A última sessão terminou de um jeito que ninguém esperava. Um acidente. Um descuido. E o pau do Henrique encostou no meu rosto. Não foi de propósito, mas aquilo mexeu com tudo. Comigo. Com o Daniel. Com a nossa cama naquela noite.
Mas desde então... o silêncio pesa. Tá tudo guardado, latejando por dentro. Esperando explodir de novo.
(Daniel)
Acordei antes dela. Coisa rara.
Desci em silêncio.
Botei água na cafeteira, deixei o pó escorrer. Peguei o pão de forma, passei manteiga dos dois lados e coloquei na frigideira.
Fiquei ali, de pé, olhando o pão tostar, com a mão na cintura e a cabeça… longe.
A imagem voltou na minha mente como um soco.
Ela de quatro no estúdio. Ele atrás. A bermuda desceu. O volume bateu no rosto dela. E eu lá, olhando tudo. Congelado. E mais do que isso… excitado.
Caralho... o que foi aquilo?
Não era ciúmes.
Não era ódio.
Era um nó.
Uma mistura de culpa e tesão que eu não tava conseguindo explicar.
Me sentei à mesa com a xícara quente.
Fiquei girando o líquido sem tomar.
Pensando se aquilo tinha mudado a gente.
Ou se só tinha revelado alguma coisa que já tava ali, escondida fazia tempo.
(Mariana)
Acordei com o travesseiro meio amassado, o celular ao lado.
Peguei sem pensar. Desbloqueei.
A tela ainda tava aberta.
A foto do ensaio.
Aquela.
O clique do “acidente”.
Me vi ali. Curvada. A cara colada naquilo.
Minha expressão meio surpresa, meio entregue.
Meu peito apertou. E meu sexo pulsou.
Fiquei olhando a imagem por mais tempo do que devia. Minhas pernas estavam inquietas. Tentei ignorar. Mas não consegui.
Antes que eu pudesse reagir, chegou a mensagem.
Empresário:
“Bom dia, Mariana.
Os diretores decidiram te oferecer um contrato fixo.
Nada de sessões avulsas.
Remuneração acima da média, prioridade em campanhas e liberdade criativa.
Te enviei o PDF. Leia com calma e converse com seu marido.
É uma proposta pra mudar de nível.”
Cliquei no arquivo.
O contrato era sério. Bem escrito. Grana boa.
Melhor do que qualquer trampo que eu já tinha feito como modelo.
Mas meu peito apertou de novo.
Tão rápido assim?
Respondi:
Mariana:
“Recebi. Vou ler direitinho e falo contigo. Vou conversar com meu marido antes.”
Empresário:
“Perfeito. Sem pressa. Só quero que seja uma decisão em conjunto.”
Larguei o celular na cama.
Permaneci ali sentada. De camisola. Em silêncio.
Desci e vi o Daniel sentado, olhando pro café como se estivesse hipnotizado.
Mariana: — Fez café?
Daniel: — Tá quente.
Mariana: — Cheiro bom.
Sentei à frente dele.
Peguei minha caneca.
A boca tava seca, o coração estranho.
Mariana: — Dormiu bem?
Daniel: — Dormi. E você?
Mariana: — Mais ou menos.
Silêncio.
Pão na boca. Café na garganta. Mas nada saía de verdade.
Daniel: — Pensou no treino hoje?
Mariana: — Pensei. Ia ser bom.
Daniel: — Esfriar a cabeça, né?
Mariana: — Uhum.
Daniel: — A gente se inscreveu pra isso mesmo.
Mariana: — Vai com aquela regata preta?
Daniel: — Se você for com a legging preta que eu gosto.
Mariana: — Aquela que gruda na pele?
Daniel: — Essa mesmo.
Mariana: — Então tá. Combinado.
A gente riu. De leve.
Foi a primeira vez que deu pra respirar em paz naquele café da manhã.
Dei uma passada rápida no banheiro, me arrumei.
Top, regata cavada, legging bem colada, tênis.
Daniel veio na sequência, com a tal regata que eu adorava.
No carro, o som rolava baixinho.
Daniel: — Vai ser avaliação hoje, né?
Mariana: — Sim. Acho que vão medir tudo.
Daniel: — Glúteo também?
Mariana: — Tudo. Vai ficar de plateia?
Daniel: — Se eu for o único da plateia... tô tranquilo.
