Ele a viu pela primeira vez num fim de tarde comum, no hall do prédio onde morava. Ela calçava sandálias de tiras finas, esmalte vinho nos pés perfeitamente cuidados. A visão daqueles dedos alinhados, das curvas delicadas do arco plantar, ficou gravada na mente de Augusto como um feitiço silencioso. Seu nome era Tereza. Vivia dois andares abaixo e, desde aquele dia, ele passou a notar cada passo dela com crescente fascinação. A forma como ela andava, como se esticava para pegar algo no mercado do bairro, os pés sempre visíveis, livres, provocantes sem esforço. A obsessão crescia como uma febre. Augusto não sabia ao certo quando deixou de admirar e passou a fantasiar. À noite, imaginava os pés dela sobre seu peito, sua boca. Sentia-se louco, mas era como se os pés de Tereza tivessem o poder de acordar nele algo primal, antigo, insaciável.
O destino, ou talvez um capricho da sorte, conspirou a seu favor numa noite chuvosa. O prédio sofreu uma queda de energia, e ele a encontrou na escada, tentando subir no escuro com um maço de papéis na mão. Ele se ofereceu para ajudar, ela aceitou. No topo da escada, riram juntos de algo trivial, e o riso deslizou para um silêncio que carregava tensão.
— Quer entrar um pouco? — ela perguntou, sem rodeios.
Dentro do apartamento de Tereza, o cheiro suave era de lavanda. A meia-luz das velas realçava os contornos suaves do seu rosto. Ela tirou as sandálias com um suspiro de alívio e se jogou no sofá. Os pés ficaram à mostra, perfeitamente posicionados sobre a almofada, como uma oferenda involuntária.
— Meus pés estão acabados hoje — disse ela, inocente. — Queria que alguém cuidasse deles.
Augusto sentiu o sangue pulsar no corpo como uma corrente elétrica. O desejo não pedia permissão, apenas tomava forma.
— Posso tentar — disse, com voz grave.
Ela ergueu uma sobrancelha, curiosa. Ele se aproximou devagar, ajoelhando-se ao lado do sofá.
Ela esticou lentamente as pernas, deixando que seus pés escapassem da ponta do sofá como quem sabe exatamente o efeito que causa. Ele observou por um tempo e chegou à conclusão: eram perfeitos. A pele, clara e suave como porcelana aquecida pelo sol, refletia o brilho sutil de um creme que ela gostava de usar. O arco era alto e bem definido, desenhando uma curva quase arquitetônica, como se cada linha tivesse sido esculpida com intenção. O calcanhar arredondado, sem um traço de aspereza, dava início à planta do pé que deslizava em direção aos dedos com uma sensualidade silenciosa.
Os dedos...Ah, os dedos. Proporcionais, alinhados como notas de uma melodia sensual. O dedão levemente mais longo dava o tom de autoridade sutil, enquanto os demais o seguiam em um ritmo natural, harmonioso. As unhas, pequenas joias esmaltadas em cor vinho, brilhavam sob a luz suave da vela. Eram impecáveis — nem longas, nem curtas — simplesmente certas.
Ela girou o tornozelo com a leveza de quem dança com o próprio corpo, e a sola apareceu, rosada, sensível, com aquelas linhas finas que só um podólatra sabe decifrar como se fossem segredos escritos à mão. Era impossível não imaginar o toque, o gosto, até mesmo o aroma discreto daquela pele — mistura sutil de perfume, calor e desejo.
Ele pegou um dos pés com cuidado, como quem segura algo sagrado. Era quente, macio, e havia uma leve pressão de cansaço nos dedos dela que o excitava profundamente. Seus dedos deslizaram pela planta do pé, massageando, mapeando texturas. Ele observava cada reação dela: o fechar de olhos, o suspiro leve, o jeito como os dedos se curvavam levemente ao toque mais firme. Os próprios sentidos de Augusto estavam em chamas. Lentamente, levou os dedos dela à boca, beijando-os um a um, como se cada um fosse uma promessa. Tereza entreabriu os olhos, surpresa — não com desagrado, mas com uma curiosidade lasciva.
— Então é isso — ela disse, sussurrando. — Você gosta... mesmo.
Ele não respondeu. Apenas passou a língua delicadamente entre os dedos dela, saboreando a pele com devoção. O gosto era salgado e doce, o cheiro dela impregnava suas narinas. Cada pequena ruguinha, cada contorno, era uma nova razão para se perder. Tereza arqueou levemente o corpo no sofá, tocando-se por cima da saia enquanto ele a adorava com a boca. A entrega dela o embriagava. Ele alternava beijos suaves no calcanhar e mordidas suaves na almofada do pé, massageando com firmeza os tendões enquanto mantinha os olhos fixos nos dela.
— Deita — ela disse, apontando para o chão.
Ele obedeceu, deitado de costas, sem questionar. Ela se ergueu do sofá e, em silêncio, colocou um pé sobre o peito dele. Augusto fechou os olhos, sentindo a leveza, o calor, a dominação silenciosa. Ela começou a esfregar lentamente o pé sobre ele, subindo até o pescoço, tocando seu rosto com os dedos, desenhando círculos sobre seus lábios.
— Abre a boca — ela ordenou, com uma voz mais baixa, mais firme.
Ele obedeceu. Tereza colocou um dos dedos do pé dentro, lentamente. Ele a envolveu com a língua, sugando com uma reverência animal. Quando tirou, havia um fio de saliva brilhando entre eles. O olhar dela estava escurecido, faminto.
— Nunca pensei que seria adorada assim — murmurou ela, sorrindo de lado. — Você transforma cada toque em um poema.
Ela então sentou-se sobre ele, os pés ainda tocando sua pele em todos os lugares possíveis. O contato era constante, como se ela soubesse que o fazia perder o controle. Começou a se mover sobre ele lentamente, esfregando os pés em seu abdômen, descendo até seu quadril, acariciando com as solas cada parte que o deixava mais exposto, mais vulnerável. Augusto gemia baixo, como quem reza. Ela ria entre dentes, completamente no controle.
— