Degradado: Namorado part. 5

Da série Degradado
Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 524 palavras
Data: 13/04/2025 15:23:38

Fazia algumas semanas que Daniel me usava como espectador das suas noites com outros caras. Às vezes me deixava tocar, às vezes nem isso. Houve uma noite, inclusive, que me obrigou a ficar no corredor enquanto ele transava com um boy na sala, e eu só podia ouvir. Sentado no chão frio, duro, com a respiração ofegante e o pau latejando preso na cueca. Cada gemido dele era como um lembrete: eu era só o suporte. Só a sombra. O namorado submisso.

Mas naquela sexta-feira, houve algo diferente. Um detalhe nos olhos dele. Uma mudança sutil no jeito como ele falava. Daniel estava... mais carinhoso. O que em qualquer outro seria algo bom, vindo dele soava como um aviso. Quando me abraçou ao chegar do trabalho, senti que algo estava errado.

— Lucas — ele disse, enquanto me segurava pelo queixo e olhava nos meus olhos — a partir de hoje, tem outra pessoa importante na minha vida.

Meu estômago revirou.

— Importante como?

— Como você. Talvez até mais.

Não consegui responder. Apenas engoli seco.

— O nome dele é Caio. A gente tá ficando faz tempo. E agora ele vai vir aqui com mais frequência. Ele sabe de você, claro. Mas pra ele, você é só meu "amigo que mora comigo".

Amigo.

Fiquei em silêncio. Cada palavra dele cortava como navalha.

— E você vai respeitar ele — continuou Daniel, sem me dar tempo pra processar. — Vai ser educado. Vai tratar ele bem. Vai fazer tudo o que eu mandar. Porque é isso que você é. Um obediente.

Assenti, quase sem respirar.

Naquela noite, Caio chegou.

E eu entendi na hora que não era só mais um. Era especial. Ele era bonito, magro, com cabelo escuro liso, olhos vivos, corpo sarado, jeito leve, riso fácil. Daniel o recebeu com um beijo na boca, longo, apaixonado. Coisa que nunca fazia comigo. Depois, os dois riram juntos, conversaram no sofá como se fossem um casal recém-apaixonado. Eu fiquei na cozinha, preparando a comida que Daniel pediu. Senti minha garganta travar ao ouvir ele chamá-lo de "meu amor".

Era um apelido que ele nunca usou comigo.

Na hora do jantar, Daniel mandou que eu servisse os dois. Sorridente, Caio me agradeceu, e disse:

— Lucas, né? Daniel falou que você é um fofo. Um bom ajudante.

Ajudei a servir a mesa, quase como um garçom. Sentei no banquinho da cozinha, afastado. E assisti eles jantarem, rirem, se tocarem. Como um estranho na própria casa.

Depois do jantar, Daniel me chamou:

— Prepara o quarto de hóspedes. Caio vai dormir aqui hoje.

— Claro — murmurei.

Arrumei tudo. Lençóis novos, toalhas limpas, perfume no ar. Quando terminei, fui pro quarto me esconder. Mas antes que pudesse fechar a porta, Daniel apareceu.

— Não se tranca. Quero que ouça tudo.

E piscou pra mim, como quem diz: "isso é só o começo".

Fiquei deitado, quieto. A casa escura. E então ouvi. Beijos. Risos abafados. Gemidos. O som da cama. O som de Daniel dando prazer a outro cara que agora não era só mais um. Era o namorado. Oficial. Preferido.

Me encolhi. Chorei. Me masturbei.

Gozei em silêncio, com raiva de mim mesmo.

E dormi abraçado com a fronha molhada.

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