O sol já entrava pelas frestas da persiana quando os corpos começaram a despertar.
Estávamos os quatro na mesma cama. Ainda nus. Ainda com os cheiros da noite anterior marcando a pele e os lençóis. A Ana estava aninhada no meu peito. Beatriz, de costas pra Rafael, com as pernas entrelaçadas às dele. A grande cama de casal parecia pequena, mas acolhia um mundo inteiro ali.
A primeira a se mexer foi Beatriz. Espreguiçou-se devagar, e ao abrir os olhos, sorriu como quem reconhece que viveu algo inesquecível. Ana riu baixinho, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
— Bom dia, devassos — eu disse, quebrando o silêncio.
— Bom dia é pouco — respondeu Rafael, ainda com a voz rouca, virando-se de lado para beijar Beatriz nos ombros.
Todos riram.
A fome bateu logo depois. Físico satisfeito, mas o estômago lembrava que o corpo também precisava de outras energias. Fomos à cozinha preparar um café da manhã digno de domingo. Pães, ovos mexidos, frutas, sucos, café forte.
Na mesa, a conversa fluiu com naturalidade e cumplicidade. A intimidade estava consolidada, sem vergonha ou constrangimento. Apenas verdade.
Foi então que Beatriz, com aquele jeito dela — doce e sacana ao mesmo tempo — resolveu abrir o jogo.
— Tem uma coisa que eu queria contar desde ontem…
Todos a olharam. Ela ajeitou o cabelo e respirou fundo.
— Na sexta… eu vi vocês. Eu ouvi tudo. E me toquei no corredor. Aquilo... aquilo me deixou fora de mim. Acho que meu tesão começou ali. Por isso que ontem… fluiu daquele jeito.
O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Foi carregado de eletricidade.
Ana foi a primeira a responder, com aquele olhar cúmplice e provocador que eu conheço bem:
— Então foi por isso que você gemeu daquele jeito quando a gente te vendou?
Beatriz corou, mas não recuou.
— Talvez… — disse, mordendo o lábio.
Rafael e eu nos entreolhamos. Estava claro: a brincadeira tinha mais um capítulo.
Fui eu quem propus:
— Que tal um novo jogo?
Todos se animaram. Sentei-me à cabeceira da mesa e continuei:
— É simples. O nome é Adivinha quem te toca?
— Hmm… — Ana já sorria — Gostei do nome.
Expliquei as regras:
— Uma das pessoas será vendada. A outra recebe toques — suaves, ousados, como quiserem — e precisa tentar adivinhar quem está tocando. Pode ser com as mãos, com a boca… com o corpo inteiro. Mas nada de falar durante. Só toque.
— E se errar? — perguntou Rafael.
— Se errar… a outra pessoa pode pedir algo como “prenda”. Um beijo, uma chupada… ou o que a criatividade mandar.
Beatriz riu alto:
— Isso vai sair do controle rápido.
— Essa é a ideia — Ana respondeu, cruzando as pernas devagar.
A primeira a ser vendada foi Beatriz.
Ela sentou-se no colchonete, vendada por Ana com um lenço preto e amarrada com um capricho sensual. Ficou ajoelhada, com o corpo exposto, levemente tenso de antecipação.
Ana a conduziu com a voz:
— Fique tranquila... você só precisa sentir.
Toques começaram em seus ombros, costas, coxas. Mãos diferentes. Texturas diferentes. Às vezes uma roçada de barba no pescoço. Às vezes uma respiração quente na nuca.
Beatriz gemia baixo, tentando manter o foco.
Até que uma boca se aproximou da sua, mas não beijou. Apenas soprou, roçou os lábios.
Ela sorriu, nervosa:
— William?
— Errou — disse Rafael, se afastando.
Rimos. Ela mordeu os lábios.
— Então a prenda... — comecei — ...é chupar o Rafael por 30 segundos. Com dedicação.
Beatriz riu e se ajoelhou diante dele, vendada, tateando até encontrar o pau já duro. Começou a chupar devagar, como uma mulher que sabia o que estava fazendo. Rafael se apoiou na parede, olhos fechados, gemendo baixo.
Depois foi a vez da Ana.
Vendamos ela e a colocamos deitada. A brincadeira com ela foi mais ousada. Eu comecei tocando com a língua entre seus seios, Rafael com os dedos entre as pernas. Beijos nas coxas, lambidas na barriga. Ela não adivinhava nada. Estava derretendo.
Até que Rafael passou a língua no mamilo esquerdo e eu mordi de leve o direito. Ela gritou:
— Rafael... William...
— Em ordem errada — respondi. — Prenda dupla.
— Qual vai ser?
— Beijar a Beatriz... com vontade.
Ela nem hesitou. Tiramos a venda e ela foi até Beatriz, puxou-a pela nuca e deu um beijo de língua longo, profundo, babado. As duas gemiam, grudadas.
A brincadeira foi ficando mais intensa.
Beatriz ficou vendada de novo. Deitada de bruços.
Desta vez, Rafael e eu descemos ao mesmo tempo, lambendo suas coxas, suas costas, até chegarmos na buceta já completamente aberta e melada. Uma língua no clitóris, outra na entrada. Beatriz já tremia, sem saber de quem era qual língua, apenas gemia alto, as mãos agarradas no colchonete.
Ana se masturbava do outro lado, deitada, gemendo com os olhos colados na cena.
Beatriz gozou de novo, o corpo inteiro em espasmo.
E então, vendamos a Ana.
Beatriz, recuperada, ajudou nos toques. Ela e Rafael juntos, chupando os mamilos da Ana, enquanto eu massageava sua buceta com a ponta dos dedos. A cada toque novo, um gemido. Quando Beatriz desceu e começou a chupar Ana com fome, Ana explodiu.
— É a Beatriz... ai, é ela...!
— Acertou. Mas já estava tarde demais — disse eu.
A última parte foi inevitável.
As duas de quatro, lado a lado, vendadas.
Beatriz sendo penetrada por Rafael. Ana por mim. De vez em quando, trocávamos. Depois voltávamos. As mãos se encontravam. Os gemidos cruzavam.
Quando Ana reconheceu a pressão diferente, disse:
— Isso não é você...
— Acertou — respondeu Rafael, sorrindo.
As duas gozaram assim. Lado a lado. De quatro. Suadas. Com os corpos latejando.
E depois... caímos. Todos. Juntos. Exaustos. Numa cama só.
Nus. Misturados. Felizes.
Ali, terminava o nosso domingo.
Mas, com certeza... não acabava a nossa intimidade.
O que vivemos nesse fim de semana foi só o início. As conexões criadas, os limites ultrapassados, os desejos revelados… tudo isso ainda pulsa em nós. E sabemos: outras noites virão. Outros jogos. Outras histórias.
Porque quando a mente e o corpo se entregam juntos, o prazer nunca se repete — ele se reinventa.