Segredos do Coração - Superando o Passado. Parte 23.

Um conto erótico de Ménage Literário
Categoria: Heterossexual
Contém 8736 palavras
Data: 17/04/2025 17:51:41

Parte 23: “E O Vento Vai Levando Tudo Embora”.

Após sair de casa, os primeiros dias no hotel pareceram uma névoa. Celo acordava cedo, dormia tarde, com os olhos sempre cansados e a mente em turbilhão. O quarto era limpo, funcional, mas impessoal demais. Nada ali tinha a ver com ele. A cama de casal parecia grande demais para um homem só, e o silêncio era ensurdecedor. Depois de três noites mal dormidas e um incômodo constante no peito, ele percebeu que aquele não podia ser seu novo lar. Precisava de um lugar para chamar de seu, ainda que fosse provisório, ainda que doesse chamá-lo de “lar”.

Em menos de uma semana, encontrou um apartamento pequeno, de um quarto, num prédio discreto e tranquilo. Era tudo que ele queria: praticidade, solidão e algum controle sobre sua nova rotina. Contratou uma faxineira, comprou o mínimo necessário, e levou poucas roupas e pertences. O essencial. Como se o excesso, pudesse lembrá-lo demais do que havia deixado para trás.

Mergulhou fundo no trabalho. As horas se estendiam mais do que o normal nos projetos em execução. Celo se agarrava ao expediente profissional como quem tenta se agarrar a algo firme em meio à correnteza. Era ali, entre reuniões virtuais, planilhas e códigos, que ele sentia algum respiro. Que conseguia calar, mesmo que não completamente, as perguntas que martelavam sua mente.

“Será que eu fiz certo? Será que abandonei o amor da minha vida por orgulho? Será que ela ainda pensa em mim?”.

As respostas nunca vinham. E quando a noite chegava, a solidão pesava ainda mais. As paredes nuas do apartamento ecoavam o vazio. Celo comia pouco, dormia menos. Tentava assistir a filmes, tocar e ouvir música, mas tudo parecia carregar alguma memória de Mari. Até o silêncio tinha o rosto dela.

Tomava um demorado banho antes de se deitar, mexia no celular como quem procura algo que sabe que não está lá. Pensava em mandar mensagem, mas travava. Ele havia tomado uma decisão. Uma dura, amarga e solitária decisão, e precisava ser fiel a ela, pelo menos por enquanto.

Era o início de uma nova fase. Uma que ele nunca imaginou viver e, para a qual não se sentia preparado. Mas estava ali. Respirando. Um dia de cada vez.

Nos dias seguintes, Celo começou a notar o telefone tocar com mais frequência. Números conhecidos. Chamadas da filha, sempre à noite, quando o silêncio do apartamento parecia gritar mais alto. Ela falava com uma mistura de preocupação e doçura. Não perguntava diretamente, mas deixava nas entrelinhas que sabia do que havia acontecido.

— Pai … a mamãe está estranha. Quieta demais. Dorme o dia inteiro, depois acorda e fica andando pela casa como se tivesse se perdido dentro dela … — A voz da filha vinha embargada, como quem tentava ser forte para não desabar.

Celo fechava os olhos, sentado no sofá, a cabeça apoiada na parede.

— Filha … isso não é um assunto seu. Eu sei que é difícil, mas você não tem que carregar esse peso. Sua mãe e eu … somos adultos. A gente vai resolver do nosso jeito, tá bom?

— Resolver? — Ela insistia, quase em um sussurro. — Mas vocês … se separaram, pai. Isso era mesmo necessário?

Ele engoliu seco, forçando a voz a sair firme.

— E mesmo assim, não deixa de ser entre nós dois. Cuida da sua mãe, como eu sei que você já está fazendo. E cuida de você também, tá? Isso vai passar.

Em outro dia, foi o filho quem ligou. A voz mais seca, direta. Típica dele. Mas havia tensão também.

— Pai, a gente precisa conversar. Olha … minha formatura tá chegando. E sinceramente, eu tô preocupado com o que vai acontecer. Com o clima, com vocês dois. Acha mesmo que dá pra fingir que tá tudo bem? Ainda não entendo, não acredito que vocês estão passando por isso. Não entra na minha cabeça.

Celo fechou os olhos por um instante. O orgulho do filho sempre fora sua alegria. Um garoto focado, determinado. Mas agora, sentia que estava cobrando uma explicação que ele ainda não tinha, nem tinha para si mesmo.

— Filho, eu entendo sua preocupação. Mas não é justo jogar isso sobre você. Sua formatura é um momento especial, único. Conquista sua. Não permita que nada, nem mesmo essa situação entre sua mãe e eu, tire isso de você. Foque em você agora. O resto … deixa com a gente.

— Mas pai …

— Chega, tá? — A voz de Celo subiu um pouco, firme. — Eu continuo sendo seu pai. E agora, mais do que nunca, você precisa confiar em mim. Mesmo que não entenda tudo. Eu te amo, filho. E vou estar na sua formatura. Só … me dá esse tempo.

O silêncio do outro lado foi breve, mas pesado. Então, o filho respondeu, num tom mais baixo:

— Tá bom, mas não demora muito, pai. A gente sente a sua falta.

Celo encerrou a chamada com um nó na garganta. Ficou olhando o celular na palma da mão por alguns segundos, como se esperasse que ele dissesse algo mais. Mas tudo o que encontrou foi o próprio reflexo, cansado e cheio de dúvidas, na tela apagada.

Os dias se arrastavam como páginas de um livro que ele não queria continuar lendo. Saber que Mari estava sofrendo lhe corroía o peito. Não porque ainda duvidasse da decisão que tomou, mas pela forma como tudo aconteceu. Pela dor que deixou para trás. Pela ausência que agora, mesmo cercado de tarefas e projetos, insistia em se fazer presente.

A culpa era uma sombra discreta, mas constante. O impedia de buscar alívio em novas companhias, o afastava de convites para happy hours, encontros, jantares. Sempre havia uma desculpa para não ir. Sempre um motivo para voltar direto ao silencioso apartamento.

Mas, naquele dia comum de meio de semana, em meio à maratona de reuniões no centro da cidade, aceitou almoçar com um cliente antigo num restaurante tradicional, discreto, daqueles que serviam comida caseira e ofereciam um refúgio breve da correria urbana. A conversa fluía sem muito entusiasmo, mais por obrigação do que por interesse genuíno, até que, num movimento automático, Celo ergueu os olhos ... e parou.

Do outro lado do salão: Anna.

Ela também o viu. E por um segundo que pareceu muito mais longo, os olhares se prenderam. Nada foi dito, mas tudo foi sentido: surpresa, lembrança, talvez até culpa mútua. Anna sorriu, com um aceno quase imperceptível, e voltou a se concentrar na pessoa à sua frente. Celo desviou o olhar, inquieto.

Minutos depois, quando o cliente foi ao toalete, Anna aproveitou a brecha. Se levantou com elegância, atravessou o pequeno salão e parou ao lado da mesa de Celo.

— Posso? — Anna disse, com o mesmo sorriso sereno, mas os olhos revelando algo mais.

Celo assentiu, ainda meio que pego de surpresa.

— Claro.

E ali estavam, frente a frente, depois de tudo. A cidade lá fora seguia no seu ritmo apressado, mas por um instante, tudo pareceu parar de novo.

— É verdade então? — Anna perguntou sem rodeios, apoiando as mãos na cadeira à sua frente. — Você saiu de casa?

— Faz algumas semanas. — Celo assentiu, seus olhos nos dela, firmes, mas sem agressividade.

Anna hesitou por um segundo, o semblante se suavizando, como se algo dentro dela estivesse prestes a ceder.

— Celo, eu … eu sinto muito. Por tudo. Eu deveria ter percebido. Ter recuado. Às vezes penso que se eu e Paul …

— Anna … — Ele a interrompeu com firmeza, mas sem elevar a voz. — … Você não tem culpa de nada. Nem você, nem o Paul, nem ninguém.

Ela piscou, surpresa. Celo respirou fundo e continuou:

— Eu passei um bom tempo jogando essa culpa pra todo mundo. Paul, o ambiente ... Chris, Fabi, Cora, até o Giba. Mas a verdade? A verdade é que eu me coloquei numa posição pra qual eu não estava preparado. Me iludi, acreditando que eu era mais evoluído, mais maduro, mais ... mente aberta. Só que eu não era. E quando a conta chegou, eu já tinha machucado quem eu mais amava. O maior culpado disso tudo ... sou eu mesmo.

Anna o encarava, em silêncio. A expressão, antes tensa, agora misturava tristeza, respeito e algo mais — uma faísca quase imperceptível, mas viva. Celo desviou o olhar por um instante, incomodado com a honestidade que acabara de despejar.

O cliente do Celo retornou à mesa, puxando a cadeira com um ruído alto demais.

— Desculpe interromper … — Disse Anna, recuando um passo, mas mantendo o olhar firme. — … A gente pode conversar com mais calma outro dia?

Celo hesitou por um segundo. Aquele encontro já era estranho o suficiente. Mas algo nele, talvez curiosidade, talvez necessidade, o fez responder:

— Pode ser. Me avisa.

Ela sorriu, genuinamente feliz.

— Vou avisar. Até logo, Celo.

— Até mais, Anna.

Ela se afastou com elegância, voltando para a própria mesa. Celo acompanhou com os olhos por um momento antes de se virar de volta para o cliente.

— Amiga sua? — O homem perguntou, olhando descaradamente na direção de Anna. — Bonita demais ... e que presença, hein?

Celo forçou um sorriso.

— É. Ela é tudo isso mesmo.

