O Cálice e o Véu - Capítulo 1

Um conto erótico de MictianD.
Categoria: Heterossexual
Contém 2010 palavras
Data: 02/05/2025 13:51:21

Na quietude da pequena capela, onde a luz do sol da tarde filtrava pelas vitrais coloridos, criando padrões dançantes no chão de pedra, o Padre Rafael ajoelhava-se diante do altar. Suas mãos, enrugadas pelo tempo e pela devoção, entrelaçavam-se em prece, enquanto seus lábios murmuravam palavras de fé e entrega. Ele era um homem de meia-idade, com olhos profundos que carregavam o peso de anos de serviço à Igreja, e uma barba grisalha que emoldurava seu rosto sereno. Rafael era conhecido por sua dedicação inabalável à sua vocação, mas, naquele dia, algo dentro dele parecia inquieto, como se uma chama oculta estivesse prestes a ser acesa.

A capela, localizada no coração de um convento isolado nas colinas, era um refúgio de paz e espiritualidade. As paredes de pedra, adornadas com imagens sagradas, ecoavam os sussurros das preces que ali haviam sido proferidas ao longo dos séculos. O ar era pesado com o aroma de incenso e velas, criando uma atmosfera que convidava à contemplação e ao abandono dos desejos mundanos.

Foi ali, naquele santuário de silêncio, que Maria, uma jovem freira de apenas vinte e dois anos, entrou com passos hesitantes. Sua presença era como uma brisa fresca em um dia de verão, trazendo consigo uma energia que contrastava com a austeridade do local. Maria era de uma beleza etérea, com cabelos castanhos que caíam em cachos suaves sobre seus ombros e olhos verdes que brilhavam com uma mistura de inocência e curiosidade. Ela usava o hábito tradicional, mas, mesmo assim, sua juventude e vitalidade eram evidentes.

Rafael levantou-se ao vê-la, seu olhar cruzando o dela por um momento que pareceu eterno. Havia algo naquela jovem que o intrigava, uma luz interior que parecia desafiar as sombras que, ultimamente, haviam começado a se instalar em sua alma.

— Padre Rafael — ela cumprimentou, sua voz suave ecoando levemente no espaço vazio. — Vim buscar o óleo ungido para a cerimônia de amanhã.

Ele assentiu, sua expressão mantendo a compostura esperada de um homem de sua posição, mas, por dentro, algo se remexia. O óleo ungido, usado em rituais sagrados, era um símbolo de purificação e bênção. No entanto, naquele momento, Rafael sentia que aquele óleo poderia ser muito mais do que um simples instrumento de fé.

— Claro, minha filha — ele respondeu, dirigindo-se a uma pequena sala adjacente, onde os objetos sagrados eram guardados. — Está aqui, no armário.

Maria seguiu-o, seus passos leves e silenciosos. A sala era pequena, com prateleiras cheias de velas, livros antigos e frascos de óleo. Rafael abriu o armário e pegou um frasco de vidro, seu conteúdo dourado brilhando sob a luz fraca.

— Tenha cuidado com ele — ele disse, entregando-o a ela. — É um símbolo poderoso de nossa fé.

Maria recebeu o frasco com reverência, seus dedos finos envolvendo-o com cuidado. Ela olhou para Rafael, e por um momento, seus olhos se encontraram novamente. Havia algo naquela troca de olhares, uma corrente invisível que parecia ligá-los, desafiando as barreiras da idade e da vocação.

— Obrigada, Padre — ela murmurou, sua voz quase um sussurro.

Rafael sentiu o coração acelerar, uma sensação estranha e desconcertante para um homem que havia dedicado sua vida à castidade e à serviço de Deus. Ele afastou o pensamento, atribuindo-o ao cansaço ou à solidão que, às vezes, o acompanhava naquelas paredes silenciosas.

— Se precisar de algo mais, não hesite em me procurar — ele disse, sua voz firme, mas com uma suavidade que não era habitual.

Maria sorriu, um sorriso tímido que iluminou seu rosto. Ela fez uma reverência leve e se retirou, deixando Rafael sozinho com seus pensamentos. Ele ficou ali por um momento, o frasco de óleo ainda em sua mente, como se aquele objeto simples tivesse despertado algo dentro dele que há muito estava adormecido.

Aquela noite, Rafael não conseguiu dormir. As imagens de Maria e o frasco de óleo ungido dançavam em sua mente, misturando-se com pensamentos que ele nunca antes havia permitido. Ele tentou rezar, buscando conforto nas palavras sagradas, mas, desta vez, as preces não trouxeram a paz que ele tanto precisava.

