AMOR DE MÃE
PARTE 1
O rangido familiar do portão eletrônico ecoou pela quietude da tarde, um som quebrando o silêncio incomum da casa. Era eu, Cauã, de volta mais cedo do que o esperado. A aula de jiu-jitsu havia sido cancelada repentinamente devido a um problema de saúde do professor, e a perspectiva de uma tarde livre, embora incomum, despertou em mim uma curiosidade preguiçosa sobre o que encontraria em casa.
Ao abrir a porta principal, a quietude era quase palpável. Mamãe, Helena, provavelmente ainda estaria no supermercado, com sua energia vibrante contagiando os corredores entre as prateleiras. Caminhei pela sala espaçosa, o sol da tarde invadindo pelas grandes janelas e iluminando os móveis de madeira escura. Tudo parecia normal, até eu virar o corredor que levava aos quartos.
A cena que se descortinou diante dos meus olhos me paralisou. Na porta do quarto de Helena, parado de lado, estava Ícaro. Meu irmão gêmeo. Mas não era o Ícaro de camisetas largas e calças desbotadas que eu conhecia. Ele vestia um dos vestidos justos de minha mãe, um modelo de seda azul que realçava cada curva de seu corpo esguio. Os longos cabelos loiros, geralmente presos em um rabo de cavalo displicente, agora caiam em ondas suaves sobre seus ombros. E havia mais: seus lábios estavam pintados de um vermelho vibrante, e seus cílios pareciam mais longos e escuros.
A confusão e um choque quase físico me atingiram em cheio. Ícaro... vestido como Helena? Aquele ser andrógeno que tantas vezes fora confundido com uma garota na rua, agora parecia abraçar essa ambiguidade de uma forma completamente nova. Seus olhos azuis, idênticos aos meus, encontraram os meus. Aquele momento, carregado de uma tensão silenciosa e inexplicável, nos deixou paralisados, cada um preso em seu próprio espanto diante daquela cena inusitada.
O silêncio pairou por alguns segundos densos, apenas o tique-taque distante do relógio da sala de estar preenchendo o vazio entre nós. Finalmente, a minha voz, rouca pela surpresa, rompeu o impasse:
Cauã: Ícaro...? O que... o que é isso?
Meu irmão pareceu despertar de um transe, seus dedos roçando levemente a seda do vestido. Seus olhos encontraram os meus novamente, e dessa vez havia um quê de apreensão neles.
Ícaro: Cauã! Eu... você chegou cedo.
Cauã: É o que parece. Mas... por que você está vestindo as roupas da mãe?
Um rubor leve surgiu nas bochechas de Ícaro, um contraste suave com o batom vermelho. Ele desviou o olhar por um instante, como se procurasse pelas palavras certas.
Ícaro: Eu só... estava experimentando. Curiosidade, sabe?
Cauã: Curiosidade? Ícaro, você está maquiado.
A afirmação saiu mais como uma constatação do que uma acusação. Ele ergueu o queixo ligeiramente.
Ícaro: É confortável. E... sei lá. Me senti bem assim por um momento.
Houve uma pausa, carregada de significados não ditos. Eu ainda estava processando a imagem dele, a forma como o vestido realçava sua silhueta fina, a maneira como a maquiagem destacava seus traços delicados. Uma sensação confusa começava a surgir em mim, uma mistura de estranhamento e uma curiosidade incômoda.
Cauã: O que mais você estava "experimentando"?
Ícaro permaneceu em silêncio por um longo momento, seus olhos azuis fixos em um ponto vago no chão. A hesitação em seus lábios era palpável.
Cauã: Ícaro, eu quero saber. Tudo. Ou eu vou contar para o pai e para a mãe.
A ameaça pairou no ar, pesada e definitiva. Os olhos de Ícaro se arregalaram levemente, encontrando os meus com uma mistura de desafio e receio. Ele mordeu o lábio inferior, a cor vermelha borrando um pouco. Finalmente, em um sussurro quase inaudível, ele respondeu:
Ícaro: Calcinha... e sutiã.
A confissão, tão breve e direta, intensificou a estranheza da situação. A imagem do meu irmão, com as roupas íntimas de nossa mãe por baixo daquele vestido de seda, era perturbadora e, ao mesmo tempo, despertava em mim uma curiosidade ainda mais intensa.
Aquelas poucas palavras pairaram no ar, carregadas de uma eletricidade inesperada. A minha mente lutava para processar a imagem de Ícaro vestindo as roupas de Helena, e a menção às peças íntimas só aumentou a minha confusão e uma estranha... curiosidade.
Cauã: Deixa eu ver como você fica nelas.
A frase saiu de mim quase sem que eu percebesse, um comando carregado de uma necessidade repentina de entender o que estava acontecendo. Ícaro hesitou, seus olhos fixos nos meus com uma mistura de desafio e vulnerabilidade. Houve um longo momento de silêncio, onde apenas a nossa respiração parecia preencher o espaço. A tensão era palpável, o ar carregado de uma expectativa incômoda.
