Rubens
— Amor acorda, a gente chegou — Antônio me acorda gentilmente, o sol entra pela janela do ônibus, mas nem isso me incomodou, não durmo bem assim a tanta tempo.
— Eu só tirei um cochilo — digo ainda sonolento.
— Não amor, você apagou, dormiu tão pesado que não consegui nem te acordar pro jantar.
— Comi muito lá em casa antes de sairmos.
Antônio me ajuda com minha mala, enquanto me estico todo, ele tem que trabalhar, por isso me despeço dele com um beijo na rodoviária mesmo — não sinto mais tanto a necessidade de esconder nosso namoro, a ex dele já sabe que somos namorados. Depois pego um táxi e vou para casa, pois também tenho que trabalhar, o ônibus atrasou um pouco, o plano era o Antônio ir comigo para pegar o Fuscão, só depois ir para o trabalho, mas não tem problema, quando ele for almoçar dá certo.
— Vejo você no almoço — ele me beija mais uma vez antes de se despedir de fato.
— Tá, bom trabalho.
Já no táxi mando mensagem para o Ben e para Julia avisando que cheguei bem em casa, Julia está dormindo, mas o Bene responde assim que visualiza. Meu irmão e eu tivemos um dia juntos depois de muito tempo, foi tão incrível. Conversamos sobre tantas coisas, parecia que era a primeira vez que nos víamos depois de dez anos, só não falei a ele abertamente sobre ser gay e nem sobre Antônio, só que dessa vez não foi por medo de falar, não sei explicar, mas é como se ele soubesse, foi tão natural que senti que não era algo que precisava ser dito. Ben me deixou tão à vontade que até quando me perguntou como estava sendo dividir casa com Antônio não me vi precisando esconder nada.
— Ele acorda em cima da hora de trabalhar sempre, sorte dele que gosto de acordar cedo e preparo nosso café.
— Ele é assim mesmo, gosta de dormi, mas vocês tem feito algo, ele disse que tem te tirado mais de casa?
— Ele me levou no Sítio do Bosco e puta merda irmão aquele lugar é do caralho sério.
— Eu sei, já fui também, é bem romântico aquela vista — sua observação sai despretensiosamente.
— É sim, tem o Pub onde ele tocava com a Luana, só que não sou muito fã desses lugares, muita gente e música alta, não é pra mim.
— Você é o caçula, mas parece o mais velho falando assim Rubens — Ben fazendo piada ainda é meio surreal para mim.
— Engraçadinho, mas sou meio velho de espírito mesmo, prefiro a tranquilidade de passar a noite na serra, agora estamos combinando de conhecer as cachoeiras que tem por lá.
— Não cheguei a ir, mas já pesquisei, aproveita quando vocês forem e me fala o que achou.
— Pode deixar, então sobre a Vanessa o que você vai fazer? — Ben pensa um pouco antes de me responder.
— Cara vou seguir em frente, deixar que ela siga também, já tem uns dias e mesmo assim ela insiste que tudo que queria dormir apartamento a irmã dela já pegou, ela não quer nada além disso, até já ofereci uma pensão, não sei cara só não quero que ela sai dessa relação assim, sem nada.
— Acho que você se sente mal por não poder fazer o que ela quer e está buscando uma forma de compensá-la a fim de se sentir melhor — ele me encara surpreso, assim como não conhecia esse seu lado comediante ele não conhecia meu lado maduro e racional.
— Agora que você falou faz um pouco de sentido pra mim, só que temos uma união, pode não ser um casamento tradicional, mas para mim Vanessa foi minha esposa, até o meu pai honrou seu compromisso com as três esposas no fim da vida — Ben tem tanta dor e recebimento do nosso pai e nunca percebi isso — ela sair assim é o mesmo que invalidar nosso casamento.
— Você tentou contar isso a ela? — Ben não se deixa demonstrar sentimentos, nesse ponto somos muito parecidos.
— Não, acho que isso poderia confundir as coisas, eu amo ela, mas não vejo mais minha vida com ela, não quero ser o culpado por ela nunca ter tido filhos e não quero mais me sentir culpado por flertar com alguma droga de um elevador ou num bar, ou qualquer lugar.
— Resumindo, você quer ser solteiro?
— Sim, quero não sentir culpa ou me sentir responsável por alguém, isso é muito egoísta da minha parte? — A sua maneira Ben se tornou um adulto traumatizado assim como eu.
