Eu amo meu marido #13 (Danilo)

Um conto erótico de Danilo
Categoria: Gay
Contém 5409 palavras
Data: 14/04/2025 13:15:24

13 (Danilo)

Eu amo meu marido.

Estávamos perto de nós separar. Que idiotice. Descobri a vida com Israel, ele é tudo pra mim. E a gente estava prestes a se separar. Nem sei como pode ser.

Eu o conheci no fim do ensino fundamental, jovens e cheios de inseguranças e algumas espinhas. Ele era um filho muito amado, eu era aceito sem muitas reclamações por meu pai. Acabou que ele foi aceito generosamente como filho por meu pai, o que inclusive melhorou minha relação com meu pai. Mas meu pai foi um bêbado, e, tão logo pude, fui embora de casa. Levei comigo tudo o que importava: Israel, meu amigo Túlio e só.

Era extremamente necessário ir para o exército, Túlio queria viver sua vida como gay e seu lar bem estruturado na doutrina evangélico iria se abalar, se abalar contra e sobre ele. Israel não conseguia trabalho e eu era boy numa firma de contabilidade. Tava todo mundo mal e querendo respirar, o exercício ia ajudar, e ajudou, todo mundo.

Meu pai... Coitado... Acho que pela solidão ele incentivou meu primo a vir morar na capital para se dedicar ao estudo, Felipe tem minha idade, foi Lipe quem juntou ele e nós, porque então Israel e eu já éramos como meu pai dizia gêmeos de barrigas diferentes, carne e unha. Eu tive uma vida feliz, ele ficou rico num golpe de sorte, ele ficou rico, eu não, só não precisei trabalhar, ele afundou muito mais rápido ainda, morreu quando era ainda jovem com mais ou menos a idade que tenho agora.

Felipe médico, Túlio delegado, Israel advogado da vara de família ou mais recentemente tributário, eu não quis nada, só fazendo no dinheiro crescer e gastar pouquíssimo, fiz a reforma na casa, meu único luxo, me arrependi, deveria ter vendido, meu relacionamento com Israel estava estagnado, sexo maravilhoso, a gente só não sentia desejo um pelo outro. A gente pensa igual, sente igual, fala das mesmas coisas, faz quase as mesmas coisas, o amor estava morrendo numa cama de hospital, e nosso carinho, orgulho um do outro, nossa história, tudo era tão imenso, era doloroso perder isso.

A casa imensa, um desperdício a reforma e a mobília, revender ia levar tempo e talvez não rendesse o investimento feito, olhar para nossa casa era como ver a cova aberta onde a gente ia jogar nossa vida e depois seguir existindo, eu já via os longos dias em que eu ia esperar a chegada da noite para esperar o outro dia e esperar e esperar e esperar e saber que nada iria surgir, sem viver, só existindo.

Mas Felipe começou a falar ainda mais sobre sua dupla favorita de funcionários, Israel uma vez disse que eram funcionários invejáveis e ele disse que Jarbas e Conrado a eram amigos e não empregados, “Por que você nunca os trouxe em casa, nunca nos apresentou? Vergonha da gente?”, “Vergonha de vocês não, da gente sim, eles vivem, são pulsantes, essa casa parece um abrigo de zumbis, a gente precisa de choro, de drama, de alegria, de gargalhada, de felicidade, a gente tem amor uns pelos outros, mas isso não basta.” Felipe se levantou deixando a refeição pela metade, Israel e eu fomos dormir na cama dele, abraçados ao peito dele, os pêlos dourados, o mamilos gordinho e macio, o cheiro de madeira e pimenta que o perfume dele tem e fica impregnado na pele dele e na memória da gente, eu queria foder com Lipe, nem que fosse só pra chupar o pau dele, eu duvidava que alguma mulher já tivesse feito um boquete nele melhor do que eu faria. Felipe se levantou deixando a refeição pela metade, Israel e eu fomos dormir na cama dele, abraçados a ele, ele chorou e eu não soube o que fazer.

