Edu era um rapaz calado, reservado e com uma habilidade rara. Desde que era criança, ele possuía uma sensibilidade única para a música, algo que parecia vir de dentro de sua alma, como se os acordes nascessem de sua essência. No entanto, sua cegueira não era algo simples. Ela limitava seus movimentos, mas não o impedia de explorar o mundo ao seu redor. Ao contrário, talvez sua deficiência fosse uma das razões pelas quais ele se aprofundava tanto nas notas musicais, com um carinho quase reverente. Já sua irmã gêmea, Laura, sempre fora uma tempestade: exuberante, escandalosa e imprevisível. Ela adorava estar no centro das atenções, e o brilho de sua presença nunca passava despercebido. Com uma beleza marcante e um sorriso astuto, Laura sabia como manipular as pessoas a seu redor, especialmente quando se tratava de seu irmão, Edu. Ela era o tipo de mulher que se alimentava da dor alheia, que se divertia com as fraquezas dos outros e Edu, com sua timidez e sua cegueira, era o alvo perfeito.
Desde pequenos, Laura sabia como criar situações constrangedoras para Edu. No colégio, ela adorava fazer piadas sobre ele, instigando seus amigos a rirem de seu irmão cego. "Edu, você não consegue ver, mas todo mundo está rindo de você agora", dizia ela, e os risos ecoavam como um eco distante no coração de Edu, que sempre tentava ignorar as provocações, mas sua dor era inegável.
Em casa, Laura fazia questão de expor as limitações de Edu, como se fosse uma forma de divertimento pessoal.
Foi um vizinho que, num ato de bondade, levou Edu a uma igreja evangélica local quando ele tinha apenas 12 anos. O lugar estava cheio de sons, de vozes, de instrumentos tocando juntos, criando uma harmonia que parecia fazer o mundo parar. Para Edu, o impacto foi imediato. Ele não via as cores, mas sentia cada nota, cada melodia com uma intensidade avassaladora. Começou a frequentar a igreja todos os domingos onde foi abraçado por todos, aprendendo a tocar piano, bateria e até mesmo instrumentos de corda. Mas foi no violão que ele encontrou sua verdadeira voz, um instrumento que parecia ser uma extensão de si mesmo.
Mas, nesse processo de aprendizado, enquanto estava tentando tocar violão no canto da sala, ela se aproximava, fazendo barulho, pegando objetos e interrompendo a concentração dele. "Ah, o que você vai fazer agora, Edu? Vai criar outra canção de igreja triste e sem graça?", ela zombava. Às vezes, quando ele estava tocando uma melodia suave e profunda, ela entrava na sala e começava a cantarolar desafinada, apenas para perturbar a calma de Edu.
Com o passar dos anos, as melodias fluíam de seus dedos com uma leveza única, como se as músicas já estivessem ali, apenas esperando para serem libertadas. Mas o seu talento era algo que ele mantinha em segredo. Apenas alguns amigos mais íntimos conheciam sua habilidade.
Mas Laura não via em Edu um talento. Ela via apenas uma ferramenta, que poderia usá-lo para alcançar seus próprios objetivos. E, quando descobriu o potencial artístico do irmão, algo em seu interior se acendeu — não pela admiração do talento de Edu, mas pela oportunidade de brilhar à sua custa.
Aos 17 anos, quando Edu começou a criar músicas cada vez mais profundas, onde se permitir compor não apenas letras religiosas que ele amava, mas também músicas com temáticas livres, que falavam da vida, como se sentia, o que gostaria de viver.
Laura o abordou, como se fosse uma espécie de revelação.
— “Você sabia que pode me ajudar a alcançar o sucesso, Edu? Suas músicas... Elas são tão lindas, tão intensas. E se eu as cantasse? Juntos, seríamos imbatíveis.”
Laura havia percebido a vulnerabilidade de seu irmão, sua natureza tranquila e a falta de confiança que ele tinha em si. Era tão fácil manipulá-lo. Ele, tão tímido, nunca imaginaria que ela usaria suas músicas para construir uma carreira própria.
A primeira vez que Laura gravou uma das músicas de Edu, ela não deu créditos ao irmão. Ela usou um pseudônimo, e, embora todos soubessem que ela não era a compositora, ela sempre se esquivava dessa verdade. A música de Edu era bela, e seu toque no violão, uma poesia sem palavras. Mas algo não casava com a performance de Laura. Ela até tinha uma boa voz, mas as músicas pareciam vazias quando saíam de sua boca. Ela não sentia aquilo como Edu sentia.
