O Seminarista: Capítulo 13

Da série O Seminarista
Um conto erótico de alfadominador
Categoria: Gay
Contém 2165 palavras
Data: 20/04/2025 20:38:45

Narrado por Gabriel

O corredor abafava os sons, mas não o calor denso que subia do pátio, onde os dois se encaravam — Raul, sorrindo como quem saboreia o medo, e o padre, tenso, a batina grudada no corpo, os olhos fugindo, incapazes de sustentar o confronto. O suor escorria pela nuca, manchando o colarinho, a pele brilhando sob a luz fraca, enquanto ele parecia menor diante do outro, que avançava com a calma de quem já venceu.

— Deu pra sentir no hálito dele, sabe? — Raul disse, voz arrastada, mel envenenado escorrendo palavra por palavra. — Boca de seminarista cheirando a leite... O tal Gabriel deve tá se esbaldando.

O nome saiu da boca dele como um tapa. O peito travou, o rosto queimando de vergonha e raiva, com aquele gosto ainda presente na língua — não só o dele, mas o do padre também. Ele sabia. Sabia de tudo. Mesmo sem me ver, cuspia cada frase como se estivesse diante de nós dois.

O padre recuou meio passo. A batina balançou leve, a garganta mexeu num engolir seco, tentando manter a pose, mas os punhos cerrados tremiam. Queria agarrar alguma coisa — talvez o chão, talvez a própria mentira.

— Não sabe do que tá falando — murmurou, voz rouca, frágil, desmoronando no ar.

A risada que veio foi baixa, grave, carregada de certeza. Raul sabia, e fazia questão de mostrar.

— Sei sim, padre — retrucou, avançando devagar, o peito quase encostando no pano escuro. — Sei do gosto que ficou na boca dele. Ele te chupa, né? Devagar, te deixando seco.

A língua dele passou lenta pelo canto da boca, os olhos cravados naquele rosto suado. O sangue subiu, quente, traiçoeiro, mesmo com o ciúme rasgando por dentro. Porque o padre era tudo — e Raul, com aquele veneno doce, tentava roubar, cuspir naquilo que era sagrado. Que era meu.

— Você tá perdido, Raul — disse o padre, a voz mais firme, mas o aperto nos dedos entregava, agarrando a batina como se aquilo segurasse o corpo inteiro. — Não tem nada pra você aqui.

Mentira. Fraca. O peso era óbvio. Dava pra sentir o cheiro, como se o próprio pecado vazasse pelos poros. E Raul sabia. Sabia que eu tava ali também, ouvindo tudo, grudado na parede, o coração disparado, dividido entre correr e atacar, entre odiar e querer.

— Nada, é? — o outro provocou, sorriso se abrindo como uma lâmina. — Então por que tá tremendo? Por que o suor pinga desse jeito? É o peso do teu pecado te comendo por dentro?

Foi mais perto. O rosto quase encostando. Aspirou o ar como um predador farejando sangue. O padre não se mexeu. O corpo rígido, preso ali, enquanto Raul falava como quem amarra cordas ao redor do pescoço, puxando devagar, um nó de palavras e silêncios. As paredes apertavam, o chão desaparecia, e tudo em mim gritava pra tirá-lo dali, pra puxá-lo pra mim — mas os pés estavam presos. Vergonha, medo, tesão. Tudo junto. Tudo rasgando.

Raul avançou, peito largo a um palmo da batina preta, voz cortante, cada palavra uma lâmina cravada sem pressa.

— Sabe o que o Daniel pensaria da tua nova putinha? — lançou, o nome saindo como um trovão, rasgando o silêncio e o que restava de firmeza no padre. O termo usado me invadiu e senti meu peito queimar, minha mente entrando em transe.

O impacto foi imediato. Dava para ver, mesmo ele estando de costas, que o era como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dos pés. O nome, Daniel, seja lá quem fosse, pareceu perturbá-lo. Mas Raul não parou. O sorriso sujo cresceu, triunfante, e voltou ao ataque com o mesmo veneno escorrido nos dentes.

— Tô falando do seminarista... o da boca cheia de leite. Ele tem engolido tudo? Te deixado vazio, com cara de arrependido?

A batina tremia. O suor escorria no colarinho. O padre abriu a boca, mas só um som rouco escapou — preso, abafado, como se a culpa tivesse trancado a voz na garganta. No escuro do corredor, o coração disparava, e cada palavra dita lá fora — minha boca, meu pecado — queimava o rosto, a vergonha misturada com um tesão sujo, incontrolável. Raul sabia. Sabia da porra ainda amarga grudada na língua, do que tinha rolado na sacristia, e agora cuspia tudo de volta pra esmagar o padre... pra me esmagar, mesmo sem olhar pra sombra onde eu espiava.

— Calma, padre... — ele voltou, a voz mansa, debochada, cada sílaba um tapa. — Não precisa mentir.

O corpo avançava mais, o calor entre eles crescendo, pesado, um vapor de incenso, suor e algo mais — cru, animalesco, como se um bicho estivesse prestes a devorar outro.

— Para, Raul — o padre soltou, a voz falhando. — Não tem nada disso, tá inventando.

A mentira veio fraca, desabando no ar, e o ciúme queimava, voraz, porque era verdade. Ver ele ali, vulnerável, tentando se defender, só apertava mais o peito.

— Inventando? — Raul riu, o som baixo, cortante, ecoando no vazio do pátio como um tapa. — Então por que tá assim, todo suado, todo bagunçado? É a boca dele, né? Chupando até te fazer esquecer quem é que manda.

A língua dele deslizou devagar pelo canto da boca, os olhos fixos, famintos, e o corpo reagiu, traidor — o sangue fervendo, a raiva misturada com aquele desejo que nunca se apagava.

O padre recuou, punhos cerrados, o suor escorrendo pela nuca e descendo pelo pescoço, brilhando na pele quente. A respiração vinha curta, o peito arfando, como se segurasse uma explosão por dentro. Raul dominava a cena, cada frase apertando mais o laço, cada provocação um chute direto no orgulho.

— Você tá doente — disparou, a voz mais alta, quase um grito, mas trêmula, com os olhos úmidos, oscilando entre fúria e desespero. — Sai daqui. Deixa a gente em paz.

A gente.

A expressão veio como um soco seco, atravessando o ar. Era ele e eu. Nós dois. E aquilo me rasgava. O ciúme explodiu no peito, queimando como brasa, o coração batendo descompassado, a vontade de correr até lá, de arrancar Raul dali, de gritar que aquele homem era meu — tudo subindo como uma febre.

— Paz? — Raul devolveu, a voz baixa, escorrendo venenosa, quase um ronronar. — Não tem paz pra quem mete em seminarista e acha que pode esconder. Tá na cara o que ele faz com você, mas eu sei fazer melhor.

O sorriso torto abriu, os dentes à mostra, triunfante. O padre ficou estático, corpo tenso, suor escorrendo pela têmpora, como se soubesse que não tinha saída. O corredor parecia estreitar, as sombras pesando nos ombros, e a vontade de gritar, de correr até ele, de enfiar um soco em Raul, se misturava ao que mais me consumia: o desejo. A vergonha. A raiva.

Tudo se misturava, tudo era torto.

Raul veio pro lado esquerdo do padre, encostando de leve, como quem sussurra desgraça no ouvido. O padre se virou para ele como se estivesse se preparando para se defender de um ataque e o outro cavava sem piedade, cutucando as feridas até sangrar, e o padre tremia, desmoronando aos poucos, os olhos brilhando com uma mistura de medo, raiva e algo mais sujo, mais fundo.

— Espero que observe a aprenda! — disse bem, alto, debochado, sem virar pro corredor, mas a frase cortou como lâmina, cravando no coração. O padre virou o rosto na direção do corredor, rápido, os olhos escuros varrendo-o, mas só encontrou silêncio, e a confusão estampada na cara dele era um soco, porque Raul sabia, sentia o peso do meu olhar, mesmo escondido. — Relaxa, padre, talvez seja só o vento... ou o seminarista, querendo ver o que você faz na surdina. — provocou, o sorriso sujo brilhando, prometendo caos.

Então Raul caiu de joelhos, o som seco batendo na terra, um touro másculo, ombros largos, barba rala, músculos tensos sob a camisa suada — prostrado como se o pátio fosse um altar e o padre, seu deus. A batina subiu, puxada por dedos firmes, revelando coxas peludas, a pele úmida brilhando, suada, marcada por rastros secos — saliva minha, porra do padre, o pecado da sacristia ainda fresco na carne. Nenhum pano por baixo, só carne viva, crua, exposta. Raul não hesitou. Colou a boca ali, o som molhado, faminto, rasgando o silêncio, enquanto a língua lambia devagar, adorando cada centímetro, marcando território onde a minha boca já tinha sido altar.

— Sinto o cheiro dele em você. — ele rosnou, a voz grave, quase reverente entre chupadas barulhentas. — Esse cacete grosso, cheiro de porra... Confessa que ele esteve aqui, confessa!

As palavras eram profanação pura, cuspidas entre estalos de língua, engolidas sem vergonha, sem culpa, como se aquele pátio fechado fosse mundo e templo, e a rola do padre, o único rito que importava. Nem se a igreja desabasse — Raul não ligaria.

