Menina evangélica que vendia doces na praça para o seu casamento! 9

Um conto erótico de quetandina
Categoria: Heterossexual
Contém 3755 palavras
Data: 01/05/2025 11:50:20
Última revisão: 01/05/2025 12:50:36

Já havia comprado um colar para Bia na véspera — um gesto que carregava mais do que o desejo de agradá-la: era um pedido silencioso de perdão. A culpa por estar traindo-a com sua própria mãe me consumia, e eu buscava na aparência de carinho um alívio para o peso que levava no peito.

Cheguei em casa por volta das nove. Ela finalizava a arrumação da mesa com aquele zelo próprio de quem ama. O jantar era simples, mas transbordava dedicação. Quando a observei, seus olhos brilhavam com ternura — olhos de quem ama sem reservas. E aquilo me doía. Eu não merecia aquele amor limpo.

Naquela noite, fui envolto em carinho. Bia, atenta aos detalhes, buscava aliviar o cansaço dos meus ombros, da minha semana. Suas mãos percorriam meu corpo, e o gesto se tornava cada vez mais íntimo, mais ousado. O desejo florescia entre nós, e mesmo sem palavras, ela me pedia que apenas sentisse — e eu obedeci. Havia doçura em seus gestos, ainda que minha mente, inquieta, divagasse até Camila. Era injusto. Bia entregava-me o coração, e eu era um homem dividido.

A massagem, longa e cuidadosa, me fez esquecer — por um instante o que estava acontecendo. Quando percebi, senti a maciez da sua mão no meu pau, começou a me masturbar. Ela estava entregue, e eu, exausto de mim, busquei nela o consolo daquilo que estava acontecendo comigo. Começou a me chupar enquanto batia uma para mim, tranquila, apenas procurando o meu prazer. Com sua dedicação e paixão, me provocou um gozo, olhou para mim orgulhosa de si mesma e logo dormimos entrelaçados como dois amantes que se amam apesar de tudo.

Ao amanhecer, fui desperto pelo aroma de café fresco. Bia seguia sendo sol, mesmo sem saber das nuvens dentro de mim. Sorri com gratidão por ter ela. Peguei o celular. Camila.

— Oi Bruno!

A mensagem, recente, fez meu coração bater mais rápido.

— Oi Camila, dormiu bem?

— Não dormi... Que vergonha admitir...

— O que foi, Camila?

— Pensei em você a noite inteira. Não quero parecer essas mulheres safadas por aí... Mas o que senti ontem... Nunca vivi algo assim. Foi mais intenso do que tudo que imaginei.

— Você está me deixando louco, Camila... Ainda excitada?

— Muito... Só de ver sua mensagem...

A foto que veio a seguir era da sua buceta escorrendo, muito molhada. Meu corpo reagiu instintivamente.

Tomado pelo desejo, fui até a cozinha. Bia estava ali, tão minha. Beijei seu pescoço, e com um ímpeto primitivo, a tomei contra a bancada. Naquele instante, era o desejo falando mais alto do que qualquer razão. Bia, mesmo surpresa, correspondeu com uma paixão silenciosa, meti nela forte, sem dó, queria apenas aliviar aquilo que Camila me provocou. Ela, mesmo sem entender, estava excitada, e me deixou gozar nela como se quisesse absorver tudo de mim.

— Amor, o café fica pronto em cinco minutos.

— Tudo bem, já volto.

Voltei ao quarto, ao meu vício, ao pecado que atendia pelo nome de Camila.

— Você me fez começar o dia como um louco, acabei de bater uma pensando em você... Que mulher é você?

— Você está despertando isso em mim...

— Vamos nos ver hoje! Não aguento mais apenas desejar você.

— Não vou trair meu marido, Bruno...

— Não vai trair, vai ser tipo o dia da massagem, mas em um lugar mais privado. Te encontro no mesmo lugar, em duas horas.

— Não vou, para de ser safado.

— Estarei lá, e você vai sim! Essa foto mostra que você quer tanto quando eu, safada!!

Deixei o celular de lado, tentando esconder o incêndio dentro de mim. Caminhei até a cozinha e sentei-me diante de Bia — minha deusa terrena, que me amava em silêncio, sem saber que meu coração já era um território dividido.