Mas por dentro, se remoía. Não pelo elogio, e sim pelo tom. Pela vulgaridade disfarçada de cortesia. E pela irritação que sentiu, inesperada, com o modo como o outro homem olhou para Anna. Como se aquilo não dissesse nada, mas, ao mesmo, dissesse tudo.

Os dias seguintes se arrastaram com a mesma cadência silenciosa e exaustiva. O apartamento pequeno, escolhido por praticidade, começava a parecer uma cela. Celo acordava cedo, se jogava no trabalho com afinco, mas à noite, a solidão sussurrava nas paredes brancas, cada vez mais alto. Tentava preencher o vazio com tarefas, planilhas, vídeos aleatórios, mas nenhuma distração o mantinha distante o suficiente.

Mari surgia em seus pensamentos com uma frequência dolorosa. Às vezes nos pequenos gestos, como quando esquecia de comprar algo no mercado e pensava em como ela teria lembrado. Outras, de maneira abrupta, o cheiro de um perfume em alguém na rua, uma música tocando ao fundo em algum lugar.

E então, Anna. Desde o almoço no centro, ela aparecia em sua mente com uma frequência incômoda. Uma faísca. Um olhar. A forma como ela o escutou. Desde então, Paul havia ligado algumas vezes. Mandado mensagens. Todas cordiais, mas carregadas de um subtexto evidente: "Precisamos conversar". Celo lia cada uma e apagava a tela logo em seguida. Não sabia o que dizer, nem o que ouvir. Não estava pronto para mergulhar de novo naquela dor.

Foi numa dessas noites silenciosas, encarando o teto, que resolveu responder uma das antigas mensagens de Vicente. O amigo liberal de longas e francas conversas, alguém que sempre o tratara sem julgamentos.

"E aí, sumido. Como tá essa vida de recém-solteiro?".

Celo digitou e apagou algumas vezes antes de enviar:

"Meio merda, pra ser honesto".

A resposta veio rápida.

"Então é hora de dar um jeito nisso. Tem uma festa acontecendo esse fim de semana. Gente bacana, vibe boa. Vai tirar esse peso todo das suas costas. Vem com a mente aberta, como da primeira vez".

Celo hesitou. Não queria parecer carente. Mas talvez estivesse. O convite foi se repetindo, em tom cada vez mais insistente, quase cúmplice. Vicente sabia como provocar.

"Você precisa viver, meu amigo. Nem que seja só por uma noite".

E naquela noite, cercado por garrafas vazias de água mineral e um silêncio que fazia eco, Celo pegou o celular e respondeu:

"Me manda o endereço".

Talvez fosse isso. Uma chance para se divertir. Ou pelo menos, para esquecer — nem que fosse por algumas horas — a culpa, os rostos e as vozes que ainda o acompanhavam em cada esquina da própria memória.

O endereço enviado por Vicente levava a uma casa discreta, num bairro residencial, fachada comum para quem passasse rápido. Mas bastou atravessar o portão e seguir o caminho até os fundos, iluminado por luzes âmbar, para Celo perceber que não havia nada de comum ali.

O jardim era amplo, decorado com bom gosto: sofás baixos, almofadas coloridas espalhadas pelo gramado, lanternas penduradas nas árvores e uma playlist envolvente de MPB moderna misturada com um groove eletrônico leve. O cheiro de incenso misturava-se com o perfume das convidadas, e o burburinho era animado, entre risadas e taças tilintando.

Vicente o encontrou assim que ele entrou, vestindo uma camisa branca aberta até o peito, pulseiras no braço e aquele sorriso fácil de quem nasceu para socializar.

— Olha quem resolveu sair da caverna! — Exclamou, abraçando Celo com força. — Chegou na hora certa. Já tá rolando vinho, papo cabeça e gente bonita com sede de vida.

Celo sorriu, ainda tímido, e aceitou a taça que o amigo lhe entregou.

— Vai com calma. Só quero ver, observar ...

— Observar é ótimo, desde que não vire um hábito eterno. — Respondeu Vicente, já conduzindo-o pelo jardim como se fosse um guia de museu.

Durante a noite, Vicente o apresentou a pelo menos três casais e quatro mulheres solteiras. Todas interessantes, de perfis diversos. Teve a advogada que adorava meditação e quase arrastou Celo para a roda de dança; a tatuadora com um humor afiado que tentou convencê-lo a fazer uma tatuagem de “liberdade”; e a engenheira, Rebeca, que não parava de sorrir enquanto ouvia Celo contar sobre seu trabalho.

— Você tem um charme sereno ... misterioso. — Ela disse, encostando o ombro no dele num momento espontâneo. — Isso é quase perigoso.

— É só cara de cansado mesmo. — Celo respondeu, meio sem graça, arrancando risos dela.

Vicente, de longe, observava tudo como um mestre Jedi. De tempos em tempos, se aproximava, fazia um comentário ou jogava uma piada.

— Sabe o que você precisa, Celo? Uma boa dose de “não tô nem aí”. Tá levando a vida a sério demais.

— É que ela tem cobrado caro. — Retrucou Celo, meio sério.

— Tudo bem. Mas você foi honesto. Se separou com respeito, não enganou ninguém. Agora é hora de lembrar quem você é sem a dor. A vida não vai esperar você cicatrizar completamente pra te dar novas oportunidades.

Apesar de não ceder a nenhum avanço, sempre respeitoso, com um sorriso e um “obrigado, mas hoje não”, Celo se permitia, aos poucos, rir, conversar, e até se sentar no chão de almofadas para ouvir uma história absurda de um casal sobre uma viagem psicodélica ao Jalapão.

— Tinha uma onça de chapéu, juro! — Dizia o homem, arrancando gargalhadas da roda.

Em um momento, Vicente puxou Celo para o canto do bar improvisado, pegou duas doses de tequila e entregou uma a ele.

— Sei que você ainda tá digerindo o fim, irmão. Mas deixa eu te falar uma coisa: às vezes, viver é a melhor forma de honrar o que passou. Você não traiu, não mentiu. Você só ... foi honesto com a sua dor. Agora, seja honesto com sua vontade de recomeçar. Nem que seja aos poucos.

Celo olhou a dose, pensou em Mari, pensou até mesmo em Anna ... depois pensou em si mesmo. E sorriu um sorriso tímido, de canto de boca.

— Aos poucos ... — Murmurou, brindando com Vicente.

A noite ainda renderia risos, histórias e talvez alguma pontinha de desejo represado. Mas Celo sentiu que estava presente. Que talvez, entre a culpa e a saudade, ainda existisse espaço para algo novo. Nem que fosse só por uma noite leve como aquela.

A festa avançava com suavidade, como uma trilha sonora que não impõe ritmo, mas embala os sentidos. Celo havia se afastado do grupo maior e estava sentado próximo ao bar improvisado, observando as luzes dançarem nos copos e a fumaça de um narguilé se dissolver no ar. Foi quando Rebeca se aproximou novamente, duas taças de vinho nas mãos.

Ela chamava atenção com naturalidade, sem esforço. Rebeca era uma mulher de beleza firme, com traços marcantes e um olhar atento que parecia ler mais do que mostrava. A pele dourada pelo sol contrastava com os cabelos castanhos escuros, presos num coque desalinhado que deixava escapar algumas mechas pela nuca. Seus olhos, de um verde suave, traziam uma calma quase hipnótica.

Ela vestia um vestido preto de alças finas que moldava suas curvas com discrição e elegância. O tecido leve realçava o movimento do corpo e deixava as costas quase nuas, revelando também parte das pernas sempre que ela caminhava com aquela leveza que misturava confiança e charme. Era uma sensualidade sutil, embutida nos detalhes.

— Pensei que pudesse estar com sede de algo mais leve — disse, oferecendo-lhe uma das taças com um sorriso tranquilo, os olhos faiscando sob a iluminação baixa.

Celo aceitou, tocando levemente os dedos dela. — Obrigado ... pela bebida e pela companhia.

— Você fala como quem ainda tá negociando com o universo se deve ou não relaxar. — Ela brincou, sentando-se ao lado dele.

Ele riu, abrindo espaço para ela.

— É que o universo e eu andamos meio que em conflito ultimamente. Ainda não sei se estamos na mesma sintonia.

Rebeca o encarou surpresa, divertida.

— Engraçado ... você não parece em conflito. Parece só ... cauteloso. E eu entendo isso. Acho bonito, até.

— Bonito? — Celo estranhou.

— Homens que sabem o que querem, mas também sabem esperar. Isso não é fraqueza, é maturidade. — Ela tomou um gole do vinho, depois o olhou direto nos olhos. — Mas às vezes, Celo ... a gente precisa deixar de analisar e só viver. Nem que seja por uma noite.

As palavras dela bateram forte, como se ecoassem as de Vicente minutos antes. “Você foi honesto ... agora seja honesto com sua vontade de recomeçar”.

Ele não respondeu de imediato. Apenas a olhou, como quem tentava decifrar se aquele desejo era fuga ou impulso. Mas o olhar de Rebeca era sereno, não havia pressa, só presença. Ele ergueu a taça num brinde tímido.

— Então ... por uma noite leve.

Ela sorriu, e o sorriso dela parecia aquecer o ar entre eles.

Depois de mais alguns minutos de conversa sobre arquitetura urbana, viagens adiadas e playlists favoritas, Rebeca se levantou e estendeu a mão.

— Vem. Não aceito um “não” dessa vez. A música tá boa demais pra deixar passar.

Era “Você me Vira a Cabeça”, na voz de Alcione, remixada com uma batida lounge. Celo hesitou, mas segurou a mão dela. Foram para a parte central do jardim, onde alguns casais dançavam despretensiosamente. A dança foi lenta, quase estática. Mais olhares do que passos. Mais respirações sincronizadas do que movimentos.