— "Laura, essa música… tem algo de errado nela," comentou um dos produtores musicais com quem ela tentava trabalhar. "Você canta bem, mas falta algo. Falta alma."
Laura sabia que ele estava certo. O talento estava ali, nas músicas de Edu, mas ela não conseguia capturar a verdadeira essência daquelas melodias. Ela tentava forçar, forçar a emoção que não estava em sua voz, e isso era óbvio. No entanto, o que Laura não sabia é que sua busca pela fama estava prestes a ser abalada por uma presença inesperada.
Foi em um evento musical que Laura conheceu Dom. Ele era o produtor musical que todos os artistas desejavam impressionar, e sua presença causava frisson por onde passava. Com um olhar penetrante e um sorriso que desarmava qualquer um, Dom era lindo, um tesão de macho enorme e forte. Todos conseguiam apenas focar naquele rosto anguloso e ligeiramente barbudo, naquele olhar penetrante e no sorriso genuíno. Qualquer gay ao lado dele jamais admitiria, mas seu cu iria piscar, e não era pouco. Laura estava hipnotizada por aquele corpão, os braços musculosos, as coxas grossas e vigorosas que pareciam querer estourar aquele jeans a qualquer momento quando ele contraía a musculatura delas fazendo-as dobrar de tamanho e, para aquele contorno enorme e saliente junto a sua coxa esquerda, como se um salame estivesse alojado ali.
Dom era o tipo de homem que fazia as mulheres suspirarem. Laura, sempre em busca de uma chance, fez tudo para chamar sua atenção. Ela sabia o quanto ele adorava novos talentos e não hesitou em se jogar nos braços dele, tentando seduzi-lo com a promessa de ser sua nova musa.
Dom gostou da voz de Laura, mas, apesar de gostar, sentia que algo não estava certo. As canções dela, embora boas, pareciam vazias. Faltava uma química, algo que fosse além da técnica. Ele começava a questionar se Laura realmente possuía a autenticidade que ele procurava. E foi em um desses momentos de insatisfação, enquanto ouvia mais uma das gravações dela, que ele perguntou:
– Quem escreveu essas músicas?
Laura, sem pensar, respondeu:
– Eu, claro. Toda a letra é minha.
Mas algo na expressão de Dom fez Laura hesitar. Ele não estava completamente convencido.
– Não, não é só isso. A melodia… Ela tem algo a mais. Quem fez a música?
Laura, incomodada com o questionamento, finalmente cedeu e revelou a verdade.
– É do meu irmão. Edu. Ele compõe, mas… ele é cego e nunca quis se expor. Então, eu uso as músicas dele para minha carreira.
Dom, com um olhar mais atento, ficou em silêncio. Ele sentiu algo que não conseguia explicar. Queria conhecer o verdadeiro criador por trás daquelas canções. E foi quando ele entrou na vida de Edu que o mundo de ambos mudou para sempre. A ideia de que aquele talento genuíno estava escondido nas sombras do anonimato o intrigava.
Laura levou seu irmão contra sua vontade até o estúdio Baeta e ali Dom conheceu Edu, foi como uma explosão de luz no escuro. Edu era diferente de tudo que ele imaginava. A fragilidade de Edu, sua serenidade silenciosa, a maneira como tocava seu violão com uma dedicação apaixonada, encantaram Dom. Cada acorde parecia falar diretamente com seu coração, como se Edu estivesse expressando a dor e a beleza de sua alma. Dom ficou completamente rendido.
Dom se apaixonou não apenas pela música de Edu, mas pela pureza que ele irradiava, pela sua alma intransigente. Era como se, ao olhar para Edu, Dom visse a verdadeira beleza, algo que ele jamais encontraria em uma superfície tão frágil como a de Laura.
Edu, embora tímido e desconfiado, não pôde ignorar a atenção de Dom. Ele começou a sentir uma conexão com o produtor. Era como se, finalmente, alguém estivesse enxergando a verdade sobre suas músicas, sem tentar distorcê-las para obter fama. Ele sentia algo por Dom que nunca tinha experimentado antes. Era um sentimento doce e potente, como uma melodia que ele ainda não sabia como expressar.
Nos meses seguintes, a relação entre Edu e Dom floresceu. Eles passaram a criar juntos, a compor juntos, e o que começou como uma colaboração musical tornou-se algo mais profundo. Quando Dom tocava suas mãos nas de Edu, ele sentia como se estivessem criando uma nova harmonia, algo que estava além das notas e acordes. A música, agora, tinha mais do que um sentido artístico: ela unia seus corações.