Enquanto o cheiro do café tomava conta da casa, sentei à mesa diante de Bia. Ela sorria. Era um sorriso simples, de quem acredita que está tudo bem, que a vida corre mansa como a água do rio. E eu? Eu era a enxurrada prestes a desaguar sobre ela.

Ela serviu o café com cuidado. O toque dos dedos em minha xícara era suave, quase maternal. Cada gesto seu era amor — amor verdadeiro, daqueles que não se compra, nem se pede. Amor que se oferece sem condição, sem jogo, sem cobrança. Amor que exige coragem para se merecer.

E eu não era corajoso.

Enquanto ela falava das coisas do dia, dos planos para o sábado, das mentiras que ela precisou falar para termos um tempo só nosso, minha cabeça vagava por territórios proibidos. Camila. O nome queimava quente na minha mente. A lembrança do corpo dela, da voz entrecortada pela vergonha e desejo, da confissão pura e suja da sua madrugada... tudo isso se enredava em mim como uma corda. E eu deixava apertar.

Por que eu era assim?

Eu tinha tudo. E tudo era Bia. Muito mais do que imaginava ter nessa fase da vida. Mas parte de mim, a mais faminta, a mais crua, queria queimar, queria o abismo, queria o erro. Queria Camila, aquela crente casada, perfeita, mãe da minha atual amante.

“Você está quieto, amor”, ela disse, enquanto mexia o açúcar no café. “Está tudo bem?”

Sorri. Menti. “Só estou pensando na vida.”

Mentira. Eu pensava na morte de algo dentro de mim — do homem que eu poderia ter sido, se não estivesse dividido.

Voltei ao celular. A notificação estava lá. Camila.

— Não devia, mas estou pensando em ir. Tenho medo de mim não ir e me arrepender depois, e de ir, e me arrepender muito mais.

Ela também estava em conflito. E isso, em vez de afastar, me atraía ainda mais. Porque éramos dois errantes, dois que sabiam que estavam se destruindo, mas ainda assim se buscavam. Um vício, um eco. Um erro gostoso, para mim, até perturbador, era mãe da minha ficante.

Bia se levantou, e ao me dar um beijo na cabeça, disse:

— Vou tomar banho. Depois a gente pode sair, só nós dois.

Assenti. No fundo, queria ser capaz de dizer: “Sim, só nós dois.” Mas a vontade de Camila já era uma onda alta demais para ignorar.

Voltei ao quarto, encostei a porta e escrevi:

— Estarei lá. Se vier, prometo não passar dos limites. Você nao precisa tirar sua calcinha, vamos apenas deixar nossa excitação ir ao máximo. Você esta me devendo prazer, você sabe.

A resposta veio depois de minutos silenciosos, que mais pareciam horas.

— Eu sei. Mas é difícil, eu sou casada... talvez eu vá.

Joguei o celular sobre a cama e sentei diante do espelho. O reflexo me encarava com olhos opacos. Eu era um homem sendo devorado por dentro. Tinha o amor de uma mulher que eu não merecia — e mesmo assim, eu me apaixonava pelo veneno.

Talvez, pensei, seja essa a tragédia da minha alma: busco o calor do inferno mesmo quando o céu está ao alcance da mão.

Cheguei no horário que havia marcado, com a tensão de talvez Camila não ter ido. Mas quando estava chegando, já a vi de longe. Uma onda de prazer tomou conta do meu corpo. Ela estava linda, com um vestido florido discreto. Tensa. Parei o carro e ela rapidamente entrou no carro.

O silêncio entre nós no carro era feito de pulsações. A cidade parecia longe, embora estivéssemos bem no meio dela. Camila olhava pela janela com os olhos marejados de indecisão. Ela não sabia. Não sabia da outra vida que eu levava, da mulher que me esperava em casa, sua filha. E ela, se entregava mesmo com o temor das suas amarras.

Quando chegamos ao motel, hesitou ao sair. Seus dedos tocaram a maçaneta com a leveza de quem teme o que vem depois do clique. Mas saiu. E me seguiu. Entramos juntos num quarto sóbrio, com luz baixa e lençóis impecáveis. O silêncio era a nossa comunicação, falar, poderia estragar o momento.