Acordei com o pau duro, sonhei nós três, Lipe estava no meio de um trenzinho com Israel e eu, os cabelos pretos lisos de um, e as ondas douradas do outro, que sabor teria a língua dele em minha boca? Sonhava com nós três mergulhados em um espaço azul sem gravidade onde pudéssemos entrar e sair de dentro um dos outros, abunda dele é perfeitamente redonda e eu queria sentir como ele iria reagir a isso. Passei anos dormindo na companhia dele, dormindo ao lado de Israel abraçado em suas pernas enquanto eles assistiam filmes de terror e enchiam a cama de pipoca. Ele nunca insinuou perceber que Israel e eu somos um casal.

As meninas que juntos metemos pica deve ter sido o que o convenceu que era coisa da cabeça dele, já senti muito a rola dele junto da minha se alvoroçado dentro da mesma bocetinha. Já meti em muito cu vendo a menina chupar o pau dele, aqueles ovos grandes baixos, já passei meses completamente fascinado por Felipe, Israel achando a maior graça, depois era o contrário, anos ignorando Felipe e períodos de Israel com um fogo no cu pelo nosso gordinho. Eu vi noivados se desfazerem por futilidades, ele vem triste como quem perdeu um emprego que odiava e dizia, “No fim seremos apenas nós três, vamos envelhecer juntos”.

De tempos em tempos aparece um circo em uma cidade do interior, de tempos em tempos Túlio vinha com um caos em sua vida, prometendo matar alguém (geralmente o marido), ou pegar um carro e desaparecer na estrada sem nunca mais voltar, organizávamos tudo, as crises de choro e de ira, Felipe cuidava dele como mãe, como adestrador, gritava com ele e sua saliva viva na cara do delegado, todos tememos a ira de Deus, Túlio só tem medo do mau humor de Felipe.

Túlio é delicioso, descobrimos isso depois de uns dez anos de amizade, mais ou menos quando Israel e eu fomos abrindo a cabeça para outras experiências sexuais, Túlio foi nosso guia na arte da pederastia. Ele só tinha duas regras, sempre com camisinha, nunca desobedecer isso, chegou o PrEP e não abandonamos a camisinha para sexo de risco, nunca, regra dois, sem dormir juntos, sem banho juntos, sem conversas sobre o futuro, sem conversas, sem beijos, nunca beijos, nunca carinho no corpo durante olhos nos olhos, nunca romance, nós éramos héteros que arrombaram as bichinhas, Túlio, o gay ativo, não queria se sentir culpado por colocar os amigos na viadagem.

Eu lembro de como foi, Felipe teve de cobrir um plantão de sábado 24 horas, eu estava de ressaca, estava numa fase meio niilista e deprê, Israel chegou com mais álcool, não lembro o que nem se bebi, mas ele bebeu muito muito rápido, disse que era um encostado, um péssimo advogado e o escritório não se sustentava e não sei quantas outras coisas, brigamos, eu o chamava de imbecil porque ele era uma pessoa excelente e um advogado excelente, ele brigava comigo porque eu o chamava de imbecil, ele vomitou em mim e acabamos indo tomar banho juntos, e eu o lavei e ele me beijou, disse que eu tinha de respeitar o tesão que ele estava sentindo por mim.

Não lembro se eu estava bêbado demais, mais lembro que estava bem melhor que ele, e ele me beijou novamente e dessa vez eu retribui o beijo e segurei seu cabelo e disse que se fosse pra ser assim ele ia ser meu namorado, ele disse que se eu dissesse que o amava me dava o cu. Quem não diria? Foi mal feito, foi doloroso, mas foi com amor, e foi honesto, sincero, do fundo do coração, eu nunca senti o sexo como sinônimo de fazer amor, e até hoje com ele essas coisas são iguais.

