401 – O FEMINICÍDIO 2 – O plano
(capítulos sequenciais: é importante ler na ordem)
Dias depois, voltei na casa da Clara, a seu convite, sozinho, sem os cachorros. Bati na porta e veio uma loura lindíssima abrir. Pedi pela Clara, a loura abriu a porta e me mandou entrar. Sentei no sofá em que Clara e eu nos amamos loucamente naquela tarde especial e a loura sentou numa poltrona ao lado. Vestia um jeans justinho, marcando suas curvas e uma blusinha de malha creme fininha, quase transparente, e não usava sutiã (dava prá ver o escurinho dos mamilos por trás da malha); seios grandes e firmes. Pediu que eu esperasse um pouco pois a Clara estava no banho e já desceria.
- Tudo bem, respondi, o que mais tenho, no momento, é tempo. A aposentadoria faz isso de bom e de ruim para as pessoas: dar tempo demais.
- E o que tu faz com esse tempo livre? Desculpe, deixa me apresentar: sou a Jussara, amiga da Clara e tu deve ser o Carlos, não?
- Correto; muito prazer, Jussara. Meu tempo eu gasto em futilidades, hoje. Passeio com os cachorros, foi como conheci a Clara, jogos de computador, pequenos consertos em casa, instalações, grama, pintura, enfim, seria mais ou menos marido de aluguel se cobrasse pelos serviços.
- Marido de aluguel? Preciso de um ... minha casa tá cheia de pequenos consertos que meu marido não faz ... tu farias? Pago bem!
- Costumo fazer na minha própria casa, mas posso dar uma olhada nos teus problemas e tentar resolvê-los, dentro das minhas possibilidade. A paga é o de menos.
- Vejo que já se conheceram, disse a Clara entrando na sala. Fernanda Jussara é minha amiga de infância e o Carlos conheci aqui, enquanto passeava com seus cães. Ela é a mulher do Max, meu ex-marido.
- Estava contratando o Carlos para ser meu “marido de aluguel” aproveitando suas habilidades e seu tempo disponível; o Max não faz nada!
- É, eu sei bem disso, nunca fez aqui em casa não ia ser na tua que ia começar, retrucou Clara, fazendo cara de nojo. Ela vibrou com a facilidade do início da relação Carlos – Fernanda.
- Carlos, quando podes ir lá em casa ver o que tem pra fazer e se podes fazer, perguntou a Fernanda Jussara, o que tem que comprar, quanto vai custar, enfim, se vou ter consertos ou não? Vamos prá lá agora, não quer nos acompanhar?
E lá fui eu de carona com as rivais pelo Max: uma eu estava comendo, há dias, e a outra teria de comer nos próximos dias e providenciar sua morte ... Olha onde me meti! É ou não é uma encrenca do caralho? Mas, vá lá o que for; o que tiver que ser, será. Chegamos na casa da Fernanda Jussara, linda casa, dois pavimentos mais terraço frontal, um terraço interno com ofurô e a mais ou menos 2 quilômetros do condomínio da Clara, e meu, e ela já foi me mostrando as coisinhas que tinha pra fazer: lavabo entupido, tubulação da pia da cozinha pingando, lustre por instalar, grama prá cortar, pinturas por fazer, soleira da porta ...
- Puxa, é um bocado de coisas pequenas, disse eu.
- É possível fazer? Perguntou a Fernanda. A Clara, por trás da rival, fazia sinais desesperados prá mim concordar em fazer o serviço. Era a entrada que ela queria para aprofundar a relação e facilitar a realização do “serviço” mortal.
- Claro que dá, Fernanda, desde que não tenhas pressa nos consertos. Sou lento pela falta de prática e não posso dedicar todo o dia prá tua casa, apenas um turno. Acho que em umas três ou quatro semanas a gente consegue acabar com tudo.
- Ótimo. Por mim, tá contratado. Cinco mil reais são suficientes?
- Tenho que ver o material a ser gasto e orçar; depois te digo se será o suficiente, respondi.
- Esse é a tua mão de obra; material fora dos cinco mil, é só passar na ferragem e pegar o que precisa.
- Bah! Ia comer a mulher, matá-la e ela ainda ia me dar 5 mil por isso!
A Fernanda Jussara dormia a manhã toda. Então, definimos que eu trabalharia apenas no turno da tarde para não afetar em demasia o ritmo da casa. E comecei os consertos dentro das limitações de horário. No primeiro dia, quem atendeu a porta foi um homem nervoso, extremamente tenso, a quem me apresentei como o marido de aluguel que ia realizar consertos solicitados por dona Fernanda Jussara. Perguntei por ela para saber as prioridades e o homem disse que ela estava lá em cima e que eu devia perguntar para ela já que ele estava saindo, atrasado. Saiu e bateu a porta. Que grosseiro mal educado, pensei. Bom, preciso esclarecimentos. Chamei:
- Fernanda, duas, três vezes e não obtive resposta.