Finalmente, sob o peso do meu olhar insistente, ele cedeu. Com movimentos lentos e hesitantes, Ícaro levou as mãos à barra do vestido de seda azul. O tecido escorregou por seu corpo esguio, revelando a lingerie por baixo.
Era um conjunto sensual: um sutiã de bojo preto, que realçava um busto que, embora pequeno, tinha um formato delicado, e uma calcinha fio-dental da mesma cor, que delineava suas nádegas estreitas. Mas o que realmente me prendeu a atenção foi a parte da frente da calcinha. Com um engenhoso arranjo do tecido, Ícaro havia criado uma protuberância sutil, uma sugestão quase perfeita de uma vulva feminina.
Naquele instante, a semelhança com Helena me atingiu como um choque. A mesma palidez da pele, a mesma estrutura óssea delicada, a mesma cor de cabelo loiro agora emoldurando um rosto maquiado com cuidado. Ali, diante de mim, estava uma versão mais jovem e andrógina da nossa mãe, e a visão era ao mesmo tempo perturbadora e inegavelmente... atraente.
A visão de Ícaro, tão vulnerável em sua quase nudez e com lágrimas escorrendo pelo rosto maquiado, dissipou um pouco da minha confusão inicial, dando lugar a uma necessidade de conforto.
Ícaro: (com a voz embargada pelo choro) Me desculpa, Cauã... Eu não sei por que eu fiz isso. É tão... estranho.
As lágrimas molhavam o batom vermelho, deixando rastros borrados em suas bochechas. Vê-lo assim, tão diferente da sua habitual fachada despreocupada, me tocou de alguma forma.
Cauã: Ei... calma. Não precisa chorar.
Instintivamente, dei um passo à frente, hesitante por um momento antes de colocar a mão em seu ombro descoberto. A pele dele estava macia e quente sob meus dedos.
Cauã: Tá tudo bem. Só... me explica. Por que você fez isso?
Ícaro encolheu os ombros, o corpo tremendo levemente. Ele evitou meu olhar, fixando os olhos em seus próprios pés.
Ícaro: Eu não sei... Sério. Às vezes... às vezes eu só... não me sinto como um garoto. Mas também não me sinto como... uma garota de verdade.
Ele fez uma pausa, respirando fundo com dificuldade.
Ícaro: As roupas da mãe... elas... por um instante, me fizeram sentir diferente. Me senti... bonito. Forte, de alguma forma. Mesmo que seja errado.
Cauã: Você se sente... bonito?
A pergunta saiu quase como um sussurro. Eu estava tentando processar suas palavras, tentando entender essa vulnerabilidade que ele raramente deixava transparecer.
Ícaro: (acenando com a cabeça, ainda chorando) Sim... Por um segundo. Antes de você chegar. Agora... agora eu só me sinto ridículo.
Cauã: Ei... olha pra mim.
Delicadamente, usei o polegar para limpar uma lágrima que escorria pela sua bochecha. Seus olhos azuis encontraram os meus, marejados e cheios de uma tristeza confusa.
Cauã: Você não é ridículo, Ícaro. Só... diferente. E não tem nada de errado em ser diferente.
Houve um breve silêncio, onde apenas os soluços de Ícaro eram audíveis.
Ícaro: Mas... o pai e a mãe... eles nunca entenderiam.
Cauã: Não precisa se preocupar com isso agora. Primeiro... se veste, tá? E depois a gente conversa. Com calma.
Ele acenou com a cabeça novamente, pegando o vestido amassado no chão. Senti um impulso estranho de ajudá-lo, mas recuei, dando-lhe espaço para se recompor.
Assim que Ícaro vestiu suas roupas habituais, a familiaridade de suas camisetas largas e calças confortáveis pareceu trazer um pouco de alívio para ambos. Ele havia lavado o rosto, mas ainda havia um leve avermelhado ao redor dos olhos. Sentamos lado a lado na beirada de sua cama, um silêncio hesitante pairando entre nós antes que eu o quebrasse.
Cauã: Ícaro... há quanto tempo você... faz isso?
Minha voz saiu mais suave do que eu esperava. Ele suspirou, olhando para as próprias mãos juntas no colo.
Ícaro: Já faz um tempo... acho que uns dois meses.
Cauã: E a mãe nunca percebeu?
Ícaro: Não. Ela quase não entra no meu quarto, e eu sempre guardo tudo depois. Lavo as roupas dela escondido e devolvo pro armário. A maquiagem... eu comprei algumas coisas escondido também. As mais baratas.
Cauã: Você faz isso... sempre que a gente não está em casa?
Ele hesitou por um instante antes de assentir.
Ícaro: Quase sempre. Principalmente quando eu sei que vou ficar sozinho por um tempo. É como se... por algumas horas, eu pudesse ser outra pessoa. Alguém... mais parecido com o que eu sinto por dentro, talvez.
Cauã: E o que você sente por dentro, Ícaro?
Ele mordeu o lábio novamente, um hábito nervoso que eu conhecia bem.
Ícaro: É difícil explicar. É como se... essa roupa, essa maquiagem... elas me ajudam a me sentir mais... completo. Mais eu mesmo, de alguma forma estranha. Eu sei que parece loucura.