Ela permaneceu de pé no centro do quarto, como se esperasse alguma ordem que eu não poderia dar. Me aproximei devagar, sem pressa. A respiração dela acelerava à medida que eu chegava mais perto, mas ela não recuava. Pelo contrário: mantinha os olhos em mim como quem busca coragem no outro.

— A gente pode parar a qualquer momento, eu disse, com sinceridade. -Você só precisa dizer.

Camila balançou a cabeça, devagar. Um sussurro:

— Eu quero. Só não sei como…

Coloquei minhas mãos em sua cintura, sentindo a leveza do tecido entre nossos corpos. E então beijei sua testa. Nada mais. Um beijo casto, demorado. Ela fechou os olhos. Suspirei sobre sua pele, perto da sobrancelha, do nariz. Até nossos lábios se tocarem como se dançassem um balé silencioso.

Foi um beijo lento. Tímido. Um beijo de descoberta.

Camila gemeu baixinho, quase um soluço, como se estivesse soltando um peso. Minhas mãos subiram para suas costas, e ela se aninhou em mim como uma criança assustada e entregue. Nossos corpos começaram a se tocar sem intenção de pressa — apenas para sentir o calor do outro.

Ela tremia. Eu tremia.

Minha mão desceu devagar por sua coluna, e ela apertou minha camisa em resposta. Era como se cada segundo ali fosse eterno. O tempo se distorcia.

Beijei seu pescoço. Ela inclinou a cabeça para o lado, me oferecendo o espaço como quem se abre pela primeira vez. Meus lábios seguiram até sua clavícula, e ela arfou, com a respiração já descompassada.

— Isso é tão errado, né? ela sussurrou.

— Não pense nisso agora, se concentre no que esta sentindo. Isso é o mais importante aqui. Respondi, com a voz baixa, encostando minha testa na dela.

Começamos a nos despir devagar. Um botão por vez. Como se cada pedaço de roupa fosse uma barreira emocional sendo vencida. Quando ela ficou de sutiã e calcinha, hesitou de novo.

— Nunca fiz assim... com essa entrega...

— Eu também não, menti. Mas naquele momento, parecia verdade.

Nos deitamos ainda parcialmente vestidos. Os corpos colados. O atrito das roupas, da pele, dos suspiros — tudo era tão carregado de energia que o mundo poderia ter acabado do lado de fora e não faríamos ideia.

Nosso sexo começou antes de qualquer penetração. Foi roça-roça, como dois adolescentes sedentos por sentir, mas com medo do fim. Eu me movia lentamente, com o quadril pressionando o dela, os tecidos em atrito, provocando ondas de prazer em nós. Beijava seus lábios, seu pescoço, seus ombros. Ela retribuía com as pernas entrelaçadas nas minhas, com os gemidos presos nos dentes.

Minha mão deslizou por sua barriga até encontrar a renda de sua calcinha. Ela gemeu mais alto, surpresa com o próprio corpo. Toquei com delicadeza, quase em reverência.

— Assim? perguntei, querendo saber seu limite.

Ela apenas assentiu, olhos fechados, corpo entregue.

Retirei sua calcinha com cuidado, como quem desembrulha um presente precioso. E para minha surpresa, estava úmida. Depois tirei minha cueca, mas não a penetrei. Deitei por cima dela e continuei o movimento do quadril, meu sexo roçando o dela, quentes, úmidos, pulsando.

— Isso… isso já é demais, ela murmurou.

— Quer parar?

— Quero continuar assim. Mas não passa disso ta? Confio em você!

E ficamos. Ali, nus, se descobrindo pelo atrito, pelos beijos, pelo toque entre pernas e gemidos contidos. Eu sentia a sua buceta, molhada, sedenta. Sentia meu pau muito duro, soltando muito líquido lubrificante na ponta, nossos sexos se lambuzavam. Mesmo prometendo que não passaria da esfregação, minha intenção era que ela perdesse o controle.

Pedi para ela colocar o meu pau na entrada da sua buceta, e esperava uma resposta, uma resposta negativa. Mas ela foi pegando meu pau e posicionando na sua entrada. Senti aquele calor gostoso, aquele acolhimento natural, minha pica começou a babar ainda mais.