Dom sempre soubera que a música tinha um poder imensurável. Era capaz de unir corações, de transformar vidas, de curar feridas. Mas jamais imaginara que fosse a música que o faria se aproximar de Edu, um rapaz tímido e cativante, com um talento único, mas que, à sua maneira, carregava uma aura de fragilidade que o deixava ainda mais fascinante.
Quando Dom conheceu Edu, não foi como uma busca por um novo artista ou uma simples colaboração musical. Algo mais forte estava em jogo, algo que ele não conseguia definir. Desde o primeiro momento, quando Edu o tocou com suas melodias silenciosas, Dom sentiu uma conexão inexplicável. O som do violão de Edu parecia dizer mais do que palavras jamais poderiam, e, aos poucos, as notas começaram a se entrelaçar com algo mais, algo que começava a ter o sabor da intimidade.
Dom não era ingênuo. Sabia que as relações de trabalho podiam, muitas vezes, ser confusas, especialmente quando sentimentos começavam a ser envoltos na trama das músicas. Mas o que ele sentia por Edu era diferente de tudo que ele já experimentara. Não era um simples encantamento pela habilidade musical do rapaz. Era algo mais profundo, algo que ele só começava a perceber quando estava ao lado de Edu, sentado com ele, ouvindo-o tocar.
O vento frio do fim da tarde acariciava as árvores altas ao redor da chácara de Dom, localizada no Riacho Grande, em São Bernardo. Era um lugar isolado, de uma tranquilidade absoluta, onde Dom tinha um estúdio em sua casa para alguns trabalhos mais caseiros. Um refúgio perfeito para a criação musical, longe da cidade barulhenta. A casa, de arquitetura rústica e sofisticada ao mesmo tempo, estava imersa em um ambiente natural, com jardins floridos e o som da represa ao fundo. Dom adorava aquele lugar, e sabia que seria o cenário perfeito para levar Edu. Queria mais do que uma simples reunião musical; queria aprofundar a conexão que estava se formando entre eles.
Mas havia algo que Dom não sabia: Laura não descansaria enquanto não estivesse no controle de tudo. Ela sentia, com um sexto sentido afiado, que estava crescendo um sentimento a mais entre Dom e Edu. Algo que ela não poderia controlar, algo que ameaçava seu plano de ser a estrela da música. A ideia de Edu se aproximando de Dom não a agradava nem um pouco, especialmente porque ela via o quanto Dom estava se encantando com o talento e a presença silenciosa de seu irmão.
Então, quando Edu foi convidado para ir à chácara de Dom, Laura decidiu que não poderia ficar de fora. Ela sabia que, se fosse junto, teria a chance de manipular a situação. E, se necessário, ela faria o que fosse preciso para afastar os dois.
Na manhã do convite, Dom havia se mostrado interessado não apenas nas músicas de Edu, mas também em passar mais tempo com ele. Laura, com seu olhar afiado, notou a atenção especial de Dom, mas ainda tentava se manter controlada. Não poderia perder Dom para Edu — ou para qualquer outra pessoa.
— “Dom me convidou para ir à sua chácara, mas ele só me chamou para ver as músicas que estou compondo. Acho que é uma boa oportunidade para ver como ele trabalha, né?” Edu dizia, com sua voz suave, sem perceber as intenções de Laura.
Mas Laura não podia deixar aquilo acontecer. Não, ela precisava estar lá também. Algo em seu instinto dizia que esse era o momento decisivo. Então, com um sorriso malicioso, Laura interveio.
— “Eu também quero ir. A gente nunca sabe o que pode acontecer, Edu, você, cego, não pode ficar andando sozinho. E você sabe o quanto a companhia de uma pessoa bonita pode ser importante nesses momentos, né?” Ela disse, seu tom carregado de ironia. "Além disso, eu também sou cantora, não é? Acredito que Dom vai querer ouvir suas músicas na minha voz também."
Edu, confuso, apenas assentiu, sem questionar. Ele sabia que Laura era difícil de lidar, mas não queria criar mais um conflito entre eles. Se ela queria ir, não teria problema. Mas o que ele não sabia era que Laura tinha algo bem mais planejado.
Quando chegaram à chácara de Dom, o cheiro e a brisa já encantava Edu. Ele era alguém que absorvia o mundo com outros sentidos, e aquele ambiente parecia perfeito para ele. Dom os recebeu com seu sorriso característico, um sorriso que deixava claro seu interesse por Edu. Laura, por outro lado, analisava tudo, seus olhos afiados observando cada movimento de Dom, tentando decifrar se havia mais entre eles do que aparentava.
