Eu não me lembro exatamente quando parei de ser namorado e comecei a ser propriedade. Acho que foi aos poucos… como uma coleira que aperta um centímetro por semana. E um dia você já não respira direito — mas acha isso normal.
Daniel tem cerca de 1,85m de altura, ombros largos, postura dominante. O tipo de homem que impõe presença apenas com o olhar. A pele é morena clara, o corpo definido — não de academia obsessiva, mas de alguém que cuida de si com naturalidade. Músculos firmes, veias discretas nos braços e um abdômen marcado o suficiente pra ser notado sob uma camiseta justa. O rosto é sério, anguloso, com uma barba bem aparada que reforça sua virilidade. Os olhos são castanho-escuros e frios, como se enxergassem através das pessoas. Ele raramente sorri, e quando o faz, é quase sempre por desprezo ou sarcasmo. Sua voz é grave, controlada, e cada palavra parece ter o peso de uma ordem
Eu por outro lado, me chamo Lucas, tenho 1,72cm, gordinho com cerca de 90kg. Tenho olhos castanhos médios, cabelo castanho bem clarinho, quase loiro. Diferente de Daniel que é mais liso, tenho bastante pelos clarinhos espalhados pelo corpo, no estilo ursinho mesmo.
Daniel sempre foi um pouco distante. Frio. Seguro. Sedutor de um jeito arrogante. Desde o começo ele deixou claro: ele mandava, e eu obedecia. No início era só brincadeira. Palavras no ouvido, tapinhas durante o sexo. Mas com o tempo, tudo se misturou. Brincadeira virou rotina. E rotina virou regra. Eu não decido nada. Nem quando como. Nem quando gozo.
E eu amo isso. E odeio amar isso.
Hoje foi mais um dia como qualquer outro. Eu acordei antes dele, como sempre. Preparei o café, limpei a cozinha, e fiquei de joelhos ao lado da cama esperando ele levantar. Ele acordou, olhou pra mim com aquele desprezo habitual e disse, sem um bom dia:
— Tem louça na pia ainda?
Meu estômago gelou. Eu tinha deixado uma única caneca lá, por esquecimento. Tentei explicar, mas ele me interrompeu com aquele tom gelado:
— Eu não pedi explicações. Vai pro canto. Fica de joelhos até eu mandar levantar.
Fiquei. Meus joelhos doeram, mas eu nem me mexi. A dor era parte da punição. Parte da recompensa, talvez. Após sair pra trabalhar, me enviou uma mensagem:
"Hoje à noite, não faça planos. Prepare o quarto de hóspedes. E fique quieto."
Eu já sabia o que isso significava. Daniel ia trazer alguém pra transar. E eu... ia assistir.
Não era a primeira vez.
Passei o dia inteiro em um estado estranho de ansiedade e excitação. Limpei a casa como se minha vida dependesse disso — e de certa forma, dependia. Coloquei o plug em mim, como ele gosta. Não comi. Só bebi água. Me deixei em estado de espera. De servidão.
Quando ele chegou, não disse nada. Apenas me deu um olhar rápido e entrou no banho. Eu ouvi quando a campainha tocou. Outro homem. Voz estranha. Jovem. Rindo. Eles foram direto pro quarto de hóspedes. E então ele me chamou:
— Lucas. Vem. De joelhos.
Me arrastei até lá. Estava nu, com o plug latejando dentro de mim. Me ajoelhei ao lado da cama como um cão de estimação. O outro homem me olhou, surpreso, riu. Daniel apenas disse:
— Ele é meu. Só observa.
E eles começaram.
Beijos, toques, gemidos. O som de duas bocas se devorando. O cara tirou a roupa, se exibindo. Tinha um corpo bonito, mas o que me fez tremer foi ver o jeito que Daniel o olhava. Aquele olhar que um dia foi meu. Aquele desejo. Aquela fome.
Eles estavam na cama, e o outro já estava de quatro. Daniel cuspiu entre suas nádegas, abriu com as mãos e começou a lamber. Devagar. Com calma. Com prazer. Eu tremia por dentro. Aquela língua… aquela boca… eu implorava por ela toda semana, e agora ela estava ali… numa outra carne.
E então, sem aviso, Daniel penetrou o cara. Seco. Cru. Rápido. E fundo.
Eu engasguei no choro que não podia sair. Eles gemiam. Ele gemia. Meu namorado. Fodendo outro. Com força. Com gosto. E eu ali. Ajoelhado. Sem poder tocar em mim. Sem poder virar o rosto.
Cada estocada era uma facada no meu ego. E um sopro no meu desejo. Porque, por mais que doesse, por mais que me destruísse... era ali que eu pertencia.
— Olha como ele treme — disse o outro homem, olhando pra mim.
— Ele gosta. — respondeu Daniel, segurando os quadris dele com firmeza. — Ele ama ver que não é suficiente. Que tem que me dividir. Que é descartável.
Fechei os olhos. Tentei conter o orgasmo que vinha sozinho. Meu pau duro, latejando, escorrendo. Sem ter sido tocado. Sem permissão. Uma punição invisível prestes a se cumprir.
Daniel gozou fundo dentro do outro cara. Roçando, gemendo, rindo. Depois olhou pra mim com aquele brilho cruel:
— Vem lamber.
Me arrastei. Como um verme. A língua tremia, mas eu limpei tudo. O esperma quente, o suor, o gosto do prazer alheio. O sabor da minha inferioridade.
Quando terminei, ele cuspiu na minha boca e disse:
— Boa cadela.
E foi tomar banho com o outro. Me deixou ali. No chão. Com o gosto dele na garganta. O corpo doendo. E o coração? Nem sei mais se tenho.
Mas sei que... eu amei cada segundo.