GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ [14] ~ VIAGEM COM O CARLOS PARTE 2

Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 4657 palavras
Data: 11/04/2025 07:50:30

No outro dia acordei com dores por todo o corpo, reflexo dos jogos intensos do dia anterior. Cada músculo protestava quando me movia, lembrando-me de cada salto, cada mergulho na quadra. O Carlos continuava dormindo na cama ao lado, o rosto sereno contrastando com a tempestade que tínhamos vivido. Fiquei alguns minutos apenas observando-o, pensando em como ele não havia tentado absolutamente nada comigo na noite anterior. Isso me deixou, por mais contraditório que fosse, inexplicavelmente triste. Talvez eu fosse mesmo uma pessoa egocêntrica. Talvez me achasse o gostosão que todos iriam querer a qualquer custo, independente do que eu dissesse ou fizesse. Refleti sobre esse sentimento estranho enquanto encarava o teto. Que tipo de pessoa fica decepcionada quando alguém finalmente respeita seus limites? E por que, apesar de toda minha declaração sobre amar Luke, ainda sentia essa atração gravitacional por Carlos?

Arrastei-me para fora da cama, sentindo cada fibra muscular reclamando do movimento. Fui para o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho demorado, deixando a água quente amenizar um pouco a dor física, já que a confusão emocional parecia impossível de aliviar. Quando saí do banheiro, Carlos estava acordado, sentado na cama com o celular na mão. A luz azulada da tela iluminava seu rosto, destacando seus traços fortes que eu conhecia tão bem.

— Bom dia — disse com uma voz que tentei manter casual.

— Bom dia — respondeu ele, sem levantar os olhos do aparelho, sua voz tão fria quanto o ar-condicionado do quarto.

Nenhuma provocação, nenhum olhar malicioso, nenhum comentário sobre a noite anterior. Nada do Carlos que eu conhecia. E isso, por algum motivo doentio, doía mais que a rejeição direta. Ele se levantou e passou por mim em direção ao banheiro, mantendo uma distância que parecia calculada para não me tocar. A porta fechou-se com um clique suave, deixando-me sozinho com meus pensamentos confusos. Decidi descer para tomar café. Quando estava esperando o elevador, encontrei nosso treinador batendo nas portas dos outros quartos.

— Já estamos acordados — informei quando ele me viu. — Carlos está se arrumando.

— Ótimo. Precisamos estar no ginásio em uma hora. Dia decisivo hoje.

O café da manhã foi silencioso. Carlos sentou-se com outros jogadores, rindo de piadas que não consegui ouvir. Fiquei sozinho, mexendo na minha tigela de cereal enquanto checava as mensagens de Luke. Ele havia enviado uma foto de seu sorriso brilhante com a legenda: "Mal posso esperar para te ver amanhã, campeão! Arrasa hoje!" Mandei uma foto minha também no café da manha com a legenda: “Vou te encher de beijos sr. Bostinha”

Após o café, retornamos ao local da competição para o segundo dia. O treinador reuniu o time antes de entrarmos no ginásio.

— Hoje é diferente — disse ele, o olhar percorrendo cada um de nós. — Oitavas, quartas, semifinais e final. Quatro jogos, um único objetivo. Não há margem para erro. Um tropeço e estamos fora.

Olhei para Carlos instintivamente, buscando aquela conexão silenciosa que sempre tivemos antes dos jogos importantes. Pela primeira vez, ele desviou o olhar.

No primeiro jogo das oitavas de final, enfrentamos uma equipe tecnicamente inferior, mas que compensava em energia. Ganhamos por 3 sets a 1, mas não foi tão fácil quanto o placar sugeria. Cada ponto exigiu concentração total.

— Bom trabalho — disse Carlos após o jogo, mas suas palavras eram dirigidas a todo o time, não especificamente a mim.