Na academia, o ambiente era bom. Luz suave, ar-condicionado, pouca gente.
O personal veio até a gente: Leandro. Tinha uns trinta e poucos anos, tatuagem no antebraço, cabelo raspado, uniforme colado.
Leandro: — Bom dia, casal. Primeira avaliação, certo?
Daniel: — Isso aí.
Leandro: — Então vamos nessa. Primeiro você, campeão.
Daniel tirou a camiseta. Foi pra balança.
Altura, peso, gordura, percentual.
Tudo rápido.
Leandro: — Tá bem. Precisa ajustar algumas coisas, mas nada grave.
Daniel: — A cerveja estraga tudo.
Leandro: — Mas o braço tá bem desenhado. Você treina, né?
Daniel: — Em casa, de vez em quando. Agora vamos ver a estrela aqui.
Ele olhou pra Mariana com sorriso profissional.
Mariana tirou a regata, ficando de top.
Fui me sentar num banco ao lado.
Leandro pegou a fita métrica.
Leandro: — Altura, 1,60. Peso... legal. Agora vamos pras medidas.
Ele foi no braço, busto, cintura.
Aí... glúteo.
Ela virou de costas. Ele se agachou.
E aí eu vi.
A mão dele passou pelo cós da legging pra ajeitar a fita.
Ficou perto. Muito perto.
Dava pra ver que o tecido esticava e moldava o contorno perfeito da bunda dela.
Ele passou a fita, encostando de leve.
Mariana não reagiu.
Mas eu vi o arrepio subindo nas costas dela.
Vi a respiração prender.
Leandro: — Parabéns, viu. Corpo muito proporcional.
Só manter e vai render.
Mariana: — Obrigada.
Daniel: — Eu falo pra ela direto. Tem sorte quem convive.
Leandro: — Sortudo é você, então.
Mariana deu um soquinho no braço do Daniel.
Mariana: — Para de graça...
Mas sorriu. E eu vi aquele sorrisinho.
Era o tipo de sorriso que ela dava quando ficava ligeiramente excitada.
Sem demonstrar. Mas dava pra ver.
(Dia 3 – Esteira)
A gente tava lado a lado, na esteira, num ritmo leve.
Daniel ainda meio sério, mas voltando ao normal.
Eu mantinha o foco, mas sentia ele me olhando de canto.
Mariana: — Vai morrer aí?
Daniel: — Eu só corro quando a vista é boa.
Revirei os olhos e dei um sorriso.
Antes que eu respondesse, uma voz apareceu atrás da gente.
Henrique: — Olha só... casal fitness.
Paramos as esteiras quase ao mesmo tempo.
Henrique tava ali, com uma garrafinha na mão, regata larga, sorriso leve no rosto.
Mariana: — Henrique? Que surpresa.
Henrique: — Coincidência boa, né?
Mariana: — Você treina aqui?
Henrique: — Agora treino. Mudei faz dois dias. Mas confesso que reconheci vocês de longe.
Mariana: — De longe?
Henrique: — Aquela bunda é difícil de confundir.
Daniel ficou em silêncio por uns segundos.
Eu dei uma risada forçada e chamei:
Mariana: — Palhaço...
Daniel: — Coincidência mesmo?
Henrique: — Juro. Não sabia que vinham aqui.
Mas se incomodar, dou meia volta fácil.
Daniel: — Tá tranquilo. Relaxa.
Henrique: — Que bom.
Inclusive... eu sei que já pedi desculpa no estúdio, mas queria repetir aqui.
Eu me senti mal mesmo. Não foi só pelo profissionalismo. Foi pessoal.
Eu respeito vocês dois. De verdade.
Mariana: — Tá tudo certo. Aquilo foi sem querer.
Já passou.
Daniel: — A gente entendeu. Não precisa carregar esse peso.
Henrique: — Valeu mesmo.
Mas... já que nos encontramos, topam tomar uma cerveja depois do treino?
Nada demais. Só uma resenha.
Eu olhei pro Daniel. Ele me olhou de volta.
A troca de olhares rápida, mas suficiente.
Mariana: — Tô dentro. Você?
Daniel: — Vambora. Pode ser bom.
Henrique: — Fechado. Tem um barzinho perto daqui. Mesa nos fundos. Sem barulho.
**
A gente se arrumou rápido em casa.
Daniel colocou uma camisa básica, jeans e tênis.