O estúdio de Dom, localizado ao fundo da casa, com a represa como fundo era o ponto central de todo o ambiente. Moderno e cheio de instrumentos, ele era um verdadeiro santuário para a música, mas Laura não estava ali apenas para ouvir música. Ela queria ver como Dom tratava Edu, queria confirmar seus temores e, talvez, eliminar de vez qualquer possibilidade de perder o controle.
— “Edu, vou te mostrar o meu estúdio. É onde tudo acontece, onde a magia da música acontece." Dom disse, com um brilho no olhar, segurando Edu com o braço para que o seguisse.
Enquanto isso, Laura ficou para trás, sentada no sofá da sala, fingindo estar interessada em observar os detalhes da casa. Mas seu olhar não saía de Dom e Edu. Ela podia ver o que estava acontecendo entre eles, e isso a incomodava profundamente.
Mas Laura sabia como manipular as situações. Quando o som do violão de Edu começou a preencher o estúdio, com seus dedos dançando nas cordas, ela percebeu que o momento estava propício. O clima entre os dois estava se tornando mais íntimo, mais carregado de significado. E ela não poderia permitir que isso continuasse.
Então, ela entrou no estúdio, interrompendo o que parecia ser um clima profundo entre Edu e Dom. Com sua voz doce e exageradamente encantadora, Laura se aproximou.
— “Dom, eu sei que você tem interesse em ouvir essas músicas na minha voz também, não é? Não podemos deixar Edu dominar tudo, não é mesmo?” Ela disse, com um sorriso sarcástico, quase provocante.
Dom, surpreso com a intervenção de Laura, tentou manter a calma. Ele sabia o que estava acontecendo, sabia que ela estava tentando manipular a situação para se colocar no centro das atenções. Mas, mais do que isso, ele sabia que a razão pela qual Laura estava fazendo isso não tinha nada a ver com a música ou o talento de Edu.
— “Laura, agora não... Vamos ouvir Edu. O momento é dele.” Dom respondeu, sem querer ofender, mas com uma firmeza que parecia clara o suficiente para ela perceber que ele não seria manipulado .
Laura, no entanto, não se deu por vencida. Quando Edu estava prestes a continuar tocando, ela o interrompeu, aproximando-se dele de maneira mais ousada, quase forçada. Ela o tocou no braço, como se fosse uma amiga preocupada, mas seu olhar era de puro desdém.
— “Edu, querido, você é tão bom no violão. Mas, sinceramente, Dom merece algo mais. Você nunca pensou em ser realmente famoso? Talvez eu possa te ajudar.” Laura falou com um sorriso viperino, insinuando que ela poderia usar suas conexões para levar Edu ao topo. Ela sabia exatamente o que estava fazendo, e estava disposta a empurrar Edu para longe de Dom se fosse necessário.
Foi nesse momento que Dom, cansado da manipulação de Laura, tomou uma atitude. Ele olhou para ela com uma frieza que ela nunca imaginaria. Ele sabia que não podia mais esconder o que estava acontecendo entre ele e Edu, e também sabia que Laura não era mais uma parte saudável de sua vida.
— “Laura, chega. Você tem um talento incrível, sim, mas o que você não tem é respeito pelas pessoas. Edu tem um coração puro, e a música dele não é algo que você possa usar. Não estamos aqui para jogar jogos, e muito menos para satisfazer seus caprichos de fama.”
Laura, surpresa pela franqueza de Dom, tentou esconder o desconforto, mas o dano já estava feito. Ela sabia que havia perdido. Não apenas a oportunidade de manipular Edu, mas a confiança de Dom.
Edu, sentindo a tensão na sala, se afastou um pouco. Ele nunca gostou das provocações de Laura, mas nunca soubera como reagir a isso. Agora, ao ver que Dom o defendia, sentiu algo novo crescer dentro de si — uma sensação de liberdade, de que não precisava se submeter a ninguém para ser quem era.
Laura tentou mais uma vez, se aproximando de Dom com um sorriso de quem ainda pensava ter o controle da situação.
— “Dom, não seja tão rígido. Você não sabe o que está perdendo...” Laura começou, mas suas palavras foram interrompidas por uma inesperada revelação. Uma mensagem no telefone de Laura apareceu na tela, de um antigo contato que estava diretamente ligado a seus jogos manipulativos e seus planos de fama.