Nas quartas de final, o nível subiu drasticamente. Nossos oponentes tinham dois atacantes excepcionais e um líbero que parecia prever cada movimento nosso. O jogo foi uma montanha-russa emocional. Perdemos o primeiro set, ganhamos o segundo, perdemos o terceiro, ganhamos o quarto. O tie-break foi de tirar o fôlego. Com o placar em 18-19 para eles, Carlos fez uma defesa inacreditável, jogando-se no chão e mantendo a bola viva com a ponta dos dedos. A bola veio alta para mim, e sem pensar duas vezes, saltei e ataquei com toda a força que me restava, ponto pra gentepontos mais tarde, estávamos comemorando uma vitória sofrida porO time inteiro se abraçou em uma pilha humana no centro da quadra. Por um breve momento, Carlos e eu nos encontramos naquele abraço coletivo, nossos olhares se cruzando pela primeira vez no dia. Algo faiscou ali – reconhecimento, saudade, não sei dizer – antes que nos separássemos.

Na semifinal, encontramos novamente o colégio que nos havia derrotado no primeiro dia. A revanche carregava um peso extra.

— Eles já nos conhecem — alertou o treinador. — Mas nós também os conhecemos agora. Usem isso.

Foi um jogo estratégico desde o primeiro saque. Cada movimento deles parecia antecipado por nós, e vice-versa. A diferença estava nos detalhes – um saque mais agressivo aqui, um bloqueio perfeito ali.

No quarto set, com o placar em 24-22 para nós, Carlos me lançou uma bola perfeita.

— Finaliza! — gritou ele, e naquele instante, era como se nada tivesse mudado entre nós.

Ataquei forte na diagonal, a bola passando rente ao bloqueio e tocando o chão antes que o líbero pudesse reagir. O apito soou, confirmando nossa vitória por 3 sets a 1.

A final foi contra uma equipe que não havíamos enfrentado antes. Seus jogadores eram altos, fortes e extremamente técnicos. O ginásio estava lotado, o barulho ensurdecedor.

— É agora ou nunca — disse Marcello no vestiário, antes de entrarmos em quadra.

Os dois primeiros sets foram divididos. Ganhamos o terceiro, perdemos o quarto. Mais uma vez, nosso destino seria decidido em um tie-break.

O cansaço era visível em todos os jogadores. Dois dias de competição, vários jogos intensos nas costas. Mas havia algo mais forte que a fadiga naquele momento – a determinação.

No tie-break, cada ponto era uma batalha. 7-7, 10-10,Nenhuma equipe conseguia abrir vantagem decisiva.

Em 14-14, após um rali interminável, a bola subiu alta para o lado deles. Seu melhor atacante preparou-se para o golpe definitivo. Carlos e eu saltamos ao mesmo tempo para o bloqueio. Nossos braços se estenderam em sincronia perfeita, formando uma barreira que o atacante não conseguiu superar. A bola bateu em nossas mãos e caiu no campo delespara nós.

No ponto seguinte, foi Carlos quem atacou, após uma recepção precisa minha. A bola explodiu no chão adversário antes que qualquer um pudesse reagirCampeões.

O ginásio explodiu em aplausos. Nosso time se abraçou, gritou, chorou, o treinamento culminando naquele momento perfeito. Troféu, medalhas, fotos – tudo passou como um borrão de alegria.

No meio da comemoração, Carlos se aproximou de mim. Pela primeira vez naquele dia, seu sorriso era genuíno, sem barreiras.

— Não teríamos conseguido sem você — disse ele.

— Nem sem você — respondi, sentindo um nó na garganta.

Nos abraçamos, assim como abraçamos todos os outros companheiros de equipe. Mas havia algo diferente naquele abraço específico – uma despedida silenciosa de algo que nunca chegou a se definir completamente entre nós.

Enquanto a comemoração continuava ao nosso redor, peguei meu celular e vi uma nova mensagem de Luke: "Independente do resultado, você é meu campeão. Te amo."

Naquele momento, entre a euforia da vitória e o peso da culpa, entre o carinho distante de Luke e a proximidade complicada de Carlos, soube que algumas decisões não poderiam mais ser adiadas. O fim de semana estava terminando, e com ele, o tempo para escolher que tipo de pessoa eu queria ser.

