A chuva caía pesadamente, parecia que um dilúvio se aproximava, uma catástrofe, um castigo dos deuses para uma mera integrante da classe trabalhadora, que precisava voltar para casa de ônibus. Minha sombrinha o vento havia levado, minha roupa estava encharcada, meu cabelo grudava na cabeça e o frio era tão grande que eu estava batendo os dentes como matracas de uma dançarina espanhola. Então, vi a moto dele se aproximar, o carrossel do deus nórdico que nem sabia da minha existência, a Kawasaki Ninja H2R do Thor, o vizinho lindo e rico do condomínio de bacanas do bairro próximo a vila que eu morava. Eu saí da rua e fui para a calçada, mas mesmo assim ele passou como um cometa e me deu um banho de lama.
- CARALHOOOOO, FILHO DA PUTA, ARROMBADO DA PORRA....- gritei, mas além do barulho ensurdecedor da moto, ainda havia o som da chuva e um trovão para transformarem meus gritos de raiva em meros sussurros pra ele. Ele seguiu sem olhar pra trás, me deixando com lágrimas de ódio e uma frustração maior ainda.
Ao caminhar mais umas 4 quadras e me aproximar do posto de gasolina, vejo a moto dele parada em frente a loja de conveniência, então resolvi ir lá, tirei meu grampo de cabelo e fui até a moto, iria vandalizar mesmo, que se fodam as câmeras de segurança!!!
Peguei o grampo e toda a força do meu ódio e me aproximei da bela moto, quando levantei a mão para dar o primeiro golpe, ouço uma voz grave atrás de mim:
- O que você pensa que vai fazer, moça?- Thor disse e eu virei lentamente.
Eu olhei para ele sem piscar e mesmo já tendo visto ele tantas vezes, nada havia me preparado para vê-lo tão de perto: o cabelo loiro era sem corte, de um amarelo queimado como uma joia de ouro velho, estava chegando aos ombros, lisos, mas com um volume de comercial de xampu, os olhos eram azuis e límpidos, era um crime alguém ser tão premiado na fila da beleza, para completar o corpo dele, com uma musculatura de viking, era coberto por um macacão de piloto, com as botas e luvas que davam um ar de super herói mesmo que a atitude dele tenha sido a de um vilão canalha.
- Só queria riscar sua moto, já que não posso te dar um banho de lama, como você me deu lá atrás- respondi com os dentes cerrados e uma expressão de fúria assassina no rosto.
Ele ficou com uma expressão assustada e falou com voz tranquila e baixa:
- Poxa, moça, sinto muito, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu não te vi, minha cabeça tá a mil ultimamente e a chuva tá muito forte atrapalha a visão do capacete. Me desculpa, desculpa mesmo, do fundo do coração- ele me olhou e viu meu estado lastimável- o que posso fazer pra compensar, posso te levar em casa, te comprar uma roupa nova, o que você pedir, eu faço, juro!
Eu não esperava palavras tão gentis da boca dele, boca de lábios cheios e vermelhos como a mais doce maçã, então eu respondi, querendo fazer graça:
-Moro do outro lado da rua, naquela vila ali- apontei na direção- roupa nova seria um uniforme da empresa, né- apontei pro logo da minha farda- e o que eu realmente queria pedir você não faria, tenho certeza- disse olhando com sofreguidão para a boca dele.
Ele sorriu, um sorriso que se entendeu aos olhos azuis e me olhou também, mas não apenas para a minha boca, como eu fiz, ele fez a vistoria completa: para os meus tênis sujos e encharcados, a calça jeans que apertava meu corpo voluptuoso, tamanho 44 e para meu uniforme, cujos botões seguravam com força meus fartos seios de uma mulher tamanho G. Ele sorriu novamente e passou a língua nos lábios, enquanto me encarava:
-Como você tem tanta certeza que eu não faria? - ele perguntou e voltou a olhar firme para meus seios, me deixando totalmente molhada, mas não do líquido que caia do céu.
- Olhe pra mim, para meu estado, você faria?- encarei ele e olhei na cara dura para a direção do pau dele, sob o macacão preto,
Ele sorriu e voltou a olhar meus peitos e então se aproximou e disse sussurrando no meu ouvido:
-Pode ter certeza, princesa, que agora eu quero fazer muitas coisas... muitas delas proibidas em vários países ditos civilizados- ele terminou a frase e suspirou no meu ouvido.
Uma descarga elétrica subiu pelo meu corpo e eu só consegui olhar pra ele e dizer:
-Já que você me sujou de lama, o meu pedido seria que você me limpasse...- fiquei na ponta dos pés e sussurrei no ouvido dele- com a sua língua!
Ele sorriu e me agarrou me imprensando entre a moto e o peitoral dele.
_Vem comigo, princesa, vamos providenciar esse banho agora- em seguida ele invadiu a minha boca com a dele. Foi um beijo voraz, gostoso e quente, muito quente... com a mão dele agarrando a minha cintura e pau dele já duro, cutucando o meu umbigo, então ele me suspendeu e me pôs sentada na moto dele. A língua continuava a percorrer a minha boca e tinha o sabor delicioso de um chiclete de menta. Eu pausei pra respirar e ele falou baixinho no meu ouvido:
- Precisamos sair daqui, meu pau tá duraço e tá todo mundo olhando pra gente.
_ Tudo bem, vamos!
Ele me deu um selinho rápido e subiu na moto, deu a partida e pegou as minhas mãos e pôs uma no quadril dele e a outra próxima a virilha, enquanto apertava para que eu sentisse o volume do pênis dele.
Ele me deu o capacete dele e pediu que eu o pusesse, ligou a moto e fomos em direção ao condomínio em que ele morava. A chuva não havia diminuído, parecia estar mais forte, mas agora no carrossel de um deus nórdico o fim do meu dia que estava tão ruim, parecia que se transformaria numa noite de aventuras sexuais.