PRECISA-SE MOTORISTA 10 - Tiba e o Namorado - o drama

Um conto erótico de Carlos Contista
Categoria: Heterossexual
Contém 2473 palavras
Data: 10/05/2025 12:05:44

PRECISA-SE MOTORISTA 10 – A volta da Tiba e a vida se complica

Não leia esse episódio ... se não leu os anteriores. O atual é consequência direta dos anteriores e, sozinho, não faz sentido.

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Chegou o dia do retorno da Tiba ao Salgado Filho, 5 da manhã. Na véspera, fui para a capital e dormi no apartamento do Solar do Poente. Acordei as 3 horas, tomei uma ducha para acordar, perfume para ficar cheiroso para a minha querida Tiba, tomei um Nespresso para não sair de estômago vazio e fui para o aeroporto esperar a “chefa”. Dez minutos antes do horário o 767 tocou no solo e taxiou para o finger. Estava esperando a visão da Tiba e caí sentado com o que se descortinou, na minha frente: Tiba, de casaco branco e calça jeans justíssimas (linda, maravilhosa) ... abraçada em um homem amorenado, aparentando ser grego ou turco, distribuindo visões de amor para o resto do mundo ... caí do meu castelo nas nuvens e fiquei pasmado, cravado no chão, nem me mexi para pegar o carrinho com as malas da Tiba.

- Carlos, aqui ó, cheguei, disse a Tiba alegremente, levantando a mão, como se eu não a tivesse visto. E veio me abraçar e apresentar o Georg, um armênio que conheceu em Londres e se tornou seu namorado, para meus ciúmes completos.

- Benvinda, Tiba, e prazer Georg. Vamos para o Cristal ou para Xangri-lá?

- Cristal, primeiro, dormir um pouco, estou exausta. Depois, almoçamos e vamos para casa. E assim foi, levei-os direto para o apartamento no Cristal e depois viajamos para a casa da praia.

Tiba parecia estar no céu com seu namorado: passeios ao luar, banhos de piscina, drinks espichados, concessionária para dar um carro para o Georg, roupas, relógios, sapatos ... Tiba cobriu o armênio de presentes; certo, o dinheiro é dela, faz o que quiser com ele, mas eu não gostei! Não fui com a cara do Georg, era seco, abrutalhado, arranhava português e falava bem o espanhol ... mas, a Tiba gostava, então tá bem. Só que não! Eu não engolia o armênio; algo nele era estranho, diferente, talvez pela cultura, não sei, costumes, pode ser ... vamos lá, a chefa gosta e eu sou só o assistente, não lhe dou beijos nem abro minhas pernas para ele.

Olha meus ciúmes se manifestando novamente!

Convivi com essa mudança por alguns meses e fui identificando pequenas mudanças no comportamento da Tiba. Ela passou a ser dependente do Georg até para pequenas mudanças na casa, mas, principalmente na administração do patrimônio, me tirando da cadeira de assistente. Aí, meus cotovelos arderam demais: parei de viajar com a Tiba para São Paulo e Florianópolis e minhas viagens limitaram-se até Porto Alegre, no aeroporto. Estava no limite para pedir demissão e voltar para minha vidinha sem sal quando notei uma marca roxa no braço da Tiba. Quando ela viu que notei, escondeu com a manga da blusa e saiu de perto. Será que o armênio está forçando a Tiba a algo que ela não quer fazer? Está batendo nela? Na minha querida Tiba? Adiei meu pedido de demissão e comecei a cuidar mais de perto a relação dos dois. Até para ir ao cabeleireiro ela pedia para ele e o armênio a levava no seu carro. Um dia escutei uma discussão forte no quarto da Tiba, um grito forte do homem e depois, silêncio. Tudo quieto, passou do meu horário, Georg apareceu na sala e perguntei pela Tiba.

- Non sentia bem, fica deitada a descansar.

- Ok, avisa ela que já fui. Até amanhã. E saí, bem desconfiado. Na saída, fui conversar com o pessoal da segurança do condomínio e abri algumas portas para uma eventual necessidade de ter uma equipe forte a nosso lado. Foi bom, muito bom, providencial, até diria!

No dia seguinte, a Tiba não saiu do quarto durante todo o dia. Por mais que perguntasse ao armênio o que havia com ela, ele sempre dava evasivas e dizia “tudo bem, tudo bom”, e não deixava ninguém, nem a arrumadeira Cris, a gostosa, chegar no quarto da Tiba. Era preocupante! Insisti com Georg que se a Tiba não estava bem era para ir ao hospital ver o que havia errado. Ele concordou e disse que, se ela não melhorasse até amanhã, iria levá-la ao médico. No dia seguinte, de manhã, a Tiba apareceu na sala com uma aparência que eu nunca tinha visto: cabelo desarrumado, sem pintura alguma exceto por uma mancha de base perto do olho esquerdo.

- Que houve no teu rosto, Tiba, porque está com base apenas numa parte?