O ônibus vibrava com a energia da vitória. Literalmente vibrava, com vinte adolescentes pulando, gritando e cantando enquanto voltávamos para o hotel. Alguém havia contrabandeado algumas garrafas de vodka e energético, que passavam discretamente de mão em mão, escondidas dos olhares do treinador que fingia não ver a comemoração se intensificando.

— Somos os campeões, somos os campeões! — cantavam todos em uníssono, batendo nos assentos como se fossem tambores.

Marcello estava em pé no corredor, a medalha de ouro balançando em seu pescoço enquanto conduzia o coro improvisado. O troféu passava de mão em mão, cada um tirando selfies antes de passá-lo adiante.

Carlos estava algumas fileiras à frente, rindo com outros jogadores. Ocasionalmente, nossos olhares se cruzavam pelo reflexo da janela, pequenos momentos de conexão silenciosa em meio ao caos festivo.

— Ei, Lucas! — gritou Renato, um dos reservas, estendendo-me a garrafa. — O herói do jogo merece um gole!

Aceitei a oferta com um sorriso, deixando o líquido doce e ardente descer pela minha garganta. O calor se espalhou pelo meu peito, dissolvendo um pouco da tensão que carregava há dias.

Quando chegamos ao hotel, o treinador nos reuniu no saguão para um último discurso.

— Estou orgulhoso de vocês, rapazes. Amanhã voltamos cedo, então não exagerem na comemoração. — Ele fez uma pausa significativa, olhando diretamente para as mochilas onde sabíamos que as bebidas estavam escondidas. — E lembrem-se que ainda representam a escola, mesmo fora da quadra.

Assim que ele se afastou em direção ao seu quarto, Thiago, nosso central, passou um braço pelos meus ombros.

— Festa no 412. Espalhem discretamente.

O quarto 412 logo se transformou em uma pequena boate improvisada. Alguém conectou o celular a uma caixinha de som portátil, as luzes principais foram apagadas em favor da luminária de cabeceira coberta com uma camiseta colorida. Quinze adolescentes se espremiam no espaço feito para quatro, mas ninguém parecia se importar com o aperto.

Carlos estava encostado na parede oposta, um copo vermelho na mão, ouvindo algo que Renato contava animadamente. Seus olhos, porém, frequentemente encontravam os meus através do cômodo lotado. À medida que a noite avançava e mais bebida era consumida, as inibições foram baixando. Histórias embaraçosas eram compartilhadas, planos para o próximo campeonato discutidos.

— Ao Lucas e Carlos! — propôs Marcello em determinado momento, erguendo seu copo. — A dupla dinâmica que nos deu o título!

Todos ergueram seus copos, e Carlos veio até mim, atravessando o quarto para brindarmos.

— À nossa parceria — disse ele, sua voz baixa o suficiente para que apenas eu ouvisse, seus olhos fixos nos meus enquanto nossas bebidas se tocavam.

Horas depois, quando o cansaço dos jogos finalmente começou a superar a adrenalina da vitória, o grupo foi diminuindo gradualmente. Alguns voltaram para seus quartos, outros adormeceram nas camas ou no chão mesmo.

— Acho que vou nessa — disse, sentindo a cabeça leve pelo álcool e exaustão.

Carlos se levantou no mesmo instante. — Também estou acabado. Vou com você.

O corredor do hotel estava silencioso, nossos passos abafados pelo carpete. Caminhamos lado a lado sem falar, o ar entre nós carregado de algo que nem o álcool conseguia diluir completamente. Quando chegamos à porta do nosso quarto, meus dedos tremeram levemente ao inserir o cartão. A luz verde piscou, e a porta se abriu para a escuridão do quarto. Carlos entrou logo atrás de mim, fechando a porta com um clique suave.