O nome que apareceu na tela foi o de um produtor musical que já tinha sido procurado por Laura com intenções não tão limpas. Dom, que estava ao lado de Laura, viu a tela do celular e, antes que ela pudesse esconder, leu as mensagens trocadas entre ela e o produtor.
A mensagem dizia claramente: “Eu sei que a música de Edu é boa, mas vamos usar isso para um plano maior. Não podemos deixar Dom perceber. Você vai ser a estrela, não ele.”
Foi a gota d'água. Dom olhou diretamente para Laura, seu olhar mais frio do que nunca.
— “Você realmente achou que poderia usar o talento do Edu assim, Laura? Eu sei quem você é agora.”
Laura, completamente desmascarada, tentou se justificar, mas as palavras se perderam no ar. Ela havia sido exposta. Não havia mais espaço para as mentiras e manipulações.
Edu, ouvindo a conversa, finalmente se levantou. Ele não sentia mais medo de Laura. Não sentia mais necessidade de se submeter àqueles jogos.
— “Dom, eu só quero que minha música seja ouvida, não manipulada . E você foi a pessoa que me fez acreditar nisso.”
Dom sorriu para Edu, e a tensão que pairava sobre a sala se dissipou. Eles sabiam que, de agora em diante, nada poderia mais separá-los.
Laura saiu esbravejando da casa do Dom.
Eles, enfim, estavam sozinhos no estúdio, a luz suave do final de tarde entrando pela janela. Edu estava tocando, seus dedos se movendo suavemente pelas cordas do violão, como se o instrumento fosse uma extensão de si mesmo. Ele não dizia nada, mas Dom sentia cada nota vibrar no ar, como se fosse uma confissão muda.
Dom se sentou ao lado dele, quase sem pensar, sua presença silenciosa completando a melodia. Ele observava os dedos de Edu, os pequenos movimentos, a leveza com que ele tocava, como se cada acorde fosse uma tentativa de dizer algo que as palavras não conseguiam. Então, foi quando Edu parou. A música cessou, e o silêncio os envolveu.
— "Você para de repente, Edu. Por quê?" perguntou Dom, mais por uma necessidade de preencher o silêncio do que por outra coisa. A verdade é que o silêncio entre os dois se tornara denso, carregado de algo que Dom ainda não conseguia entender totalmente.
Edu virou-se para ele, e o olhar tímido e vulnerável de Edu encontrou o de Dom. Era como se ele estivesse prestes a se abrir, mas não soubesse como.
— "Às vezes, a música precisa de um momento de pausa... de silêncio. Ela fala mais quando não estamos tentando forçar uma nota." A voz de Edu era suave, calma, e em suas palavras havia uma paciência que fazia Dom sentir como se o tempo passasse mais devagar ali.
Foi então que Dom percebeu que não estava apenas ouvindo Edu. Ele estava sentindo Edu. O clima de quietude ao redor dele, a forma com que o violão parecia ser o único mundo em que ele realmente existia. Dom queria estar mais perto, mais do que nunca. Ele estendeu a mão e tocou o braço de Edu, sentindo a pele quente sob seus dedos. Edu não recuou. Não havia hesitação.
— "Eu... gosto de como você toca, Edu. Não é só a música. É como você a sente." Dom falou, e sua voz ficou mais baixa, como se o momento fosse mais íntimo do que qualquer outra conversa que tivessem tido até ali.
Edu ficou em silêncio por um momento, e Dom, sem querer, sentiu uma onda de insegurança. Será que ele havia ido longe demais? Mas, então Edu olhou para ele, e algo mudou. Seus olhos, que até então estavam guardados e cautelosos, começaram a se abrir, como se ele estivesse finalmente se permitindo ser vulnerável.
— "Você entende o que eu sinto, não é?" Edu disse, quase como um suspiro. "A música é... a única coisa que me permite ser eu. Eu não preciso ver as coisas para sentí-las, Dom. Eu só sinto."
As palavras de Edu ressoaram na mente de Dom. Ele não entendia tudo, mas sentia que não precisava entender para estar ali, perto dele. A atração, silenciosa e profunda, começou a crescer, e Dom sabia que não podia mais ignorar o que estava surgindo entre os dois.
Edu, com seu violão repousado ao lado. O ambiente estava carregado de uma tensão silenciosa, uma conexão crescente que ambos sentiam, mas não sabiam exatamente como nomear. Edu estendeu a mão. Seus dedos hesitaram por um momento antes de tocar o rosto de Dom, como se procurasse mais do que uma simples aproximação. Ele não podia ver, mas queria sentir — sentir cada traço, cada linha que marcava a face de Dom. O toque de Edu foi suave, lento, como se estivesse desenhando o rosto de Dom em sua mente.
