Parte 3 - Entre fins e começos

Da série Quase sem querer
Um conto erótico de Davi
Categoria: Heterossexual
Contém 2767 palavras
Data: 05/05/2025 15:37:08

Capítulo 7: Último Dia de Feira

Acordei antes do despertador tocar, mesmo tendo dormido pouco e mal. O corpo ainda pesava, mas a cabeça parecia mais leve do que na noite anterior. Permaneci deitado no chão por alguns minutos, observando Daniela dormindo tranquilamente. Ela ainda estava deitada de lado, os cabelos parcialmente cobrindo o rosto, a respiração serena, como se o clima estranho da noite anterior não tivesse a tocado. Havia algo reconfortante em vê-la assim, desligada do mundo.

Levantei devagar, com cuidado para não fazer barulho, me arrumei e desci para tomar o café da manhã. Pouco tempo depois, Daniela apareceu no restaurante. Quando nossos olhos se encontraram, houve um breve silêncio entre nós. Ela se aproximou com uma xícara na mão, apoiou-se na mesa e perguntou:

— Você saiu ontem à noite? Quando voltei do banho você já tinha ido. — Sua expressão não era de cobrança, mas havia uma ponta de curiosidade ali.

Respirei fundo.

— Saí pra clarear a cabeça. Precisava pensar. — Dei um gole no café. — Sobre algumas coisas que estão me sufocando.

— Entendi... — ela disse, e seu tom suave indicava que não insistiria.

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Foi quando me vi encurralado pela necessidade de ser honesto, pelo menos em parte.

— Dani... Eu gosto da sua companhia. Muito. — Ela levantou os olhos para mim com atenção. — Mas... minha vida lá fora tá uma bagunça. Eu tô num relacionamento que não sei mais onde vai dar. E isso... isso me deixa em conflito.

Ela assentiu levemente, como se já soubesse de tudo.

— Eu sei. E por isso mesmo tenho me policiado tanto, não posso dizer que não percebi um clima entre a gente, não posso dizer que a sua companhia não me faz bem... Mas não quero ser a razão de um erro seu.

Seu olhar era calmo, mas havia algo nele que dizia o contrário. O desejo contido, o mesmo que eu tentava sufocar dentro de mim, estava presente também nela. Aquela conversa precisava terminar ali, e foi exatamente o que fizemos. Nos levantamos quase ao mesmo tempo e seguimos para o centro de exposições.

No caminho até lá, no carro, colocamos música para tocar. Sem combinar nada, Daniela conectou o celular e logo começaram os primeiros acordes de Jorge & Mateus. Sorri por dentro, me permitindo algum alívio naquele instante de calmaria.

— Tô começando a achar que é vício — perguntei rindo, tentando quebrar o clima.

— Sempre. Repertório de boteco. Coração mole. Saudade mal resolvida. — Ela riu, e eu ri junto. Pela primeira vez em dias, o riso foi leve.

O clima entre nós parecia se equilibrar entre o que poderia ser e o que não deveria acontecer. Quando chegamos à feira, nos juntamos ao fluxo de visitantes e nos misturamos ao cenário de tecnologia, engenharia e inovação.

Durante a palestra da manhã, uma presença familiar surgiu novamente: Rodrigo. Ele se aproximou ao final da apresentação, como quem já sabia que nos encontraria ali.

— Ué, não vieram ontem? A palestra da tarde foi bem interessante. Aconteceu alguma coisa? — disse ele, com um sorriso cortês, mas com os olhos claramente voltados para Daniela.

— Tivemos outro compromisso no mesmo horário — Daniela respondeu, mantendo a elegância. — Mas fiz questão de vir hoje, a temática me interessa muito.

Rodrigo assentiu, visivelmente satisfeito com a resposta dela.

— Fico feliz. Aliás, Daniela, seu ponto de vista sempre foi um dos mais inteligentes nas discussões que tivemos. Que bom saber que continua se aprofundando na área.

Ela agradeceu com um sorriso contido. Eu, ao lado, observava a troca com uma sensação estranha no peito. Rodrigo era firme, articulado e ocupava um cargo de prestígio em uma das empresas expositores ali. E, claramente, havia algo mais naquela aproximação — algo que ele talvez nunca tivesse escondido dela, e que ela agora tentava contornar com habilidade.

— Davi, certo? — ele virou-se para mim, educado, mas mantendo um tom quase protocolar. — Trabalham juntos há muito tempo?

— Há alguns meses, mas temos feito uma boa dupla. — Tentei soar tranquilo, mesmo sentindo a comparação implícita entre nós.

Rodrigo sorriu e, após uma breve despedida, se afastou.

— Você já trabalhou com ele? — perguntei, casualmente, enquanto caminhávamos entre os estandes.