Ela gozou antes mesmo que eu a penetrasse, com os olhos marejados, mordendo os lábios e dizendo meu nome como se fosse uma prece.

Ficamos deitados, nossos corpos ainda grudados, corações em desordem.

Reclamei novamente que ela já havia gozado duas vezes comigo, e eu nenhuma, ao qual ela olhou para mim com aquele olhar de mulher carente e pediu para continuar de uma forma que eu gozasse.

Pedi para ela vir por cima, e continuasse com o nosso Roça-Roça.

Com ela por cima, Nossos sexos se encaixaram com facilidade, e ela começou a fazer o movimento pra roçar, mas sua buceta começou a se abrir querendo engolir o meu pau, e pouco a pouco, nossa lubrificação foi ficando mais intensa e meu pau começou a entrar, centímetro por centímetro.

Quando finalmente a penetrei, senti uma buceta quente, macia, não tão apertada como a da bia, mas mais cativante. Meu pau parecia que ia derreter dentro dela, uma sensação única. Continuamos com calma, Nenhum impulso animalesco. Nenhuma pressa.

Ela fechava os olhos, gemendo baixinho, enquanto estocava sem pressa, quase como se fosse uma virgem. Sentindo toda a sua buceta e forma.

Ela estava por cima, os cabelos espalhados no seu corpo, os olhos ainda marejados. O corpo ainda pulsava com os espasmos do primeiro orgasmo, e mesmo assim me olhava de vez em quando com uma mistura de medo, ternura e entrega.

A cabeça do meu sexo roçava suas partes mais profunda, com lentidão. Ela entreabriu os lábios, como se quisesse dizer algo, mas tudo o que saiu foi um suspiro. O corpo dela falava mais do que qualquer palavra. Estava quente, úmida, pronta. Mas não era sobre estar "pronta" — era sobre permitir, sobre abrir não só as pernas, mas o coração, as dúvidas, os limites.

— Você tá bem? Sussurrei ao pé do seu ouvido, ainda dentro dela, me movendo sem pressa, indo tão fundo quanto dava.

— Não para, ela disse, num fio de voz. Não fala. Só sente.

Obedeci.

Continuri a me mover devagar, os quadris marcando um ritmo quase ritmado com nossos corações. Camila me envolvia com as pernas, os olhos nos meus, o corpo todo se contorcendo sob mim como se o mundo inteiro estivesse acontecendo ali. E, de certo modo, estava.

Nossas peles deslizavam com facilidade. O som da respiração, dos beijos molhados, da cama rangendo suavemente, criava uma trilha sonora íntima, quase sagrada.

Ela tocava meu rosto, meu peito, meu pescoço — como se precisasse memorizar cada detalhe, como se duvidasse que poderíamos repetir aquele instante. E talvez por isso fosse tão intenso.

Ela gozou de novo, dessa vez com um gemido solto, quase um choro, o corpo arqueado, as pernas pressionando meus quadris com força. Seu gozo veio como uma confissão — sujo, bonito, incontrolável.

Eu segurei até não poder mais. Gozei dentro dela, sem pensar, sem culpa no momento, apenas com o alívio de quem se perde num instante de verdade crua.

Ela caiu sobre mim, fiquei com o pau dentro dela, suado, com o coração galopando no peito. Ficamos ali por alguns minutos. Não dissemos nada. O silêncio entre nós não era vazio — era cheio de tudo o que não sabíamos nomear.

Mais tarde, saímos do motel em silêncio. Ela pediu que a deixasse no mesmo ponto onde havia me encontrado, no estacionamento do mercado, onde o mundo trancorria normal, sem parecer que nós acabamos de fazer duas grandes transgressão.

Ela desceu do carro devagar, ajeitando os cabelos, ainda com a pele corada de tudo que vivemos. Antes de fechar a porta, se inclinou um pouco e disse:

— Isso não devia ter acontecido.

Assenti, com um meio sorriso triste.

— Eu sei.

— Sou casada, Bruno. E você… você não me contou, mas eu sinto que tem alguém.

Fiquei em silêncio. Era como se ela soubesse sem saber.

— Não vamos mais repetir, tá? Ela tentou soar firme, mas sua voz vacilava. “Não pode mais acontecer. Promete?”