Ficamos parados por um momento, encarando-nos na penumbra, iluminados apenas pela luz da lua que entrava pelas frestas da cortina. Tudo o que havia acontecido nos últimos dias – a traição, as palavras duras, a distância calculada, a vitória compartilhada – parecia condensado naquele momento suspenso entre nós.

Foi eu quem dei o primeiro passo. Talvez fosse o álcool, talvez a adrenalina residual da vitória, ou talvez fosse simplesmente a inevitabilidade daquilo que existia entre nós. Agarrei a frente da sua camisa e o puxei para mim, nossas bocas se encontrando com uma urgência que superava qualquer pretensão de resistência. Carlos reagiu imediatamente, suas mãos segurando meu rosto enquanto aprofundava o beijo. Havia tanto desespero quanto alívio na forma como nos agarrávamos, como se ambos estivéssemos finalmente cedendo a uma força maior que nossa vontade.

— Pensei que não me quisesse — murmurou ele contra meus lábios, suas mãos deslizando para minhas costas, pressionando nossos corpos ainda mais.

— Eu quero — admiti, meus dedos se enredando em seus cabelos. — Puxei novamente para um beijo.

Cambaleamos pelo quarto, sem conseguir nos separar, até que minhas costas encontraram a parede. Carlos pressionou seu corpo contra o meu, suas mãos explorativas descendo pelos meus lados até meus quadris. O calor entre nós crescia, tornando difícil respirar, pensar, lembrar por que isso era uma má ideia, o beijo acontecia de forma intensa, meu pau já estava duro, e eu já sentia o pau do Carlos também duro, nosso beijo foi ficando mais intenso, e minhas mãos exploravam o seu corpo, e as mãos dele exploravam o meu, tirando peça a peça de roupa. Então seus lábios deixaram os meus para traçar um caminho pelo meu pescoço, provocando arrepios que percorreram minha espinha. Minhas mãos, com vontade própria, encontraram seu pau preso na cueca branca, minha mão estava ansiosa para sentir o seu pau que já estava duro e babando, o Carlos fez o mesmo e agora estávamos pelados um olhando com desejo para o corpo um do outro. Foi nesse momento que meu telefone tocou, o toque personalizado que eu havia designado para Luke ecoando obscenamente alto no quarto silencioso. Congelei. Carlos não.

— Não atenda — sussurrou ele, seus lábios ainda em meu pescoço, suas mãos ainda segurando firme meus quadris.

O telefone continuou tocando, cada nota musical parecendo mais acusatória que a anterior.

— Preciso atender — disse, minha voz rouca. — Ele vai saber que algo está errado se eu não atender.

Carlos recuou minimamente, apenas o suficiente para que eu pudesse pegar o telefone no bolso, mas manteve as mãos em minha cintura, seus olhos fixos nos meus com um desafio silencioso.

Respirei fundo e atendi.

— Oi, amor — consegui dizer, tentando controlar minha respiração.

— Como está a comemoração? Feliz ! — a voz animada de Luke soou do outro lado. — Estou tão orgulhoso, queria ter ido assistir ao jogo, ainda chamei minha mãe, mas ela estava muito ocupada com o trabalho!

— Teria sido incrível você aqui, pra torcer por mim, e depois a gente comemorar só eu e você — respondi, lutando para manter a voz estável enquanto Carlos, começou a me chupar, olhei para ele com um olhar assustado, e fiz gestos com a mão para ele parar, ele se levantou e foi no meu ouvido e disse sussurrando:

— Ele não precisa saber — sussurrou Carlos, seu hálito quente provocando calafrios. Suas mãos começaram a deslizar lentamente pelas minhas costas.

— Como foi o jogo final? Ouvi que foi no tie-break! — continuou Luke, completamente alheio ao meu conflito interno.

— Foi... muito disputado — respondi, fechando os olhos quando senti os lábios de Carlos chupando meu pau, para ele aquilo era um jogo, e ele estava ganhando, eu me controlava para não gemer e o Luke perceber. — Ganhamos por... por dezesseis a quatorze.