— Já. Ele foi meu chefe, há uns dois anos. Sempre foi muito respeitoso, mas... sei que havia algo a mais ali. Nunca dei abertura.

Assenti, digerindo a informação em silêncio. Havia um incômodo ali que eu não queria admitir. Não tinha o direito de sentir ciúmes. Mas sentia.

O resto da manhã passou rápido entre apresentações e visitas técnicas. O foco voltou para o trabalho, como deveria ser. Mas, mesmo no meio da multidão de engenheiros, banners, sistemas inteligentes e braços robóticos, o que acontecia entre mim e Daniela parecia ainda mais presente — como se fosse impossível ignorar a tensão invisível que nos unia.

O dia ainda prometia mais... mas eu já sabia: por mais que eu tentasse resistir, ela estava cada vez mais presente em meus pensamentos. E não era só desejo. Era a conexão. A leveza. O perigo bom de estar perto dela.

Capítulo 8: A Última Noite

A noite caiu com um peso diferente.

Voltamos para o hotel depois do último dia de feira. Ainda que o evento tivesse sido interessante e produtivo, o clima entre mim e Daniela vinha carregado de camadas que eu mesmo não conseguia decifrar direito. A conversa que tivemos pela manhã não saía da minha cabeça, e pra completar, o celular vibrou assim que entramos no quarto. Era ela.

— Oi... — disse num tom quase inseguro.

— Oi, Davi. — a voz dela estava calma, suave, mas distante. Tão diferente do que já foi um dia. — Tudo bem por aí?

— Tudo sim. Terminamos o último dia da feira agora. Cansado... e você?

— Eu tô bem... na medida do possível. Eu liguei porque... bom, acho que a gente precisa conversar, né?

Suspirei fundo e fui até a janela do quarto, afastando um pouco a cortina pra ver o movimento da cidade lá embaixo. Daniela, percebendo o tom da ligação, apenas assentiu discretamente e se retirou pro banheiro, me dando privacidade.

— É... eu imaginei que você fosse querer conversar quando eu voltasse.

— Também achei que seria o melhor, mas... sinceramente, Davi? A gente já tá há quanto tempo empurrando com a barriga?

Ela deu uma pausa, como se quisesse medir cada palavra.

— A gente se respeita muito, você sabe. Mas respeito sozinho não segura um relacionamento. E... eu não quero mais viver uma história que não me faz mais sorrir. Nem fazer você viver isso também.

Eu fechei os olhos por um instante.

— Eu sei. Eu só... sei lá. Achei que uma hora ia melhorar.

— E melhorou?

O silêncio foi a resposta.

Ela continuou:

— Eu juro que tentei. A gente tentou. Mas não dá mais, Davi. E tudo bem. Não precisa ser um final feio, não precisa virar mágoa. Só... aceita comigo que acabou?

— Tá... — engoli seco. — Tá.

— Eu ia esperar você chegar, mas sinceramente? Isso só ia adiar o que já tá decidido. Não muda o que a gente viveu. Mas a gente merece ser feliz, cada um do seu jeito.

Ela estava certa. Mas saber disso não tornava nada mais fácil.

— Eu espero que você encontre alguém que te admire do jeito que você merece — ela disse, com ternura. — De verdade.

— E você também. De coração.

— Cuida de você aí, tá? — disse por fim.

— Cuido sim.

Ela desligou. Fiquei olhando pela janela por um tempo, tentando absorver tudo. Era estranho. A gente terminou... e ainda assim havia respeito, até carinho. Mas também havia vazio. Um silêncio que ecoava alto demais.

Fiquei alguns minutos parado, sem saber o que fazer. Até ouvir a porta do banheiro se abrir. Daniela saiu já de pijama, me olhando com um misto de cautela e empatia. Ela notou meus olhos um pouco vermelhos. Mas não me expôs. Apenas falou com uma calma que me desmontou:

— Quer conversar?

Assenti, ainda em silêncio. Me sentei na beirada da cama e ela se sentou do meu lado. Ficamos assim por alguns segundos até que eu falei:

— Ela terminou comigo. De vez.

Daniela não disse nada de imediato. Apenas estendeu a mão e colocou sobre a minha. Aquele simples gesto teve mais impacto do que qualquer palavra.

— Eu sinto muito, Davi… Mas talvez, lá no fundo, você já soubesse que era o fim.

— Sabia. — murmurei. — Mas uma coisa é saber… outra é encarar.

— Imagino. — Ela fez uma pausa, apertou minha mão com carinho. — Mas você é mais forte do que pensa.

— Não me sinto assim agora.

Ela sorriu de canto, me olhando com os olhos grandes e intensos. Depois, soltou minha mão e se levantou, indo até a bancada onde estavam algumas garrafas de água e uma pequena barra de chocolate que havíamos trazido da feira. Pegou o chocolate, quebrou no meio e voltou pra cama, me entregando uma das partes.