Terminamos o banho meio na piada, meio envergonhados da porra que ele jogou no porcelanato da parede e que eu joguei no fundo do cu dele. Nos enxugamos e eu sei que fui eu quem o prendeu no meu quarto e ele desmente que foi ele que insistiu em ficar. Ambos concordamos que ele acordou de madrugada fazendo escândalo, se sentindo mal pra caralho, dizia que isso não ia acontecer novamente, afobado não queria me ouvir, eu gritei com ele no corredor que voltasse porque ele era meu namorado, e ele parou, sem tirar os olhos do chão deu meia volta mas não deu um passo nem para frente e nem para trás.

Fui até ele sem fazer a menor ideia do que diria quando chegasse no quinto passo que nos separavam, disse que queria um conselho, queria que ele me falasse como eu deveria me sentir quando ele enchesse meu rabo de gala quente, ele empurrou meu ombro com força, rindo mas ainda sem me olhar envergonhado. Eu disse que se ele quisesse deixar isso em segredo ficaria em segredo, mas eu não queria perder a chance de descobrir se era amor isso que a gente sempre sentiu um pelo outro.

E ele foi rápido, de repente o beijo, ninguém nunca me beijou como ele, mesmo os beijos forçados: são sempre beijos que me passam segurança, intimidade, como deitar em sua própria cama. Ele perguntou se eu ia dar pra ele, claro.

Fizemos um meia nove, deitamos nos beijando e esfregando um cacete no outro, ele me dando o peito para beijar, a ausência de um seio formoso dava lugar a um músculo potente e avantajado, ele segurando no meu caralho, de repente ele está de joelhos só meu lado sorrindo com uma tora dura apontando para mim, pergunta se eu quero, balanço a cabeça, ele põe a cabeça dentro de minha boca, era como se... nem tenho palavras pra dizer era o que eu precisava sentir e o que ele tinha pra me ofertar, a sensação oposta eu senti quando ele enfiou o meu pau na boca dele, caramba, por alguns instantes acreditei que era o topo das boas sensações, mas sem perceber eu enfiava mais do cacete dele dentro de minha boca e forçava o meu pau dentro dele, era sem experiência, mas com aquela coisa de descoberta que deixa o negócio muito mais bonito.

Gozamos rápido e eu estava com sede de porra, não vou dizer que não estava preparado ou que achei nojento, já tinha posto um pouco da minha na boca e já tinha engolido a gosma de Israel e depois veio me beijar, e eu gostava daquele sabor, sem frescura alguma, gozamos e depois ele veio deitar e disse que estava com um medo enorme de quando o sol viesse e a gente se tocasse do que havia feito.

Felipe ia chegar depois das nove, largaria às sete e ia pegar umas coisas do hospital para resolver, umas visitas médicas, trânsito e chegaria aqui por volta das nove, a gente podia acordar sem receio, não me causava constrangimento nenhum assumir meu namorado, dormir de conchinha com meu namorado era delicioso, eu nunca senti isso por mulher alguma, pensei que era gay agora, mas como estava errado.

Acordamos e eu perguntei a ele se ele se sentia com medo, ele disse que sim, como nas aulas de tiro, como montar a cavalo pela primeira vez, eu me sentia com medo de montanha russa, medo de pular do trampolim, e eu estava muito a fim de sentir a vertigem da queda, a velocidade do salto, eu estava me sentindo livre e feliz e queria gritar para a humanidade inteira que eu amo meu namorado.

A gente se beijou, ele se virou de quatro e eu chupei seu cuzinho, eu sabia como fazer, eu estava louco por isso e eu peguei lubrificante e ele chupou meu pau um pouco, eu entrei com calma, entrei sentindo que aquele cabacinho era eu quem comia, entrei dizendo que era o namorado dele e que ele estava me dando mais que a bunda, ele estava me dando a maior felicidade, ele foi puxado para a gente se beijar, para eu passear naquele peito e barriga um braço meu o agarrando por cima de um ombro e outro por baixo do ombro oposto. Essa é sempre a minha posição favorita com ele, ainda que eu não entre totalmente que precise estar colocando dentro novamente com alguma frequência... assim eu digo que vou cuidar dele e que vou lhe dar amor e proteção, que ele não precisa sentir medo.