Cauã: Não precisa parecer loucura pra mim. Só... é novo. Eu nunca imaginei...
Ícaro: Eu sei. Eu nunca quis que você visse. Tinha medo da sua reação.
Cauã: Medo de quê?
Ícaro: De você me achar... esquisito. De você contar pra todo mundo. De você... sei lá... rir de mim.
Houve uma pausa. Eu o observei, tentando processar tudo aquilo. Meu irmão gêmeo, a pessoa que eu achava que conhecia tão bem, guardava esse segredo, essa necessidade de se expressar de uma forma tão inesperada.
Cauã: Ícaro... eu posso não entender completamente como você se sente, mas eu nunca riria de você. Somos irmãos. E... esquisito? Somos gêmeos, lembra? Já somos naturalmente esquisitos para um monte de gente.
Tentei fazer uma piada leve, e um pequeno sorriso hesitante surgiu nos lábios de Ícaro.
Ícaro: É... você tem razão.
Cauã: Então... você quer me contar mais sobre isso? Sobre como você se sente?
Ele pareceu considerar a pergunta por um momento, seus olhos fixos em algum ponto do cobertor.
Ícaro suspirou novamente, um som carregado de um peso que eu nunca havia percebido antes. Ele finalmente levantou os olhos, encontrando os meus com uma vulnerabilidade que me surpreendeu.
Ícaro: É como se... dentro de mim, às vezes... não sei explicar direito. É como se houvesse uma... uma confusão. Uma parte de mim se sente como todo mundo espera que eu me sinta, como um garoto. Mas outra parte... essa outra parte se sente diferente. Mais... suave, talvez? Mais... feminina? Não sei a palavra certa.
Ele franziu a testa, lutando para encontrar as palavras.
Ícaro: E quando eu me visto assim... com as roupas da mãe... é como se essa outra parte tivesse permissão para sair um pouco. É como se eu pudesse... experimentar ser essa outra pessoa, mesmo que só por um tempo. Entende?
Cauã: Acho que... começo a entender. É como se fosse uma forma de... se sentir mais confortável na própria pele? Mesmo que essa pele não seja exatamente a que as pessoas esperam?
Ícaro acenou com a cabeça vigorosamente, os olhos brilhando com um alívio quase palpável por eu estar tentando compreendê-lo.
Ícaro: Exato! É exatamente isso. É como se fosse um alívio. Uma forma de... me encontrar, talvez? Eu sei que parece estranho, Cauã. Usar as roupas da mãe... mas não tem nada a ver com... sei lá... com tesão ou alguma coisa assim. É diferente. É sobre... me sentir mais eu mesmo.
Cauã: Então... não é sobre querer ser uma garota o tempo todo?
Ícaro ponderou por um momento antes de responder.
Ícaro: Não sei. Às vezes eu penso nisso. Como seria... mas aí a realidade volta. Eu sou um garoto. Nós somos gêmeos. As pessoas nos veem de um jeito... e eu não sei se conseguiria mudar isso. Não sei se eu quero mudar isso completamente. É confuso.
Ele passou as mãos pelo cabelo, um gesto de frustração.
Ícaro: Mas esses momentos... quando eu me visto assim... é como se essa confusão sumisse por um instante. Eu me sinto... em paz. Estranho, né?
Cauã: Não é estranho, Ícaro. É... é você tentando entender quem você é. Tentando se sentir bem consigo mesmo. Não vejo nada de errado nisso. Só... me pegou de surpresa.
Ícaro me olhou com uma gratidão silenciosa nos olhos.
Ícaro: Sério? Você não... você não me acha um aberração?
Cauã: Claro que não, cara! Você é meu irmão. E mesmo que você fosse... sei lá... um alienígena que gosta de usar vestidos, você ainda seria meu irmão esquisito.
Tentei fazer uma piada novamente, e dessa vez um sorriso mais genuíno iluminou o rosto de Ícaro.
Ícaro: Idiota.
Cauã: E então... o que você quer fazer agora? Quer que eu finja que nada aconteceu? Quer que a gente converse mais sobre isso?
Ícaro mordeu o lábio novamente, pensativo.
Ícaro: Eu... eu não sei. Parte de mim queria que você nunca tivesse visto isso. Mas outra parte... outra parte se sente aliviada por não ter que esconder mais de você. Quer dizer... de você, pelo menos.
Cauã: Então... o que você acha de a gente guardar isso só entre nós por enquanto? Até você se sentir mais confortável para conversar com mais alguém... se é que você vai querer conversar com mais alguém.
Ícaro acenou com a cabeça rapidamente, um brilho de alívio em seus olhos.
Ícaro: Sim. Por favor. Não conta pra ninguém, Cauã. Eu... eu não tô pronto pra isso.
Cauã: Relaxa, cara. Seu segredo tá seguro comigo. Mas... Ícaro... você já pensou em conversar com alguém sobre isso? Sabe... um psicólogo? Alguém que possa te ajudar a entender esses sentimentos?
Ícaro hesitou.
Ícaro: Eu já pensei... mas tenho medo. Medo do que eles vão dizer. Medo de ser julgado.