— Eu sei que parece besteira, mas chocolate sempre ajuda. — riu levemente, tentando aliviar o peso do momento.

— É... melhor que qualquer analgésico, brinquei.

— Viu? Já é um começo.

— Daniela… — chamei, ainda com a voz embargada. — Você é incrível, sabia?

Ela desviou o olhar, um pouco sem saber como reagir. Ficou mexendo no próprio chocolate, meio sem jeito.

— Não fala isso agora. Você tá sensível… e eu não quero ser confundida com válvula de escape.

— Você não é. Eu só queria agradecer. Por estar aqui. Por ser quem é.

O silêncio voltou, mas dessa vez era reconfortante. Ficamos um tempo sentados, lado a lado, olhando pro nada. Até que ela disse:

— Vem, vamos sair. Jantar alguma coisa, caminhar… você precisa espairecer. E eu tô com fome.

Soltei uma risada leve, a primeira verdadeira do dia.

— Pensei que você fosse querer descansar.

— Desistiu de mim tão fácil assim? — brincou, com aquele jeito leve que só ela sabia ter.

Nos arrumamos sem pressa. Uma roupa confortável, sem grandes produções. Pegamos o carro e saímos pelo centro da cidade, onde as luzes dos postes refletiam nas calçadas úmidas. Escolhemos um restaurante charmoso, mais vazio, com mesas externas e um clima acolhedor.

Durante o jantar, as conversas fluíram naturalmente. Falei mais do que achei que falaria. Sobre os últimos meses, sobre o distanciamento no relacionamento, sobre a culpa que sentia por me apegar tanto à ideia de continuar só pelo costume.

Ela ouviu tudo. Atenta, sem interromper, apenas me olhando nos olhos enquanto mexia a colher no sorvete dela.

Depois do jantar, caminhamos pela praça principal. As ruas tranquilas, as luzes amareladas, e aquela sensação de que a cidade inteira tinha se aquietado pra nos dar espaço.

Passamos por uma fonte iluminada. Daniela parou em frente a ela, olhando a água cair em pequenas cascatas.

— Davi… — ela disse, sem me encarar. — Você é um cara especial, se precisar conversar, eu tô aqui. Gosto muito da sua companhia.

Engoli seco. Não respondi. Apenas a olhei por um tempo, com o coração acelerado e a mente em colapso.

Voltar pro hotel ao lado dela, dividindo o mesmo quarto, a mesma cama... agora era diferente.

Ao entrarmos, o quarto parecia carregar o silêncio da cidade. Tudo ali parecia mais nítido: o som do zíper da mochila, o clique do interruptor, os passos no carpete.

Daniela trocou de roupa no banheiro, voltou com o pijama e deitou-se no lado de sempre, virando de costas. Eu, por minha vez, não fui pro chão dessa vez. Peguei o cobertor e me deitei do lado dela. Com respeito. Mas mais próximo do que antes.

Ela não disse nada. Apenas respirava, com aquele ritmo leve e tranquilo. Mas eu sabia. Ambos sabíamos.

Algo tinha mudado.

Capítulo 9: A Tempestade Antes da Calmaria

O despertador tocou antes mesmo do céu clarear. A última manhã em Gramado havia chegado. Me levantei devagar, ciente de que o dia seria longo, mas hesitando por alguns segundos ao olhar para o lado. Daniela dormia profundamente, com o rosto sereno e os cabelos meio bagunçados pelo travesseiro. Aquela imagem me prendeu. Durante a semana, tudo foi ficando mais confuso — e ao mesmo tempo, mais claro.

Entrei no banheiro com o coração apertado. Um lado de mim pedia pra seguir. O outro, só queria ficar ali.

Arrumamos as malas em silêncio. Nenhum de nós parecia disposto a falar muito naquela manhã. Entre olhares trocados e gestos contidos, sabíamos que o que quer que estivesse nascendo ali não podia ser discutido — não agora. O trajeto de carro até Porto Alegre seria a primeira etapa de uma longa viagem de volta pra casa.

Na estrada, a paisagem já não nos encantava tanto. O céu estava encoberto, denso, como se também estivesse se despedindo da semana que estávamos deixando pra trás. A chuva começou leve, mas foi ganhando força à medida que nos aproximávamos da capital.

Chegamos ao aeroporto com tempo, mas o saguão estava um caos. Muitos voos atrasados, painéis vermelhos e passageiros impacientes. O nosso voo de Porto Alegre até São Paulo sofreu um atraso de quase duas horas, e quando finalmente embarcamos, o tempo estava instável. As nuvens escuras se amontoavam do lado de fora e o vento balançava as asas do avião com uma frequência nada reconfortante.

Durante a decolagem, notei que Daniela apertava o braço da poltrona com força. O olhar fixo na frente, respiração um pouco acelerada.