Eu fui de vestido preto, colado, curto. Sem sutiã.
Por algum motivo, queria me sentir... vista.
Chegamos no bar. Henrique já tava na mesa do canto.
Sorriu quando viu a gente.
Henrique: — Ótimo. Achei que iam desistir.
Mariana: — Com cerveja no convite? Impossível.
Sentamos. Ele já tinha uma cerveja aberta.
Henrique: — Garçom! Mais duas.
Daniel: — Começa você. A gente quer te ouvir.
Henrique: — Opa, pressão.
Bom... eu queria mesmo era conversar mais de boa.
Aquele dia me deixou estranho. Eu saí do estúdio meio mal.
Mesmo sendo acidente, não gosto de deixar as coisas mal resolvidas.
Mas além disso… vocês têm uma energia boa. É raro ver um casal assim.
Mariana: — Assim como?
Henrique: — Natural. Sincero. Leve.
Vocês se olham com verdade.
No nosso meio, isso é ouro.
Daniel: — No seu meio?
Henrique: — Modelo. Comecei por acaso.
Era garçom. Um cara me viu levando caixa, suado, de regata.
Me chamou pra fazer teste.
Na época eu ri. Achei que era golpe.
Depois fui atrás, sem muita opção. Tava duro.
Mariana: — E deu certo?
Henrique: — Deu. Fiz campanha fitness, cueca, sensual.
Hoje vivo disso. Mas já me fodi muito.
Já topei ensaio onde a fotógrafa queria passar óleo em mim com a mão.
Já recebi proposta de booker pra sair depois da sessão.
Aprendi a ser firme.
E mesmo assim... às vezes erro. Mesmo sem querer.
Daniel: — Não pareceu erro. A gente viu que foi sem intenção.
Henrique: — Mas foi constrangedor.
Mesmo assim... vocês foram maduros.
E, olha... eu curti estar com vocês.
Na moral. Não falo isso pra muita gente.
Mariana: — Também curtimos.
A conversa é boa. Você é tranquilo.
Henrique: — E posso ser sincero?
Nunca tive amigos casados com quem eu pudesse trocar ideia assim.
E eu sinto que posso confiar em vocês. De verdade.
Daniel: — A gente também.
Ficamos mais um tempo ali.
Conversamos sobre tudo. Desde academia até política.
Rimos. Henrique contou de uma modelo que dormiu num ensaio de tão cansada.
Ele colocou um travesseiro de improviso com a própria camiseta.
Mariana: — Você tem um lado cuidadoso, né?
Henrique: — Eu tento. A gente vê muito desrespeito nesse meio.
E se eu posso ser diferente, sou.
Daniel: — Isso passa. Deu pra perceber no ensaio.
Henrique: — Valeu por isso.
A noite passou voando.
Henrique: — Bora trocar contato? Facilita marcar treino junto.
Daniel: — Claro.
Trocamos número. Henrique mandou na hora:
Henrique (mensagem): “Agora tá salvo. Casal mais daora da semana.”
No carro, voltando pra casa, ficamos quietos por uns minutos.
Daniel: — Sabe que... conhecendo ele melhor, me senti mais tranquilo?
Mariana: — Eu também.
Achei que ia ser estranho, mas foi leve.
Daniel: — Ele é pé no chão. Não tem esse ar de “modelo escroto”.
Mariana: — E respeita a gente. Isso faz diferença.
Daniel: — É... faz.
Chegamos em casa. Tiramos os sapatos.
Ficamos ali, sentados no sofá, um do lado do outro.
Sem falar muito.
Mas com uma certeza:
Aquele cara tinha cruzado nosso caminho por um motivo.
(Segunda-feira)
A gente começou a treinar junto mesmo.
Três vezes na semana, sempre nos mesmos horários.
Eu, Daniel e Henrique.
Sem nada combinado oficialmente, mas era como se tivesse.
Henrique não forçava nada.
Ele era leve. Prestativo. Sempre educado.
Mas tava sempre ali.
Perto o bastante pra gente sentir.
**
(Terça – treino leve)
Treino de costas. Henrique fazia um exercício ao lado, sem camisa.
O suor escorrendo no peito. Daniel olhava meio desconfiado, mas não dizia nada.
Eu também via. Claro que via.
Mas me controlava.
Fui pegar um halter e ele veio junto.
Henrique: — Quer ajuda?
Mariana: — Pode ser.