Cauã: Eu entendo. Mas às vezes conversar com alguém de fora pode ajudar. Eles não vão te julgar, Ícaro. Eles estão lá para ajudar você a se entender melhor. Só uma ideia, tá? Você não precisa fazer nada que não queira.
Ícaro assentiu lentamente.
Ícaro: Talvez... talvez um dia. Por enquanto... só de você saber... já ajuda. Obrigado, Cauã. De verdade.
Ele me olhou com um carinho fraterno que eu reconhecia bem, mas havia algo mais ali, uma vulnerabilidade que eu nunca tinha visto antes.
Cauã: De nada, cara. A gente tá junto nessa, lembra? Pra tudo. Agora... que tal a gente pedir uma pizza? Tô morrendo de fome depois do "jiu-jitsu cancelado".
Tentei quebrar um pouco a tensão com uma sugestão casual. Ícaro riu levemente.
Ícaro: Pizza parece ótimo. Mas... sem contar pra mãe que eu usei o vestido dela, ok?
Cauã: Combinado. Nosso segredinho. E, Ícaro... se você quiser experimentar de novo... sei lá... quando eu estiver por perto... tudo bem pra mim. Contanto que você se sinta confortável e seguro.
As palavras saíram de mim de forma surpreendente, uma oferta genuína de apoio. Ícaro me olhou com surpresa, e um pequeno sorriso brotou em seus lábios.
Ícaro: Sério?
Cauã: Sério. Só... me avisa antes, pra eu não ter outro "ataque cardíaco" no corredor.
Ele riu, um som leve e verdadeiro.
Ícaro: Pode deixar. E... obrigado de novo, Cauã. Por tudo.
Naquele momento, sentado ao lado do meu irmão, senti que algo havia mudado entre nós. Uma barreira invisível havia se rompido, revelando uma parte de Ícaro que eu nunca soube que existia. E, de alguma forma estranha, essa nova intimidade, carregada de segredos e aceitação, parecia nos aproximar ainda mais. O rangido do portão eletrônico ecoou novamente, anunciando a chegada de Helena. Era hora de guardar nossos segredos e voltar à normalidade... por enquanto.
A porta se abriu e Helena surgiu, trazendo com ela uma lufada do ar fresco da rua e um sorriso radiante que iluminava o ambiente. Aos seus trinta e poucos anos, ela exibia uma beleza madura e vibrante, daquelas que parecem florescer com o tempo. Seus cabelos castanhos escuros, com reflexos sutis que capturavam a luz, emolduravam um rosto de traços delicados, realçados por olhos expressivos e um sorriso fácil que revelava dentes brancos e alinhados.
O corpo de Helena era escultural, fruto de uma vida ativa e de uma genética abençoada. As roupas que vestia naquele dia evidenciavam suas curvas de forma elegante e insinuante. Uma blusa de seda cor de vinho, de um tecido leve que deslizava suavemente sobre a pele, tinha um decote em "V" discreto, o suficiente para insinuar a beleza de seu colo sem ser excessivo. A blusa era acinturada, marcando sua cintura fina e realçando a curva suave dos seus quadris.
Na parte de baixo, uma saia lápis preta, de um tecido que parecia abraçar suas pernas, terminava um pouco acima dos joelhos, revelando panturrilhas torneadas e elegantes. A fenda discreta na parte de trás da saia permitia um movimento gracioso e adicionava um toque de sensualidade sutil. Nos pés, saltos altos pretos alongavam ainda mais sua silhueta, conferindo-lhe uma postura confiante e elegante.
O perfume suave que exalava de Helena preencheu o ar assim que ela entrou, uma fragrância floral delicada que complementava sua presença marcante. Havia nela uma aura de feminilidade poderosa, uma combinação de beleza natural, elegância nas roupas e uma autoconfiança que a tornava ainda mais atraente. Era uma mulher que chamava a atenção não pela vulgaridade, mas por uma sensualidade inteligente e sofisticada, que emanava de cada movimento e sorriso.
Helena sorriu ao nos ver na sala.
Helena: Oi, meus amores! Que surpresa boa encontrar vocês dois em casa essa hora. Aconteceu alguma coisa?
Troquei um olhar rápido com Ícaro antes de responder.
Cauã: A aula de jiu-jitsu foi cancelada, mãe.
Helena assentiu, sem parecer desconfiada.
Helena: Ah, que bom que estão aqui. Poderiam me ajudar a levar as compras para a cozinha? Tem bastante coisa hoje.
Ícaro se adiantou, um pouco mais nervoso que o habitual.
Ícaro: Claro, mãe. Deixa comigo.
Então me manifestei, com um sorriso.
Cauã: Na verdade, mãe, para adiantar, a gente já pediu uma pizza. Deve chegar logo.
Helena parou por um instante, com as sacolas nas mãos, e olhou para nós dois.
Helena: Ah, é? Que ótimo! Assim não preciso me preocupar com o jantar. Mas mesmo assim, me ajudem aqui com as compras, rapidinho. Depois a gente relaxa e come a pizza juntos.
