Nota do autor: Nesse conto, você conhecerá um lado oculto da história de Daniel e Danilo pela narrativa de Danilo. A leitura dos contos anteriores é recomendada, mas não obrigatória para a compreensão deste conto.
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Morar sozinho numa cidade universitária tem seus privilégios. Liberdade era um deles. Eu podia andar pelado no meu apartamento, beber no meio da semana, transar em qualquer cômodo — e foi justamente ali, na minha rotina desregrada, que o Daniel apareceu.
Conheci ele na faculdade. Tinha um jeito tímido, mas os olhos eram famintos. Parecia quieto, mas bastou um cruzar de olhares no corredor, e no intervalo seguinte ele já me mandava mensagem querendo marcar alguma coisa. Mal sabia ele que o que eu queria mesmo era aquele volume marcando na calça.
A primeira vez foi no meu apê. Ele chegou suando, nervoso. Nos beijamos a tarde toda. Chupou meus mamilos, meu cu, meu corpo todinho. Mas não teve penetração. Confessou que era virgem. Eu não acreditei. Aquela boca sabia demais para ser inexperiente. Como podia dizer que ainda era virgem?
Daniel morava com os pais, não tinha local e nem transporte. Quando dava, matávamos aula juntos ou ele aparecia num sábado à tarde. Mas quando rolava… era intenso. Intenso de um jeito que parecia pecado. Daniel me deixava de quatro, lambia meu cu com tanta vontade que eu esquecia o mundo. Ele era bom. Cruelmente bom. Sabia me deixar mole, me abrir todinho, me fuder com a língua. Às vezes, depois de gozar, eu ficava deitado no peito dele, sentindo aquela rola quente, grossa, desejando ela entre minhas nádegas.
Na véspera do carnaval, ele me pediu em namoro. Disse que já éramos isso, só não tínhamos dado nome. Eu queria tanto passar aquele carnaval solteiro, beber todas, mamar todos. Mas fiquei sem saída. Aceitei. Talvez mais pela culpa do que pela vontade. Eu gostava dele. Mas era tesão. Um tesão absurdo, quase criminoso.
Daniel não gostava de sair. Quase não bebia. Não dançava. E eu era o oposto. Adorava uma festa, barzinho, pegar estrada sem rumo. Com o tempo, comecei a me sentir preso. Preso a uma rotina que não era minha. As vezes que ele dormiu no meu apê foram poucas, e quando ia embora, eu me sentia tão dependente do pau dele. Ele sabia me dominar, me fazia gemer alto, implorar por rola.
Mas o que a gente tinha não era amor. Era só… vício. Tinha carinho, claro. Teve praia, cinema, noite pulando aula pra foder escondido na minha cama. Mas no fundo, eu sentia que ele queria algo mais do que eu podia dar. A gente era incompatível, exceto pelo pau torto dele que encaixava perfeitamente dentro de mim, como uma peça proibida que completava o meu corpo. E isso não segurava meu desejo de viver outras coisas.
As ciladas foram muitas e eu sempre me mantive fiel ao Daniel até ter que dormir sozinho com Gustavo em um quarto de hotel após uma noite de bebedeira.
Viajei com a Liga Acadêmica e um professor responsável para um congresso em uma cidade próxima.
Ele tinha quase 40 anos. Moreno, alto, barba bem feita, mãos grandes, óculos de armação fina, sorriso malandro. Ele tinha dois filhos lindos e era separado da esposa. Um cheiro de macho gostoso. Eu e ele dividimos o quarto, pois um dos quartos reservados estava com problema no ar condicionado. Saímos pra uma festa com alguns colegas, mas no fim da noite só nós dois voltamos juntos. Tínhamos dançado, bebido, rido demais. Estávamos elétricos. Quando entramos no nosso quarto, ele me encarou por alguns segundos. E me beijou.
Na hora, desviei. Me senti culpado. Eu já tinha dito a ele, mais cedo, que namorava. Daniel ainda era meu namorado, e ali estava eu, prestes a trair. Mas o beijo dele… ficou na minha pele. E ele não forçou. Só tocou meu rosto, depois sentou na cama, tirando os sapatos devagar.
— Não vou fazer nada que você não queira, Danilo. Mas você não precisa se prender a alguém que não te acompanha.
Ele sabia. E eu sabia também.
Ele foi chegando aos poucos. Me beijou de novo, mais lento. E dessa vez, eu deixei. Não beijei de volta no início, mas também não afastei. Ele me deitou, passou a boca pelo meu pescoço, desceu pelo peito, me arrepiando com os lábios quentes e a barba que arranhava a minha pele como fogo lento.
