Olá meus leitores. Estou muito feliz em tornar essa história viva para vocês. A jornada de Aldo e Leo se cruzam tornando uma história cheia de emoções.
Mas chegamos ao fim da primeira temporada repleta de surpresas.
Vou precisar de uma pausa para escrever a parte final da história. Talvez demore um pouquinho.
Mas também não vou deixar vocês sem uma ideia do que está por vir.
Espero que curtam bastante esse EPÍLOGO. Até mais...
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EPÍLOGO
À noite envolvia São Paulo em manto de sombras e promessas não cumpridas. Leônidas emergiu do Ginásio em Paraisópolis com passos largos e o coração em tumulto. These Walls de Dua Lipa tocava no radio do carro e as revelações sobre seu pai, eram como facas afiadas cravadas em sua mente, a raiva queimava em suas veias misturadas a uma angústia sufocante que o fazia ofegar.
Adentrou em seu Bugatti que agora parecia uma jaula metálica. As mãos tremiam ao pressionar o botão de ignição.
O motor rugia em resposta, ecoando sua fúria interna. Sem hesitar arrancou pelas ruas da favela , com os pneus gritando em protesto contra o asfalto irregular.
A cidade desenrolava como um borrão diante de seus olhos. Cada semáforo vermelho durante o curto caminho até a casa de seu pai, parecia ser um insulto. Cada carro à sua frente, parecia um obstáculo pessoal.
A Chuva começou a cair, primeiro em gotas tímidas e depois uma cortina densa que dançava sob os postes de luz, transformando as ruas em espelhos traiçoeiros.
Ao se aproximar do condomínio no Morumbi, a opulência das mansões contrastava violentamente com a miséria deixada para trás.
A ira de Leônidas fervia em sua mente, conjuntamente com as descobertas que martelavam seus pensamentos, alimentando ainda mais a sua indignação.
Foi então que percebeu. Ao pressionar o pedal do freio, não houve resistência. O carro continuava sua marcha impiedosa. Uma sensação gelada correu por sua espinha.
Bombardeou o pedal repetidamente mas o veículo não obedecia. A curva à frente se aproxima se rapidamente, uma sentença de morte desenhada no concreto molhado.
O mundo girou em um turbilhão caótico. O Bugatti derrapou, os pneus perderam a aderência, num instante dilatado, o veículo capotou.
Vidros estilhaçados voaram como estrelas cadentes, o metal retorcido uiva a em agonia. O impacto final foi a decida abrupta pela ribanceira, onde o carro finalmente repousou de cabeça para baixo, gemendo como uma besta em agonia.
A consciência de Leônidas oscilava entre a realidade e o abismo. Os sentidos retornavam em ondas dolorosas: o gosto metálico de sangue na boca, o cheiro acre de gasolina no ar, a dor lancinante que irradiava de múltiplos pontos pelo corpo.
Os olhos abriram para a escuridão pontuada por faíscas vindas do capô.
Preso pelo cinto de segurança cada movimento era uma tortura, o pânico se instaurou ao ouvir o crepitar crescente das chamas que nasciam do motor.
Com o esforço sobre-humano os dedos trêmulos encontraram o fecho do cinto, liberando-o.
Caiu pesadamente no teto do carro, agora era o novo chão. Engatinhou cortando as mão até a janela estilhaçada.
Lá fora a chuva misturava-se à névoa sufocante. Reuniu forças das profundezas de suas vontades e se arrastou para fora do veículo condenado.
Cada centímetro conquistado era uma vitória contra a dor e o desespero.
Ao alcançar uma distância que julgou segura, tentou se reerguer.
As pernas vacilaram o mundo girava em um carrossel macabro.
Então o inevitável aconteceu. Uma explosão surda iluminou a noite, transformando o carro em uma bola de fogo.
A onda de choque o atingiu com um martelo invisível, lançando seu corpo como uma marionete sem cordas.
A cabeça encontrou uma pedra oculta pela vegetação, e a escuridão o envolveu em um abraço frio.
A Chuva continuava sua canção melancólica, apagando aos poucos as chamas que dançavam em triunfo.
O corpo de Leônidas jazia imóvel, um enigma à espera de ser desvendado.
O silêncio reinava, apenas interrompido pelo o sussurrou do vento, e pelo distante eco das sirenes que talvez nunca chegassem a tempo.