"Noite de domínio e desejo"
Tem dias em que o corpo clama por contato, e a alma quer o risco.
Naquela noite, o desejo pairava no ar feito fumaça espessa — algo que não se via, mas se sentia colado à pele. Não tínhamos ninguém especial em vista, então convidamos um amigo do grupo, desses que sempre flertam na superfície, mas raramente mergulham fundo. Ele era simpático, mas sem grandes pretensões — mais cheinho, tímido, dono de um membro discretamente modesto. Ainda assim, era o suficiente para incendiar o que já estava latente entre nós.
A conversa pelo celular já vinha carregada de palavras impróprias, risos abafados e promessas veladas.
Rah, com aquele jeito que mistura doçura com tirania, decidiu liderar. Vestiu sua melhor peça de renda — um conjunto rubro, que destacava a curva dos quadris — e calçou botas como quem vai à guerra, mas uma guerra de lençóis.
Quando ele chegou, foi recebido com pouca conversa e muitos comandos.
Ela o conduziu até mim e, antes que ele fizesse qualquer coisa, ela se ofereceu — sentou-se sobre mim com firmeza e lentidão, como quem marca território. Queria que o gosto dela ficasse em mim, para que ele entendesse seu lugar na dinâmica.
Depois, com um aceno sutil, ela o fez ajoelhar.
Ele começou a me estimular oralmente. Era uma estimulação básica, mas feita com certa entrega — os lábios deslizavam, a língua procurava pontos de prazer.
Rah observava tudo com um meio sorriso, sentada ao lado como uma juíza do prazer.
Logo ela pediu a troca. Tomei a frente, me ajoelhei e envolvi o órgão dele com a boca. Era pequeno, cabia por inteiro, o que facilitava movimentos profundos. Enquanto fazia isso, deixava um dos dedos explorar discretamente a região anal dele, percebendo a resposta imediata nos gemidos e na forma como o corpo dele reagia. Ele fingia certo distanciamento, mas sua linguagem corporal o traía.
Posicionei-me à frente dele, que continuava no sofá. Comecei a friccionar meu quadril contra os glúteos dele, com movimentos que insinuavam uma penetração que nunca veio. Enquanto isso, estimulava-me manualmente, beijando seu pescoço, explorando sua pele com a boca. A tensão crescia.
Em pouco tempo, ele atingiu o clímax — breve, um tanto apressado. Rimos, não em zombaria, mas em cumplicidade. Ele se retirou para se limpar, e eu aproveitei para me dedicar à Rah, que me esperava com a impaciência de uma deusa ofendida.
Quando ele voltou, retomou com mais fome. Parecia determinado a compensar.
Queria possuir Rah, mas ela o negava com gosto — empurrava, provocava, invertia os papéis com crueldade deliciosa. Isso o desconcertava. Seu membro oscilava entre o desejo e a frustração, nunca atingindo a rigidez plena. Ela tentou ajudá-lo, com estímulos orais habilidosos, mas o resultado foi apenas uma meia-ereção cansada.
Houve um momento em que desejei sentir aquele corpo em mim, apenas para experimentar — mas seu corpo não colaborava. Ficou na tentativa, nos toques suaves na entrada, sem força suficiente para ir além.
No fim, a noite não merecia acabar em frustração.
Rah tomou o controle mais uma vez, montou em mim como quem sela um pacto antigo, e bastaram alguns movimentos calculados para que eu me entregasse por completo.
O prazer veio como uma onda súbita, lavando tudo com uma intensidade que fez tudo valer a pena.