Ele segurou junto comigo. A mão dele encostou na minha, quente, firme.
Olhei de lado.
Ele sorriu, mas sem segundas intenções.
Henrique: — Já fez esse exercício?
É bom pra deixar as escápulas definidas.
Mariana: — Já fiz. Mas não lembrava o nome.
Daniel olhou de longe. Não disse nada.
Mas os olhos estavam ali.
Assistindo tudo.
**
(Quarta – barzinho pós treino)
Fomos os três. Nada planejado. Mas aconteceu.
Sentamos numa mesa de canto. Mariana no meio.
Henrique: — Vou dizer… treinar com vocês tem sido diferente.
A energia é boa. Eu não preciso ficar alerta o tempo todo.
Daniel: — É bom pra gente também.
Acho que ajuda a relaxar.
Henrique: — E é bom ter gente com quem a gente pode confiar.
A cerveja veio.
Mariana cruzou as pernas. O vestido subiu um pouco.
Daniel notou. Henrique também.
Mas ninguém falou nada.
Só o clima mudou.
**
(Quinta – o dia da legging fina)
Chegamos na academia meio apressados.
Mariana pegou qualquer legging da gaveta. Não conferiu no espelho.
Durante o agachamento…
Veio o impacto.
Henrique: — Mari… tua legging tá transparente.
Ela se virou de leve.
Mariana: — Sério?
Henrique: — Dá pra ver a calcinha toda.
Ela riu sem graça.
Daniel olhou e viu também.
Ficou em silêncio. Mas com o pau começando a pulsar.
Mariana: — Já tô aqui. Foda-se.
Vamos terminar o treino.
Ela agachava. Henrique segurava a barra.
A bunda dela empinada. A calcinha marcando.
Daniel sentado, assistindo tudo.
Henrique: — Tá leve pra você?
Mariana: — Dá pra aumentar mais um pouco.
Henrique pegou mais peso. Quando voltou, se posicionou atrás.
Na hora de agachar, encostou de leve na bunda dela com o quadril.
Sem querer. Ou querendo um pouco.
Mariana sentiu.
Não falou nada.
Mas o corpo dela reagiu.
Daniel viu.
E não desviou o olhar.
**
(Naquela noite – em casa)
Entramos no quarto sem falar muito.
Ela foi pro banheiro, voltou só de calcinha.
Deitou na cama de bruços.
Daniel tirou a bermuda. Subiu em cima.
Encostou o pau no meio da bunda dela.
Daniel: — Ele viu, né?
Mariana: — Viu. E gostou.
Daniel: — E você?
Mariana: — Gozei por dentro.
Ela sorriu. Virou de frente.
Abriu as pernas.
E ele entrou.
O sexo foi forte.
Sem música. Sem fala.
Só os dois, suados, se agarrando com vontade.
Ela gemia baixo.
Ele gemia junto.
No meio do movimento:
Daniel: — Você gosta de mostrar?
Mariana: — Gosto.
Principalmente quando você tá vendo.
Gozo simultâneo.
Eles ficaram ali, colados, sem palavras.
**
(Sexta – corrida no parque)
Henrique foi com a gente.
Corrida leve, conversa solta.
Henrique: — Tenho curtido isso aqui.
Parece que meu corpo responde melhor quando tô com vocês.
Daniel: — O nosso também.
Mariana: — É o trio perfeito.
Cerveja, treino e tensão sexual no ar.
Henrique riu.
Henrique: — Tensão?
Mariana: — Brincadeira...
Mas não era.
**
(Sábado – treino de superior)
Henrique ajudou Mariana no supino.
Ficou atrás, segurando a barra.
Ela de top branco, suada.
Os seios subindo e descendo.
Daniel assistia.
Hipnotizado.
Depois, alongamento.
Henrique segurou a perna dela, puxando devagar.
O quadril de Mariana empinado.
O corpo dela entregue.
**
(Sábado à noite)
Jantar entre os três.
Pizzaria pequena. Mesa baixa.
Henrique: — Posso falar uma coisa?
Mariana: — Pode.
Henrique: — Vocês me fizeram repensar muita coisa.
Tipo... sobre confiança.
Sobre o que é uma relação saudável.
Daniel: — A gente também.
Henrique: — Eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente.
Mas tô gostando de estar aqui.
Mariana: — A gente também tá.
Henrique: — E eu nunca tive isso com ninguém.