— Não é, você merece ter um tempo pra você, só tem uma coisa — ele me olha com atenção devido minha seriedade — vou ter que conversar com você agora sobre sexo seguro e uso de drogas recreativas.
— Vai a merda Rubens — não consigo mais segurar a gargalhada sincera dentro do meu peito — o que você entende de sexo casual, você teve tantos parceiros quanto eu. — o uso da palavra parceiro e não parceira me pega desprevenido, mas ao invés de pânico só tenho vontade de rir ainda mais.
— É acho que a Júlia é a pessoa mais indicada para essa conversa — nós dois estamos rindo tanto que as pessoas sentadas ao nosso redor na praça de alimentação estão olhando pra gente.
— Prefiro que a Júlia fiquei fora da minha vida de pegador, nesse quesito acho que vou sair mais com o Zé Filho.
— Você tem saído com o Zé Filho? — Tem tempo que não vejo o Zé.
— Sim, inclusive ele vai aparecer no jantar hoje, convidei ele esse ano, a gente sempre comemora meu aniversário depois — isso eu não sabia.
— Sério, porque ele nunca foi beber com a gente?
— A cara o Zé Filho é o mais caçula e tipo o Andrey vive na estrada e o Biano é recluso pior que você ainda e ele vai pra São Paulo mês que vem, anda mais ocupado do que nunca com a mudança, ai ele não cresceu com uma família tão unida como a nossa — Zé Filho é um cara tão animado que não pensei que fosse assim tão sozinho — ele também tem medo de vocês e Julia se incomodarem com a presença dele, já que é uma coisa nossa de irmão.
— O Zé Filho é nosso irmão também.
— Eu sei, digo isso a ele todo ano, mas ele tem vergonha e um pouco de medo também, mas pelo menos esse ano consegui convencer ele a ir no jantar mais tarde.
A lembrança do fim de semana continua muito vívida na minha mente, mas realidade começa a bater na minha porta, já tenho três e-mail do trabalho pra responder e uma caralhada de reunião marcada para hoje — não posso reclamar minha equipe deu de conta do trabalho no fim de semana e realmente não precisei fazer nada — em casa não consego nem desfazer as malas, só deixo no quarto e já vou pro computador, ligo tudo rapidinho, passo meu café e pronto, começo a trabalhar até hora de ouvir o Antônio me chamar para almoçar.
— Amor, tá ocupado, a tia Marli já mandou a gente ir — ele aparece na porta, com um sorriso simpático que só ele tem.
— Tô indo, só mais um minuto.
— Tá, vou tomar um banho então, daí a gente vai.
— Certo — quero está nesse banho com ele, mas preciso mesmo terminar isso antes de ir pro almoço, Antônio ficou me provocando o fim de semana todo, mas nem posso brigar com ele, pois já me sinto atraído só por estar perto dele.
Enquanto estou terminando de enviar o último e-mail da manhã me lembro de novo do Zé Filho, a gente sempre foi amigo e nunca me ocorreu que ele tivesse receio de se aproximar de mais e ser mau recebido, entendo até Ben, Julia e eu realmente somos muito próximos, mas porra ele é meu irmão tanto quando o Ben e a Juh, fiquei feliz por ele ter ido no jantar.
— Caramba Zé Filho você cresceu demais moleque — ele tá se cuidando e ficando cada vez maior e mais bonito também, suas semelhanças com o Ben só aumentam.
— Você também tá diferente do Rubens, depois que enricou esqueceu dos irmãos pobres.
— Ele só não esquece de mim Zé — Juh diz ao cumprimenta-lo com um abraço apertado.
— Isso porque ele é quem paga suas contas né Julia —Ben completa nos fazendo rir.
— Isso é inveja deles Rubens, eles não entendem nosso amor — Julia é muito esperta.
— Zé Filho, esse é nosso primo Antônio — Ben faz a apresentação.
— Prazer — Meu irmão caçula cumprimenta as com um aperto de mão.
— Ele mora com o Rubens no interior — estou cada vez mais certo que o Ben já sacou tudo, mas como ele parece de boas, vou deixar as coisas do jeito que estão.
— Pois é, nem acreditei que você se mudou pro interior — Zé Filho diz se dirigindo a mim.