Dom ficou imóvel, a respiração ficando mais profunda. O contato de Edu era algo tão puro, tão genuíno, que ele não pôde deixar de fechar os olhos também. A leveza do toque, a curiosidade de Edu sobre seu rosto, algo o tocou mais do que ele esperava.
— "Eu... não sabia que você ia querer... senti-lo assim." Dom murmurou, com a voz baixa, quase como se temesse quebrar o momento.
Edu, sem pressa, deixou seus dedos deslizarem suavemente pela mandíbula de Dom, explorando o contorno de sua face, como se tentasse memorizar cada detalhe. Seus toques, embora simples, falavam mais do que qualquer palavra poderia expressar.
— "Eu não vejo, Dom. Mas eu sinto." Edu disse, quase num suspiro. "E seu rosto... é mais do que eu imaginava."
Dom, tocado pelo gesto, sorriu. Era como se, de alguma maneira, aquela troca de toques e sensações fosse mais verdadeira do que qualquer olhar.
O toque de Edu no rosto de Dom ficou por um tempo, e naquele breve momento, o que poderia ser apenas um simples gesto se tornou um símbolo silencioso do que eles estavam começando a compartilhar: um vínculo que ia além da visão, um entendimento que apenas o toque poderia traduzir.
Dom examinava com mais apuro Edu. E pensava que o danado do moleque era muito bonito, o corpo bem proporcionado exibia uma musculatura sem exageros, mas bem definida; a pele clara não tinha nenhuma imperfeição, parecia ter sido pintada por um artista; a bunda era uma coisa de louco, volumosa, carnuda, separada em duas bandas carnudas e nenhuma das barangas com quem esteve tinha uma bunda deliciosa como a dele. Isso tudo sem mencionar o rosto de Edu que ainda guardava traços de uma ingenuidade e pureza infantis, com seus olhos esverdeados brilhando de um jeito curioso, e de sua boca, pequena e vermelha, contornada por lábios delicados e que sorriam.
Dom sentia naquele momento que precisava ter seu corpo encostado junto ao do Edu, que precisava beijar aquela boca cujos lábios tremiam ligeiramente.
Então, sem pensar, Dom se aproximou mais. Ele não tinha pressa. Ele sabia o que queria, mas não precisava apressar as coisas. Quando seus rostos estavam a poucos centímetros de distância, Dom sentiu um impulso, uma força invisível que o guiou a dar um passo mais adiante. Ele tocou os lábios de Edu com os seus, de maneira suave, quase tímida. Foi um beijo lento, como a melodia de uma canção que vai crescendo aos poucos, mas com um toque de urgência que, sem palavras, dizia tudo o que Dom sentia.
Edu não recuou. Pelo contrário, seu corpo parecia se derreter na aproximação, e ele respondeu ao beijo de Dom com a mesma intensidade, mas de forma mais delicada, como se cada movimento fosse um delicado acordar. O violão de Edu, que sempre fora sua expressão mais verdadeira, agora estava em silêncio, e ele estava sendo tocado de uma maneira que não podia mais ser ignorada.
O beijo terminou lentamente, e ambos ficaram ali, sem palavras, com o som das respirações rápidas preenchendo o espaço. Dom, olhando para Edu, viu nele algo que ele nunca soubera como buscar. Ele não via fisicamente, mas sentia tudo o que ele era através dos gestos, das notas, do toque. Isso era mais real do que qualquer coisa que Dom já tivesse experimentado. Não havia mais dúvida no ar.
— "Edu... eu..." Dom começou, mas as palavras foram desnecessárias. Eles sabiam o que estavam sentindo.
Após essa declaração, Dom não quis que o momento fosse apenas uma lembrança. Ele queria mais, então não houve hesitação. As mãos de Dom exploraram o corpo de Edu com mais confiança, seus dedos tocando cada curva com a mesma reverência que ele sentia ao tocar um violão. O desejo deles não precisava ser apressado, mas sim saboreado, como uma melodia crescente. Edu não via, mas sentia, e isso bastava.
Dom se aproximou de Edu, tocando suavemente seus lábios novamente, dessa vez mais profundo, mais confiante, como se estivesse se entregando ao que sempre procurou e nunca soubera definir. Edu, por sua vez, o correspondeu com a mesma intensidade, seu corpo moldando-se ao dele, como se finalmente estivesse encontrando o seu lugar.