Rebeca se aproximou, de leve, até que seus corpos estavam próximos o suficiente para que ele sentisse o perfume suave que ela usava. As mãos dele repousaram com cuidado na cintura dela. E ela, sem pedir permissão, colou os lábios nos dele.

O beijo foi firme e calmo. Um beijo de gente que já passou por dores, mas que ainda acredita no sabor do presente. Não foi voraz, foi íntimo. Um convite sutil para que ele deixasse de lado os pesos do passado, mesmo que por poucas horas. Celo aceitou.

Ainda dançavam, corpos colados, sorrisos mais frouxos, quando ela sussurrou:

— Se quiser parar, é só dizer.

— Se eu quisesse ... — Ele começou, mas não completou. Apenas a beijou de novo, com mais intensidade.

Naquele instante, o mundo lá fora parecia ter se calado. Só restava a música, o calor da pele e a sensação de que, talvez, ele pudesse, sim, viver alguma coisa nova. Mesmo que sem promessas. Mesmo que sem certezas.

Aquela noite, enfim, começava a esquentar.

Rebeca afastou os lábios apenas o suficiente para encará-lo. O olhar dela era firme, decidido e, ao mesmo tempo, provocante. Sem dizer mais nada, segurou a mão de Celo com firmeza e começou a puxá-lo pela casa, serpenteando entre os grupos de pessoas, pelos corredores iluminados por luzes baixas.

Ele a seguiu, em silêncio, como quem é guiado por algo maior do que a vontade. Era instinto. Desejo cru.

Passaram por uma porta semiaberta e entraram rapidamente no pequeno banheiro do andar de cima. Rebeca encostou a porta com o pé, trancando-a com um estalo seco, sem perder o contato visual.

Naquele local, no silêncio abafado e entre quatro paredes estreitas, tudo ganharia outra temperatura.

— O que você está fazendo? — Celo sussurrou, mas seus olhos brilhavam de desejo.

— O que você acha? — Ela respondeu, aproximando-se dele.

— Rebeca … é que … eu não estou preparado – Disse ele com a voz entrecortada.

— O que você quer dizer com isso? Como assim, não está preparado? — Perguntou Rebeca, surpresa.

— Me expressei mal. O que eu quis dizer é que eu não vim “preparado”. Eu não trouxe preservativo.

— Ih, garoto … ponto a menos para você. Como você vai para uma festa “desprotegido” — Disse Rebeca e, parecendo se divertir com a situação, pegou um pacote de preservativo da sua bolsa e deu para ele.

Rebeca não disse mais nada. Em vez disso, ela levantou os braços e envolveu o pescoço dele, puxando-o para um beijo voraz. Celo a segurou pela cintura, sentindo o corpo dela pressionar contra o seu. O beijo era urgente, desesperado, como se ambos estivessem contidos há muito tempo.

Ele a empurrou contra a parede fria do banheiro, e ela deixou escapar um gemido abafado contra sua boca. Celo deslizou as mãos pelo corpo dela, sentindo a textura macia da pele através do vestido. Rebeca o puxou ainda mais para perto, suas unhas cravando-se em suas costas.

— Rápido. — Ela murmurou entre beijos — Antes que alguém nos procure.

Celo não precisou de mais incentivo. Ele levantou o vestido dela até a cintura, expondo suas coxas longas e tonificadas. Rebeca o ajudou a tirar a camisa, e logo ambos estavam ofegantes, consumidos pela paixão do momento.

Ele a beijou novamente, descendo pela linha do queixo até o pescoço, onde depositou beijos quentes e mordidas suaves. Rebeca arqueou as costas, gemendo baixinho, enquanto suas mãos exploravam o corpo dele com urgência.

— Celo … que gostoso … — Ela sussurrou, a voz falhando pelo tesão.

Sem dizer uma palavra, ele a levantou e ela enrolou suas pernas em volta de sua cintura. Rebeca o segurou firme, seus dedos entrelaçados em seus cabelos, enquanto ele a posicionava contra a parede fria.

— Você é muito louca … — Celo disse, com a voz rouca de desejo.

— Nesse momento, por você. — Ela respondeu, ofegante.

Celo não esperou mais, colocou o preservativo e a penetrou de uma vez, sentindo o corpo dela o envolver com calor e umidade. Rebeca deixou escapar um gemido alto, mordendo o lábio para abafar o som. Ele começou a se mover, devagar no início, mas logo aumentando o ritmo, impulsionado pela necessidade urgente de estar dentro dela.

— Ahhhh … tá me fodendo gostoso demais … não para … — Os gemidos dela aumentavam rápido.

O espaço apertado do banheiro só aumentava a intensidade do momento. Cada movimento amplificado, cada som ecoava nas paredes de azulejo. Celo segurava Rebeca firme, estocando ferozmente, sentindo o corpo dela se mover em sincronia com o seu. Ela enterrou o rosto em seu pescoço, gemendo baixinho, enquanto suas unhas deixavam marcas vermelhas em suas costas.

— Mais rápido … mais forte … — Ela pediu, a voz trêmula.

Celo obedeceu, aumentando o ritmo até que ambos estivessem ofegantes, à beira do abismo. Ele a beijou profundamente, sentindo o gosto dela em sua boca, enquanto continuavam a se mover em um ritmo frenético.

— Vou … — Celo começou, mas não conseguiu terminar a frase.

A ejaculação feio forte, e Celo mal teve tempo de tirar o pau de dentro dela. Fez esse movimento, se esquecendo que estava protegido. De olhos fechados, ele curtia a intensidade daquele sexo repentino e prazeroso.

Rebeca não acreditava que aquilo estava acontecendo. Por um segundo, até pensou em protestar, se sentiu insatisfeita, mas se resignou. “Era apenas uma rapidinha, uma coisa aleatória”. Pensou, se convencendo de que não era grande coisa.

Por um momento, Celo ficou imóvel, respirando pesadamente. Rebeca se manteve neutra, não demonstrando sua frustração.

— Que loucura! — Celo exclamou, ainda sob efeito da adrenalina.

— Que bom que gostou. — Rebeca respondeu, se afastando e ajustando o vestido.

Eles se arrumaram em silêncio, conscientes de que o tempo estava se esgotando. Quando finalmente abriram a porta da cabine, o banheiro estava impecável, como se nada tivesse acontecido. Rebeca ajeitou o cabelo e o vestido, enquanto Celo abotoava a camisa.

— Nos vemos lá fora. — Rebeca disse, dando-lhe um beijo rápido na bochecha, mas sem encará-lo diretamente.

Celo acenou com a cabeça, sorrindo, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e cumplicidade. Eles saíram do banheiro separadamente, misturando-se aos outros convidados como se nada tivesse acontecido.

Celo sabia que algo havia mudado, que a linha entre o certo, o errado e o possível, havia sido esticada. E enquanto voltava para o bar, ele não conseguia deixar de pensar em como, apesar do risco, pensava ainda mais em Mari naquele momento. E por mais que tentasse negar, também em Anna.

De volta ao bar, Celo se sentou, pegando um copo qualquer que estava mais próximo. Ainda sentia o coração acelerado, mas não pela euforia, e sim, por uma inquietação silenciosa que ele não sabia nomear. Quando levou o copo aos lábios, Vicente surgiu ao seu lado como se tivesse brotado do chão, com aquele sorrisinho malicioso de quem já sabia mais do que devia.

— Olha só quem voltou do além. — Disse Vicente, dando um tapinha nas costas dele. — Tá tudo certo por aí? O banheiro ainda existe ou vocês derrubaram a porta?

Celo soltou um riso contido, tentando manter a discrição.

— Para com isso, cara ...

— Eu vi, não precisa fingir. Você achou mesmo que ia passar despercebido? — Vicente pegou uma cerveja do balde de gelo sobre o balcão. — Rebeca ... Hummm. Boa escolha. Inteligente, bonita, decidida. E o melhor: do tipo que não se apega fácil.

— Acho que não foi exatamente ... o que esperávamos. — Disse Celo, se lembrando dos detalhes.

— Para você? Claro que não foi. Você ainda tá com a cabeça em outro lugar, meu amigo. — Vicente sorria ao falar. — Mas deixa eu te lembrar de uma coisa: não precisa estar cem por cento pronto pra tudo dar certo. Às vezes, só precisa estar disposto a tentar.

Celo encarou o líquido âmbar no copo.

— Não estava falando de mim … Quer saber, deixa pra lá. Às vezes acho que nem sei o que tô fazendo aqui.

— Você tá vivendo, cara. Tá se permitindo. Isso já é mais do que muita gente por aí. E falando em se permitir ... — Vicente bateu no ombro dele, mudando o tom — já que você tá nesse clima introspectivo, que tal soltar essa energia na música?

— Ah não ... Não sei se tô no clima pra isso. — Celo disse, já sorrindo, antecipando a insistência.

— Ah, sim! — Vicente rebateu, empolgado. — Eu já falei pro pessoal que você toca. A galera tá curiosa. Até mostrei os vídeos da sua apresentação naquele barzinho do interior. E o violão tá ali, só esperando por você.

Vicente se levantou da cadeira, puxando Celo junto com ele.

— Bora, Celo. Nada de se esconder atrás de copo, de silêncio, de passado. Vai lá e faz o que você faz de melhor.

— Vicente ...

— Sem "mas". Toca uma. Só uma. Se for ruim, eu juro que nunca mais peço.

— Isso é mentira e você sabe. — Celo respirou fundo, riu e o acompanhou. — Tá bom, só uma.

