Débora despertou com o celular quente entre as coxas, a buceta já latejando úmida pela fome que a consumira na noite em claro. O gosto dele ainda na boca, a marca invisível de seu comando silencioso queimando em sua pele. Cinco da manhã. O corpo dela ardia, uma fogueira interna implorando para ser atiçada. Hesitar? Jamais. Seria profanar o altar que ele erguia dentro dela, em sua carne mais íntima.
Os dedos tremeram sobre a tela fria, desenhando as palavras que eram sua sentença e sua salvação:
"Bom dia, meu mestre."
Cada letra, uma confissão crua, um espasmo de prazer antecipado. A mensagem foi um tiro no escuro da sua própria vontade, uma declaração nua de que ela já não se pertencia. Era dele.
Às sete, cumpriu o ritual materno, a fachada intacta enquanto, por baixo, a cadela em seu ventre gania, faminta pela próxima ordem, pelo próximo toque da coleira invisível. Deixou a filha na escola, o cheiro da inocência um contraste profano com a devassidão deliciosa que florescia em seu sexo. No carro, o metal frio do celular contra a pele quente do rosto. Um clique. A prova de que cada ângulo, cada curva, cada pedaço dela era propriedade Dele. Um objeto marcado, esperando o uso, a posse. A ideia a deixou escorrendo, encharcada de desejo e submissão.
O relógio arrastava as horas. Meio-dia. A casa vazia era um palco esperando o ato final de sua entrega.
Foi até o quarto, seu templo secreto de perdição. A gaveta rangeu, revelando uma fita preta de cetim, esquecida ali, agora renascida como o símbolo de sua escravidão voluntária. Amarrou-a firme no pescoço. A seda roçando a pele sensível, um aperto suave que prometia dor, prazer, aniquilação. Um arrepio elétrico e brutal sacudiu seu corpo inteiro, da nuca aos calcanhares, apertando seu clitóris numa agonia doce. O espelho refletiu a imagem de uma puta anônima: apenas a coleira, a carne oferecida, os mamilos duros como pedras sob a blusa fina, implorando por atenção, por castigo. Fotografou-se assim, sem rosto, a pele arrepiada, crua.
"A disposição do meu Mestre."
A submissão era um veneno viciante que ela bebia com a garganta seca de desejo.
A resposta Dele veio como uma lâmina afiada, direta na ferida aberta de sua necessidade: "Prove."
Provar. Como provar o abismo úmido e pulsante que se abria entre suas pernas a cada pensamento Nele? Como provar a devoção que a faria lamber o chão que ele pisasse, se assim ordenasse? Pegou o celular, a respiração presa, um gemido escapando entre os lábios entreabertos. Gravou. A voz era um fio trêmulo, rasgado pela umidade que agora escorria quente por suas coxas, molhando o tecido da calcinha.
"Obedeço... obedeço ao meu Mestre... porque só assim... só assim minha buceta pulsa de verdade... só assim eu me sinto completa... usada... fodida... Sua..."
O som da própria voz, quebrada pela entrega, a fez tremer incontrolavelmente. O peso da posse Dele se cravando em sua pele, em seus ossos, como ferro em brasa.
Noite profunda. A filha adormecida. A casa imersa num silêncio cúmplice, perfeito para sua derradeira humilhação. Arrancou as roupas, a nudez sua única veste. Ajoelhou-se no chão frio, a pedra gelada um choque brutal e delicioso contra a pele febril dos joelhos, das mãos espalmadas. O rosto virado para baixo, a bunda empinada, oferecida sem pudor, vulnerável e faminta como um animal no cio. O frio subia por suas pernas, um contraste profano com o fogo que lambia seu sexo, deixando-a ofegante. Imaginou os olhos Dele devorando sua forma submissa, sua entrega explícita. Tirou a foto conforme a ordem silenciosa: apenas as pernas dobradas, a postura de quem implora para ser tomada, possuída, preenchida até transbordar. Enviou. Nenhuma palavra. A imagem era sua confissão mais visceral, mais desesperada.
Antes que o sono a levasse, a última mensagem, digitada com a certeza latejando em seu clitóris inchado:
"Hoje, obedeci meu Mestre. Fui sua puta obediente."
No negritudee da madrugada, o silêncio vibrava com a verdade irrefutável: não havia mais volta. E ela não queria voltar. Jamais. O desejo se transmutara numa fome insaciável, uma necessidade física gravada em cada célula, em cada contração espasmódica de seu útero vazio que clamava por Ele.
Pertencer era isso. Era respirar a submissão, era gozar na própria anulação. Era a única forma de sentir-se obscenamente viva.