Muitas vezes a vida nos enrola como se fosse uma grande serpente, sufocando, apertando, tirando o ar que nos mantém vivos. É nessa hora de provações que temos que decidir qual o sentido da nossa jornada.
Vamos sucumbir a esse abraço apertado, ou vamos lutar feito leões, mostrar que o abraço pode ser apertado, mas o desejo de viver pode vencer a serpente?
Naquela manhã eu senti esse aperto. Abri aquele jornal e senti uma pedrada no peito. Senti de perto o aperto da serpente. Ela me abraçou e esfregou na minha cara a dureza de se estar no tabuleiro, sendo uma peça do jogo que é viver.
Ali, com aquele jornal aberto, lendo o título da matéria, eu murmurei baixinho: realmente há muito tempo que a arte imita a vida e não o contrário.
Seis meses antes.
O tempo estava cinzento, preguiçoso, e eu resolvi que queria sair, fazer alguma coisa que me tirasse do marasmo.
O que anima um homem solteiro, puto e largado no mundão que é São Paulo?
Sexo, claro!
Me dirigi à sauna que tinha sido recém-inaugurada. Se nada acontecesse, eu teria à disposição o belo bar. Poderia beber algo, fazer uma hidromassagem e relaxar.
Tenho a sorte de morar num bairro boêmio, então agito é o que não falta ao meu redor.
Tirei a roupa, coloquei um roupão, entrei na sauna seca, suei, presenciei pegações típicas das saunas gays, já senti o pau ficar alerta.
Na sauna a vapor encontrei dois caras suando e conversando. Um era grandão, malhado, mas o que me chamou a atenção foi um baixinho, lindo de viver, com um corpinho perfeito. Tinha uma bundinha redonda e durinha, usava uma sunga minúscula, coxas grossas e carinha de safadinho guloso. Eu fiquei imaginando aquela bundinha exposta e pronta pra ser fodida vorazmente. Eu sou pervertido, confesso. Em matéria de sexo não pego leve. Gosto de intensidade.
Tomei uma ducha, me enxuguei e fui em direção ao bar, não sem antes dar uma secada no baixinho e mostrar o meu interesse em foder aquele rabinho gostoso.
Estava tomando uma cerveja gelada, quando vi o baixinho se aproximar com o grandão. Pediram uma cerveja e uma água e foram para o jardim de inverno.
Disfarcei um pouco e sentei próximo aos dois, ouvindo a conversa. Percebi que o grandão queria levar o baixinho, que fiquei sabendo ser um médico de trinta e quatro anos, para uma cabine, mas estava na cara que os dois queriam a mesma coisa, rola.
Dei uma olhada mais intensa para o baixinho e me levantei, indo em direção às escadas que davam acesso às cabines.
Fiquei em pé, no topo das escadas e logo percebi o baixinho subindo, com aquela carinha de quem diz: olha estou subindo, louco para você me foder.
— E o teu amiguinho? – Eu perguntei, roçando minha barba em seu pescoço, dentro da cabine.
— Ele não é meu amigo. Eu o conheci aqui, hoje. – Ele respondeu apertando meu caralho duro, enquanto lambia meu peito.
— Ele estava doido pra vir com você pra cabine, né? – Perguntei provocando-o, apertando sua bundinha empinada.
— Não ia rolar cara, eu gosto de homem com cara de homem. Macho caçador, assim como você, que come a gente só com um olhar. – Ouvir aquilo me atiçou e eu o empurrei para baixo, socando meu pau em sua boquinha que se esforçava para agasalhar o bichão.
— Já que você gosta, então mama meu caralho! Engole o pau do macho que vai te foder! – Eu falava e forçava meu pau em sua garganta, fazendo-o engasgar.
— Isso, macho! Bate com esse pau em minha cara. Eu gosto de apanhar. Arromba meu cuzinho e bate na minha cara. – Essas palavras contrastavam com aquele jeitinho delicado e estatura pequena.
Isso me enlouqueceu e eu o virei de bruços na pequena cama da cabine, pincelei e fui empurrando meu pau naquele cuzinho apertado. Ele era a perfeição em pessoa. Eu sabia que estava arrebentando aquele buraquinho, mas ele não reclamava, pedia mais, e eu vi o quanto aquele putinho era pervertido.
Senti meus pentelhos encostarem em suas nádegas e bombei sem dó. Sentia minhas coxas batendo com foça em suas nádegas e seu cuzinho ficando cada vez mais aberto, no formato do meu pau, que já entrava sem dificuldade. O pau já sabia o caminho daquele orifício quente e acolhedor.
Arregacei aquele cuzinho durante muito tempo. Bati na cara dele, deixei ele marcado e, pra finalizar, joguei ele de joelhos no chão e dei uma gozada feroz em sua carinha linda. Dando um banho de leite no putinho.
Trocamos contato ao sair e logo ele estava me fazendo declarações calorosas, me mandando fotos quentes, na madrugada.
Fiquei interessado no cara, senti que poderia rolar alguma coisa mais séria, já que se mostrou encantado.
O segundo encontro ocorreu uma semana depois. Fui ao seu apartamento num bairro nobre, vizinho ao meu. Levei vinho. O fodi com muita intensidade. Vorazmente como sabia que ele apreciava. Arregacei novamente aquele cuzinho, mas senti que ele não estava com a mesma sintonia da sauna.
Ele continuou conversando comigo nas madrugadas, mesmo quando estava de plantão, mas sempre dava alguma desculpa pra não nos vermos.
Sou um cara adulto e vivido, logo perguntei:
— Cara o que está acontecendo? Pode ser sincero.
Foi aí que ele me disse que eu era um homem incrível, um macho fodedor e gostoso, mas ele gostava de aventuras, sexo de risco, homens brutos.
Eu sou bruto na medida certa, mas vi que tinha algo estranho com o belo rapaz. Simplesmente interrompi as conversas nas madrugadas e logo excluí o seu contato. Não gosto de apostar no escuro.
Agora, olhando esse jornal, seis meses depois, eu me deparo com essa notícia que me deixou sufocado.
JOVEM MÉDICO É ENCONTRADO MORTO EM CASA, COM SINAIS DE ESTRANGULAMENTO. TUDO LEVA A CRER QUE ELE FOI VÍTIMA DE UM GAROTO DE PROGRAMA.
Após o choque eu liguei para um amigo íntimo que apenas falou:
Amigo a vida é assim mesmo. Cheia de armadilhas!