No dia seguinte, a cerimônia foi realizada como de costume. Maria estava lá, seu rosto sereno enquanto participava dos rituais. Rafael, por sua vez, sentiu-se dividido, sua mente oscilando entre a devoção e os pensamentos que o assombravam. Após a cerimônia, ele procurou por ela, com a desculpa de verificar se tudo estava em ordem.

— Maria — ele chamou, sua voz baixa, mas firme. — Poderia me ajudar com algo na capela?

Ela olhou para ele, surpresa, mas assentiu. Juntos, eles retornaram ao local onde tudo havia começado. A capela estava vazia, o silêncio apenas quebrado pelo som de seus passos.

— O que precisa, Padre? — ela perguntou, sua voz ecoando levemente.

Rafael hesitou, seu coração batendo forte. Ele sabia que o que estava prestes a fazer era errado, um sacrilégio que poderia custar-lhe tudo o que ele havia construído. Mas, naquele momento, ele não conseguia resistir à tentação que o consumia.

— Maria — ele começou, sua voz trêmula. — Há algo que preciso lhe mostrar. Algo que pode parecer... incomum.

Ela olhou para ele, seus olhos cheios de confiança e inocência. Rafael sentiu um nó na garganta, mas prosseguiu.

— O óleo ungido... ele não é apenas um símbolo — ele disse, sua voz baixando a um sussurro. — Ele pode ser usado para... purificar a alma de maneiras que você não imagina.

Maria franziu a testa, confusa, mas não interrompeu. Rafael pegou o frasco de óleo que estava sobre o altar e o abriu, o aroma suave e sagrado preenchendo o ar.

— Deixe-me mostrar-lhe — ele disse, estendendo a mão para ela.

Maria hesitou, mas, movida por uma curiosidade que ela mesma não compreendia, estendeu a mão e deixou que Rafael a guiasse até o centro da capela. Ele a posicionou de frente para ele, seus olhos nunca deixando os dela.

— Feche os olhos — ele murmurou, sua voz agora carregada de uma intensidade que ela nunca havia ouvido antes.

Maria obedeceu, sentindo o coração acelerar. Rafael pegou um pouco do óleo em suas mãos e, lentamente, começou a aplicá-lo em seu pescoço, suas mãos tremendo levemente. O toque foi suave, quase reverente, mas Maria sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

— O que está fazendo, Padre? — ela perguntou, sua voz trêmula.

— Purificando-a — ele respondeu, sua voz rouca. — Purificando sua alma e seu corpo.

Suas mãos desceram, aplicando o óleo em seus ombros, seus braços, cada toque enviando ondas de sensações que Maria nunca havia experimentado. Ela sentiu-se como se estivesse flutuando, seu corpo respondendo a algo que ela não conseguia compreender.

— Padre... — ela murmurou, mas as palavras se perderam quando Rafael começou a descer o hábito, revelando sua pele macia e pálida.

Ele aplicou o óleo em seu colo, suas mãos tremendo enquanto ele explorava a curva de seus seios, seus dedos traçando padrões que despertaram sensações que Maria nunca havia imaginado. Ela sentiu-se envergonhada, mas ao mesmo tempo, uma parte dela anseava por mais.

— Isso é errado — ela sussurrou, mas sua voz não tinha convicção.

— Talvez seja — Rafael respondeu, sua voz agora carregada de desejo. — Mas, às vezes, o errado pode ser tão tentador.

Ele continuou, suas mãos descendo, aplicando o óleo em sua cintura, suas coxas, cada toque levando Maria a um estado de excitação que ela nunca havia conhecido. Ela sentiu-se perdida, sua mente em conflito, mas seu corpo respondia a cada carícia, cada toque.

— Padre, eu... — ela começou, mas as palavras se perderam quando Rafael a puxou para mais perto, seus lábios encontrando os dela em um beijo que foi ao mesmo tempo suave e desesperado.

O beijo foi uma explosão de sensações, um encontro de desejos que haviam sido reprimidos por tanto tempo. Maria sentiu-se derreter em seus braços, seu corpo respondendo a cada carícia, cada toque. Ela sabia que era errado, que estava traindo tudo o que havia jurado, mas, naquele momento, nada mais importava.

Rafael a deitou no chão de pedra fria, o óleo ungido criando um brilho dourado sob a luz fraca. Ele olhou para ela, seus olhos cheios de desejo e culpa, mas não conseguiu parar. Maria, por sua vez, sentiu-se entregue, seu corpo e sua alma abertos a ele de uma maneira que ela nunca havia imaginado.

— Maria — ele murmurou, sua voz rouca de paixão. — Você é tão linda.

Ela sorriu, um sorriso tímido que iluminou seu rosto, e puxou-o para mais perto, seus lábios encontrando os dele novamente. O beijo foi profundo, intenso, e, quando se separaram, ambos estavam ofegantes.

Rafael começou a explorar seu corpo com uma reverência que contrastava com a intensidade de seus desejos. Suas mãos, agora firmes, traçaram cada curva, cada detalhe, como se ele estivesse adorando uma obra de arte sagrada. Maria sentiu-se venerada, seu corpo respondendo a cada toque com uma intensidade que a deixou sem fôlego.

Ele beijou seu pescoço, seus ombros, cada beijo deixando uma trilha de fogo em sua pele. Maria arqueou as costas, seus gemidos ecoando levemente na capela, misturando-se com os sussurros de Rafael.

— Você é tão perfeita — ele murmurou, sua voz carregada de emoção.

Ele desceu, beijando seu colo, seus seios, cada toque de seus lábios enviando ondas de prazer que Maria nunca havia experimentado. Ela sentiu-se como se estivesse flutuando, seu corpo e sua mente entregues a ele completamente.

— Padre... — ela murmurou, mas as palavras se perderam quando Rafael a beijou novamente, seus lábios encontrando os dela em um beijo que foi ao mesmo tempo suave e desesperado.

O momento foi interrompido quando Rafael se levantou, seus olhos cheios de conflito. Ele olhou para Maria, deitada no chão, seu corpo brilhando com o óleo ungido, e sentiu uma onda de culpa misturada com desejo.

— O que estamos fazendo? — ele perguntou, sua voz trêmula.

Maria, ainda ofegante, olhou para ele, seus olhos cheios de uma mistura de paixão e medo.

— Não sei — ela respondeu, sua voz baixa. — Mas não consigo parar.

Rafael sentiu-se dividido, sua mente em guerra consigo mesma. Ele sabia que deveria parar, que deveria se afastar e buscar perdão por seus pensamentos e ações. Mas, ao olhar para Maria, deitada ali, tão vulnerável e tão desejosa, ele não conseguiu resistir.

— Maria — ele murmurou, sua voz carregada de emoção. — Eu... eu não sei o que está acontecendo comigo.

Ela sorriu, um sorriso triste, e estendeu a mão para ele.

— Talvez não precisemos saber — ela disse, sua voz suave. — Talvez, por agora, possamos apenas... sentir.

Rafael olhou para ela, seus olhos encontrando os dela, e sentiu a resistência derreter. Ele se ajoelhou ao lado dela, suas mãos encontrando as dela, e, por um momento, o mundo ao redor desapareceu.

O que se seguiu foi uma dança de corpos e almas, uma exploração de desejos e sensações que ambos haviam reprimido por tanto tempo. Rafael beijou cada centímetro de sua pele, suas mãos traçando padrões de prazer que deixaram Maria ofegante e desejosa. Ela, por sua vez, respondeu com uma paixão que ele nunca havia imaginado, seus lábios, suas mãos, seu corpo inteiro entregando-se a ele completamente.

O óleo ungido, que deveria ser um símbolo de purificação, tornou-se um instrumento de prazer, suas mãos escorregando sobre a pele macia de Maria, criando um brilho dourado que parecia iluminar a capela com uma luz profana. Eles exploraram um ao outro, cada toque, cada beijo, cada gemido, levando-os a alturas que nunca haviam conhecido.

No clímax, quando seus corpos se fundiram em um só, a capela parecia tremer com a intensidade de suas emoções. Maria gritou, seu corpo arqueando-se sob o peso do prazer, enquanto Rafael a segurava, seus lábios murmurando palavras de amor e desejo que ele nunca havia permitido antes.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, seus corpos brilhando com o óleo e o suor, a capela em silêncio, como se testemunhando um sacrilégio que nunca deveria ter acontecido.

Rafael olhou para Maria, seus olhos cheios de uma mistura de amor, culpa e desejo. Ele sabia que o que haviam feito era errado, que haviam cruzado uma linha que nunca deveria ser cruzada. Mas, naquele momento, ele não conseguia se arrepender.

— Maria — ele murmurou, sua voz rouca. — O que vamos fazer agora?

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Foto de perfil genéricaMictian DemeanourContos: 3Seguidores: 0Seguindo: 0Mensagem Escritor de Dark Romance, músico e compositor.

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