— Pois é, o vovô tava precisando de um lugar para ficar então a gente meio que trocou de casa — respondo explicando para ele o que rolou.
— Da hora, já fui pra Guaramiranga, mas pro Tianguá nunca tive a oportunidade.
— Macho se tu quiser só ir — os olhos do Zé Filho chegam a brilhar com o convite.
— Tu vai adorar Zé, eu passei dois dias lá e gostei muito — Juh compartilha sua experiência, mas sem entrar em detalhes.
— Podemos pegar um fim de semana que eu esteja de folga e vamos juntos — Ben sugere.
— Por mim dá certo, só você me dá o toque Ben.
— Perfeito, tô dentro — Julia aproveita pra se convidar também.
— Vão ser todos bem vindos, bom que a gente leva vocês no Sítio do Bosco né Antônio.
— Sim, e tem um pub só o filé pra gente te ir, o Rubens não gosta muito, mas eu levo vocês — Antônio diz com um sorriso no rosto.
Antônio fica um pouco comigo depois do almoço, mas logo tem que voltar pro trabalho, ele tem as cirurgias que foram marcadas por conta do seu atestado. Estou tão concentrado que só percebi a hora quando escutei o motor do Fuscão, Antônio aparece na porta do escritório com o sorriso lindo e cheio de malícia, depois sai sem dizer nada, continuo trabalhando até que o vejo de novo na porta do escritório só que agora totalmente pelado só com a toalha no ombro. Seu corpo é tão lindo e sedutor, só de observá-lo meu corpo já dá respostas de excitação.
— Larga isso aí e vem dar um banho no seu namorado — o safado sabe mexer comigo — eu te avisei que quando a gente voltasse iria te fuder até não poder mais.
Não tenho mais o que fazer, só baixo a tampa do notebook e sigo meu namorado pro banheiro. Ele tira minha roupa com calma e me enchendo de beijo no processo — que saudades que eu tava dessa safadeza gostosa que ele tem — ele me deixa de costas para ele e liga o chuveiro, a água quente é relaxante, mas nada se compara a sensação do seu pau precisando meu cuzinho enquanto sua boca quente deixa um rastro de beijos pelos meus ombros e pescoço.
— Que saudades que eu tava, foi uma prova de fogo não te atacar o fim de semana todo — ele diz entre um beijo e outro.
— Também senti.
A mão esquerda envolve meu pau com firmeza enquanto a outra brinca com meus mamilos, tudo isso com a sua pica gigante e rosada roçando na minha bunda. Sua voz rouca falando sacanagem no meu ouvido, ele me leva para outro mundo com todo esse desejo.
— Vou meter em você até te encher com minha porra — só consigo gemer em concordância, pois é exatamente o que quero e preciso agora, que ele me arrombei todo e me castigue por ter o deixado esperando o fim de semana todo por isso.
Quando finalmente sinto seu pau entrando em mim meu corpo treme como se uma corrente elétrica percorre se por ele inteiro, suas mãos firmes me seguraram para que não fuja, pouco a pouco vou ficando todo aberto para receber seu membro majestoso, Antônio não é só bonito ele é muito gostoso, seu pau é tão grosso e mesmo assim ele consegue me dar um prazer absurdo, quase não sinto dor enquanto ele bombar no cuzinho.
Quando mais forte entra, mais eu quero sua pica, levanto meu quadril o máximo possível para que ele toque minha próstata. Preciso morder o lábio inferior para não gemer muito alto, o som que nossos corpos fazem quando se encontram é tão excitantes — tudo que ele faz é excitante na verdade — Antônio mete sem dó, estou literalmente chorando na sua pica e não tem lugar no mundo em que eu queria mais esta.
— Você é tão apertado — sua voz sai quase como um urro.
— Mete, você não disse até ia me encher de porra — o provoco com a voz tremida.
— Você gosta de levar pau né seu safado, você gosta do meu pau te arrombando não gosta?
— Gosto muito, tava com saudades dele, mata minha saudade primo, fode meu cuzinho.
— Puta que pariu amor, você vai me fazer gozar desse jeito — ele pira quando fico safado que nem ele.
— Mete primo, castiga meu cuzinho.
— Amor, eu vou gozar!
— Goza agora não amor, me dá mais pica, tô com saudade dessa rola grossa em mim — ele me faz ter sede de pau, do seu pau pra ser mais preciso, adoro quando ele me fode feito um animal, metendo sem dó ao mesmo tempo em que me beija e me enche de carinho.
— Diz que me ama — ele pede quase como uma súplica — fala que ama seu primo.
— Eu te amo primo, você é meu amor.
— Diz que você é só meu — tem tanto sentimento nas suas palavras que me faz sentir que estamos atravessando a zona da safadeza, é mais do que um fetiche pra ele.
— Eu sou só seu, e você é só meu, tá ouvindo?
— Sou teu, não quero ser de mais ninguém, só teu.
— Diz que me ama Antônio — minha respiração falha e minhas lágrimas não são mais só de prazer.
— Eu te amo Rubens, te amo muito.
Sua porra quentinha começa a jorrar dentro de mim, não sei exatamente o que acabou de acontecer, mas foi diferente de tudo, por um segundo tive a sensação de que ele queria dizer mais alguma coisa, estamos entrando em uma zona perigosa, eu vou embora daqui a dois meses, mas já sei que vai ser a coisa mais difícil que ia fiz na vida. como vou conseguir terminar a melhor coisa que já me aconteceu já vida.
Estou cheio de porra e ele continua metendo sem parar, minhas pernas treme, mas estou seguro com seus braços me apertando com força. Depois de um tempo assim que terminamos o banho, ele foi pro quarto me esperar enquanto desligava tudo no escritório. Na tela do computador vejo o que estava fazendo antes do Antônio me chamar, ele passou e me chamou e eu fui.
— “Sete anos tentando está naquela mesa e você nunca me deu isso, você conhece esse cara há um mês?” — Quantas vezes Mariano me pediu para largar o trabalho e lhe dar atenção, porque com o Antônio eu faço isso sem pensar duas vezes, mas com ele nunca consegui?
A expressão no rosto do Mariano ainda é vivida na minha mente, ele foi o cara que amei com todo o meu coração por sete anos, a pessoa com quem imaginei ter filhos e uma vida, mas nunca consegui priorizá-lo. Aprendi minha lição, por isso não repito meus erros com Antônio? Não é mais que isso, Antônio é uma força da natureza e não consigo resistir, ele vem e meu mundo todo se agita, sua risada virou meu som favorito, se ele está bem e eu estou bem, é louco que em um mês ele tenha conquistado um espaço no meu peito que o Mariano não foi capaz de acessar em sete anos, agora não consigo mais saber o que eu realmente senti pelo Mariano, pois se amor é isso, nunca sentir amor já vida, nunca fui feliz como sou quando Antônio fala sacanagem no meu ouvido e me faz ser dele.
— Amor você vai trabalhar? — Meu namorado aparece na porta só de cueca e fazendo uma carinha emburrada e fofa.
— Não, já estou indo — desliguei tudo e vou com ele pro quarto.
— Você quer sua primeira aula de direção agora ou amanhã de manhã?
— Pode ser agora, você não acorda cedo — digo rindo.
— Justo, vou me vestir e a gente vai.
— Pensei que você queria namorar no quarto — digo e ele sorrir.
— E quem disse que não vamos namorar — ele me lança uma piscadela.
Antônio é uma criatura imprevisível, ele tem uma paixão pela vida que é contagiante, qualquer outro teria dificuldades em se entregar a um amor assim, mas ele só se jogou nessa relação em um salto de fé, ele nem quis ficar no armário, simplesmente atravessou direto pela porta. Acredito que ele seja bissexual recém descoberto, mas pro Antônio mesmo não faz a menor diferença esses rótulos, ele está curtindo o momento.
— Bem primeiro na auto escola você vai ter que passar pelas aulas de trânsito então quando for ter aulas práticas já vai está afiadinho — ele me beija antes de entrar no carro — vou te levar para uma rua aqui perto até é boa pra treinar e uma hora dessas não tem ninguém.
— Não vamos incomodar os vizinhos?
— Lá só tem terreno, não tem casa ainda.
Seguimos até onde ele falou é uma estrada de terra, não tem buracos e o terreno é batido, me parece um bom lugar pra praticar, Antônio conhece bem a região. Ele para o carro e começa a me mostrar os pedais e as marchas.
— Olha, Fuscão parado, vou desligar e começar desde o princípio.
— Ok.