No dia seguinte, no meio do burburinho do intervalo, enquanto dividíamos um pacote de biscoitos e observávamos o movimento do pátio, a notícia se espalhou como um raio: ia rolar uma festa à fantasia no sábado à noite. A informação veio de um grupo de amigos mais populares, que invadiram nossa bolha com sorrisos largos e convites entusiasmados.
"Vai ser épico, galera! Festa à fantasia na casa do Rafa!" exclamou um deles, gesticulando animadamente. "Todo mundo vai estar lá. Já estão pensando nas fantasias?"
Ícaro, ao meu lado, ergueu uma sobrancelha com um misto de curiosidade e desinteresse. Festas nunca foram muito a praia dele, ainda mais festas temáticas que exigiam um certo esforço. Eu, por outro lado, sempre gostei da ideia de me fantasiar, de sair da rotina por uma noite e incorporar outro personagem.
"Festa à fantasia, hein?" comentei, pensativo. "Faz tempo que não vou em uma."
Ícaro deu de ombros. "Não sei... dar muito trabalho pensar em fantasia."
"Ah, qual é, Ícaro! Vai ser divertido!" insistiu Júlia, uma amiga que sempre demonstrava um certo interesse por ele. "A gente podia ir fantasiado de alguma coisa juntos!"
Olhei para meu irmão, esperando sua reação. Ele parecia indeciso, o olhar vago enquanto observava um grupo de jogadores de futebol americano lançando a bola no campo.
"Podia ser legal mesmo," continuei, tentando animá-lo. "A gente podia bolar alguma coisa criativa. Que tal?"
Ícaro suspirou levemente, mas percebi um pequeno brilho de interesse em seus olhos azuis. Talvez, no fundo, a ideia o agradasse um pouco.
"A gente vê," ele respondeu, sem se comprometer totalmente. "Mas não esperem grandes produções da minha parte."
O sinal tocou, interrompendo a conversa e dispersando o grupo. Enquanto caminhávamos juntos para a próxima aula, fiquei pensando na festa. Seria uma oportunidade... talvez uma oportunidade para Ícaro se sentir mais à vontade, mais livre para experimentar essa outra faceta dele que eu havia descoberto. Uma fantasia poderia ser uma espécie de escudo, uma permissão para ser diferente sem julgamentos. A ideia começou a me animar de verdade. Agora, só precisava convencê-lo a entrar de cabeça nessa também.
Depois da aula, encontrei Júlia perto dos armários. Não entrei em detalhes, apenas sussurrei que Ícaro estava considerando se fantasiar com algo feminino para a festa e se ela poderia nos ajudar a encontrar algo legal, já que precisávamos convencê-lo a ir. Ela arregalou os olhos, surpresa e animada ao mesmo tempo.
"Sério? Nossa, que demais! Claro que eu ajudo! A gente podia pensar em várias coisas!" ela respondeu, a voz um pouco mais alta do que o necessário, o que me fez fazer um sinal para que ela falasse mais baixo.
Nesse exato momento, Ícaro se juntou a nós, franzindo a testa ao perceber o nosso cochicho.
Ícaro: Do que vocês dois estão falando? Por que estão cochichando?
"Nada demais," respondi, tentando soar casual. "Só estávamos falando sobre a festa de sábado."
Júlia, no entanto, não conseguiu disfarçar a animação. "Sim! E sobre as fantasias! Cauã estava me contando que você talvez tivesse uma ideia..." Ela me lançou um olhar cúmplice.
Ícaro estreitou os olhos, desconfiado. "Que ideia?"
"Ah, sei lá," comecei, tentando manter a naturalidade. "Só comentei que talvez você quisesse fazer algo... diferente dessa vez. Sair do óbvio."
Júlia rapidamente entrou na conversa, com um brilho nos olhos. "Tipo uma fantasia super original! A gente podia até te ajudar a bolar alguma coisa incrível! Já pensou?"
Ícaro cruzou os braços, ainda hesitante. "Não sei... não sou muito de fantasias."
"Mas essa pode ser diferente!" insisti. "Pensa só, todo mundo fantasiado de super-herói e personagem de filme... seria legal ter algo que realmente chamasse a atenção, sabe?"
Júlia concordou fervorosamente. "Exato! E você tem tanto potencial pra isso, Ícaro! Você é super criativo!" Ela me cutucou de leve com o cotovelo. "O Cauã estava até falando que você talvez tivesse pensado em algo mais... elaborado."
Senti a pressão do olhar de Ícaro sobre mim. Tive que improvisar rápido. "É... eu só comentei que você sempre teve um lado mais... artístico, sabe? Que talvez você quisesse expressar isso na fantasia."
Ícaro suspirou, passando a mão pelo cabelo. "Expressar meu lado artístico com uma fantasia? Não sei não..."
"Qual é, Ícaro?" Júlia insistiu, aproximando-se um pouco. "Pensa na diversão! Todo mundo entrando no clima, tirando fotos... e você com uma fantasia única! A gente podia até te ajudar a fazer a maquiagem!"
Essa última parte pareceu despertar uma leve curiosidade em Ícaro. Ele me lançou um olhar rápido, como se buscando confirmação.