Após o beijo de Dom, agora Edu retribuiu o beijo profundo de Dom com igual paixão. O corpo de Dom era grande e largo e cobria o seu completamente de uma forma que ninguém mais havia feito antes. Edu colocava as mãos em suas costas e as deslizava. Enquanto eles se beijavam, Edu pode sentir o pauzão de Dom crescendo em sua cueca e pressionando seu quadril.
- Olha como você me deixa– disse Dom olhando para Edu– meu meninão quer brincar com você.
Dom pegou a mão de Edu e levou até seu membro.
- Quem quer brincar comigo?
- Aqui, ó – Pegou a mão de Edu e apertou seu pau por cima do short.
A cara do Edu ficou assustada, pois sentiu que era muito maior que o seu, o queixo foi caindo aos poucos, e ficou ali hipnotizado, enquanto aquele jovem macho alisava o membro ereto sob o short, cujo inchaço fazia o tecido esticar.
Como Edu não reagia, ele pegou a mão do Edu e começou a massagear seu próprio pau, movendo-a ao longo dele. Dom sorria olhando para a mão do pobre garoto.
- Vou te ensinar a fazer tudo, mas agora minha pica quer um carinho.
A jeba colossal de Dom praticamente saltou para fora sozinha, ficando pendurada com a cabeça toda exposta de onde pendia um fio translúcido de pré-gozo. Edu se ajoelhou diante dele, Dom abriu a calça e a puxou até seus pés. Edu ao tocar aquele pauzão cavalar e o sacão de fazer inveja até para um touro se sentiu deslumbrado, aquele pacotão era fenomenal. Fechou a mão ao redor do cacetão grosso sentindo o emaranhado de veias salientes pulsando dentro dele.
- Põe na boca! – instigou Dom
- Não sei como fazer! Eu nunca fiz isso! – a voz dele quase não dava para ouvir, mas era doce, ingênua e dava um puta tesão em Dom.
- É assim! – exclamou, pincelando a cabeça melada do cacete nos lábios dele, que foi se abrindo lentamente até o Edu enfiar a pica dentro da boca.
Dom já não pensava mais com a cabeça de cima, era só a da rola que o guiava, ainda soltava um gemido ao sentir aqueles lábios delicados o lambendo e chupando o seu pau.
- Isso, é assim mesmo! Gostoso! – afirmou, o que o encorajou a continuar.
Dom olhava Edu envolvendo a cabeça com os lábios.
Edu instigado pelo cheiro másculo dos pentelhos densos e encaracolados, chupava aquela caceta enorme e pesada, percorrendo-a da glande até o sacão. Dom se mantinha com as pernas ligeiramente afastadas para que o Edu pudesse alcançar todo seu sexo. Dom com os dedos imersos nos cabelos de Edu, segurava sua cabeça forçando-a para dentro da sua virilha o que fazia o cacetão afundar na garganta do garoto até deixá-lo sem ar. Dom fodia aquela boca como se fosse uma boceta, lançando a cabeça para trás e olhando para o teto enquanto grunhia para liberar o tesão. Edu continuava mamando a verga sem descanso, sorvendo seus fluidos que se mesclavam com sua saliva num sabor deliciosamente único. Dom acabou não conseguindo prevenir que ia gozar, simplesmente começou a ejacular um jato de porra cremosa atrás do outro na boca do Edu, enquanto Edu engolia vorazmente para não se engasgar. Lambia a pica até deixá-la limpinha, sem nenhuma gota de porra, ao passo que uma parte dela lambuzava seu queixo. O produtor musical levou com o polegar até a boca do compositor e Edu chupou o dedo de Dom cheio de porra com muita sensualidade.
Ambos deitaram no tapete do estúdio e Dom envolveu o tronco do Edu, amassou seus peitinhos, rosnou um – vou te foder até deixar esse rabão todo galado com a minha porra – e esfregou o pauzão nas suas nádegas até ele se encaixar no seu reguinho profundo e estreito.
Dom ainda estava explodindo de tesão e 10 minutos depois não conseguia mais esperar, se encaixou na bunda do pobre menino, metia aos poucos, empurrando a rola dentro dele. Edu gemia, mas não desistia, se tremia inteiro nos seus braços. Dom beijava Edu para recompensá-lo pela dor que estava lhe causando, Edu se entregava e retribuía o beijo aceitando aquela língua em sua boca. À medida que empurrava sua pica para dentro dele, Dom sentia sua pica sendo esmagada pela carne quente do garoto.