— Você é lindo demais… — sussurrou, descendo até a barra da minha cueca. — Tão gostoso… queria tanto sentir teu gosto.
E conseguiu. Me virou de bruços. Abriu minhas pernas e eu senti seu corpo cobrir o meu. A barba dele roçou na minha nuca enquanto ele sussurrava:
— Deixa eu te sentir por inteiro… — ele rosnou, encaixando o pau entre minhas coxas. — Que cu guloso… implorando por rola.
Senti a cabeça do pau dele encostar na minha entrada. Era grande. Mais do que eu imaginava. Não pelo comprimento, mas pela espessura e, principalmente, pela cabeça — carnuda, quente, latejante. Ele pressionou devagar. A primeira resistência fez meu corpo inteiro estremecer.
— Respira, Danilo… — ele sussurrou, roçando os lábios no meu ouvido. — Tá quase…
Aquela glande inchada forçava a entrada com calma, mas com firmeza. Era como se cada centímetro quisesse ser sentido, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. Eu gemi rouco, agarrando o lençol, sentindo meu cu se abrir devagar, o anel apertando a cabeça grossa, deslizando milímetro por milímetro até ela passar. Quando entrou, senti tudo.
Era como ser invadido por uma onda quente. O pau dele expandia dentro de mim, e a cabeça parecia prender no caminho, pressionando os pontos certos, abrindo espaço com um prazer que quase doía. Me senti tomado, exposto, vulnerável — e absurdamente excitado.
— Porra, Danilo… que cu gostoso… tá me sugando — ele gemia atrás de mim, começando a meter com mais ritmo, como se marcasse seu território dentro de mim.
Cada estocada era um choque de prazer. Tocava minha pele com firmeza. Beijava minhas costas, me apertava pela cintura, murmurava palavras sujas no meu ouvido enquanto me fodia como ninguém jamais tinha feito.
— Tá sentindo como você me deixa duro? — ele sussurrava. — Olha como teu cu me aperta. Vou gozar dentro de você… você vai deixar?
— Vai… goza em mim… — implorei, a voz falhando entre gemidos e tremores.
Ele me enfiava com força e precisão, o quadril estalando contra minha bunda. Cada estocada fazia meu corpo vibrar. Eu apertava o travesseiro com as duas mãos, mordendo pra não gritar, mas os sons escapavam assim mesmo — gemidos roucos, arfados, quase desesperados. Ele inclinou o corpo sobre mim, me pegou pelo pescoço com uma das mãos e sussurrou no meu ouvido com a voz grave:
— Goza pra mim, Danilo… quero ver você se desmanchar sem nem encostar no pau.
E meu corpo atendeu.
Comecei a tremer. As pernas fraquejaram. Um calor subiu pelo meu ventre, espalhou pelo peito e explodiu na cabeça. O cu pulsava em torno do pau dele, e então, sem aviso, gozei. Meu corpo inteiro se arqueou, a espinha curvou, a gozada saiu forte, jorrando no lençol, nos meus dedos, na minha barriga. Me senti invadido, arrebatado, fora de mim.
— Isso… isso… — ele gemia, sentindo meu cu apertar mais forte. — Que delícia, porra… você gozando me deixa doido…
E então ele também gozou. Enterrou fundo uma última vez e se derramou dentro de mim, quente, latejante, gemendo baixo no meu ouvido.
Fiquei ali, mole, submisso, ainda ofegando. O pau dele ainda dentro, o corpo dele sobre o meu. A barba colando de suor no meu pescoço. As respirações misturadas. Nenhuma palavra. Só o silêncio satisfeito de dois corpos que se foderam de verdade.
Era como se meu corpo inteiro tivesse sido reescrito.
Depois daquela noite, voltei do congresso decidido a terminar com o Daniel. Não dava mais. O Gustavo me mostrou que havia um mundo além daquele relacionamento desequilibrado. Quando contei ao Daniel, ele chorou. Tentei terminar numa boa. Disse que era por mim, por minhas questões. Mas ele não engoliu bem. Eu senti, claro. Mas me senti livre também.
Só que, quando fui atrás do Gustavo… ele não quis mais nada.
— Aquilo foi só um momento, Danilo. Eu tenho meus filhos. Você precisava viver. Agora vive.
Fiquei sem ele. Sem Daniel. Sem ninguém. Só eu e esse corpo fodido. Só eu e essa cama vazia. Era pra ser liberdade. Mas só sobrou eu mesmo, me olhando no espelho, tentando reconhecer quem eu me tornei.