Olhei nos olhos dela por um instante que pareceu eterno. E disse:

— Tá prometido.

Ela sorriu de leve. Fechou a porta. Antes de atravessar a rua, virou-se para mim, e nossos olhos se encontraram uma última vez.

E naquele olhar, sem uma palavra, sem nenhum gesto explícito, havia a certeza compartilhada:

Vai acontecer de novo.

Porque há desejos que a razão não apaga. Há conexões que a culpa não consegue romper. E há pessoas que entram na vida da gente pra mostrar que o certo e o errado, às vezes, moram no mesmo corpo.

Abri a porta de casa sentindo o peso do mundo nas costas.

O cheiro do almoço se espalhava pela sala, quente e acolhedor, aquele cheiro que me lembrava cuidado, rotina, amor sincero. Era um lar. Era o que qualquer homem diria que sempre quis. Mas naquele momento, parecia um espelho onde eu me via torto, rachado.

— Amor, chegou? — ela apareceu sorrindo da cozinha, os cabelos presos de qualquer jeito, o avental amarrado na cintura, e uma alegria genuína nos olhos.

Dei um sorriso fraco e disfarcei o cansaço moral com um beijo rápido na testa.

— Cheguei, tô morrendo de fome.

— Hoje fiz a melhor comida possível com o que tinha aqui. E adivinha? Uma sobremesa surpresa depois.

Ela voltou para a cozinha com leveza, como se o mundo estivesse em paz. Mas o meu estava um caos. Entrei no quarto pra trocar de roupa e me apoiar por dois minutos na beira da cama. Foi quando o celular vibrou.

Mensagem de Camila.

--Cheguei em casa há pouco. Tomei banho, mas ainda sinto você em mim…

Outra vibração.

--Bruno… o que foi aquilo? Não consigo parar de pensar. Foi a primeira vez que senti aquilo tudo, de verdade.

E outra.

--Meu marido nunca me tocou daquele jeito. Nunca me olhou como você olhou. Eu nem sabia que meu corpo podia reagir assim.

Senti o peito afundar. Era como se a tela do celular estivesse me empurrando contra o chão. Li as mensagens de novo, e algo dentro de mim se dividia entre o prazer e o inflado ego masculino...

Bia estava na cozinha preparando a sobremesa surpresa. E Camila, do outro lado da cidade, me mandava mensagens picantes depois de trair um casamento... comigo.

Me levantei e olhei meu reflexo no espelho do guarda-roupa. Enxerguei alguém que eu mesmo não reconhecia por inteiro. Alguém que tinha se lambuzado na carne, mas agora tentava limpar o rosto com um pano sujo de culpa.

O celular vibrou mais uma vez.

--Você mexeu comigo de um jeito que não imaginava, Bruno. E, Deus me perdoe, mas eu queria tudo de novo.

Fechei os olhos, respirei fundo.

Bia bateu na porta com os nós dos dedos, doce como sempre.

— Tá vindo, amor? A comida vai esfriar…

— Tô indo, só colocando uma roupa.

Desliguei a tela do celular. Mas as palavras de Camila continuavam queimando por dentro. Vesti uma camisa leve, jeans, passei uma água no rosto, tentando tirar qualquer vestígio de outra mulher da minha pele.

Na mesa, Bia estava animada, contando alguma coisa da conversa com as colegas da igreja, rindo sozinha, mexendo na salada com um garfo pequeno. Eu fingia prestar atenção, sorria nos momentos certos. Mas minha cabeça estava em outro lugar — ainda estava no corpo de Camila, na cama do motel, no gemido abafado e no olhar culpado.

— Você tá quietinho… aconteceu alguma coisa?

Bia me olhou com olhos sinceros. Cuidava de mim com um amor leve, quase infantil, e isso incomodava ainda mais.

— Tô só cansado. Semana puxada.

Ela assentiu, acreditando fácil. Porque confiava em mim. Porque não fazia ideia. Porque estava ali, toda dela, pra mim.

Enquanto ela falava sobre a receita nova da sobremesa, uma parte de mim desejava estar limpo. Outra parte queria mais de Camila.

Porque mesmo sabendo que aquilo ia destruir tudo, o gosto daquilo que nunca deveria ter acontecido ainda estava preso na língua. E dentro de mim crescia a certeza que, apesar da promessa... aquele não foi o último encontro.