Túlio sempre foi um amigo formidável com quem não se pode contar, tenho dois ou três amigos meio superficiais, já que não trabalho e não sou de sair de casa. Não contar para Felipe partiu do princípio de que, assim como nós, ele é um topzeira que faz piada machista, homofóbica e outros tipos de cagada que a gente comete e não tem ninguém pra nós chamar de merda e idiota no momento em que a gente fala merda. Eu só fui me acomodando, me incomodava muito o negócio de não dormir e acordar o lado de Israel sempre, mas entendia a angustia de quem não tinha qualquer parente vivo no mundo. Felipe é meu primo, tenho metros de primos, tios e filhos dessa gente. Pra Israel isso tem outra realidade, ao longo dos anos ficou difícil, no início por medo dele, depois por não sabermos contar porque não dissemos antes.

Depois ficou evidente o fim. A gente assiste aqueles documentários que explicam como será a morte do Sol e o fim do Universo há tantos milhões ou bilhões de anos que fica abstrato, surreal. Mas o nosso amor estava acabando depois da pandemia.

Casamentos acontecem e separações também.

Mas ninguém está realmente preparado para quando acontece consigo, aconteceu comigo, aconteceu o fim. Ou melhor havia sido dado início ao lento e custoso fim.

As mulheres que podemos juntos, os caras que arrombamos ou que deixamos que nos arrombassem, as juras e os planos, as coisas importantes que esquecemos e as bobagens que não abandonam a memória, nada podia nos salvar. O fim era o passo seguinte. E a gente estava vivendo num eterno dia vinte e três, o tempo não seguia e o mês nunca acabava, anoitecia e amanhecia no mesmo dia e eu sentia o amor ficar ainda maior e mais urgente, também mais fraco e sem saída.

Nesse tempo o contato de Werther com o hospital diminuía, e quem tinha de fazer de um tudo lá era Felipe, o contato dele com algumas pessoas aumentou muito, cresceu a amizade com Conrado e Jarbas, ele vivia falando desses dois, ansiando por nós apresentar a eles, “Mas eu tenho que dizer uma coisa a vocês, a gente brinca e fala merda de rodo aqui, eu não posso deixar eles ouvirem esse tipo de pequeneza nossa, eles são gays, ou melhor bissexuais, não sei como funciona, mas sei que o que falamos é errado, e eu não quero me dar ao luxo de perder o respeito e a amizade dessas pessoas. Pode ser?”

Olhei para Israel que estava boquiaberto, e caí na gargalhada, ele estava debruçado sobre o balcão da área da churrasqueira; tirei meu cacete pra fora e passei ele na bunda vestida de jeans de Israel, perguntei se Felipe ia se importar se eu comesse Israel depois chupasse meu namorado a noite inteira, Israel me dava empurrões e coices, e eu ria mostrando o pau, Felipe sério, disse que ia quebrar meus dentes, não era porque nunca iria nos deixar que não pudesse arrebentar meu focinho durante uma briga. “Eu tô falando sério, idiota, nada desse tipo. Esse caralho parece com o dono, bonitão, mas não dá uma dentro.” Então ele mostra o dele e esfrega no meu como lutinha, depois me abraça e diz que um dia eu iria virar um adulto, diz que me ama. Pergunto a ele se ele ia me aceitar se eu fosse pan, fizesse sexo com mulher, homem, travesti e qualquer outro tipo de humanos, ele disse que sim. Beijei a boca de Israel e saí correndo depois, Israel queria me dar uma porrada, Felipe ria e tentava se fazer de obstáculo contra isso. Rimos foi uma noite divertida e dormimos juntos, eu entre os dois, quando chegou a madrugada eu acordei Israel a gente não pensou, eu só fiquei de costas e ele me comeu.