— Vai lá e arrebenta. E se for tocar algo triste, pelo menos escolhe uma melodia bonita. Nada de cortar os pulsos da galera. — Vicente brincou, levantando a garrafa em um brinde solitário.

Enquanto Celo se dirigia ao canto onde o violão repousava sobre um suporte improvisado, o burburinho ao redor diminuiu levemente, como se o ambiente reconhecesse que algo diferente estava prestes a acontecer.

Assim que os dedos de Celo tocaram o violão, ele sentiu uma fisgada no peito. O peso da madeira era leve nas mãos, mas o som que carregava vinha de um lugar fundo demais dentro dele. Afinou as cordas de leve, mais por hábito do que por necessidade, enquanto a conversa ao redor ia diminuindo, como se o ambiente respeitasse o silêncio de quem se prepara pra dizer mais com música do que com palavras.

Era só um momento, só uma música, mas, mesmo assim, algo em Celo se retraía. Por dentro, ele se sentia dividido. Sabia que não havia feito nada de errado. Era um homem separado, livre. Mas ao lembrar do olhar contido de Rebeca, da forma como ela ajeitou o vestido sem olhá-lo nos olhos e, principalmente da lembrança inevitável de Mari, uma sombra de culpa se instalou. Se sentia um traidor, mesmo que não tenha traído ninguém.

Alguém, meio alterado e animado pela bebida, gritou do fundo do salão:

— Toca Legião, pô! A melhor!

Risadas se espalharam. Celo ergueu os olhos, meio surpreso, e quase agradecido por aquele empurrão inconsciente do destino. Porque bastou ouvir "Legião" para que uma memória específica voltasse com força: Mari cantando baixinho "Vento no Litoral", os olhos fechados, a cabeça encostada no ombro dele, num fim de tarde qualquer, anos atrás.

Era uma música que ela amava. E, embora ele fosse mais de Chico, Caetano e Milton, sabia os acordes daquela canção com perfeição. Tocava por ela. Sempre foi assim.

Respirou fundo, baixou os olhos para o violão e começou com o dedilhado suave, as notas abrindo espaço no ar como uma lembrança que ninguém pediu, mas que todo mundo sente.

A melodia preencheu o salão aos poucos e logo, o silêncio foi absoluto. A voz de Celo saiu baixa, quase íntima, como se cantasse apenas para uma pessoa, mesmo que ela não estivesse ali.

“De tarde eu quero descansar

Chegar até a praia e ver

Se o vento ainda está forte, vai

Ser bom subir nas pedras, sei

Que faço isso pra esquecer

Eu deixo a onda me acertar

E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe, vê

A linha do horizonte me distrai

Dos nossos planos é que tenho mais saudade

Quando olhávamos juntos na mesma direção

Aonde está você agora

Além de aqui dentro de mim

Agimos certo sem querer

Foi só o tempo que errou

Vai ser difícil eu sem você

Porque você está comigo o tempo todo

E quando vejo o mar

Existe algo que diz

Que a vida continua e se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui

O que posso fazer é cuidar de mim

Quero ser feliz ao menos

Lembra que o plano era ficarmos bem

Ei, olha só o que eu achei, humm

Cavalos-marinhos

Sei que faço isso pra esquecer

Eu deixo a onda me acertar

E o vento vai levando tudo embora”

Os olhos de algumas pessoas já estavam marejados. Vicente, mais atrás, cruzou os braços, em silêncio, respeitando o momento. Rebeca parou ao ouvir os primeiros versos e ficou ali, observando de longe, vendo como Celo cantava como se estivesse vivendo a letra da música. Ela entendeu tudo sem que ele dissesse uma palavra.

E Celo ... Bem, ele continuou cantando. Não para impressionar, nem para se mostrar. Mas porque, naquele momento, era a única forma que ele conhecia de continuar respirando.

Assim que a última nota de Vento no Litoral se dissolveu no ar, Celo abaixou o violão devagar, como quem devolve um segredo ao silêncio. O salão permaneceu quieto por alguns segundos, antes de explodir em aplausos emocionados. Mesmo assim, ele não sorriu. Apenas levantou-se e caminhou em direção a Vicente, que o esperava próximo ao bar com um copo na mão e um olhar atento.

— Vai embora já? — Vicente perguntou, reconhecendo o semblante triste e sombrio, oferecendo uma cerveja, que Celo recusou com um gesto.

— Preciso de ar ... e de silêncio. — Celo respondeu com honestidade.

Vicente concordou, sem insistir.

— Foi bonito o que você fez. Mexeu com muita gente. Eu, inclusive. Mas ... eu entendo. Vai com calma, irmão. Você ainda tá no olho do furacão.

Celo sorriu meio sem graça e deu um leve tapa no ombro do amigo.

— Obrigado por tudo hoje. De verdade.

— Só faz o seguinte: não desaparece. E ... — Vicente deu uma piscadela — você precisa conversar com a Rebeca. Mandei o número dela por mensagem. Acho que rolou uma sintonia, mesmo que vocês ainda não tenham entendido direito.

Celo apenas acenou com a cabeça, sem prometer nada.

Na semana seguinte, ele pensou várias vezes em Rebeca. Não pela noite em si, mas pela forma como ela o olhou antes de ir embora. Havia algo não resolvido naquele olhar, ou talvez fosse só a culpa dele falando mais alto. Ainda assim, decidiu tentar.

Na terça, mandou a primeira mensagem:

“Oi, Rebeca. Tudo bem? Estava pensando em você. Será que a gente podia tomar um café qualquer dia desses?”.

Rebeca:

“Oi, Celo. Tudo sim, e você? Essa semana tá corrida por aqui ... fechamento de projeto e algumas reuniões de última hora”.

Celo:

“Imagino. Sem pressa. Quando você tiver uma brecha, me avisa”.

Rebeca:

“Claro! Te aviso sim”.

Mandou mensagem novamente no final de semana

“Oi. Vi que vai ter aquele evento de startups na sexta, você vai? Podíamos aproveitar e conversar um pouco …”.

Rebeca:

“Poxa, Celo ... queria muito ir, mas fui escalada para um treinamento interno no mesmo horário. Você vai gostar, é um bom ambiente. Mas vou ficar devendo essa”.

Mais uma semana, e Celo tentou novamente:

“Bom dia. Pensei em te chamar pra almoçar, só pra gente bater um papo mesmo. Sem pressa, sem compromisso”.

Rebeca:

“Oi, Celo. Hoje é aniversário da minha afilhada ... vou passar o dia com a família. Mas obrigada pelo convite, viu?”.

Celo:

“Tudo bem. Aproveita o dia. Parabéns para ela”.

Celo ficou olhando para a última mensagem por longos segundos. Nenhuma das respostas dela era seca, nem desinteressada. Mas havia uma distância ali. Um cuidado. Uma forma sutil e delicada de dizer “não”, sem a intenção de magoar.

Ele não insistiu mais. Guardou o celular no bolso e soltou um suspiro fundo. Sabia reconhecer quando alguém não queria continuar. E mesmo que não houvesse mágoa, havia um tipo de silêncio que falava mais do que palavras. Talvez fosse só isso entre eles: uma noite, um momento fora do tempo. Um impulso.

Talvez não devesse ter tentado esticar a situação. Estava recém separado e não tinha nenhum tipo de sentimento a mais por ela. Mas parte dele ainda se perguntava se teria sido diferente se a música, ao invés de Vento no Litoral, tivesse sido outra.

Vicente nunca sumia. Mesmo com a rotina puxada e os compromissos da vida adulta, fazia questão de manter o contato com Celo, seja com memes sobre solteirice, convites aleatórios para festas ou apenas um “e aí, sumido”. Depois de tantas recusas, Celo finalmente cedeu.

— Tá bom, Vicente. Hoje eu topo. Me manda o endereço.

O barzinho era um desses lugares descolados que vivem mudando de nome e cardápio, mas continuam lotados de gente bonita e música no volume certo. Vicente já estava lá, encostado no balcão, camisa aberta até o terceiro botão, drink colorido na mão e aquele sorriso de quem já estava no segundo round da noite.

— Olha quem veio tirar a teia da alma! — Brincou Vicente, abrindo os braços.

Celo riu, meio sem graça.

— Eu precisava sair. A cabeça não anda legal.

— Isso aqui vai te fazer bem, confia. — Disse, erguendo o copo para chamar o garçom. — Duas doses de tequila pra começar. É por minha conta.

Algumas rodadas depois, Celo se soltava mais. Contou por alto sobre Rebeca, sem mágoas, mas com um certo peso na voz.

— Gente boa, inteligente. Mas ... muito diferente de mim. Foi só uma noite. Achei que podia rolar algo mais leve, sem compromisso, mas ... acho que me enganei.

Vicente assentiu, compreensivo.

— Às vezes a gente força uma vibe que não existe. Não é sobre transar ou não, é sobre se encaixar. E se não encaixou, bola pra frente. Ela não foi feita pro teu momento, e tá tudo certo.

Mais algumas doses, e o bar parecia girar num ritmo menos duro. Foi quando duas mulheres se aproximaram, puxadas por Vicente com naturalidade.

— Celo, essas são a Raíssa e a Bruna. Elas estavam aqui na nossa órbita e achei que valia apresentar.

Raíssa, cabelos ondulados, sorriso aberto e piercing no nariz. Bruna, elegante, olhar curioso e vestido de alça fina. Celo, normalmente reservado, deixou-se levar. Brincadeiras leves, risadas compartilhadas, flertes escancarados. Vicente, claro, conduzia tudo como um maestro, alternando entre piadas e elogios exagerados.

— Então você é o músico? — Bruna perguntou, encostando levemente o ombro no dele.