Resolvi ir até o segundo pavimento e procurar a querida. Subi a escada e chamei novamente. Sem resposta, fui procurando em todos os aposentos. Em cada porta, batia, abria e nada. Até que bati na última porta, abri e estava escurecido o quarto, uma king size no meio do quarto grande e lá estava a Fernanda, nua, deitada, escabelada, o quarto revirado, quase demolido. Óbvio que tinha havido luta.
- Fernanda, chamei novamente, estás bem? Acendi a luz de cabeceira e peguei sua cabeça dando batidinhas no seu rosto para acordá-la, sem sucesso. Testei seu pulso e o achei fraco, mal respirava. Umedeci uma toalha no banheiro e passei em seu rosto e pescoço e foi assim que consegui que acordasse ou, ao menos, mexesse a cabeça.
- O q-que...que...h-houve...? Aaaiii, minha cabeça está explodindo ... aaiii!
- Calma, fica deitada que vou buscar uma água pra tí.
Vi no quarto um frigobar e peguei uma água gelada, servi um copo e dei para ela. Sentou-se na cama com a minha mão esquerda espalmada nas costas nuas, como um encosto de cadeira, e tomou em pequenos goles a água. Então, pareceu se dar conta de alguma coisa.
- Onde ele está, cadê ele, perguntou agitada, quase desesperada.
- Calma, não tem ninguém em casa. O homem que estava aqui abriu a porta para mim e saiu. Foi muito grosseiro, mal educado. Ela relaxou um pouco e me abraçou forte, nervosa e ansiosa e começou a chorar. Nua, abraçada em mim na cama e chorando copiosamente, soluçava. Eu, no meu papel de salvador, apenas tentava acalmar a deusa pelada, mas meu pau queria saltar fora das calças; a visão era maravilhosa, o corpo da mulher era deslumbrante em seios, coxas e bunda, principalmente, era a perfeição feita mulher. Quando nasceu, entrou três vezes na fila da beleza e Deus concedeu as três vezes! Mas chorava e eu não sabia porquê. Ajudei-a a levantar da cama; em pé era mais linda, ainda. Mas não conseguia ficar ereta sem apoio. Ficou abraçada em mim, apoiada para se manter. Seus seios grandes transmitiam o calor de seu corpo para mim. Meu pau quase estourou o fecho da calça.
- Bebeste demais, perguntei, exagerou? Misturou com remédios?
- Bebi duas taças de champagne, ontem à noite durante o jantar, mas isso é comum, normal! Não misturei nada, não sei o que há comigo...
- Precisas de um banho, agora. Carreguei-a até o box, liguei o chuveiro e pus uma cadeira de plástico embaixo do jato d’água para ela sentar. Fiquei fora do box para atender alguma emergência que não aconteceu. Conversava com ela enquanto a água jorrava sobre sua cabeça e corpo e, no fim, suas respostas já estavam coerentes. Desliguei o chuveiro e sequei a Fernanda ainda sentada na cadeira. Ergui-a e terminei de secá-la com outra toalha. Dei-lhe um roupão masculino que encontrei na entrada do closet e saímos do banheiro. Fiz um Nespresso para ela e um para mim e tomamos juntos, sentados à mesa na copa.
- Queres falar sobre o que aconteceu aqui, perguntei?
- Não houve nada, respondeu ela, já reassumindo seus pensamentos e seu corpo. Entenda, não houve nada aqui e ninguém deve saber disso, entendeu? Nem a Clara, nem ninguém. E tu não viu nada, entendeu? E abriu o roupão deixando-o deslizar para o chão mostrando aquele corpo perfeito, que, agora com a luz do sol brilhando sobre ele, era mais lindo ainda, maravilhoso: seios perfeitos, encorpados sem exageros e firmes com os mamilos rosados sorrindo para mim, abdome sarado, retinho, sem nada avolumado, coxas roliças e reforçadas, pernas esguias e um triângulo no meio das pernas depilado completamente mostrando os beicinhos da vagina, um atrativo gigantesco para qualquer homem, mas quem via era apenas ... eu!
- Certo, não houve nada e nem vi nada, logo, não posso falar nada para ninguém, já que não houve nada e eu não vi nada, nem esse corpo magnífico que não carreguei no colo nem ajudei a se banhar, é isso?
- É isso! E me abraçou forte, completamente nua, me apertando contra si e, aparentemente, relaxando do perrengue que passara, ou não passara, já que “não houve nada”! Mas ela sentiu o poder da minha virilha, ou do membro que estava sobre ela, completamente endurecido, saindo fora das calças, ou querendo sair. Gostou, ou, se não, ao menos não reclamou e ficou mais algum tempo apertada em mim até que saiu do abraço foi se vestir.
- Vamos trabalhar, preciso da tua ajuda, disse eu, muito mais para envolvê-la em uma atividade que a fizesse espairecer um pouco do que por necessidade minha. Ela veio.
- Quem abriu a porta para mim?
- O filho da puta do meu marido, respondeu ela, secamente, fechou a cara e saiu da sala, abruptamente.
Fiquei sem a ajudante.
Assim foi o primeiro dia de trabalho na casa da Fernanda Jussara.