Felipe acordou e perguntou se a gente estava bem, ele disse que estava frio, aumentou o ar e trouxe o edredom até o pescoço, se encaixou com as costas no meu peito, eu levei a mão de Israel para o mamilo dele e eu riu, gargalhou e me empurrou, Israel saiu de meu cu. Felipe perguntou a Israel como era meu beijo e ele diz que não foi beijo, foi um selinho, perguntei a Israel se eu podia beijar Felipe e depois ele e Israel deu de ombros, disse que Túlio podia se apaixonar por um de nós, a gente não corria esse risco, Felipe disse que não ia me beijar. Beijei Israel, Israel disse que eu beijava bem, era diferente, mas não era ruim.

Felipe coçou o nariz e depois a cabeça, coçou o pau (será que estava duro?), disse que não podíamos contar a ninguém ainda mais a Túlio, “Sei lá, dar ideia... A gente não é gay, nada contra, mas é só uma curiosidade.”

Ele me beijou e o bigode dele era engraçado, eu já havia pego um caminhoneiro bem bruto e ele tinha uma barba horrível que era um tesão, Felipe era uma boca sofisticada, visto de vinho e enxaguante bucal, Israel perguntou qual eu gostei mais, mandei ele se foder, não tinha isso, era só para matar a curiosidade, Felipe pergunta a mesma coisa, qual era melhor, respiro fundo como quem vai responder algo solene e digo: “Vão se arrombar, dois veados”.

Um travesseiro no meu rosto e uma falsa tentativa de assassinato. Risos, muito risos. Digo que se eu quisesse imaginar uma mulher talvez eu conseguisse com Israel, mas o bigode de Felipe e a barba de dois dias por fazer... era o beijo gay autêntico de minha vida, Felipe se mostrou orgulhoso, Israel pediu por esse beijo e ele cedeu fácil. Que tesão eu sinto em ver meu marido pegando outro cara, tesão de verdade nada a ver com desejo de ser corno, ele está se dando bem, não quer me humilhar, me por pra baixo, tirar meu poder, nada disso, ele está com tesão em uma menina ou em um rapaz, preparou o esquema, trabalhou o xaveco e deu o bote. Quando ele se dá bem, e ele quase nunca perde o lance... Caralho, que tesão ver ele se dando bem. E eu sei que o brilho nos olhos dele quando eu vejo ele me vê me dando bem: é algo exatamente igual ao que sinto por ele.

Eles se beijaram, então eu pigarreei no fim do beijos deles e perguntei qual de nós dois beijava melhor se nenhum tinha bigode, Felipe gargalhou e disse que se fosse veado ia preferir Israel que era sério e tinha emprego, mas ia casar comigo que sou rico, rimos. Rir era uma obrigação. Felipe estava saindo de um outro namoro promissor, de uma crise no trabalho com a covid e o imbecil do Werther lhe sabotando e lhe castigando no trabalho, nesse período Werther se dava conta que iria morrer caso um milagre não acontecesse, estava uma seda e mandava Túlio se reaproximar de nós.

Naquela noite trocamos alguns beijos ainda e depois fomos deitar para dormir, Israel disse que depois do terceiro beijo precisava de um boquete, a gente riu e depois eu falei que a gente precisava realmente dormir.

Felipe é muito burro ou a cegueira dele não deixa ele ver que o que via do primo dez anos antes era incompatível com hoje, vinte anos antes eu era um estranho para quem sou agora, no dia da suruba organizada por Daniel, ele finalmente se deu conta de que Israel e eu somos um casal, que estamos casados no papel há seis anos, nunca lhe dissemos sobre a nossa ex futura separação. Ele estava uma hora depois chupando o pau de Uchôa e isso foi disruptivo. Eu não esperava.

Uchôa acabou tomando um lugar... Não, estou mentindo, não é nada disso. Uchôa acabou criando para si um lugar entre nós três, ainda que Túlio fosse parte do conjunto original, havia quase duas décadas que ele não se colocava como uma cadeira na mesa, Uchôa, chegou se metendo no meio de minha cama e beijando meu marido, querendo saber todas as nossas histórias, perguntava se podia trocar Felipe por um de nós, dizia que dar a bunda para o chefe era uma condição de vida desgraçada. Túlio deixou esse trio quase uma semana depois de Celso ir embora para o barco.

