Era madrugada, daquelas em que o silêncio tem peso e o ar parece conter segredos. Viviane andava descalça pelo corredor, com o tecido da camisola roçando nas coxas e o calor preso entre as pernas. O relógio
do quarto da mãe marcava os segundos como se contasse o tempo de algo que já estava prestes a explodir. A luz azul de um abajur qualquer ainda iluminava o canto do cômodo, mas nada ali importava além da
vontade
latejando no corpo dela.
Ela entrou no banheiro sem acender nada além do próprio impulso. Ajoelhou-se diante do armário e, entre frascos de perfume e potes esquecidos, encontrou o que queria: o vibrador. Longo, branco, perolado,
com uma curva espiralada que parecia feita para rasgar vontades. A ponta era delicada, mas só enganava. Estava fria ao toque, mas parecia já saber o que faria dentro dela.
Voltou para o próprio quarto como quem trazia um instinto aceso entre as pernas. Puxou a camisola sem cerimônia, deixou o corpo cair no centro da cama e escancarou as coxas com a confiança de quem sabe
o efeito que provoca. A luz do espelho esquentava a pele clara, destacando o volume rígido dos mamilos e o contorno suado dos quadris. No reflexo do guarda-roupa, a visão era indecente: o clitóris empinado,
os sulcos da boceta reluzindo, abertos, pulsando com a urgência crua de uma fome que não aceita ser ignorada.
Ela segurava o brinquedo como quem segura um vício. Apoiou a base contra o colchão, esfregou a ponta contra o clitóris com movimentos lentos e circulares, fazendo a carne arrepiar e contrair como se já
pedisse socorro.
— Vamos ver se hoje tu me desgraça de vez — sussurrou, mordendo os próprios lábios.
Enfiou devagar. A boceta se abriu com gosto, quente, melada, como se já esperasse aquela invasão. A cada centímetro que entrava, o corpo reagia: um arrepio nas costas, um tremor nos dedos dos pés, a respiração
presa entre os dentes.
Ela rebolava sobre o vibrador com firmeza, cavando fundo, sentindo a espiral girar dentro dela como uma chave que destrancava alguma coisa esquecida. Os gemidos vinham soltos, curtos, depois longos, depois
palavras desconexas que se perdiam no travesseiro.
— Isso... me fode. Raspa esse pau falso em tudo que é canto aqui dentro... — arfava, com os olhos semicerrados.
O suor escorria entre os seios, escorria da nuca, escorria das coxas. A boceta fazia barulho molhado a cada estocada. O colchão rangia embaixo dela como se sentisse o peso daquilo tudo.
Ela virou de lado, depois de bruços, depois empinou a bunda como se estivesse sendo puxada pelo próprio reflexo. O brinquedo entrava com mais força agora, sem piedade, enquanto ela enfiava os dedos na
boca pra não gritar alto demais.
O corpo tremia. Gozou uma vez, os músculos contraindo como se cuspisse o mundo. Gozou de novo, com a testa grudada no lençol e a mão trêmula segurando o brinquedo ainda enfiado até o fim. Mas não tirou.
Ficou ali, arfando, o peito subindo e descendo como se ainda faltasse alguma coisa.
A boceta pulsava. Inchada, exposta, latejando como se chamasse. A cada contração, um espasmo atravessava as coxas, subia pela espinha e voltava direto pro centro. Ela puxou o vibrador com calma, só até
a metade, sentiu a carne abrir, soltar, quase reclamar — e enfiou de novo. Um gemido mais baixo escapou. Quase um choro. Um som de quem não queria parar.
— De novo... só mais um... — murmurou, já deitada de lado.
Puxou as pernas contra o peito, segurando o brinquedo com as duas mãos, e começou a girar a ponta devagar, dentro dela. O atrito era quente, cada volta puxava um fio de gozo mais espesso, mais escandaloso.
O mel escorria entre as coxas, pingava no lençol, colava nos dedos. Ela fechava os olhos e mordia os lábios, o corpo todo pequeno ao redor daquela vontade infinita.
A terceira onda veio mais arrastada, mais baixa. Os olhos viraram pro teto, a barriga se contraía sozinha, como se o orgasmo nascesse do estômago e explodisse no quadril. O brinquedo quase caiu da mão,
mas ela segurou firme, enfiou mais fundo, gemeu alto, o som abafado no travesseiro.
Virou de bruços, ainda com o brinquedo dentro. Fricção lenta. A carne gemendo contra o plástico. As coxas se apertavam por instinto, e mesmo sem movimento, o simples estar enfiada já era tortura doce.
Gozou de novo. Não com a força da primeira, mas com o desespero da última. Corpo tenso, respiração presa, os dedos agarrando o colchão. E enfim, tirou o brinquedo de dentro de si com um gemido longo,
melado, e o fio de gozo escorrendo como rastro de incêndio.
Caiu de lado. As pernas abertas, a boceta exposta, vermelha, satisfeita e ainda viva. Segurava o brinquedo contra o peito como quem segura um segredo suado, e sorria com a boca mole de prazer mastigado.
Ficou deitada por um tempo, rindo sozinha, toda suada, os cabelos grudados na nuca, a boceta latejando de tanto trabalho. Levantou devagar, olhou pro brinquedo lambuzado como se ele tivesse sido cúmplice
de um crime que ela amou cometer.
Pegou um lenço, limpou o vibrador com carinho, passou o pano devagar pela base e pela ponta, ainda ofegante. Devolveu o objeto para o armário da mãe com o mesmo cuidado com que o tirou, como se devolvesse
uma
arma sagrada para o altar.
De volta ao espelho do próprio quarto, o reflexo dela ainda ofegava, com o rosto quente e os olhos marejados de excesso. Sorriu. Apagou a luz. Se enfiou sob o lençol quente. E dormiu com a boceta pingando
e a certeza de que, naquela
madrugada, ninguém no mundo gozou como ela.