— Amador ... muito amador — Celo respondeu, rindo.

— Tem cara de quem canta com a alma. — Disse Raíssa, provocando. — Isso é sexy.

Celo sentia o álcool circulando, o ambiente aquecido, o corpo respondendo a estímulos há tempos esquecidos. Vicente o cutucou discretamente, sussurrando:

— Meu apê é aqui do lado. Tô achando que a noite ainda vai render.

Celo hesitou por um segundo. Mas depois de tanto silêncio, tanta introspecção, tanta saudade do toque humano ... ele se deixou levar.

— Bora. — Respondeu, pegando o casaco.

Saíram os quatro juntos, misturados ao cheiro da noite, ao som abafado do bar ficando para trás. No caminho, risadas, mãos que se entrelaçavam, promessas de um momento sem cobranças.

No elevador, Celo olhou para o próprio reflexo no espelho lateral. Não reconhecia bem quem estava ali. Mas, por ora, não se importava.

A noite tinha sido barulhenta, suada e um pouco bagunçada. Mas, no fundo, vazia. Celo, ainda envolto nos lençóis amassados do quarto de hóspedes de Vicente, acordou com a cabeça pesada e uma sensação incômoda no peito. A luz entrava pela janela com violência, como se o mundo quisesse esfregar na cara dele que o escapismo tem prazo de validade.

Bocejou, coçou os olhos e, ao ouvir vozes vindo da cozinha, parou por um instante. Reconheceu a risada de Vicente e, logo em seguida, a voz de Bruna, a mulher com quem passara a noite.

— Olha, desculpa, Vicente — Ela dizia, meio que debochando. — Mas da próxima vez, escolhe um cara com mais energia. Mas, se não tiver energia, pelo menos, que seja criativo. Ele é bonito, tem aquele jeito misterioso ... mas é bem devagar.

Outra risada, dessa vez de Raíssa, a amiga:

— Ah, ele é tímido, vai ver só precisa esquentar ... com calma.

Bruna continuou, em tom de deboche leve:

— Calma? O cara não tinha muita noção do que tava fazendo. Eu lá tenho tempo pra aquecer gente em crise existencial? Vai ver ele ainda tá apaixonado pela ex ... ou pela própria tristeza.

Celo fechou os olhos. Sentiu o estômago revirar, mas não por causa da bebida. Aquilo doía mais do que deveria, porque no fundo, ele sabia: elas não estavam exatamente erradas.

Sentou na cama devagar, calçando os tênis espalhados pelo chão. Pegou o celular, viu a tela acesa com uma mensagem não lida de Paul, mais uma tentativa de conversa. Suspirou pesadamente.

Respirou fundo e foi até o banheiro no corredor. Escovou os dentes com o dedo, ajeitou o cabelo com a mão e saiu. O riso cessou por alguns segundos quando ele apareceu na cozinha. Vicente, percebendo a situação, tratou de disfarçar:

— Olha só quem resolveu dar as caras. Dormiu bem?

Celo forçou um sorriso.

— Como uma pedra.

Bruna sorriu, sem graça, mas não pediu desculpas. Apenas ergueu a caneca de café como quem dá um brinde e disse:

— Bom dia, moço misterioso.

Celo apenas acenou de leve com a cabeça. Pegou a jaqueta que estava pendurada na cadeira e disse:

— Valeu, gente. Vicente, te ligo depois.

Vicente levantou, acompanhando o amigo até a porta. No olhar, o respeito de quem entende que pode ter exagerado, mesmo sem arrependimento.

— Celo ... foi mal. Só quis te tirar um pouco da caverna.

— Eu sei, cara. Valeu mesmo. Mas acho que eu ainda tô na caverna.

— Tá tudo bem. Quando quiser sair de novo, me chama. Sem pressa.

Celo desceu as escadas sem olhar para trás. Lá fora, o sol batia forte demais pra quem carregava uma ressaca emocional. Ele sabia: precisava encarar o que sentia de verdade. Fugir não estava mais funcionando.

As semanas passaram com uma sucessão de festas, bares e encontros organizados — ou improvisados — por Vicente. Celo, ainda tentando se encaixar naquele novo universo de liberdade, seguia o fluxo, mas cada noite terminava com mais frustração do que prazer.

Na primeira vez, em uma festa num rooftop elegante, conheceu Júlia, uma mulher vibrante que riu de todas as piadas dele e o puxou para um canto mais reservado. Mas na hora “H”, Celo se atrapalhou. Tentou ser delicado demais, hesitou, e ela, paciente no início, terminou com um beijo na bochecha e um “foi legal te conhecer, mas acho que a gente não combina”.

Na segunda, uma balada eletrônica onde tudo parecia girar em torno da velocidade — música, bebida, intenções — conheceu Lara, cheia de atitude, que o levou pra casa sem rodeios. Celo tentou corresponder, mas entre movimentos robóticos e beijos fora de tempo, terminou dormindo sozinho no sofá, enquanto ela preferiu o próprio quarto, dizendo:

— Acho melhor cada um descansar no seu canto hoje.

Na terceira, em uma casa de swing, Celo hesitou até na hora de tirar a camisa. Uma mulher mais experiente, com um sorriso gentil, o guiou por alguns momentos, mas no meio da interação, ele travou, murmurando um “acho que não tô pronto”. Ela só assentiu, com um olhar compreensivo e quase maternal.

Vicente observava tudo com atenção. Não zombava, não expunha. Mas naquela noite, na saída de uma balada com clima mais intimista, ele decidiu ser honesto.

— Celo ... posso te falar uma parada, sem filtro? — Perguntou, acendendo um cigarro enquanto esperavam o carro.

— Pode. — Celo respondeu, cabeça baixa, encarando o chão.

— Cara, você é boa pinta, inteligente, tem carisma. Mas ... tu tá tentando viver algo que ainda não entendeu. Tá querendo agradar sem saber o que elas querem. Tá com medo de errar tanto que ... tá errando até no básico.

Celo respirou fundo.

— Eu não sei o que tô fazendo, Vicente. Só estive com a Mari. A vida inteira. Só ela.

— Eu sei, mano. E é por isso que tô falando. Sexo não é só técnica, mas também não é só emoção. Tem que ouvir o corpo da mulher, prestar atenção. E principalmente: parar de pensar tanto.

— Fácil pra você dizer.

— Não é fácil pra ninguém no começo. Mas escuta: se tu quiser, eu te ajudo. Não pra virar pegador. Mas para que, quando você se envolver com alguém de novo, e vai acontecer, você saiba entregar mais do que presença. Entregar prazer.

Celo concordou, engolindo o orgulho com um gole seco de cerveja.

— Valeu, Vic ... obrigado por não debochar.

— Debochar de quê? Você é meu amigo, pô. Só quero ver tu deixar de ser turista nesse rolê.

Celo se afastou de tudo. Parou de responder às mensagens de Vicente, silenciou os grupos, cancelou convites, e deixou de aparecer nas festas que, até pouco tempo atrás, frequentava como quem busca um mapa no escuro. O apartamento, pequeno e antes tão cheio de esperança de recomeço, agora parecia encolher em volta dele, tornando-se uma extensão do seu próprio desânimo.

Acordava tarde, ou nem dormia. Passava horas deitado no sofá, encarando o teto, a luz da janela desenhando formas tristes nas paredes. O violão ficou encostado no canto, coberto de silêncio. As músicas que antes o preenchiam agora soavam como zombarias distantes, lembranças de uma versão sua que já não sabia se existia.

Ele se sentia um adolescente deslocado, um estranho no próprio corpo. Se já carregava a culpa silenciosa por nunca ter sido o suficiente para Mari, agora aquela sensação o sufocava. A imagem dela, entregue nos braços de Paul, voltava como um pesadelo lúcido. Mas pior ainda era a certeza que amadurecia dentro dele: talvez tenha feito o certo ao se afastar. Talvez ele realmente não tivesse muito a oferecer. Nem como marido, nem como amante. Nem como homem.

“Ela merecia mais. Merecia alguém que a fizesse vibrar, que soubesse tocá-la, guiá-la. Que a olhasse com fome e não com insegurança”.

Esses pensamentos martelavam como um refrão cruel. Cada tentativa frustrada com outras mulheres se tornava um espelho da própria inadequação. Celo se via pequeno, indigno, frágil. Sentia que havia deixado Mari livre ... e que, no fundo, isso tinha sido o melhor que poderia ter feito por ela. Um último ato de amor silencioso: deixá-la ir.

Mas aquele pensamento, que deveria ser nobre, só lhe doía. Porque junto com ela, parecia ter perdido a si mesmo.

A solidão deveria ser um refúgio, mas parecia uma prisão. Cada dia parecia mais cinza, cada minuto mais pesado. E o medo, que antes era de ficar sozinho, agora era de nunca mais voltar a se reconhecer.

A campainha tocou uma, duas vezes. Celo nem olhou pelo olho mágico. Apenas girou a maçaneta no automático, como se abrir a porta fosse mais um reflexo do que uma escolha.

Do outro lado estavam Paul e Anna.

Os olhos de Celo, fundos e apagados, demoraram alguns segundos para entender o que estavam vendo. O peito afundou em surpresa. Não uma surpresa boa, daquela que aquece, mas um sobressalto desconfortável, que o fez querer fechar a porta de novo, voltar para sua caverna escura e se esconder sob o peso da vergonha e do cansaço.

Anna foi a primeira a notar. Bastou um olhar.

— Meu Deus, Celo … — Disse ela, num tom suave, mas cheio de preocupação.