Foi bonita a ligação de Celso, falou que Túlio passou no barco no fim do expediente, pegou o rapaz como ele estava e foi de carro dar uma volta pela cidade, estava nervoso e soltou de uma vez que não era paixão, estava amando Celso de verdade e que nada no seu dia funcionava se não tivesse a certeza que quando voltasse para casa iria encontrar seu loirinho agora careca, beijaram-se para o choque das famílias que comiam açaí a noite. Túlio quis ir na casa dos pais do rapaz, Celso não desceu, Túlio voltou com a mãe em crise de ansiedade, ela tremendo dizendo que o pai dele estava nervoso, Túlio havia informado que estava esperando o marido morrer para poder casar com Celso.

O ex futuro traficante ficou sem reação, depois chorou, depois tremeu, Tulio dirigia, disse que não queria que o pai do noivo interrompesse, Celso foi acusado de dar um golpe do baú, Túlio disse que ficando ou não com Celso não ia querer dessa herança um carretel de linha, perguntou finalmente se ele o amava, novo beijo, convite para a sogra morar com eles assim que tivessem comprado ou alugado um lugarzinho, ela recusou, Celso disse que ela iria, depois da primeira história do marido dela, ela ficou calada, disse que não queria ser um peso, claro que seria um peso, mas quem não é um peso na vida de outra pessoa?

Quando Túlio saiu de casa tudo correu muito rápido, rápido demais. A primeira coisa foi que Israel e eu meio que sequestramos Bryce, pegamos ele no fim do expediente (se deu certo uma vez...), nós o levamos a um bistrô, adoro as brusquetas de lá, dissemos a ele que tínhamos uma solução para um problema que ele estava gerando e não se dava conta, a solução éramos nós dois, seu casal favorito, pelo qual ele não podia mais evitar esconder toda essa atração. Ele riu e disse que não estava entendendo nada. Eu disse que gostava de mulheres, mas não como Felipe, Uchôa, Jarbas, e principalmente, Daniel e Conrado.

Túlio saia de casa e Camila ia encontrar o lugar dela, aliás a cama que ela ocupava desde a hora em que chegou se oficialmente ela estava hospedada e não morando no mesmo quarto que Xica Francisca e Érica, rapidamente as coisas iriam mudar, em alguns dias Xica ia se mostrar insatisfeita e... Bryce diz que ele seria convidado a deixar a casa. Israel disse que não, mas uma situação incomoda onde Conrado e Daniel iriam ter de se dividir e iriam se aborrecer a médio prazo, entretanto ele faz parte de quem somos, e ninguém iria ficar surpreso em dois tarados quererem devorar carne no a como ele. Eu acrescentei que Érica estava namorando o fortão que faz manutenção no barco, um homem totalmente hétero, que pensa em casa, esposa, dois filhos e um cachorro, ela está entre o conforto de nossa casa e a vida que ela sonha com um pau de vinte centímetros.

Bryce pergunta se já houve alguém falando ou dando a entender que ele não estava onde deveria estar, eu menti que não, mas é óbvio que eu não ia pensar nisso, nem Israel, isso era coisa de Xica, e era evidente que ela tinha razão, o apartamento de Diogo ia ficar pronto em breve e era mais um motivo. Bryce estava triste, estava arrasado. Israel perguntou se ele amava Daniel ou se todo o esforço que ele faz pra chamar a atenção de Daniel a cada cinco minutos não o deixa cansado e meio frustrado, então ele caiu num daqueles choros meio constrangedores em público, coloquei meu braço em suas costas e fiquei dando tapinhas em seu ombro, Israel passava a mão em sua coxa.

Jantar naquele lugar era necessário, impediu uma novela mexicana que Bryce faria em condições normais, ele era um homem discreto e elegante e estava mais do que na hora de voltar a sê-lo, falei que isso podia ser um aprofundamento maior na relação dele com Daniel, um momento em que ele não estaria sempre disponível, uma certa revalorização de Bryce.