- É que escorreguei no banheiro, anteontem, e bati com o rosto na banheira. Ficou arroxeado e cobri com base. Com o canto do olho, vi o armênio olhando fixo para ela e pressionando-a a dar aquela desculpa. Tive a certeza do que aconteceu e não gostei da visão da minha Tiba apanhando de um homem, de um marmanjo que veio de longe para explorá-la, viver as suas custas. Achei que já era hora de tomar uma atitude drástica. E não esperei mais: fui prepará-la.

Dois dias depois, convidei Georg e a Tiba para ir a um pub em Capão Novo, lugar que a Tiba odiava e eu sabia que não quereria ir. Eu disse que teria um show ao vivo com a Ana Castela, que seria ótimo, boa bebida, boa comida e boa música. Como esperado, a Tiba agradeceu e disse ao Georg: “Vai ser bom, vai, eu vou tomar uns whiskies e vou dormir cedo”. Ele topou, pegamos a Territory e fomos para a estrada. Ao invés de Capão Novo, entramos numa fazenda à esquerda da estrada do mar tão logo passamos Capão da Canoa. Como não conhecia nada, o armênio não estranhou. Só estranhou quando paramos em frente a um estábulo da fazenda e descemos; três dos seguranças do condomínio vieram nos fazer companhia, com olhares belicosos para o namorado da Tiba. Ele sentiu o que ia acontecer e tentou se explicar, mas recebeu um murro no rosto que o derrubou. Caímos de pau em cima dele, batendo apenas nas partes cobertas do corpo para não ficarem visíveis as marcas da pancadaria. Um dos seguranças puxou uma faca digna do Rambo ou do Conan, o Bárbaro, e encostou em sua garganta:

- Isso é só um aviso, primeiro e único, disse, em espanhol fluente! Encosta a mão de novo na dona Tiba e essa faca vai parar nas tuas entranhas, armênio filho da puta. E cravou a lâmina na terra, ao lado do rosto do apavorado armênio.

No dia seguinte, quando a Tiba levantou, Georg já tinha juntado seus trapos, jogado suas coisas dentro do HB20 que a Tiba deu prá ele e sumiu do mapa. Nunca mais botou os pés no condomínio.

- Cadê o Georg? Perguntou a Tiba às funcionárias; apenas a arrumadeira havia visto ele, cedo, carregando carro e partindo. “Ele disse para onde ia, quando voltaria, ou algo assim”?

- Não falou nada, senhora, apenas vi que tinha uma mancha roxa no rosto e andava mancando da perna direita.

- Carlos, vocês saíram ontem à noite, sabe dizer alguma coisa, o Georg brigou com alguém ou algo parecido?

- Parece que ele escorregou no banheiro e bateu o rosto na banheira. Deve ter ficado com vergonha e foi embora, disse eu, sorrindo marotamente para ela ... Tiba ficou pasmada, basbaque, mas não teve muito tempo para reclamar. Tocou seu telefone, era o gerente de suas contas no banco:

- Dona Tiblina, o dinheiro já está disponível para o saque. A senhora quer que acomodemos em uma valise, ou uma maleta?

- Que dinheiro, Denis, não pedi dinheiro algHoje cedo um procurador seu, Georg Atilus, solicitou um saque de três milhões de seus investimentos liberados. Eu o informei que o saque seria possível, mediante a procuração, mas que o valor em moeda sonante só poderia ser sacado à tarde porque precisaria buscar em Porto Alegre com um carro forte. Então, o carro forte está aqui com os valores, à disposição.

- Denis, faz o seguinte, ... e acertou um plano com o gerente da agência.

Mais tarde, Georg voltou a agência para sacar o dinheiro encomendado e foi levado à tesouraria para empacotar os volumes. O gerente pediu-lhe a procuração enquanto o tesoureiro separava o dinheiro. Dois agentes de segurança entraram e chavearam a porta da sala por dentro.

- Sr. Georg! Recebi instruções de dona Tiblina Albuquerque Siliak para fazer-lhe uma proposta.

- Não quero proposta, quero o dinheiro para sacar.

- O senhor não pode sacar de uma conta que não é sua, sr. Georg.

- Mas sou procurador e posso sacar quanto quiser.

- Não é mais procurador, sr. Georg, esta procuração foi cancelada no cartório e não vale mais nada. O armênio se levantou bruscamente e foi sentado novamente pelos seguranças, pressionando seus ombros para baixo. O gerente rasgou a procuração em mil pedaços e os jogou na lixeira. Tenho uma proposta para fazer-lhe, orientado pela titular da conta, e fez um gesto para o tesoureiro que colocou 150 mil reais na mesa, em notas de 100 e 200, na frente ao armênio. O senhor vai até o carro que dirige, traz os documentos e assina a transferência, em branco, de acordo com sua identidade, deixa comigo as chaves do veículo e pode ficar com esse dinheiro que está sobre a mesa – são 150 mil reais que lhe permitirão voltar para a Inglaterra, Se o senhor não aceitar, a segurança o levará para a delegacia de polícia onde existe uma queixa contra o senhor por agressão e tentativa de homicídio contra a senhora Tiblina. Então, o que vai ser?