O silêncio tomou conta por alguns segundos.
Mas não era desconfortável.
Era daqueles que dizem mais do que qualquer frase.
**
E assim passou a semana.
Sete dias.
De treino.
De toque.
De tensão.
A intimidade não era mais só casual.
Era coisa viva.
Respirando entre os três.
E o desejo…
Esse já não cabia mais só no olhar.
(Sétimo dia – Domingo)
O treino de hoje ia ser rápido. Só perna, sem muita carga.
Acordamos meio atrasados, Mariana foi direto na gaveta, pegou uma legging cinza clara que não usava fazia tempo.
Mariana: — Essa aqui dá pra quebrar o galho, né?
Daniel: — Qualquer uma em você vai ficar indecente.
Ela só riu.
Colocou o top branco por baixo de uma blusa regata.
E fomos.
**
Na academia, Henrique já tava lá.
Alongando, de frente pro espelho.
Henrique: — Achei que não vinham hoje.
Daniel: — A gente não falta no último dia.
Mariana: — Só atrasa.
Henrique: — Valeu o esforço.
Ainda mais com essa legging aí...
Ela olhou pra trás, confusa.
Mariana: — Por quê?
Henrique: — Tá... meio transparente.
Daniel levantou os olhos.
E viu.
A luz artificial da academia atravessava o tecido justo.
A calcinha preta dela desenhava inteira.
Cada detalhe.
A curva da bunda.
A divisão do meio.
Daniel engoliu seco.
Henrique olhou e virou o rosto discretamente.
Mariana: — Ah, não. Essa porra de legging de novo…
Daniel: — Tá linda. Continua.
Mariana: — Foda-se. Já tô aqui.
Henrique: — Quer ajuda na barra?
Mariana: — Quero sim.
Ela se posicionou.
Henrique ficou atrás, segurando a barra no suporte.
Quando ela agachava, ele seguia o movimento com o corpo.
Na terceira repetição, a bunda empinou.
A calcinha colou de vez no tecido.
Henrique encostou o quadril, tentando manter o equilíbrio.
Mariana parou um segundo.
Voltou pro alto.
Respirou fundo.
Henrique: — Foi mal.
Mariana: — Relaxa.
Daniel não falava nada.
Mas o pau já marcava o short.
Mais três repetições.
Mais toques leves.
Mais calor subindo.
Mariana: — Última.
Henrique: — Tô contigo.
Ela desceu devagar.
Ele seguiu o movimento.
E nessa... o quadril dele tocou de novo.
Mais firme.
Por mais tempo.
Ela subiu.
Virou o rosto.
Olhou direto nos olhos do Daniel.
Mariana: — Acabou.
Daniel: — Acabou nada.
**
(A noite — em casa)
O silêncio dominava o apartamento.
A gente entrou, fechou a porta e foi direto pro quarto.
Ela tirou a blusa. Depois o top.
A calcinha ainda era a mesma.
Molhada.
Mariana: — Você viu, né?
Daniel: — Vi tudo.
Mariana: — E?
Daniel: — E fiquei duro o treino inteiro.
Ela chegou perto.
Encostou a bunda no pau dele, ainda dentro da bermuda.
Mariana: — Ele encostou sem querer.
Daniel: — Eu sei.
Mariana: — Mas eu gostei.
Mais do que devia.
Daniel: — Eu também gostei.
Mais do que devia.
Ela se abaixou.
Tirou a bermuda dele.
Colocou o pau na boca.
Chupou devagar.
Com a boca quente, os olhos fixos nos dele.
Depois subiu em cima.
Sentou com força.
Mariana: — Finge que ele tá olhando.
Finge que ele tá vendo minha bunda.
Toda suada... marcada…
Daniel segurou firme a cintura dela.
Começou a meter com força.
O quadril batia alto.
Ela gemia sem vergonha.
Mariana: — Eu gosto de mostrar.
Gosto de sentir que tão me vendo.
E você gosta de ver, né?
Daniel: — Gosto.
Gosto de ver tua bunda sendo tocada.
Teu corpo sendo desejado.
Mas sabendo que é meu.
Mariana: — Então olha.
Olha bem.
E goza comigo.
Eles gozam juntos.
Suados.
Molhados.
Com o cheiro do treino, do tesão, do outro.
**
(Dia seguinte — Parque)
Domingo de sol.
Rolê no parque. Os três.