"A Júlia manda superbem em maquiagem," eu completei, tentando reforçar a ideia. "Ela podia te dar uns toques."
Ícaro mordeu o lábio inferior, um sinal de que estava considerando a proposta. "Maquiagem...?"
"Sim! Pra completar a fantasia! Ia ser demais!" Júlia estava radiante. "A gente podia ir juntos procurar alguma roupa legal também! Tem umas lojas de usados incríveis na cidade."
Fiz um aceno de cabeça em concordância. "A gente te ajuda em tudo, Ícaro. Sem pressão. Mas pensa que pode ser uma oportunidade de fazer algo diferente, de se divertir de um jeito novo."
O silêncio de Ícaro se estendeu por alguns segundos. Finalmente, ele soltou um suspiro mais resignado.
"Tá bom," ele disse, com um pequeno sorriso hesitante. "Vamos ver o que dá pra bolar então. Mas se eu me sentir ridículo, a culpa é de vocês dois."
Júlia soltou um gritinho animado e me deu um high-five. "Aê! Sabia que você ia topar! Vai ser a melhor fantasia da festa!"
Eu sorri para Ícaro, aliviado. "Relaxa, cara. Você não vai se sentir ridículo. Vai ser demais."
Agora a parte difícil seria encontrar a fantasia perfeita... e garantir que ele se sentisse realmente confiante com ela.
"Que tal hoje à tarde a gente já dar uma olhada em algumas coisas?" Júlia sugeriu, olhando animadamente para Ícaro. "A gente podia ver algumas lojas e ter uma ideia do que vocês querem." Ela enfatizou o "vocês", mas seu olhar estava fixo em Ícaro. "Podemos até escolher a minha fantasia também!"
Ícaro pareceu surpreso com o convite direto, mas um leve rubor surgiu em suas bochechas. Ele hesitou por um momento antes de responder.
"Hoje à tarde... acho que pode ser. Que horas?" ele perguntou, um pouco mais tímido do que o habitual.
Júlia sorriu amplamente. "Que tal umas três horas? Assim a gente tem bastante tempo pra procurar."
Ícaro acenou com a cabeça. "Pode ser."
Olhei para os dois, sentindo uma ponta de ciúmes, mas também um certo alívio por Ícaro estar finalmente se soltando. "Eu posso ir junto também, se quiserem ajuda pra carregar as sacolas," ofereci.
"Ah, não precisa, Cauã," Júlia respondeu rapidamente, com um sorriso que parecia um pouco forçado. "A gente se vira. Assim podemos ter mais tempo pra... conversar e escolher com calma."
Entendi o recado. Ela queria um tempo a sós com ele. Ícaro não pareceu se importar muito com a minha presença ou ausência, apenas deu de ombros.
"Beleza, então. Divirtam-se," eu disse, tentando soar despreocupado. Por dentro, eu me perguntava que tipo de fantasia eles escolheriam... e se essa aproximação com Júlia significaria algo mais para o meu irmão.
Assim que a porta se fechou atrás de Ícaro e Júlia, um silêncio preencheu a casa. Fui para a sala e encontrei minha mãe alongando-se no tapete da sala. Ela estava realmente gostosa naquela roupa de ginástica: um shortinho preto que realçava suas pernas torneadas e um top azul que delineava seus seios fartos e sua barriga lisa. As gotas de suor em sua testa brilhavam à luz da tarde.
"E aí, filhão," ela disse, sorrindo para mim enquanto flexionava a perna. "Já que a casa está tranquila, que tal fazermos uns exercícios juntos? Preciso de um parceiro pra me motivar."
Ela se levantou, a respiração um pouco ofegante, e pegou um par de halteres pequenos.
"Que tal uns agachamentos? Pra começar a aquecer," ela sugeriu, me entregando um dos pesos. Seus olhos brilhavam com uma energia contagiante.
Hesitei por um momento. A imagem de Ícaro vestido com suas roupas íntimas ainda estava fresca na minha mente, criando uma atmosfera estranha e carregada. Mas a presença sensual e convidativa da minha mãe ali, tão perto, com aquele sorriso no rosto, era inegavelmente atraente.
"Claro, mãe," respondi, tentando afastar os pensamentos confusos. "Vamos nessa."
Começamos com alguns agachamentos sincronizados, o ritmo da nossa respiração marcando o compasso. O cheiro suave de seu desodorante esportivo me envolveu a cada movimento. Depois passamos para flexões e alguns exercícios com os halteres, o suor começando a umedecer nossas peles.
A cada alongamento, a cada movimento coordenado, a proximidade física com minha mãe se intensificava. Seus músculos se contraíam sob a pele enquanto se esforçava, e a forma como o top grudava em seu corpo molhado de suor despertava em mim sensações conflitantes. Era minha mãe, mas também era uma mulher incrivelmente atraente, e a intimidade daquele momento, mesmo que fosse apenas de exercício, era inegável.
Enquanto fazíamos uma pausa para beber água, ela sorriu para mim, os olhos brilhando ainda mais.
"Você está em ótima forma, Cauã," ela elogiou, passando a mão pelo meu braço suado. O toque, casual e maternal, acendeu em mim uma faísca de um desejo proibido.