Dom puxou Edu pela cintura e empurrou para dentro do compositor sua rola. Edu gemeu feito uma cachorra quando a chapeleta rasgou suas preguinhas, atravessou seus esfíncteres e penetrou em seu casulo anal estreito. Ele o segurou em seus braços com mais força, reclinou-se sobre Edu resvalando os pelos do peito em suas costas.
- Edu, seu gostoso tesudo da porra! Isso, me dá esse rabão, dá ele todo para mim! – ronronou arfando, enquanto continuava a se empurrar fundo dentro do cuzinho do jovem compositor.
Dom mesmo ciente de que o estava machucando, não conseguia se conter, só pensava em foder aquele cuzinho. Edu choramingava que ele era grande demais, o que de fato era verdade, pois seu pau tinha bem mais que um palmo e era extremamente grosso; mas em nenhum momento Edu pediu para que tirasse de dentro dele. Dom metia mais fundo e mandava Edu relaxar, o cuzinho estava tão travado ao redor do seu cacete que Edu sentia cada pulsação do sangue no pau do seu dominador chegando para mantê-lo rijo feito uma rocha, enquanto ele gemia baixinho, obediente. Dom acelerava as estocadas, socando a pica até o talo no rabinho apertado do garoto, ate que Dom já estava quase explodindo de tanto tesão, o putinho confessou que era virgem e estava entregando seu cabaço de uma maneira tão carinhosa como ninguém jamais o tratou.
O sacão pesado de Dom batia no reguinho aberto do Edu a cada estocada e, junto com seus gemidos lascivos, dava ritmo ao coito voraz. Houve momentos em que Dom pensou que ele ia rachar Edu ao meio com aquela tora escavando suas entranhas.
- Ai meu cuzinho, Dom! Ai meu cu, cara! Você está arrebentando meu cuzinho! Vai mais devagar, cara! Não estou aguentando! – gemia, sem Dom diminuir o ritmo e a força da pegada com a qual o fodia de tão tomado pelo tesão que estava. Não conseguindo se conter, nem calculando a força com a qual o apertava em seus braços.
- Vou encher esse rabão tesudo de porra, meu putinho gostoso! Vou te inseminar para você nunca se esquecer de quem é seu macho agora! – sussurrava Dom, fodendo o cuzinho do Edu com força profunda.
Até que Dom mão se segurou mais e jorrou toda porra que estava guardada em suas bolas no cuzinho dele, inseminando-o como se o estivesse engravidando. Ele puxou Edu para junto dele, cobrindo seu rosto com seus beijos alucinados, afagava em sua nuca e gemia seu nome expressando toda paixão que sentia por ele. Deixando o seu cacete pulsar até se sentir esvaziado antes de o tirar do cuzinho do passivo, quando Edu voltou a ganir durante a passagem da chapeleta pelos seis esfíncteres rasgados. Algumas gotas de sangue afloraram das suas pregas rompidas. Essa aparente fragilidade do Edu é que o fazia tão sedutor e desejado, e Dom vendo isso sentia só queria ser o homem que o salvaguardaria e o protegeria. Dom naquele momento só queria Edu ao lado, não só como um parceiro de vida, mas como uma espécie de marido com o qual pudesse se deitar todas as noites e trepar até seus bagos estarem vazios e, acordar todas as manhãs encaixado no corpo do parceiro com sua ereção matinal aprisionada entre as nádegas macias e quentes do Edu, que aceitaria sem pestanejar, pois Ele me amava e não queria correr o risco de perder esse amor.
Aquele final de tarde se arrastou devagar, como um solo de violão que começa tímido e vai ganhando força até se tornar uma sinfonia, Dom sentiu que nada mais fazia sentido sem Edu. Não era sobre ver ou tocar; era sobre sentir, sobre se entregar à música que ambos estavam compondo juntos. E, naquela final de tarde, a sinfonia de seus corpos foi a mais perfeita que ele já havia experimentado.
E, no final, Laura ficou sozinha em sua busca incessante por fama, enquanto Edu e Dom seguiram seu caminho juntos, criando não apenas músicas, mas uma vida compartilhada. Laura poderia gritar, poderia tentar chamar a atenção de todos, mas ela sabia, no fundo, que a verdadeira beleza não estava em ser admirada, mas em ser amada e compreendida. E isso, Edu, com seu violão e sua alma pura, já tinha conquistado.
Fim
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