— Você tá bem? — perguntei, inclinando um pouco o corpo na direção dela.

Ela assentiu, mas a resposta não convenceu ninguém.

— Eu odeio turbulência... não é medo de voar, é só... essa sensação de não ter controle.

Uma rajada de vento fez o avião dar uma leve caída. Ela fechou os olhos com força, os ombros tensos. Instintivamente, estendi a mão por cima do apoio de braço e segurei a dela. Forte. Firme. Mas com cuidado.

— Respira comigo, devagar. A gente vai chegar bem, tá?

Ela apertou minha mão de volta e me olhou nos olhos. Havia ali um medo verdadeiro, mas também uma confiança silenciosa. Pela primeira vez, vi Daniela de um jeito diferente. Frágil. Carente. Humana. E mais uma vez, isso me fez querer estar por perto.

A chegada em São Paulo foi um alívio momentâneo. Mas bastou sairmos do avião para descobrirmos o próximo problema: uma tempestade forte havia se instalado na cidade e todos os voos haviam sido suspensos até nova ordem. O nosso voo para Salvador, inicialmente previsto para o fim da tarde, foi cancelado.

Horas se passaram. Nos jogamos em duas poltronas do saguão, cercados por malas e pela impaciência de centenas de passageiros.

— Eu odeio essa sensação de não saber quando as coisas vão se resolver. — ela disse, puxando um cobertor de viagem da mochila.

— Quase como um relacionamento em crise. — comentei, e nos olhamos. Um silêncio curioso pairou entre nós por alguns segundos.

— Quase. — ela respondeu, com um sorriso cansado, mas honesto.

Ficamos ali. Conversamos sobre tudo e nada, comendo qualquer coisa das lanchonetes do aeroporto. Em algum momento da madrugada, o alerta de embarque foi anunciado. Daniela me olhou surpresa.

— Vamos mesmo embarcar agora?

— Vamos.

O voo de São Paulo para Salvador foi mais tranquilo, apesar do céu ainda carregado. Ela adormeceu encostada no meu ombro. E eu fiquei ali, olhando pela janela, pensando no tanto que uma semana pode mudar a vida de alguém.

Desembarcamos em Salvador já pela manhã. Pegamos mais um carro alugado no aeroporto e seguimos viagem até nossa cidade. O caminho foi relativamente silencioso, mas havia uma certa paz no ar agora. Cansados, mas inteiros. De certa forma, sobrevivemos.

Pouco antes de deixá-la em casa, estacionei o carro e desci pra ajudar a retirar sua mala do porta-malas. O clima estava estranho... mas carregado de algo que parecia prestes a transbordar.

Ela me olhou por alguns segundos. Longos segundos.

— Você vai precisar de um tempo, né?

Assenti, com um meio sorriso.

— Não tem como ignorar tudo o que aconteceu... mas também não dá pra fingir que sei o que fazer agora.

Ela concordou.

— Eu entendo. E você sabe que pode contar comigo, né? Sem cobranças.

— Eu sei. — respirei fundo. — Obrigado por isso.

Nos aproximamos. Ela esticou os braços e me envolveu num abraço. Um abraço longo. Demorado. Silencioso. Senti o cheiro do seu perfume, os cabelos encostando no meu rosto. Foi inevitável. Inclinei o rosto e beijei seu pescoço com suavidade, como quem não queria invadir — só agradecer. E quando ela se afastou um pouco, num último segundo de proximidade, deixei um beijo tímido em seu rosto. Perto demais da boca. Ela não recuou.

— Foi uma viagem... inesquecível.

— Foi.

Ela sorriu. E desapareceu pela portaria.

Sozinho no carro, com o motor ainda ligado, respirei fundo.

Era o fim da viagem. Mas o início de outra coisa que ainda não tinha nome.

E que talvez... não pudesse mais ser evitada.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive EngDavi a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Himerus

EngDavi, você construiu dois personagens com uma sensibilidade rara. Ao iniciar a história eu, como leitor, imaginei que a fragilidade do relacionamento de Davi e a inesperada necessidade de dividir o quarto com Daniela me fez acreditar em um tórrido encontro sexual, mas não foi o que aconteceu, eles tiveram a maturidade (ou o temor) de deixar rolar algo que nascia.

Ser sensivel em tese é algo bom, mas,nem sempre. Tal comportamento pode mostrar "pistas" dos motivos do desgaste do relacionamento que se findou.

Talvez Davi não perceba que apesar de apreciar um homem sensível em alguns momentos a mulher quer ser arrebatada, quer sentir o desejo do macho.

Racionalmente Daniela sabia que o momento não era o ideal mas minha leitura é que ela esperava uma atitude mais ousada. Posso estar errado mas foi essa minha percepção do texto.

0 0

Listas em que este conto está presente

Izac
Contos favoritos