Carlos continuou sua exploração deliberadamente provocante, suas mãos agora deslizando sob minha bunda, tocando com dedos que pareciam deixar rastros de fogo.

— Você está ofegante. A comemoração está animada? — perguntou Luke, e pude ouvir o sorriso em sua voz.

— Muito — foi tudo que consegui responder, mordendo o lábio para suprimir qualquer som que ameaçasse escapar enquanto Carlos pressionava seu corpo mais firmemente contra o meu. – Estava bebendo no quarto do Marcello, mas já vou me deitar

— Não posso esperar para te ver amanhã — disse Luke, sua voz carregada de carinho genuíno. — Te amo tanto, sabia?

Aquelas palavras foram como um balde de água fria, contrastando dolorosamente com o fogo que Carlos provocava em mim. A culpa e o desejo travavam uma batalha feroz em meu peito.

— Também te amo — respondi, e apesar de tudo, essa parte não era mentira. Eu amava Luke. O que tornava tudo ainda pior.

— Descanse um pouco. Devem estar todos exaustos depois de tantos jogos — disse ele. — Sonhe comigo.

— Vou sonhar — prometi, sentindo o peso da mentira.

— Boa noite, meu campeão.

— Boa noite.

Quando a chamada terminou, fiquei olhando para a tela por alguns segundos, a foto sorridente de Luke me encarando de volta, acusadora. Carlos permaneceu imóvel, observando minha expressão, suas mãos ainda em minha pele, mas agora estáticas, como se esperasse minha decisão.

— Isso é errado — murmurei, mais para mim mesmo que para ele.

— Então por que parece tão certo? — respondeu ele, sua voz baixa, rouca de desejo contido.

Ergui os olhos para encontrar os dele, escuros e intensos na penumbra do quarto. Toda a confusão dos últimos dias parecia cristalizada naquele momento de escolha.

Com um movimento deliberado, coloquei o celular virado para baixo sobre a mesa próxima. Então, com a culpa ainda queimando em meu peito, mas incapaz de resistir à gravidade que existia entre nós, puxei Carlos de volta para mim. Nossos lábios se encontraram novamente, mais urgentes que antes. A barreira havia caído. Não havia mais fingimento, não havia mais negação. Apenas aquela verdade crua e contraditória: eu poderia amar Luke com todo meu coração, mas meu corpo, naquele momento, pertencia inteiramente a Carlos. Fizemos um 69 onde eu chupava o pau imenso do Carlos e ele me chupava, estávamos bêbados, e com um louco desejo um pelo outro. Na escuridão daquele quarto de hotel, longe de casa e de todas as consequências, nos permitimos ser apenas instinto e desejo, me entreguei ao Carlos e ele se entregou a mim, era isso que nos dois juntos éramos, um fogo, um desejo, eu estava começando a ficar confuso, eu sabia que não era certa falar que amava meu namorado, enquanto tinha meu pau sendo chupado pelo meu melhor amigo, mas como já falei várias vezes eu era um adolescente que estava aprendendo as coisas da vida, e ali só queria me entregar ao prazer. Meti no Carlos por bastante tempo, comi ele de quatro, na janela do quarto, no banheiro, e também acabei dando para ele, ele me pegou de jeito e me colocou numa mesa redonda que tinha no quarto, ele meteu seu pau em mim, e eu gemi de prazer, o sexo com o Carlos era intenso, ele gozou em mim, senti os jatos pulsando no meu cu, e ali eu gozava pela segunda vez na noite. Ele me puxou e deitamos na cama dele, trocamos mais um beijo e então ele ficou alisando minha cabeça até pegarmos no sono, mas eu sabia que o amanhecer traria consigo o peso inescapável de todas as nossas escolhas.