Caminhada leve, garrafa d’água na mão.
Henrique: — Semana passou rápido.
Daniel: — E intensa.
Mariana: — No bom sentido.
Henrique: — Sempre no bom.
Silêncio.
Caminharam mais uns minutos.
Até Daniel parar.
Daniel: — Posso falar um negócio?
Henrique: — Claro.
Daniel: — Aquela cena.
Do estúdio.
Aquela foto…
Henrique olhou direto pra ele.
Daniel: — Eu gostei.
Não era pra gostar.
Mas eu gostei.
Da imagem. Do desconforto.
Da sensação.
Henrique não respondeu na hora.
Deu um passo pro lado.
Depois falou:
Henrique: — Isso é mais comum do que parece.
Tem gente que reprime.
Vocês não tão fazendo nada de errado.
Daniel: — É estranho sentir isso.
Gostar de ver minha mulher... exposta.
Sendo tocada.
Henrique: — Mas você gosta.
E ela gosta também.
Mariana olhou pros dois.
Com os olhos baixos. Mas com a boca meio sorrindo.
Henrique: — Isso só funciona porque vocês se amam.
É por isso que tem tesão.
Porque tem confiança.
O resto… é só fantasia.
Daniel respirou fundo.
Fechou a mão.
Depois relaxou.
Daniel: — Tá certo.
Eu vou deixar você encostar na minha mulher.
Henrique não respondeu.
Só assentiu.
Olhar firme, respeitoso. Sem sorriso.
Só compreensão.
Continuamos caminhando os três.
E mesmo sem dizer mais nada, a sensação era clara:
Uma nova fase tinha começado ali.
**
(No carro, voltando)
Daniel: — A gente precisa conversar sério.
Mariana: — Sobre o quê?
Daniel: — Sobre o contrato. A proposta.
Mariana: — Quer ler junto?
Daniel: — Quero.
Quero fazer isso com calma.
Mas com vontade.
**
(Em casa)
Sentamos no sofá, abrimos o arquivo no notebook.
Página por página.
Grana boa. Liberdade total. Exposição controlada. Estúdio fechado.
E um detalhe: Henrique seria o parceiro fixo das sessões a dois.
Mariana: — Você tá confortável com isso?
Daniel: — Tô curioso. Tô com medo. Tô excitado.
Tudo junto.
Mas... sim. Tô confortável.
E quero ver até onde a gente pode ir.
Mariana: — Então a gente aceita?
Daniel: — A gente aceita.
Ela respirou fundo.
Pegou o celular.
Mandou a mensagem.
Mariana:
“Confirmamos. A gente topa.”
A resposta chegou em segundos.
Empresário:
“Excelente. Estúdio reservado.
Sessão quarta-feira, 19h.
Roupa: estilo provocante, ousado, mas dentro do sensual.
Vocês vão estar sozinhos com o fotógrafo.”
**
(Quarta-feira — estúdio privado)
(Daniel — narrando)
O estúdio era menor, mais escuro.
As paredes pintadas de preto, luzes quentes em pontos estratégicos.
Cortinas fechadas. Isolado do som externo.
Só o clique da câmera e o som do ventilador girando no canto.
O fotógrafo ajeitava o tripé. Um cara calado, profissional, concentrado.
Henrique já tava pronto.
Calça preta, sem camisa. Corpo definido. Postura firme.
Sem sorrisos. Só foco.
Eu tava atrás do monitor, com a prancheta de referência nas mãos.
Meu coração batia rápido.
E aí… ela apareceu.
Mariana.
Cabelo solto, batom vermelho.
A pele clara contrastando com a peça que ela usava:
Um body preto de renda, com tiras finas cruzando os seios, que deixavam os mamilos levemente à mostra sob o tecido.
A parte de baixo era uma calcinha cavada, também de renda, com um recorte profundo entre as pernas.
Por cima, um robe transparente, que ia até a metade da coxa.
Meia 7/8 presa num cinta-liga.
E salto. Alto. Preto.
Ela andou até o centro da sala.
Não disse nada.
Só me olhou.
E sorriu.
O fotógrafo levantou os olhos.
Henrique ajeitou a postura, engolindo seco.
Eu respirei fundo.
Segurei a prancheta.
Olhei pra cena à minha frente.
E disse, com a voz firme:
Daniel: — Vamos começar...
FIM DO CAPÍTULO 3