O padre agarrou a batina, os dedos esbranquiçados de tensão, o corpo tremendo, um grunhido rouco escapando da garganta — raiva misturada com um desejo impossível de esconder.

— Raul, para! — sussurrou, a voz falhando. Mas Raul ergueu o rosto, os olhos faiscando submissão, feito cadela devota ajoelhada diante do altar. Cuspiu. Uma cusparada densa, indecente, acertando em cheio a vara exposta, o brilho da saliva se fundindo ao suor, aos vestígios do meu pecado ainda colados ali. Depois, mergulhou. A boca engoliu tudo de uma vez, o rosto afundando na virilha do padre, e um som molhado, brutal, tomou o ar. Suspiros escapavam, gemidos baixos, o corpo cedendo aos poucos, as pernas bambas, como se o chão tivesse virado areia movediça. O pátio, mesmo trancado, parecia palco aberto — cada chupada uma heresia viva, um atentado contra a fé, contra o sagrado. Nada se comparava àquilo. Raul, bruto, masculino até a medula, ajoelhado, venerando com a boca faminta, arrancando cada gota de controle do homem à sua frente. O sangue fervia, o calor subia, e a excitação, suja e inevitável, explodia no peito. O ar, grosso, já não entrava direito.

Em mim, o coração disparava, o corpo traía. O sangue fervia, o pau latejava sem controle, e o ar ficou espesso, quase sólido, difícil de respirar. Excitação e pavor misturados, costurando o instante com um fio invisível, onde nada era seguro, nada era casto, e tudo queimava.

Voltando a si, a cena se revelou com clareza brutal: o padre estava preso num transe, os olhos vidrados, o rosto em chamas, incapaz de fugir — de Raul, da boca que devorava, de si mesmo. Não era mais o homem calado da homilia, nem o guia que fazia o mundo girar com um olhar. Era carne viva, exposta, desejada. Um corpo que cedia mesmo enquanto dizia não. E Raul, porra... Raul via o que eu via — mas não com afeto. Era força bruta, posse, adoração doente que queria engolir tudo.

Nunca tinha visto nada assim — Raul, bruto, masculino até a medula, ajoelhado, venerando com fome animalesca, arrancando suspiros do homem que fazia o mundo girar. O sangue fervia, o calor subia, a excitação explodindo, suja, inevitável, o ar grosso, impossível de respirar. O padre, preso num transe, olhos vidrados, rosto em chamas, não fugia — não de Raul, não da boca que o devorava, não de si mesmo. Era mais que o guia da homilia; era carne viva, desejada, cedendo mesmo negando. Raul via o que eu via, mas sua adoração era posse, força bruta, não afeto. Um brilho frio na cintura dele cortou o delírio — uma arma, aninhada na calça, um aviso gelado. Gritar, correr, intervir? Seria morte. O peito ardia, engolindo ciúme, vergonha e o tesão que se acendeu em mim sem sentido.

Raul acelerou, a boca implacável, chupadas profundas, a mão firme na base da vara, guiando o ritmo.

— Esporra em mim. — rosnou, a voz um comando, enquanto lambia, chupava, a língua dançando na carne suada. O padre tentou recuar, a batina amassada, o suor pingando, mas um gemido alto escapou, o corpo convulsionando. Então veio — um jorro farto, grosso, explodindo na boca de Raul, que engoliu, os olhos brilhando, triunfantes, a vara pulsando, mais porra escorrendo, manchando a terra, a batina, o pecado escancarado. O padre cambaleou, suspiros roucos, o rosto vermelho, os olhos úmidos, preso no transe, derrotado. Raul, no comando, lambeu os lábios, o rosto sujo, e riu, baixo, predador.

— Estou ficando no Bar do Zé, quarto dos fundos — Bfalou bem alto agora olhando em minha direção. — Passa lá e te ensino como se faz. — A frase cortou, uma isca cruel, o ciúme queimando, o coração batendo até doer. Ele se levantou, o brilho da arma reluzindo, e o padre ficou, estático, destruído. O pátio era um templo profanado, e eu, paralisado, engatinhei pelo corredor, o chão frio sob os joelhos, o corpo tremendo, escapando sem ser visto.

No quarto, a porta trancada, deitei na cama, o peito apertando, a mente girando. O que vi — Raul venerando, o padre jorrando, a arma, o transe — misturava tesão, medo, raiva. O padre era mais que meu guia, mas Raul, Raul o queria possuir, não amar. E eu? O que sentia? O eco do "Bar do Zé" não saía da cabeça, uma promessa de confronto que não dava pra ignorar.

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