No outro dia acordei com a culpa pesando em meus ombros. Era óbvio esse sentimento. Olhei para o lado e Carlos estava dormindo. Ele então percebeu que eu havia acordado, abriu os olhos e sorriu para mim. Agora eu não tinha álcool no meu corpo, eu não tinha mais aquele desejo. Eu apenas queria voltar para minha vida, e toda a confusão que eu tive nos dias anteriores parecia ter evaporado. A verdade era que eu podia ser um completo canalha, talvez tenha usado o Carlos para suprir meus desejos, mas eu amava o Luke. Era ele que eu queria, ele que era o meu namorado. E apesar de tudo, com Carlos era só curtição, e eu sempre deixei isso claro.

Me levantei em silêncio, então Carlos falou:

— Está tudo bem? — sua voz soava tão vulnerável que senti uma pontada no peito.

Respirei fundo antes de responder, evitando seu olhar.

— Sim, só estou cansado ainda de ontem... — hesitei, sabendo que precisava colocar as coisas às claras — Carlos, o que houve ontem foi um erro, você sabe. Acabei falando e fazendo coisas que sóbrio eu não faria, e você sabe disso — tentei jogar a culpa na bebida, afinal era mais que clichê fazer isso.

Carlos se sentou na cama, passando as mãos pelo rosto. Ele não parecia surpreso, mas havia uma sombra de mágoa em seus olhos.

— Já te disse que tudo bem — sua voz saiu tensa, contradizendo suas palavras — Pode voltar pro seu namoradinho perfeito... — ele deu uma risada amarga — E quer saber? Não ligo. Eu tenho certeza que um dia você volta pra mim, e vou te mostrar que posso ser muito melhor que ele.

Aquilo me irritou. A facilidade com que ele descartava meus sentimentos, como se fossem temporários ou menos importantes.

— Carlos, a gente é amigo — tentei soar firme, mas conciliador.

Ele se levantou abruptamente, ficando a centímetros de mim. Pude ver o brilho de raiva misturado com desejo em seus olhos.

— Lucas, eu já disse que não sinto só amizade por você! — sua voz tremeu — E te desejo, porra! Quero você pra mim!

Algo em mim explodiu. Toda a tensão acumulada, a culpa, a confusão dos últimos dias.

— MAS EU NÃO POSSO, CARLOS, ENTENDA! — gritei, minha voz ecoando pelo quarto — EU NAMORO O LUKE E AMO ELE! É DIFÍCIL DE ENTENDER?

O silêncio que seguiu foi ensurdecedor. Carlos ficou paralisado, seus olhos marejados. Por um momento, achei que ele ia revidar ou gritar de volta, mas ele apenas abaixou a cabeça. Sem dizer uma palavra, pegou suas coisas e foi para o banheiro. O som da porta fechando com força foi como um ponto final.

Me deixei cair sentado na cama, coração acelerado. O que eu estava fazendo? Destroçando uma amizade? Sendo cruel com alguém que claramente tinha sentimentos por mim? Mas o que mais eu poderia fazer? Mentir? Dar esperanças falsas?

Carlos demorou no banho. Quando finalmente saiu, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Era evidente que havia chorado, mas fingi não notar. Não sabia o que dizer para consertar a situação. Ele não olhou para mim enquanto pegava algumas roupas da mochila. Aproveitei para ir ao banheiro.

Deixei a água quente cair sobre meu corpo, como se pudesse lavar a culpa e a confusão. Quando saí, o quarto estava vazio. Carlos havia sumido com suas coisas.

Desci para o café e me sentei com os amigos. Todos pareciam normais, conversando animadamente sobre a viagem. Carlos estava em uma mesa distante, rindo forçadamente com algumas pessoas que mal conhecíamos. Era doloroso ver como ele se esforçava para parecer bem.

O professor anunciou que voltaríamos para nossa cidade depois do almoço e que só chegaríamos em casa à noite. Mandei mensagem para Luke avisando que só nos veríamos no colégio no dia seguinte, pois chegaria tarde. Ele ficou triste, mas entendeu. Também avisei minha mãe sobre o horário.