Em contrapartida ele iria estar folgado como unicórnio de uma relação com um casal, não um trisal, sem a necessidade de fazer parte de algo ou de corresponder a expectativas. Israel disse que ao longo do tempo ele iria se incluir organicamente na relação sem que nenhum de nós três se desse conta ou passar um período muito agradável e depois nos tornaremos amigos como o que aconteceu com Diogo.

Diogo que baita homem, pena ser um passivo em quase todo o tempo, a pessoa ter um pau daquele e não fazer questão de deixar duro enquanto dá a bunda é de uma vulgaridade, de uma insensibilidade, hahahahahaha, ele é muito afetuoso e agira conhece onde pode vir tomar leite direto do pau, e passamos uns contatos nossos para lê, marcamos uns três ou quatro encontros com uns caras e uma menina que ama fazer inversão, apresentamos Diogo e sentamos em algum lugar batendo punheta até o fim, deitamos a cara barbuda dele, foram experiências ótimas, temos um amigo. Bryce é ainda mais instigante, tem uma chama dentro dele, uma loucura de querer viver uma grande paixão, e isso era o que Israel e eu queremos consumir, temos essa lenha, e ele com essas fagulhas...

Saímos do restaurante depois de ele estar ainda sem nos dar resposta, entramos em um motel bem esculhambado, era o que a gente precisava para ele, voltar a fazer dele um sujeito classudo na vida cotidiana e transformar ele em nossa putinha quando a porta do quarto fechasse. Assim que ele desceu do carro reclamando do pulgueiro onde fomos parar, Israel lhe deu um tapa para deixar a cara dele marcada, agarrou seus mamilos e torceu com força e o fez gritar de dor, mandou ele ajoelhar e o idiota nem pra tentar se livrar das garras de Israel (que não seria difícil), mas não fez nada disso, ajoelhou pedindo para que Israel o soltasse, Israel mandou ele tirar a camisa e Bryce obedeceu, peitinhos marcados, fui “obrigado” a morder.

Depois ele foi obrigado a nós chupar e chupou bem, chupou gostoso, levou puxões de cabelo, cusparadas na boca, tapas de mentira naquela cara que havia despertado para nossa brincadeira. Ele mal podia esperar.

Quando achava que estávamos querendo comer ele e fazia esforço pra ficar de quatro ou levantar, eu o peguei pelo cabelo e o conduzi para o quarto, os tapas que Israel dava na bunda dele eram enormes. Ele entrou e viu quatro estranhos, uma mulher gorda, bem gorda, nua que estava se masturbando quando entramos e três homens em torno dos sessenta anos, meio barrigudos, mas não muito, bem apresentados, todos grisalhos, seriam o tio do whatsapp que manda memes antigos, o vizinho que passeia com o cachorro e varre a calçada, o vovô que volta da caminhada e passa uma hora conversando com o porteiro, mas eram excelentes putos sadomasoquistas. Conheci o trio acidentalmente, e nem preciso perder tempo com isso, para além da cama e dos chicotes, temos uma excelente relação na vida baunilha.

Os três nos cumprimentam e perguntam que nível de intensidade Bryce aguentava, de zero a cinco eu estava pensando em dois, os caras se entre olharam e mandaram Bryce tirar a roupa, levou um tempo e Israel o despertou do estado de espanto com um toque de seu joelho nas costelas dele, Bryce tirou a roupa e a deixou bem dobrada ao lado da mulher gorda como eles mandaram, ela lhe chamava de benzinho e ria, mandava ele não ter medo dela e com aqueles peitos gigantes caídos em sua barriga globosa ele tinha sim medo dela, ela ria, ela ria bastante dele.