Paul, que vinha logo atrás, também ficou em silêncio por um momento, observando o rosto magro, a barba por fazer, os olhos opacos e a camisa amassada. Não era o mesmo homem vibrante que tinham conhecido, nem mesmo aquele deitado em uma cama de hospital lá atrás, se recuperando do acidente com um sorriso no rosto, mesmo entre a dor. O Celo atual parecia apagado, sem vida.

— A gente pode entrar? — Paul perguntou, cuidadoso, quase com medo da resposta.

Celo não disse nada. Deu um passo para o lado, permitindo a entrada, e voltou lentamente para o sofá, como quem carrega os próprios pés.

Anna entrou, hesitante, olhando ao redor. O apartamento estava em silêncio, com luz baixa, roupas largadas sobre uma cadeira, louça suja na pia, embalagens de comida espalhadas. O violão encostado no canto parecia abandonado há semanas. O ar era pesado, quase tóxico.

— A gente tentou ligar várias vezes. — Paul disse, parando próximo à porta, como se respeitasse um limite invisível.

— Desculpa. — Celo respondeu, com a voz rouca. — Eu ... não queria falar com ninguém.

Anna se aproximou devagar, os olhos marejando ao vê-lo daquele jeito, tão diferente daquele homem que havia se jogado na frente de um carro para salvar uma criança. Uma atitude impulsiva? Sim, mas repleta de vida. Agora, parecia que ele mal conseguia salvar a si mesmo.

— Celo, o que aconteceu com você?

Ele deu um sorriso frouxo, quase cínico.

— A vida “aconteceu” comigo.

O silêncio que se seguiu dizia mais do que qualquer palavra. Paul e Anna trocaram um olhar. Estavam ali por um motivo, mas o que encontraram foi muito além do que imaginavam.

Celo estava despedaçado. Era preciso juntar e colar os cacos.

Anna não se segurou, começando a limpar e organizar a bagunça. Se sentia obrigada a tentar trazer alguma positividade para o momento. Lavou a louça, recolheu as embalagens de comida, enquanto o cheiro de limpeza começava a disputar espaço com o ar abafado do apartamento. Paul permaneceu de pé no centro da sala, observando tudo com um nó na garganta.

Quando Celo se sentou no sofá, sem forças até para demonstrar desconforto, Paul finalmente falou.

— Celo … — Ele começou, com a voz baixa. — Cara, eu pensei em mil formas de ter essa conversa com você. E todas elas pareciam erradas.

Paul fez uma pausa curta, os olhos no chão. Depois o encarou.

— Eu fui um idiota, um babaca. Um péssimo anfitrião. Um cara sem noção. Quando vocês vieram na nossa casa, naquele feriado, eu achei, de verdade, que estava ajudando. Que estava abrindo uma porta para vocês explorarem juntos, com liberdade ... Mas agora eu entendo que eu só fui burro. Surdo. Cego. Achei que estava sendo acolhedor, parceiro, e, no fim das contas, eu agi como um canalha.

Paul esfregou os olhos, num gesto tenso, quase irritado consigo mesmo.

— Eu não li os sinais. Não percebi que vocês ainda estavam engatinhando naquele universo. Não vi que vocês ainda carregavam dúvidas, receios, até inseguranças ... Eu avancei o sinal, agi por impulso, deixei o ego falar mais alto. Fui invasivo. E mesmo que nada tenha sido escondido ou forçado, eu fui o cara errado no momento mais frágil da vida de vocês.

Paul respirou fundo, engolindo seco.

— Você confiou em mim, Celo. E eu não honrei essa confiança. Não da forma que eu devia. Não com o respeito que você merecia. Eu achei que estava fazendo o certo. Mas hoje, olhando para trás, percebo que só piorei tudo.

O silêncio se instalou por um momento, preenchido apenas pelo som de Anna ajeitando almofadas no sofá e colocando água pra ferver, como se criar um ambiente melhor fosse sua forma de pedir desculpas também.

Paul deu um passo à frente, com olhar sincero e firme.

— Me desculpe, irmão. De verdade. Se eu tivesse parado pra sentir, entender, ao invés de só agir, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Eu só quero ... consertar, se é que dá. Nem que seja só limpando um pouco da bagunça que eu causei na sua vida.

Celo respirou fundo. Ainda se sentia desmoronando por dentro, mas havia algo no olhar de Paul que o fez encontrar um fio de dignidade para se agarrar. Ergueu os olhos e, com voz rouca, mas firme, respondeu:

— Eu também errei, Paul. Muito. Hoje eu entendo melhor ... que não existem vilões nessa história. Só gente tentando se entender no meio do caos.

Ele passou a mão pelo rosto, como se quisesse varrer a exaustão acumulada.

— Eu devia ter falado. Enfrentado. Mas eu fugi. Como um moleque. Desapareci, deixei vocês preocupados ... Me tranquei num mundo de vergonha, raiva e confusão. E, cara ... eu sinto muito por isso também.

Paul deu um passo à frente, como se quisesse contestar, mas Celo ergueu a mão, pedindo para continuar.

— Eu não sou mais o mesmo de antes. Mas também não sei quem eu sou agora. E, naquele tempo ... eu estava no meio do fogo cruzado entre querer descobrir coisas novas e ainda me sentir preso a tudo que era seguro. Você errou, sim, Paul. Mas eu também. Não sou vítima. Fui só ... confuso e imaturo.

Paul balançou a cabeça com um meio sorriso triste.

— Cê tem razão em tudo o que disse. E não tem que pedir desculpa por nada. A responsabilidade era minha. E, se serve de consolo, eu aprendi. Aprendi do pior jeito, mas aprendi.

O silêncio que se seguiu foi diferente dos anteriores. Mais leve, mais honesto. Como se, depois de tanto tempo, a poeira tivesse começado a baixar.

Foi então que Anna, que observava tudo com olhos cuidadosos, se levantou e foi até a bancada da cozinha. Puxou uma folha de papel, rabiscou algumas palavras e estendeu para Paul com um pequeno sorriso.

— Preciso de algumas coisas. Dá um pulo no mercado pra mim? Por favor?

Paul leu a lista rapidamente e entendeu na hora. Anna queria ficar a sós com Celo. Ele não questionou, apenas assentiu.

— Claro. Volto rápido.

Pegou as chaves, deu um último olhar para os dois e saiu. A porta se fechou suavemente. Agora, só restavam Anna e Celo. E um silêncio novo entre eles. Mais carregado. Mais íntimo.

Anna não perdeu tempo com rodeios. Assim que a porta se fechou atrás de Paul, ela cruzou os braços, encostando-se na bancada da cozinha.

— Então ... fiquei sabendo que você anda se divertindo pela cidade.

Celo franziu a testa, surpreso. A expressão no rosto dele oscilava entre o espanto e a desconfiança.

— Como assim? — Ele perguntou, se aproximando, puxando uma cadeira e se sentando, desconfortável.

Anna deu de ombros, como quem joga a informação no ar, sem o menor esforço para amenizar.

— Vicente é uma figura conhecida. Muito pomposo pro meu gosto. Aquele jeito espalhafatoso dele não combina com discrição, sabe?

Ela caminhou até a janela, abrindo uma fresta para deixar entrar um pouco de ar fresco. A luz da lua desenhava um contorno suave ao redor dela.

— Apesar de ser do bem ... ele fala demais. Principalmente quando bebe.

Celo baixou o olhar, apertando os dedos entre si. Tentou mudar de assunto, como quem busca uma rota de fuga.

— Você não precisava ter mandado o Paul ao mercado. Eu tenho tudo o que preciso aqui. — Disse, quase num resmungo.

Anna virou-se de volta para ele, caminhando com calma, mas com um olhar firme, penetrante.

— Paul não vai voltar. Não agora.

Celo a fitou, sem entender de imediato.

— Como assim?

Ela parou diante de Celo, os olhos cravados nos dele.

— Nós temos assuntos pendentes a resolver. Esqueceu?

Continua …

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Comentários

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Este capítulo falou só do Celo,será que no próximo vai ser a maior parte falando da Mari?

Tomara que ela consiga outro amor e deixe o CELO para trás,ele não merece ela não,,pelo papelão que ele fez com ela

Quem sabe ele não ache uma nova paixão também.

Agora vai transar com a Ana,vai ter sua vingança,opss tô brincando.

Então esse capítulo falou do Celo se soltando um pouco,será a Mari continuará amuada e triste ou vai sair e se animar um pouco?

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É sério fazedor, q vc pensa isso mesmo, q foi só o Celo q vacilou.

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Manfi, ta mais q claro pra mim, a Mari começa se soltar por causa dos " amigos ", como se disse, o Celo percebeu isso, e já se sente inferiorizado por isso também, e depois desse capítulo, se viu ainda mais baixo, como será q ele vai se livrar disso?

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Poh cara vc leu TB a história do raell né?? Vc viu como o Victor ficou tão abalado que foi algo de um condicionamento cruel da outra personagem lá...

Como que ele conseguiu resolver...uma pessoa DE FORA, embora conhecendo o casal de amigos lá, conseguiu fazer ele voltar a ter vontade de viver. Fez ele começar a recuperar a confiança, auto estima, amor próprio... é isso que normalmente vc tenta nessas situações... sinceramente achei que elas iriam por esse caminho... é o que eu falo, vc não teve uma pessoa p ajudar ele, ser verdade, e sinceramente, achar que ele transar com a Ana vai resolver, sinceramente é algo que realmente não faz sentido.