Voltei para o quarto para arrumar minhas malas. Carlos estava lá, guardando as últimas coisas em silêncio. Nossos olhares se cruzaram por um instante, e pude ver toda a dor que eu havia causado. Ele terminou rapidamente e saiu sem dizer uma palavra, provavelmente indo para o quarto de algum outro amigo.

Fiquei sozinho com meus pensamentos. Talvez fosse melhor assim, ficarmos distantes por um tempo. Eu não poderia dar o que ele queria, e prolongar aquela situação só causaria mais sofrimento para nós dois. Enquanto fechava minha mochila, percebi que a culpa não havia diminuído. Na verdade, parecia ter se transformado em algo mais profundo, mais permanente. Eu tinha a sensação de que, independente da decisão que tomasse, alguém sairia machucado.

E o pior é que eu nem sabia mais se estava sendo honesto comigo mesmo.

O ônibus cortava a tarde pela estrada, deixando para trás os dias de competição e confusão. Eu estava afundado em minha poltrona, fones de ouvido isolando-o do mundo enquanto uma playlist melancólica tocava. A música de Rihanna parecia perfeita para seu estado de espírito – letras introspectivas sobre arrependimento e conexões perdidas.

Pelo reflexo da janela escura, conseguia ver Carlos sentado lá atrás, várias fileiras de distância. Ele havia escolhido um lugar isolado, longe do grupo animado que comentava as melhores jogadas do campeonato. Carlos olhava fixamente pela janela, o rosto iluminado apenas pelos postes ocasionais que passavam na estrada. Ninguém parecia notar o peso do silêncio entre os dois.

Fechei os olhos, tentando organizar meus pensamentos. As imagens dos últimos dias se misturavam em minha mente – o jogo, a celebração, a bebida, Carlos. Tudo parecia tão confuso agora. Uma parte queria levantar, ir até lá e consertar as coisas, dizer que ainda poderíamos ser amigos. Mas outra parte sabia que talvez fosse melhor assim, o distanciamento como uma forma de cicatrização.

O professor anunciou que estavam entrando na cidade, chequei o celular – quase 22h. Havia algumas mensagens de Luke perguntando se estava tudo bem, se estava chegando. Guardei o aparelho no bolso sem responder, decidindo que falaria com ele quando estivesse em casa. As luzes da cidade começaram a aparecer, e logo o ônibus diminuiu a velocidade, entrando na rua principal. Parou em frente à escola, onde alguns pais já esperavam, peguei minhas coisas e desci, procurando minha mãe entre os carros estacionados. Avistei seu carro logo à frente e caminhei naquela direção, percebendo que Carlos vinha alguns passos atrás, sozinho.

— Oi, mãe — disse jogando a mochila no banco traseiro.

— Oi, filho! Como foi o campeonato? — Minha mãe sorriu, dando-lhe um abraço rápido.

— Foi legal, a gente...

— Ah, Carlos! — sua mãe interrompeu, acenando para o garoto que passou por eles, cabisbaixo — Espera um pouco!

Carlos parou, relutante, e se virou.

— Oi, dona Cláudia.

— Seu pai me ligou mais cedo. Pediu para levar você em casa — ela explicou — Disse que estava bebendo com uns amigos e não poderia dirigir hoje.

O rosto de Carlos se contorceu em uma expressão que misturava raiva e resignação.

— Não precisa se incomodar, dona Cláudia. Posso pegar um Uber.

— Que nada, menino. Você mora a caminho da minha casa mesmo — ela insistiu, já abrindo a porta do passageiro — Entra aí. Lucas, põe a mochila dele no porta-malas, por favor.

Eu e Carlos trocámos um olhar breve e desconfortável. Carlos entregou sua mochila sem dizer uma palavra, e a colocou no porta-malas. Quando entrou no banco de trás, o clima dentro do carro era tão denso que quase poderia ser cortado com uma faca.

— E aí, como foi o jogo final? Vocês ganharam de lavada? — perguntou minha mãe, tentando preencher o silêncio enquanto dirigia pelas ruas da cidade.

Carlos olhava pela janela, deixando que eu respondesse.