"Você também, mãe," consegui responder, a voz um pouco rouca. O clima na sala, antes apenas de exercício, começava a adquirir uma tensão sutil e inesperada.
O ar na sala pareceu se adensar, carregado de uma eletricidade sutil que ia além do esforço físico. Nossos olhares se encontraram por um instante mais longo que o habitual, um reconhecimento silencioso da proximidade e do calor dos nossos corpos. O som da nossa respiração ofegante era quase um sussurro no espaço entre nós.
A mão de Helena ainda repousava no meu braço, o toque leve, mas carregado de uma familiaridade que naquele momento parecia adquirir uma nova nuance. Senti um calor percorrer minha pele sob seus dedos, e um arrepio sutil subiu pela minha espinha. O perfume dela, uma mistura de suor e desodorante, tornou-se mais intenso, invadindo meus sentidos.
Seus olhos brilhavam com uma intensidade diferente, um misto de cansaço e algo mais... uma espécie de reconhecimento da nossa intimidade física. Havia uma quietude expectante no ar, como se o tempo tivesse parado por um breve instante, nos deixando suspensos em um limiar incômodo e excitante.
O silêncio era preenchido apenas pelo barulho suave da nossa respiração e pelo leve roçar das nossas roupas. A distância entre nós parecia encurtar, não fisicamente, mas na intensidade do nosso contato visual e na consciência aguda da presença um do outro. Havia uma tensão palpável, um reconhecimento mútuo da atração que, mesmo sendo mãe e filho, pairava no ar como uma nota dissonante em uma melodia familiar.
Um leve rubor surgiu nas bochechas de Helena, e ela retirou a mão do meu braço, um movimento lento e quase hesitante. Mas o contato breve deixou uma marca quente na minha pele, um lembrete silencioso daquele momento de estranha e inegável conexão. O clima era carregado de uma sensualidade latente, um segredo compartilhado no calor do exercício, que pairava entre nós como uma promessa silenciosa.
Helena soltou um suspiro leve enquanto se espreguiçava, os músculos retesando sob a pele úmida.
"Ai, esses exercícios me deixaram toda dolorida," ela comentou, massageando o próprio ombro com uma careta suave. "Acho que peguei pesado demais."
A oportunidade surgiu como um raio. A imagem dela ali, relaxada e vulnerável, despertou em mim um desejo ainda mais intenso de contato.
"Quer que eu faça uma massagem, mãe?" perguntei, tentando manter a voz o mais casual possível, enquanto meu coração acelerava ligeiramente. "Posso tentar aliviar um pouco essa dor."
Helena hesitou por um instante, olhando para mim com um sorriso hesitante.
"Ah, não precisa, querido. Não quero te dar trabalho," ela respondeu, mas havia uma certa abertura em seus olhos.
"Que trabalho, mãe? Relaxa. Eu gosto de fazer massagem. Deita aí," insisti, já me aproximando dela. "Vai te fazer bem."
Ela suspirou novamente, dessa vez com um tom mais relaxado.
"Bom... já que você insiste," ela cedeu, deitando-se de bruços no tapete macio da sala. "Mas com cuidado, viu? Minhas costas estão bem tensas."
Um sorriso se formou nos meus lábios. Era a deixa que eu precisava. Sentei-me ao lado dela, sentindo o calor que emanava de seu corpo através da fina roupa de ginástica. Aquele momento, carregado de uma tensão silenciosa e de um desejo crescente, finalmente havia chegado.
Comecei a massagem de forma convencional, aplicando um pouco de óleo nas minhas mãos para deslizar melhor sobre a pele quente de suas costas. Meus polegares percorriam a extensão de sua coluna, desfazendo os nós de tensão que encontrava sob meus dedos. Amassava seus ombros com firmeza, sentindo a rigidez dos músculos ceder gradualmente sob a pressão dos meus movimentos. Era uma massagem terapêutica, focada em aliviar o desconforto que ela sentia.
À medida que o tempo passava, meus movimentos se tornavam mais lentos e intencionais. Desci para a região lombar, onde meus dedos exploravam as curvas de sua cintura, demorando-se um pouco mais nas áreas onde a pele era mais macia e sensível. A respiração de Helena se tornou um pouco mais profunda, e um pequeno suspiro escapou de seus lábios.
Aos poucos, a massagem perdeu seu caráter puramente terapêutico e ganhou uma conotação mais sensual. Meus dedos começaram a acariciar sua pele com mais leveza, explorando a textura suave de suas costas e a curva delicada de seus quadris. As mãos deslizavam pelas laterais de seu corpo, roçando seus flancos e aprofundando-se sutilmente na direção de suas nádegas, sentindo a firmeza dos músculos sob o tecido do short.
O aroma do óleo misturado ao seu perfume natural se tornou mais intenso, inebriando meus sentidos. Meus toques se tornaram mais demorados, quase carícias, e percebi um leve tremor em seu corpo. Desci a massagem para suas pernas, alongando os músculos da panturrilha e da coxa com movimentos suaves e envolventes, meus dedos roçando a parte interna de suas coxas de forma quase imperceptível, despertando uma nova tensão no ar.
