. Ele puxou o vestido para cima, expondo sua nudez por completo. O sexo de Lara estava encharcado, latejando, como se o corpo gritasse pelo marido que, sem saber, dividia agora um desejo alimentado por outro.
Daniel não perdeu tempo. Passou a língua lentamente entre os lábios dela, saboreando o gosto de sua esposa com prazer. Ela gemeu alto, jogando a cabeça para trás no sofá. Seus dedos se entrelaçaram nos cabelos dele, puxando com força, como se quisesse que ele fosse mais fundo, mais rápido.
Mas Daniel era paciente. Sabia provocar. Sabia torturar. Ele circulava o clitóris com a ponta da língua, depois descia até a entrada e voltava, fazendo-a contorcer-se sob seu toque. Lara, tomada por sensações conflitantes, começou a gemer o nome do marido entre os lábios entreabertos.
Mas sua mente… sua mente ainda flertava com a imagem de Eduardo a possuindo horas antes. O jeito bruto, a pegada firme, o olhar intenso. E essa dualidade só a deixava mais excitada.
— Daniel… por favor… — sussurrou, quase em desespero.
Ele subiu de volta, alinhando seu quadril ao dela. Estava duro, pulsante, e se posicionou com precisão. Antes de penetrá-la, olhou nos olhos da esposa.
— Ele te fez gozar?
Lara hesitou por uma fração de segundo.
— Não como você faz…
Foi o suficiente para Daniel. Ele a penetrou de uma vez, profundo e firme. Lara arqueou as costas, apertando os ombros dele com as unhas. O ritmo era intenso desde o começo, como se o corpo dele buscasse dominar novamente o território que, em sua mente, poderia estar ameaçado.
Lara gemeu alto, sem contenção. O som da pele contra pele ecoava pela sala, junto com os gemidos abafados e respirações ofegantes. Ela envolveu as pernas em torno dele, puxando-o ainda mais para si, como se quisesse ser preenchida por inteiro.
A cada estocada, um prazer misturado com culpa se espalhava por seu corpo. Mas a mentira que havia dito parecia apenas alimentar aquela combustão. Era como se o proibido a empurrasse para níveis mais profundos de prazer.
Daniel a virou de bruços, puxando seu quadril para si e penetrando-a por trás com força. Lara gritou de prazer, os cabelos bagunçados cobrindo o rosto, o sofá afundando sob o peso do desejo descontrolado.
Ele a segurava pela cintura com firmeza, os olhos fixos na imagem provocante de sua esposa gemendo, entregue. A sensação de posse se misturava à dúvida. Mas ele não queria pensar. Só queria senti-la.
— Você é minha, Lara… minha… — disse entre os dentes, acelerando ainda mais.
Ela mordeu os lábios, tentando conter um gemido mais alto. Estava à beira. Não conseguia mais fingir domínio.
— Goza pra mim… — ele sussurrou, curvando-se por cima dela, beijando sua nuca.
Ela gemeu o nome dele alto, tremendo inteira ao gozar com força. Seu corpo se contraiu ao redor dele, que logo a acompanhou, segurando-a forte enquanto derramava tudo dentro dela.
Caíram juntos sobre o sofá, ofegantes, suados, entrelaçados. Lara passou os dedos pela pele úmida do peito de Daniel e dormiram.
A madrugada passou sem que Lara sequer mudasse de posição. Seu corpo ainda guardava o calor do encontro da noite anterior, e a respiração de Daniel, suave atrás de seu pescoço, embalava um sono pesado e silencioso. Ela abriu os olhos devagar, sentindo o cheiro dele em sua pele, ainda entrelaçada na lembrança do prazer e da mentira.
Desvencilhou-se com delicadeza e caminhou até o banheiro. Se olhou no espelho e ajeitou os cabelos. Havia marcas em seu pescoço, leves, mas visíveis. Sorria de forma quase cínica — havia uma excitação perigosa em transitar entre os dois homens sem que um soubesse do outro.