P falar a verdade ele pensar tanto nela nesse último capítulo, meio que do nada, já não fez sentido...veja bem, ele teve diversas oportunidades com outras mulheres, aí justamente como m a pessoa que ele estava qd tudo aconteceu, que ele sabe, até pq ficou nítido, que está com sentimento de culpa muito grande e etc...vc achar que ele vai ser sentir confortável, e achar que mandou bem não faz sentido...na vida real ele nem abriria w porta...mas TB não iria ir p esse caminho, primeiro pq o sentimento de culpa seria grande pele esposa não esta junto. Segundo pq ele nem iria conseguir, é mais realista ele broxar do que o contrário. E mesmo se conseguir, o que ele vai conseguir com isso? Vai so fortalecer o argumentos de muitos, que se ele tivesse transado com ela tudo seria minimizado e etc...de novo, querendo ou não ele tomou uma decisão, por conta própria...ele se relacionar com ela so vai de encontro com o que ele decidiu e, novamente, outras pessoas irão induzir ele a pensar de uma maneira diferente.

Qd eu falo que ele está sendo condicionado, conduzido é exatamente isso. Tudo o que ele pensa e sente é minimizado e visto como errado ou impróprio. Tudo o que ele faz ou deixa de fazer de certa forma é visto como o que está trazendo sofrimento p família, p esposa e etc...e o que é importante p ELE, e não para o casal, nunca é sequer discutido.

Vc leu as duas histórias...faça um paralelo entre os personagens...

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Sim, li a história do Raell!

Tô esperando a confirmação, vejo semelhança entre o Vitor e o Celo, e o Celo transar com a Ana pra mim não vai ajudar em nd, só vai piorar a sua situação,o Celo até o fim do seu casamento só teve a Mari como parceira.

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Ele é um personagem fictício, criado para contar uma história. É claro que ele seria condicionado e conduzido. Eu entendo que ele não o agrade, mas é do jogo. Assim como já li milhares de histórias cheia de personagens que não me agradaram.

Vejo incríveis personagens femininas, que se bem trabalhadas, poderiam gerar histórias incríveis, mas que são transformadas em marionetes para agradar fetiches estranhos e doentios, rebaixadas a meras putas sem escrúpulos para saciar o desejo de leitores. E tá tudo certo.

Celo é quem é, o que não quer dizer que não possa mudar.

Somos o resultado das nossas experiências de vida. Moldamos nosso caráter e personalidade de acordo com aquilo que vivemos. As coisas podem melhorar para ele, ou piorar ainda mais, isso vai depender do que queremos mostrar na história. Celo tem seu papel a cumprir, foi criado para isso.

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Pelo contrário meninas, o Celo me agrada sim,cara fiel, apesar de ter um sexo sem graça com a esposa não a traiu.

Pra mim o problema ele ser ruim de cama, e pode achar q ele não soube estimular a Mari,e agora ter relações com a Ana,pra mim afunda de vez.

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Celo está vivendo o inferno na terra, é de cortar o coração ler algumas partes do texto. Da para ver o quanto ele está sofrendo, espero que Anna consiga fazer algo que o ajude, está difícil ver o quanto ele nessa situação.

Mas não é só ele que está sofrendo, Mari está sofrendo, seus filhos também, não consigo ver só a dor de uma personagem e defender só ela. Também não acho que a dor do Celo apague seus erros, sim, na minha opinião ele cometeu erros e um em especial foi crucial para que ele esteja nessa situação.

Claro que ele não errou sozinho, mas também não está sofrendo sozinho, ter empatia só com a dor de uma personagem nessa história não faz sentido para mim já que não tem vilões e mocinhos, mas sim pessoas que cometeram erros e estão procurando a melhor maneira de tentar concertar os estragos que esses erros causaram.

Gostei da conversa do Paul com o Celo, a alguns capítulos atrás eu disse que Paul do falou verdades ao Celo, nessa conversa ficou claro que até Celo concorda com isso agora.

Acho que as coisas ainda estão longe de mudar, mas ainda tenho esperanças que isso aconteça.

Muito bom como sempre!

Parabéns Meninas! 🤗😘

Ps: Orgulho de ver autoras femininas talentosas aqui na casa! Independente do rumo da história e se vai me agradar ou não, eu sou muito fã de vocês! ❤️

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*está difícil ver ele nessa situação.

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Peço perdão por te responder, mas eu acho que preciso ser claro, e de verdade, isso é um pouco difícil para mim.

Não é questão de ver só um lado e defender só um lado. A questão é o modo desproporcional (e isso é minha opinião) de como a história foi escrita.

Vou dar como exemplo as "verdades" que o Paul jogou na cara do celo, no meio da rua e de outras pessoas...alguém fez o mesmo ou algo parecido com a Mari?? Parece que o início da história se apaga da mente das pessoas...o que fez o Celo errar(se é que foi um erro), e tentar ir para o caminho de continua a "amizade" com esse casal??? Pq ele achou que esse era o melhor caminho??? Talvez pq ele teve uma esperança de finalmente a Mari se "libertar" como mulher?? Ele tomou essa atitude a partir de quando???

O início da história é nítido e himerus trouxe de volta alguns trechos que muitas pessoas simplesmente esquecem ou escolhem minimizar...ela deliberadamente escolheu afasta o marido...ela ainda é psicanalista, e usava isso para brecar QQ discussão. Ela começa a se soltar por causa dos "amigos". E ele percebeu isso. Alguém em algum momento jogou essas "verdades" na cara dela? Alguém expôs ela em público??

Apesar do possível problema pessoal que possamos ter eu sempre te achei uma pessoa coerente. Vc sabendo do trauma do cara, se coloca no lugar dele e veja se realmente isso foi legal ou mesmo necessário. Eles iriam conversar de toda a forma.

Sinceramente não é uma questão de torcer p A ou B...ou querer julgar o sofrimento de cada um... é o modo como tudo foi escrito.

Olha o jeito como a Mari é respeitada e até admirada por todos. Muitos admitem os erros dela mas ninguém a julga.

Agora o modo como o Celo está sendo escrito. Ele sempre foi colocado de forma inferiorizada em relação aos outros. Olha o modo como muitos vêem ele, inclusive pessoas que eu TB admiro...não vou citar nomes, pq só de te responder já pode dar merda infelizmente.

Mas é nítida a forma como tudo é colocado. E até um certo ponto até faz sentido...mas foi o que eu disse pras meninas...o cara não consegue respirar, ele ou tá isolado, ou tá na companhia que o colocam p baixo...pode reparar isso desde que aconteceu o que aconteceu. Eu não me importaria se a Mari seguisse um tempo se descobrindo ou não com os "amigos", desde que o celo tivesse esse tempo TB.

Enfim...ele precisa de alguém, fora desse grupinho, que o ajude a recuperar a pessoa que ele era. Ele precisa voltar a ter vontade de viver e essa vontade vir sem que isso dependa de outras pessoas. Ele precisa se amar, orgulhar de si mesmo.

Sinceramente, do jeito que está sendo escrito essa história, e eu peço desculpas novamente as autoras por essa opinião, ela está parecendo um história parecida essas em que uma pessoa, normalmente homem, é condicionado a aceitar situações que não gostaria por não se ter saída. Sinceramente, talvez por vc ou as autoras não conhecerem pessoas que passaram por isso, vcs nem percebem o que está história está virando. E para muitas pessoas, principalmente homens, que se identificam TB com o celo, está torturante de ler.

Pensa num relacionamento abusivo, em que a pessoa (normalmente mulher) se vê condicionada e aceitar situações horríveis pq não vê saída, pq acha que não já outra solução...se coloque realmente na pele dele...vc realmente acha que o modo como ambos foram escritos está realmente proporcional??? Vc sabe que ela está sofrendo, ela teve um puta apoio de amigos, família a amiga terapeuta...e mesmo assim, ninguém "jogou verdades na cara dela", muito pelo contrário,o que ela falou p amiga na terapia mostra que ela só viu que errou por causa da reação do marido. Mas ninguém não foi no fundo do problema dela e de sua relação, de como as suas atitudes anteriores, de muitos anos atrás TB contribuiu p chegar neste momento. Pq não tocar nisso??? Como vc acha que ela se sentiria?? Tenho ctz que vc e muitas outras pessoas ficariam desconfortáveis e tristes se alguém fosse tão fundo...mas no caso do celo... é só falar verdades...

Sinceramente fica p reflexão...com todo o respeito do mundo!!! Desculpa novamente essa resposta...mas não foi apenas para vc, apenas aproveitei seu comentário.

Ótima Páscoa.

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Infelizmente não posso te bloquear para que você não possa responder comentários meus, também não queria ter que parar de comentar as histórias que gosto por sua causa, mas vou ter que acabar fazendo isso para não perde a paciência. Eu fui bem clara com você da última vez que te respondi. Por favor, respeite isso. Estou pedindo na educação.

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Eu nem tô entrando ou comentando mais no site...mas estava ansioso por essa continuação...

Sinceramente vcs não de cansam de destruir e acabar com o cara, para no final uma trepadinha com a Ana resolver tudo!!!!

Vou ser bem sincero, já não me importo mais com criticas, nem vou continuar ativo no site, mas, sinceramente, vcs precisam ou precisavam de uma visão masculina para ajudar vcs nesta história...talvez alguém que fosse mais parecido com o Celo do que o Paul...ou sei lá, não sei qual de vcs é da saúde mental, mas realmente precisava pegar uma experiência com quem realmente sofreu esse tipo de coisa..

A gente esperou pelo menos metade desses 23 episódios para ver a conversa entre os dois e foi no máximo dois parágrafos de uma criança conversa lacônica e sem o peso dramático de todo o restante da história...aí a solução para o cara é comer a Ana....como se ele não ficasse na dúvida que aquilo era real, que seu desempenho foi bom ou foi apenas por do...

Um cara que sofreu tudo o que ele sofreu jamais iria por esse caminho...ainda com o casal de "amigos"...isso é apenas amiga mais humilhante e desconfortável...