Então, meus dedos encontraram a borda do short. Hesitei por um instante, a tentação pulsando em minhas veias. Com um toque hesitante, meus dedos deslizaram levemente para baixo, apenas o suficiente para sentir o calor de sua pele ali. Um gemido baixo e rouco escapou dos lábios de Helena, um som que ecoou no silêncio da sala e incendiou meus sentidos. Era um som involuntário, carregado de surpresa e um prazer crescente, que confirmava a eletricidade que corria entre nós.
Aquele gemido baixo foi como um interruptor, liberando a tensão que se acumulava entre nós. Minhas mãos, agora mais ousadas, deslizaram por baixo da barra do short, encontrando a maciez quente de suas nádegas. Amassei a carne ali com movimentos lentos e circulares, sentindo seus músculos se contraírem involuntariamente sob meus dedos.
Subi a massagem pela lateral de suas coxas, meus dedos roçando a pele sensível da parte interna, cada toque uma promessa silenciosa. Cheguei à borda do top e hesitei por um breve instante, antes de deslizar meus dedos por baixo da barra, roçando a pele macia de suas costas, cada vez mais perto da linha do sutiã esportivo.
Meus movimentos se concentraram agora na parte inferior de suas costas, a área logo acima das nádegas, onde a pele era especialmente sensível. Usei a ponta dos dedos para fazer pequenos círculos, a pressão aumentando gradualmente. Senti seu corpo se contorcer levemente sob meus toques, a respiração ficando mais rápida e entrecortada.
Desci ainda mais, meus dedos encontrando a fenda de suas nádegas, explorando a textura suave da pele ali. Um gemido mais alto escapou de seus lábios, um som rouco e inconfundivelmente de prazer. Ela começou a se mover sutilmente no tapete, a pélvis pressionando-se levemente contra o chão em um ritmo instintivo.
Com delicadeza, meus dedos se aproximaram ainda mais da área íntima, roçando a pele macia e quente ali por cima do tecido do short. Um suspiro ofegante escapou de sua boca, e seu corpo se arqueou levemente. A cada toque, seus movimentos se tornavam mais intensos, mais urgentes.
Aumentei a pressão dos meus dedos, explorando a região com movimentos suaves e circulares. Senti seu corpo inteiro tensionar, os músculos contraindo-se em ondas. Sua respiração se tornou rápida e superficial, entrecortada por pequenos gemidos de prazer crescente.
Então, um som mais alto e agudo escapou de seus lábios, um grito abafado de êxtase. Seu corpo se enrijeceu por um instante, antes de relaxar em espasmos suaves. Senti a umidade através do tecido do short, confirmando o orgasmo que a tomava. Ela agarrou o tapete com as mãos, os dedos crispados, enquanto ondas de prazer percorriam seu corpo. Seu nome escapou de seus lábios em um sussurro embargado.
Lentamente, seus movimentos cessaram, e seu corpo relaxou completamente, entregue à satisfação. A respiração ainda estava irregular, mas um suspiro longo e profundo indicava o ápice do prazer alcançado. O silêncio na sala era agora preenchido apenas pela nossa respiração e pelo suave roçar do tecido no tapete.
Helena rolou lentamente no tapete, virando-se de barriga para cima com um sorriso lânguido estampado no rosto. Seus olhos estavam semicerrados, brilhando com uma satisfação intensa e um brilho úmido. Os lábios estavam entreabertos, ainda um pouco inchados e rosados, e um leve rubor coloria suas bochechas. O cabelo estava bagunçado, grudado em sua testa úmida de suor.
"Meu Deus..." ela sussurrou, a voz rouca e embargada. "Essa... essa foi a melhor massagem da minha vida, Cauã. Você tem mãos de anjo."
Ela suspirou profundamente, como se ainda estivesse sentindo as ondas de prazer percorrerem seu corpo. Seus olhos encontraram os meus, e havia neles uma mistura de gratidão e um certo... reconhecimento do que havia acontecido.
"Mas agora," ela disse, com um sorriso preguiçoso, "preciso ir tomar um banho. E fazer alguma coisa para jantarmos. Ícaro já deve estar voltando."
Com um movimento lento e gracioso, ela se levantou, ainda um pouco cambaleante. Caminhou até mim e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, inclinou-se e deixou um beijo suave e demorado em meus lábios. Não foi um beijo materno, mas um roçar cálido e carregado de uma eletricidade silenciosa.
"Obrigada, querido," ela murmurou rente à minha boca, antes de se afastar e seguir em direção ao banheiro, deixando no ar o aroma inebriante de sua excitação.
Fiquei ali, sentado no tapete, completamente sem reação. Meu coração batia forte no peito, e minha mente lutava para processar o que acabara de acontecer. Aquele toque, aquele beijo... tudo havia cruzado uma linha tênue, nos deixando em um território perigoso e excitante. A imagem de minha mãe, momentos antes entregue ao prazer em meus braços, queimava em minha memória. Eu estava atordoado, confuso e inegavelmente excitado. O jantar parecia ser a última coisa na minha mente.