Bryce foi amarrado e colocado de braços abertos e pernas separadas, em seguida foi vendado, os barulhos que fazíamos eram apavorantes, a gorda pedia misericórdia e um chicote estalava em uma mala velha, uma vareta de bambu soou no ar e depois sem tanta força estalou no meio das coxas de Bruce lhe deixando uma marca reta e fina, não muito profunda, não lhe deixaria marca alguma depois de vinte e quatro horas, ele gritou de susto, eu sussurrei que ele poderia parar quando quisesse mas eu estaria ali o tempo inteiro vigilante, ele concordou em continuar, sentiu a boca de alguém no seu caralho num boquete preguiçoso, suas costas e bunda eram espancadas por mãos de vários, ele sentia dor e prazer, e a surpresa e o medo e a voz de Israel ou a minha o estimulando a não desistir. Comi ele enquanto ele sentia parafina quente no seu pau, e gelo em seu mamilos, Israel o fodeu com outras pequenas torturas, levamos quase uma hora e meia, ele encontrou a mulher gorda coberta de óleo e ela estava com a maquiagem borrada, eu coloquei a mão inteira dentro a buceta dela e soquei fundo e rápido diversas vezes, os outros caras também, mandei que ele plantasse o cacete dele dentro daquela boceta e ele obedeceu, fodeu com força e ela fingia um choro que ele acreditou por toda a excelente atriz, ele gozou lá dentro, Israel meteu a mão fechada e voltou com ela suja de óleo de massagem e fluídos dos dois, um dos caras mandou que ele ajoelhasse e chupasse os três velhos, diziam que tinham idade de sobra para serem pai dele. Ele fez um serviço ótimo e os caras gozaram, por fim mijaram em sua cara, ele quis sair dessa parte e eu ordenei que ele abrisse a boca cuspisse e não se levantasse novamente, ele estava imundo, cansado, espancado, fodido e mijado, o arrastei para o banho enquanto os caras e a mulher davam um jeito de desaparecer para o quarto ao lado do nosso, dei banho em Bryce.

Israel trouxe nosso xampu, condicionador, sabonete líquido, bucha de banho, trouxe escova de dente e creme dental, acabamos os três nos lavando bem e nos enxugando antes de nos vestir e sair daquele lugar, ele estava calado no banco de trás, absorvendo tudo o que viveu, perguntei por Daniel, Bryce me olhou no banco do carona e parecia não fazer sentido a pergunta, eu disse como encenamos tudo aquilo, a gorda era cunhada de um dos caras, outro era dono do motel, perguntei se ele topava jogar Diogo ou Daniel nessa “cilada” no futuro, ele foi abrindo um sorriso e cheirou a própria pele estarrecido como o cheiro de promiscuidade e pecado não estava mais nele.

Bryce soube que só nós tivemos contato íntimo com ele, exceto pelo boquete, um dos caras curte, mas os três se enxergam como héteros, ok. Fomos dormir em meu quarto, no dia seguinte ele esqueceu do quanto Daniel era especial, Xica me olhou grata, dois minutos depois de se ver ignorado Daniel também adoeceu satisfeito, perguntou se Bryce havia gostado da noitada, o médico respirou fundo e disse que sim, foi exaustiva e ia remarcar a agenda do dia, ia tirar um tempo para recentrar e arrumar suas coisas, perguntou a Conrado e a ele se estava tudo bem em ele passar a morar no meu quarto. Conrado deu um sorrisinho sacana e disse que não, não ia ficar tudo bem se ele fizesse isso sem querer, “Porra, mas eu quero muito, eu quero isso pra caralho”.

Bryce não é o que nos reaproximou, a mesa de jantar com doze lugares totalmente ocupada, isso modificou o cenário onde agira temos movimento, isso alimenta nosso casamento, isso me enche de tesão, somos casados a dois, e agira nosso amor tem um pet novo, Bryce, que vai acabar se humanizando depois do sexo com a convivência, Bryce estava tranquilo, calmo, discreto, atento, estável e provavelmente feliz. Israel estava feliz, feliz por estar comigo e me amar e saber:

Eu sou louco por ele, eu amo meu marido.

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