— Foi bom — Disse, forçando um entusiasmo que estava longe de sentir — A gente ficou ganho no sufoco, mas no final deu certo.

— Sinal que os treinos estão cada vez melhor! — ela exclamou — O Carlos jogou bem? Você sempre disse que ele é o melhor do time.

— Sim... ele jogou muito bem.

Carlos continuou em silêncio, apenas assentindo educadamente quando minha mãe o elogiou. Os minutos no carro pareciam se arrastar eternamente.

— E como estava o hotel? As acomodações eram boas? Vocês dividiram quarto, não é?

— Estava tudo tranquilo, mãe — Respondi rapidamente, querendo mudar de assunto — Como foram as coisas por aqui?

A conversa seguiu por caminhos mais seguros enquanto Mainha relatava os acontecimentos dos últimos dias. Finalmente, chegamos no prédio do Carlos:

— Obrigado pela carona, dona Cláudia.

— De nada, querido. Apareça lá em casa qualquer dia desses para jantar, como sempre fazia. Ando sentindo sua falta.

Carlos forçou um sorriso.

— Obrigado. Boa noite — disse, e após uma breve hesitação, acrescentou — Tchau, Lucas.

— Tchau — Lucas respondeu, quase num sussurro.

Observamos Carlos entrar no prédio antes de partir. Minha mãe comentou como ele parecia abatido, se estava tudo bem. Murmurei algo sobre cansaço da viagem, e fiquei aliviado quando finalmente chegaram em casa.

— Vou tomar um banho e dormir, mãe. Estou exausto — disse, após entrar.

— Tudo bem, filho. Tem comida na geladeira se quiser.

Fui direto para o meu quarto, jogando a mochila no chão e se deixando cair na cama. Finalmente sozinho, senti o peso de tudo que havia acontecido. Peguei o celular e abriu o chat com Luke, hesitando por um momento antes de digitar:

"Cheguei em casa agora. Desculpa não ter respondido antes, a viagem foi cansativa. Estou exausto, vou dormir. Amanhã a gente se vê na escola. Senti sua falta."

Enviei a mensagem e fiquei olhando para a tela, esperando. Luke respondeu quase imediatamente:

"Que bom que chegou bem! Também senti muito sua falta. Mal posso esperar pra te ver amanhã. Descansa bem. Te amo ❤️"

Olhei para aquelas palavras por um longo tempo. "Te amo". Deveria ser reconfortante, mas por alguma razão, só fez com que eu me sentisse pior. Digitei "Também te amo" e desliguei o celular. Deitado na escuridão do quarto, com o silêncio da casa ao redor, eu me perguntei como enfrentaria o dia seguinte. Como olharia nos olhos de Luke sabendo o que havia feito. Como lidaria com Carlos nos corredores da escola. Como seguiria em frente carregando esse segredo. O sono demorou a chegar, e quando finalmente veio, trouxe sonhos confusos onde rostos e sentimentos se misturavam em um turbilhão de culpa e desejo

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 15 estrelas.
Incentive Contosdolukas a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de ContosdolukasContosdolukasContos: 495Seguidores: 111Seguindo: 46Mensagem Jovem escritor! Meu email para contato ou trocar alguma ideia (contosdelukas@gmail.com)

Comentários

Foto de perfil genérica

Essa história de Lucas e Carlos não vai dar certo, não digo apenas por saber que eles não ficam juntos no final, mas digo porque Carlos ama Lucas e Lucas não ama Carlos desse jeito, essa questão de amor não correspondido sempre acaba mal.

0 0
Foto de perfil genérica

Complicado demais essas mentiras!!

0 0
Foto de perfil de Xandão Sá

A monogamia não é natural, por isso causa tanto drama... rsrsrsrs

0 0
Foto de perfil de Contosdolukas

Sim! No próximo capítulo terá um texto sobre isso que eu fiz! Rs que acho que vai demonstrar bem os sentimentos do nosso Lucas rs

0 0