Mas...essa dor que ele sente poucas pessoas conhecem...e sinceramente, eu sinto dizer isso, mas a visão de vcs sobre ela é a mais equivocada possível.

Poh tá falando pras autoras sobre como um personagem deve estar sentindo ou não...pretensão p caramba!!! Que os homens que lerem a história e que não façam parte do "grupinho do bem", possa me desmentir...o problema é que muitos não vão querer insensíveis com as autoras, outros desistiram de ler faz tempo e muitos simplesmente não conseguem dar uma opinião honesta, nem mesmo por trás de Nicks...

Não tenho mais de uma conta...não é nada pessoal contra ninguém... é apenas a opinião de um homem que já passou por muita coisa na vida...já viu relatos ebja conversou com muitos outros que sofriam ou sofreram como este personagem...e que sinceramente não tem nada a perder por dar minha opinião honesta a respeito de uma história que, por ser tão boa e complexa, pode ser vista muito mais do que uma história por muitos...e um personagem central da trama parece ser conduzido por quem realmente não conhece muito o sofrimento que mesmo está sentindo e que, pode sim, ser muito representativo para muitos outros...não sei se estou sendo claro...mas, para quem poderia se sentir representado por esse personagem, nada realmente faz sentido...e eu acho que é uma história tão dramática e complexa que vcs deveriam se preocupar mais com isso...

Desculpa a opinião polêmica, honesta e dura... novamente não é nada pessoal...mas alguém precisava fazer...

Ótima noite

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Caralho já tenho dislexia e a porra do corretor do celular não ajuda...mas acho que deu p entender...

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Eu entendo o que você disse, mas generalizar, falar por todos, como se a sua experiência pessoal fosse a mesma de todos os homens, é um pouco pretensioso. Temos maridos, irmãos, amigos e alguns deles ajudam na composição do Celo, contando sobre suas experiências passadas.

Já expliquei antes, mas vou repetir: não somos especialistas em saúde mental, e uma amiga nos ajuda, mas dentro do que queremos transmitir.

E mais uma vez, vou lembrar a você que sempre garantiremos o seu direito de se expressar, pois nunca nos faltou com respeito. Não somos as donas da verdade e escrevemos essa história cientes de que nem todos os comentários serão de elogios. Críticas também fazem parte, e se feitas com respeito, como você faz, tem o mesmo valor de qualquer outro comentário.

Você é sempre bem-vindo aqui.

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Obrigado...vou te falar o que incomoda...vc percebe que na história toda o celo sempre é colocado e visto de uma uma inferiorizada??

Principalmente depois que tudo aconteceu...mas até antes...o modo como era o relacionamento antes do acontecido e etc...mas vamos focar no depois...

Como vc consegue perceber nos próprios comentários, alguns bem depreciativos sobre o cara...ele é sempre colocado como alguém inferiorizado, "uma criança no meio de adultos"... é sempre visto como um coitadinho digno de pena...aí qd ele tem a possibilidade de seguir em frente e ser uma pessoa normal, um homem adulto e solteiro normal, vcs simplesmente reforçam tudo o que faz esse complexo de inferioridade dele apenas piorar.... sinceramente, como vc acha que ele vai se sentir no meio desses "amigos"...como vc acha que vai ser p ele perceber que ele é um merda e que sempre vai ser um merda...sua esposa vai o aceitar de volta por do e culpa...todos que conhecem a história do casal tera essa sensação, e mesmo se não tiver, vc acha que ele vai se sentir bem no meio dessas pessoas... é aí que eu acho que falta um pouco de uma visão diferente, mas real, mais humana do cara...

A solução p ele, é a solução para todos!! Parece algo bem lógico até... melhorar a auto estima...melhora a percepção que ele tem de si mesmo...mas parece que esse looping de depreciação que vcs colocam o cara não termina nunca... sinceramente, até acho que por vcs não entenderem realmente...e o pior é que a solução que devem encontrar provavelmente vai ser irreal e forçada...com todo o respeito do mundo...parece que é crítica por crítica, mas sinceramente não é...

Vou dar uma sugestão...lê a história do raell, no perfil alternativo dele...tem um personagem bem traumatizado e bem complexado, com muitos mais problemas do que o do Celo...talvez vcs entendam o que eu quero dizer...não tem como vc recuperar o psicológico de alguém se não melhorar a auto estima, a segurança e o modo como vc enxerga a si mesmo.....eu sou um pouco repetitivo em alguns pontos, mas são os que intensificam e reforçam toda a destruição do psicológico do cara. Nem vou falar de novo...mas se ele não se resolver internamente, ele nunca vai tirar essa percepção de inferioridade que tem de si mesmo e que os outros tem dele.

Eu já falei sobre isso...como vc acha que ele se sente perto do tão do Paul?? Como vc acha que a sua própria enxerga ele, principalmente qd estiverem juntos dos "amigos"?? Como esses "amigos" enxergam ele?

Falaram p mim que eu dou muito inocente e idealista, ou algo do tipo...que o mundo não é lugar de pessoas boazinhas e etc... exatamente...e ele não é tão inocente assim ..como ele ficará frente a essas questões???

Não há perspectiva, pq vcs não dão brecha p cara respirar... sinceramente, parece que vcs além de liberais sai masoquistas...

Mas, por favor, para entender melhor o que estou querendo dizer, pega o feriadão e lê essa história que falei...quem sabe vcs entendam o que estou querer dizer...

Não é nada pessoal com ninguém...mas, a única saida realista para ele é esquecer os "amigos" e a Mari, mas ele só isso nunca irá acabar com o principal problema...ou então ele precisa realmente entender o problema e focar em resolver...e realmente a presença destas pessoas neste processo apenas prejudicará...

O problema é esse isolamento do cara...ele suportou 20 anos por causa da família, dia filhos, e mal fala com a filha...tem coisas que realmente não faz sentido... obrigado novamente...ótima Páscoa.

Fiquem com Deus!!

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**Como vc acha que a sua própria ESPOSA enxerga ele, principalmente qd estiverem juntos dos "amigos"??

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Tudo tem um objetivo. Você pode até achar que estamos sendo injustas com o Celo, mas você irá entender nossa intenção no futuro. Uma história precisa que cada personagem cumpra o seu papel. E eu prometo para você que essa não é uma história apenas feita com o intuito de desconstruir o masculino, de martirizar um homem. Eu não sou uma feminista alienada, nenhuma de nós é, e não achamos que homens e mulheres vivem em competição. Na minha visão, eles se complementam. Saiba que eu tenho muita carinho e apreço pelo personagem Celo, e todos os meus personagens são como filhos para mim. Não desista ainda, pois apesar de ser um drama, também é uma história de descobertas, recomeço, e porque não, felicidade.

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Sinceramente eu acho que desde sempre há uma parcialidade no jeito que vcs tratam os personagens e sinceramente nunca entendi o por que disso.

Se vc for ver a história toda, tudo só aconteceu pq a Mari se fechou por causa do que aconteceu com ela e por anos apenas uma pessoa pensou realmente na felicidade do casal como um todo (vc pode achar a uma justificativa, que é o trauma dela, mas na prática foi isso que aconteceu). O trauma dele só foi relevante por causa de tudo que aconteceu.

Depois que tudo aconteceu, parece que essa primeira parte da história, que é a causadora de tudo simplesmente desapareceu. O que se viu foi o cara saindo de um relacionamento fracassado para um homem completamente despedaçado. A esposa teve todo o apoio e suporte do mundo, além de ser profissional da área e etc...

Personagens passaram a jogar "verdades" na cara do cara como se a reação dele fosse a pior coisa do mundo. O erro dele de buscar uma solução para os problemas do casamento, foi visto como um erro gigantesco por todos. Sejam os personagens ou o público.

O cara reagiu se isolando, inclusive da própria família e qd tentou algo por conta própria aconteceu o que escreveram neste texto.

O único problema é que vcs estão despedaçando tanto uma pessoa e ao mesmo tempo parecem querer condicionar ela a se vê feliz apenas se estiver com sua esposa a compartilhando com os outros... sinceramente é isso que está parecendo...há um condicionamento forçado, muito bem escrito (diga-se de passagem), para que o cara se sinta e realizado apenas se estiver nas situações que causou tanta dor para ele.

O problema, se não for esse o intuito, é o que vai sobrar dele para se reconstruir...Qt mais destruído alguma coisa, mais difícil é a reconstrução...o psicólogo de uma pessoa então...esse é o risco que sinceramente vcs correm...pq a solução que vcs desenham para a história, se for realmente isso, será completamente irreal e forçada. E principalmente, não responderá as simples questões que levantei antes...

Mas, me desculpa, não é questão de ser feministas ole nem nada desse tipo...mas num drama que acontece com um casal, muita coisa acontece com um e o que acontece com o outro é completamente minimizado.

Ou sinceramente, vcs acham que os dois estão psicológicos abatidos com a história de modo semelhante??? Vcs realmente acham que fizeram uma história pelo menos equilibrada??

Ótima madrugada...

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Esse capítulo foi intenso, reflexivo,mostrou que o Celo ainda não aprendeu que ele só dá certo com Mary ? Ele esta com peça chave para fechar o quebra cabeça na sua frente mas não enxerga ela. Que capítulo sensacional!

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Ótimo capítulo, como sempre. Estou adorando a história. Um forte abraço meninas.

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Pegaram pesado com o celo, bom pra cantar, e ruim pra transar, será q vai ter a Ana como professora?

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muito bom mas esse Celo mais perdido que cego em tiroteio vamos ver se Anna vai consertar ele

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Foto de perfil de Id@

E a vida dando tombos e mais tombos !!!

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