Tomou banho e saiu enrolada apenas na toalha. Daniel, ainda sonolento, abriu os olhos e a observou caminhar pelo quarto até o armário. Ela parecia despreocupada, como se a noite anterior tivesse sido apenas mais uma. Mas dentro dela, o fogo continuava ardendo.
Lara escolheu uma blusinha branca, leve, e uma mini saia jeans que deixava pouco para a imaginação. Abaixou-se para calçar uma sandália de tiras e, ao se levantar, olhou de relance para Daniel, que agora estava com os olhos bem abertos, observando-a com atenção.
— Amor… — ele chamou, a voz ainda rouca. — Tá sem calcinha?
Lara parou. De costas pra ele, ergueu a saia só um pouco, revelando que, de fato, estava completamente nua por baixo.
— Uhum… — disse com doçura.
Daniel ergueu o tronco na cama, o peito nu, os olhos arregalados de desejo e surpresa.
— Por quê?
Ela se virou devagar, um sorriso malicioso nos lábios. Caminhou até a beira da cama, tirou as sandálias com um pequeno movimento dos pés e ajoelhou-se diante dele, entre as pernas. Olhou para cima com uma expressão inocente e provocadora ao mesmo tempo.
Seus dedos deslizaram pela coxa dele, subindo até alcançar o volume crescente sob o cobertor. Ela puxou com calma, expondo-o completamente. Daniel estava rijo, pulsando, como se o simples fato de vê-la daquele jeito tivesse despertado tudo de novo.
— Porque… — disse ela, passando a língua lentamente pela base do membro dele, fazendo Daniel soltar um gemido contido — … eu vou almoçar com Eduardo.
A frase veio baixa, quase como uma confissão suja. Ela o encarou enquanto dizia, e ao ver os olhos dele se arregalarem de excitação e confusão, tomou o membro dele entre os lábios.
Lentamente, Lara começou a chupá-lo com intensidade crescente. Os movimentos eram lentos no início, ritmados com a língua circulando a glande, depois afundando até quase a garganta. As mãos acariciavam o restante do corpo dele — o abdômen, os quadris, os testículos — enquanto seus olhos não o deixavam por um segundo.
— Você vai assim… do jeito que está… pra encontrar ele? — ele perguntou, entre arfadas.
Ela tirou os lábios por um momento, limpando um fio de saliva que escorria pelo canto da boca com o dorso da mão.
— Uhum… — murmurou, voltando a lambê-lo com mais vontade. — Sem calcinha. Com esse cheirinho de você entre as pernas. Só pra ele saber… que você veio primeiro.
Daniel estremeceu. As palavras o atravessaram como um raio. Havia algo profundamente perturbador — e extremamente excitante — naquela declaração. Ele não sabia o que mais o deixava fora de si: a ousadia dela, a suposta entrega, ou o fato de ela estar ali, de joelhos, lhe dando prazer enquanto falava de outro homem.
Lara intensificou os movimentos. O som molhado de sua boca sugando, o olhar fixo no dele, a mão fazendo pressão na base do membro. Daniel não resistiu muito mais. Jogou a cabeça para trás, os músculos tensionados, e com um gemido abafado, explodiu dentro da boca dela.
Ela o engoliu por inteiro. Sem pressa. Sem desviar o olhar. Apenas sentindo o gozo quente escorrer pela garganta enquanto seu nome escapava dos lábios dele como um último suspiro.
Quando terminou, limpou os cantos da boca com elegância, subiu na cama e o beijou suavemente nos lábios, deixando que ele sentisse seu próprio gosto.
— Agora sim — sussurrou ao pé do ouvido dele — posso sair pra almoçar.
Ela levantou-se, vestiu novamente a sandália e pegou a bolsa. O sorriso no rosto era puro veneno.
Daniel ficou ali, nu, deitado, entre o tesão saciado e o início de uma dúvida que começava a crescer no fundo do peito.
Lara saiu pela porta como se nada tivesse acontecido.
Mas ela sabia exatamente o que estava fazendo.