Eu e Bia estavam deitados no sofá, as pernas entrelaçadas sob uma manta fina, a TV passando algum filme de comédia romântica que Bia havia escolhido. Ela se aninhava no meu peito como se ali fosse o lugar mais seguro do mundo. E talvez fosse. Ou tivesse sido, antes da fissura.

Bia brincava com os meus dedos, distraída, comentando o filme de vez em quando com aquele jeito doce que parecia nunca mudar. A casa tinha aquele cheiro bom de perfume de mulher cheirosa. Um tipo de paz que nem achava que procurava.

Mas a minha mente era um campo de batalha.

Enquanto Bia sorria com uma piada do filme, eu me lembrava de Camila dizendo, com a respiração entrecortada: --Você mexeu comigo de um jeito que não imaginava...

Eu quis, com todas as forças, apagar aquilo.

Depois do almoço, enviei uma mensagem curta para Camila:

--A gente não pode continuar. Foi um erro gostoso demais, mas não é justo com você!

E por um instante, acreditei que era o fim. Mas o celular vibrou minutos depois, e a resposta destruiu minha tentativa de retidão:

--Então por que você ainda tá pensando em mim?

Li a mensagem e vi que Camila ja tinha perdido a sua batalha de ser uma mulher fiel e reta. Me sentia bem com isso, mesmo sendo tão errado.

Olhei para Bia, e estava tão entregue a mim. Afaguei os cabelos dela e disse:

— Você me faz bem.

Ela sorriu, sem entender o peso daquelas palavras.

— Você também, meu amor. Muito.

Acordarmos tarde no domingo, preguiçosos, trocamos beijos lentos na cama. Bia se mostrava não importar mais com o noivo, já começava a fazer planos me incluindo para o futuro, esse final de semana parecia que mudou uma chave nela.

Depois do almoço, decidimos sair para dar uma volta. Fomos no shopping, brincamos, tomamos sorvetes e próximo da tardezinha, entrei numa loja chique e pedi para ela escolher um presente.

Bia não questionou. Mas pediu para mim não olhar o que ia comprar. Apenas paguei a conta no final.

— Amor, comprei um lingerie para você, nunca comprei algo assim pensando em usar para alguém, isso me deixou tão excitada, queria fazer uma surpresa a noite do que você me deu. Mas não aguentei esperar. E ficou rindo de forma tímida, valorizando ainda mais sua beleza.

Pedi para ela pagar o estacionamento do carro com o meu cartão, e quando ela foi, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Camila.

-- Hoje à noite. A gente se vê?

A resposta veio rápida, como se ela já estivesse esperando:

--No mesmo lugar?

--Sim. Às 19h.

--Já tô com saudades, último dia que estou sozinha, amanhã Bia chega cedo da casa da amiga e meu marido a noite. Vamos aproveitar, talvez seja nosso último encontro.

-- Ta bom Camila, jaja estou por lá!

Nisso, Bia chegou me pegando pelo braço indo em direção a saída e me perguntou:

-- Com quem estava falando no Zap e fazendo essa cara de Bobo apaixonado?

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Comentários

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Sensacional. Conto para mexer com qqr um. Só falo uma coisa... não magoe a Bia. Se for para escolher...fique com a mãe. Duas opiniões, construtivas...rs Vc está podendo hein...rs e outra ... Vc não chupar a Camila em duas oportunidades é uma falha imperdoável.

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Que dúvida cruel.... uma história sensacional, cheia de detalhes... Louco pra ler o próximo capítulo. Abraços. ksado44sp@bol.com.br

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Cara, eu não sei se isso tudo é real, mas imagino o dilema moral que cerca sua mente. Boa sorte pra lidar com tudo isso, que você consiga dosar a situação das duas, porque claramente você melhorou a vida delas e a sua.

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a casada e a noiva. quem pode te cobrar coisa alguma das duas?

kkkkkk mas espero que voce coma as duas.

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O marido e o noivo foram esquecidos no o churrasco kkkkkkkkkkkkkkk

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Seu único erro nessa história e ficar dividido entre uma casada e outra noiva

Em vez de sor curti a companhia das duas

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