Minutos depois o gerente do banco ligou para a Tiba dizendo que o carro já estava com ele, com a documentação assinada e o Georg tinha chamado um uber para ir para Porto Alegre com o dinheiro no bolso. Com isso, terminou a aventura da Tiba com um namorado importado, o armênio aproveitador que a sugava e maltratava a ponto de bater nela e querer dominar sua vida.

Aí bateu a curiosidade na Tiba; queria saber o que tinha acontecido com o Georg a ponto dele ir embora e soltar a “teta macia” em que ele mamava, que o sustentava e lhe possibilitava uma vida de grã-fino. Ela me chamou na biblioteca, serviu dois copos com Blue, me entregou um e falou: “agora vais me dizer o que foi que aconteceu”. Contei ... tudinho pra ela, em detalhes, do plano, dos seguranças e do falso show em Capão Novo. Tiba dava gargalhadas nervosas, não entendi porque. Mas cobrei dela porque ela não tinha acabado com aquele desgraçado, se ele a maltratava e a estava tutelando e mal assessorando! Ela levantou-se, foi até o quarto e voltou com um estojo de couro e pôs na mesa. Dentro tinha uma pistola Glock G 25 oxidada e dois pentes carregados de 17 munições cada.

- Ele me ameaçava de morte, tinha essa pistola em baixo do colchão, embaixo do travesseiro, na gaveta do camiseiro, no bidê, ele vivia trocando de lugar.

- Agora entendi o que esse desgraçado fazia, ameaçando te matar. Foi bem dada a surra, então, nós quebramos ele a pau, moemos ele de pancadas. Devemos levar essa arma para a delegacia: melhor, chamamos o delegado aqui para retirar a arma, não sabemos o que ela pode ter feito antes de vir para cá. Se nos pegam na rua com ela e ela tem antecedentes, pagaremos por algo que não fizemos. Tiba pega o celular e fala com o advogado e pede pra ele acionar o delegado, que era amigo de pescaria. Em 1 hora, o delegado Sampaio chegava ao condomínio e foi para a casa 17.

- Boa tarde, delegado, obrigado pela presteza em atender meu convite. Vamos até a biblioteca conversar um pouco. Na biblioteca, me apresentou como seu assistente pessoal. E contou a história do Georg pela metade, óbvio, contou que a chantageava com ameaças de morte se ela desse com a língua nos dentes. Recebeu uma ligação, discutiu numa língua que não compreendi, parecia árabe, e sumiu do mapa. Tentou tirar dinheiro da minha conta mas o banco me avisou e impedi esse saque. Recomprei o carro que tinha dado a ele, através do gerente do banco, e ele foi embora de táxi, ao que parece.

- Muito bem, mas, porque a senhora me chamou aqui? Não foi para contar que seu namorado foi embora, não é?

- Ele deixou isso embaixo do colchão, disse Tiba, empurrando o estojo para perto do delegado. O delegado abriu o estojo e arregalou os olhos: “uma Glock!” espantou-se o delegado. “Alguém pegou essa arma? Empunhou? Tirou do estojo?”

- Não, apesar da curiosidade, disse a Tiba. Carlos, enquanto fui buscar o delegado encostaste na arma?

- Não, respondi, sei que isso é perigoso.

- Ótimo, disse o delegado. Vou apreender essa arma encontrada na rua e mandar periciá-la, ver se achamos digitais e se ela andou envolvida em algum ilícito anterior. A senhora fez muito bem em chamar a polícia, dona Tiblina, armas achadas na rua são um perigo se caírem em mãos erradas. Essa aqui seria negociada com um traficante por umas 100 pedras de crack; além das pessoas que poderia matar, mataria o adolescente que a encontrasse de tanta fumar aquelas pedras. Muito obrigado! E saiu com o estojo dentro de uma sacola do supermercado Avenida.

- Agora, o próximo passo, disse a Tiba. Quero que fiques com HB20 no lugar do Argo e quero premiar os seguranças que te ajudaram a enquadrar o Georg. Como fazer isso?

- Eu já dei uma grana para cada um dos três, Tiba. Acho que deves dar um presente para todos os membros da segurança que passam a ser nosso exército de segurança sempre que precisarmos de algo mais “ortodoxo”, se me entende. São 18 e vi um bonito estojo de couro cru com espetos de aço de boa qualidade por 350 reais cada, daria 6.300 no total com o nome de cada um gravado a fogo. Acho que todos gostariam.

- Aprovado, podes comprar. Quero dar 5 mil para cada um dos 3 que foram contigo e o teu Argo para a empresa; tu ficas com o HB20.

- Me deixa com o Argo, não preciso de outro carro. Então, dá o HB20 para a empresa de segurança.

Depois disso, para a segurança e seus componentes, a Tiba passou a ser a rainha do condomínio. Tenho pena de quem ousasse importuná-la: nosso exército iria em peso para cima do desavisado! Isso encerra a página mais triste de minha passagem como motorista, assistente pessoal, assador de picanhas e amante da Tiba, a do namoro da Tiba com o armênio Georg não sei do quê, e não me interessa saber, que fez meu ciúme sair do armário e ser sentido pela Tiba, o amor da minha vida.

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