— Pé na embreagem, vira a chave e ele liga — o ronco do motor pega de primeira — baixa o freio de mão engata a primeira marcha e vai soltando a embreagem ao mesmo tempo que acelera.
O carro começa a se mover mostrando que suas instruções estão corretas, ele é um bom professor, vai mostrando tudo que está fazendo.
— o carro está em movimento já engata a segunda marcha, solta o acelerador, aperta a embreagem, troca a marcha e já pode soltar a embreagem mais rápido agora, daí só acelerar e pronto o carro vai embora.
— Quando eu sei a hora de passar pra terceira?
— O motor vai pedir, mas você também tem como se ligar pela velocidade do carro, com o tempo vai ficando automático também.
— Não parece tão difícil — pensei que tinha mais mistérios.
— Não é difícil, só que dirigir é prática, quando mais você dirige melhor vai ficando, agora assim tomar cuidado com as leis de trânsito que é a parte difícil para alguns.
— Quando vou aprender a fazer baliza?
— Calma lá campeão, primeiro vamos aprender a tirar o bixão do lugar, depois vem a parte de estacionar e a baliza.
Me considero um cara esperto e dirigir de fato é mais simples do que pensei basta seguir as instruções, meu namorado é o cara mais paciente do mundo e tem muita facilidade em explicar, em momento algum ele parece incomodado ou temeroso pelo seu precioso carro nas minhas mãos. Na primeira vez tenho um pouco de dificuldade dessa dinâmica de troca de marchas, porém da terceira já estou trocando sem nem um solavanco no carro.
Ainda aprendi a dar a ré antes da aula acabar, meu primo e também instrutor me elogia por pegar tão rápido o que me foi passado, mas acho que já conhecia um pouco da teoria — embora já prática seja um tanto mais trabalhoso, no fim gostei de aprender algo novo e principalmente dele está me ensinando. Aprender no Fuscão preto do Antônio faz a experiência ser mais emocionante e valiosa para mim.
— Se continuar assim já já vai está dirigindo melhor do que eu — ele fala para me encorajar.
— Nem se iluda, vou aprender apenas para emergências.
— Quer dizer que se eu quiser beber você não vai dirigir pra mim não?
— Vou pensar no seu caso — respondo.
— Que amor? Você não vai querer dirigir o Fuscão pro seu namorado?
— Golpe baixo, vou deixar você beber de vez em quando.
— Tá bom, vou cobrar quando a gente sair.
— Por falar em sair você quer ir na cachoeira no fim de semana — minha vontade de conhecer esse lugar só cresce.
— Pode ser, tô doido pra ir com você pra essa cachoeira e o melhor de tudo vai ser acampar com você, vamos pegar uma daquelas cabanas.
Nos braços do Antônio consigo finalmente relaxar e só curti meu namorado até o sono chegar. Esse fim de semana foi incrível com meus irmãos, mas estar em casa com Antônio é o melhor ponto da minha semana. Meu namorado é tão romântico e carinhoso, me sinto especial por ter sido escolhido por ele, quer dizer ele podia ter qualquer uma, mas escolheu se aventurar em algo totalmente novo só pra está comigo.
— Ich liebe dich — ele gosta quando falo com ele em alemão.
— O que isso quer dizer?
— Eu te amo — seus olhos brilham ouvindo minha declaração.
— Como digo que também te amo?
— Ich liebe dich auch! — Respondi.
— Pois, ich liebe dich auch! — Nunca pensei que ouviria isso em alemão, mas até que gosto.
Ben foi com Zé Filho nos deixar na rodoviária, estou tão feliz que tenha dado tudo certo, tive muito medo do meu irmãos descobrir e reagir de uma forma totalmente diferente. Foi bom também ver o Zé Filho, tava com saudade desse moleque. Júlia se despediu da gente em casa mesmo, assim como a vovó, vovô e a mamãe.
— Ei vocês vão mesmo né? — Não sou de ficar ansioso com algo, mas agora estou com essa visita dos meus irmãos.
— Claro que vamos, assim que o Benjamin me disser que está livre pegamos a estrada.
— Esse fim de semana acho que não vou ter tempo, mas no próximo dá certo — Ben está tão animado quanto Zé Filho por essa viagem.
— Pois aguardo vocês — estou feliz por ter me aproximado dos meus irmãos e também porque já posso beijar meu namorado sem restrições.