Onde o sol se esconde - Capítulo 18

Um conto erótico de Teo e samuel
Categoria: Gay
Contém 873 palavras
Data: 15/05/2025 20:25:16
Assuntos: Gay

Onde o Sol se Esconde (Capítulo 18)

A noite estava morna, e a janela do quarto deixava entrar o cheiro doce da terra molhada pela chuva da tarde.

Teo e Samuel estavam deitados na cama, lado a lado, ainda vestidos, a luz fraca do abajur desenhando sombras suaves pelas paredes.

Tinham passado horas conversando, relembrando a infância difícil — os dias cinzentos do orfanato, as noites em que choraram escondidos para não serem ouvidos, o medo, a solidão.

Mas agora, ali, era diferente.

Agora, eles tinham um ao outro.

**

Samuel virou de lado, olhando Teo com ternura.

Passou os dedos pelos cabelos dele, afastando uma mecha da testa.

Teo sorriu, um sorriso pequeno e triste, como quem ainda não acreditava que o amor podia ser tão real.

— Você lembra — sussurrou Samuel — da primeira vez que a gente se abraçou de verdade?

Teo fechou os olhos, deixando a memória vir como uma onda morna.

— Lembro... Você tremia mais que eu.

Samuel riu baixinho, encostando a testa na dele.

— E agora... — disse, a voz rouca — é você que tá tremendo.

Teo sorriu contra os lábios dele.

— Não de medo...

— De amor.

**

O beijo veio devagar, tímido no começo.

Uma troca de calor, de promessa.

As bocas se encaixaram como se sempre tivessem pertencido uma à outra.

Samuel deslizou a mão pela cintura de Teo, puxando-o suavemente para mais perto, como se quisesse gravá-lo em sua pele.

Teo gemeu baixinho, um som perdido entre o beijo e a respiração.

**

As roupas foram saindo aos poucos, entre carícias hesitantes e olhares carregados de emoção.

Nada era apressado.

Nada era bruto.

Era a celebração de tudo o que eles haviam esperado, de tudo o que haviam protegido dentro do peito durante anos.

**

Samuel beijou o pescoço de Teo, descendo com beijos suaves pela clavícula.

Teo arqueou o corpo de encontro ao dele, os olhos fechados, sentindo cada toque como uma redenção.

As mãos de Samuel eram firmes e gentis, traçando caminhos pela pele de Teo como quem descobre um mapa antigo, precioso.

**

Deitados juntos, misturados entre lençóis amassados e promessas sussurradas, eles fizeram amor pela primeira vez.

Com paciência.

Com entrega.

Com lágrimas discretas de felicidade.

**

Quando terminaram, ficaram abraçados, o peito de Samuel contra as costas de Teo, seus corpos ainda entrelaçados, suas respirações se acalmando juntas.

O mundo lá fora podia ser duro, injusto, imprevisível.

Mas ali, entre os braços um do outro, Teo e Samuel tinham encontrado a eternidade.

**

— Eu te amo — murmurou Samuel, beijando a nuca de Teo.

— Eu também — respondeu Teo, com a voz embargada — Sempre amei.

E adormeceram assim.

Seguros.

Inteiros.

Pela primeira vez, livres.

Onde o Sol se Esconde (continuação)

Aquela noite parecia suspensa no tempo.

Na pequena casa, a chuva batia leve nas telhas, um som quase de embalo.

Teo e Samuel haviam passado o dia trabalhando — arrumando o jardim, pintando a varanda, rindo como dois meninos que finalmente podiam inventar o próprio futuro.

Agora, deitados no sofá, sob um cobertor, Teo sentiu Samuel beijar devagar a curva do seu ombro.

O beijo não pedia nada.

Só dizia:

"Eu estou aqui."

**

Teo virou-se e buscou a boca dele.

O beijo foi se aprofundando — lento, terno — até que Samuel o puxou para sentar em seu colo, as mãos firmes segurando sua cintura.

Teo riu baixinho contra os lábios dele.

— Você é meu lar — sussurrou.

Samuel encostou a testa na dele.

— Você é tudo.

**

As roupas caíram ao redor como se o mundo inteiro desaparecesse.

Teo se aninhou contra Samuel, a pele quente contra a pele quente, e deixaram que seus corpos conversassem em uma linguagem só deles — feita de toques, suspiros e olhos fechados de entrega.

Sem pressa.

Sem medo.

**

Ali, entre carícias silenciosas, eles se amaram de novo.

Teo sentiu Samuel dentro dele, preenchendo não só seu corpo, mas todo o vazio que o passado havia deixado.

E Samuel, com lágrimas nos olhos, segurou Teo como quem segura um pedaço de céu nas mãos.

**

Quando adormeceram, abraçados no sofá, uma notícia estourava nas rádios e televisões do país:

Rebelião na Penitenciária Central.

Dois padres condenados por abuso são mortos por detentos.

**

Padre Buzzi e Padre Maurício tinham encontrado o fim que o destino reservou para os covardes.

Não houve piedade.

Muitos dos detentos, ou seus filhos, eram vítimas como Samuel, Teo, Guto e tantos outros.

Entre eles, estava o jovem Rafael — que, ainda menino, sofrera nas mãos daqueles homens e que, agora, já adulto e preso, selou o fim deles.

O ciclo se fechava.

**

No dia seguinte, quando Samuel e Teo acordaram, a luz do sol invadia a casa.

Era como se o mundo tivesse ficado mais leve.

Como se, finalmente, os monstros tivessem sido enterrados.

**

Sentados na varanda, de café quente nas mãos, Samuel olhou para Teo.

Teo sorriu, os olhos cheios de paz.

E sem dizer uma palavra, os dois sabiam:

O passado não podia mais machucá-los.

O amor era maior.

A liberdade era deles.

**

Mais tarde, naquela mesma tarde dourada, no quarto que agora era só deles, eles se amaram novamente — não por medo, não para esquecer a dor, mas para celebrar a vida.

O toque era suave.

O beijo, longo.

O mundo inteiro cabia na pele um do outro.

E assim, devagar, se reconstruíam.

Juntos.

Para sempre.

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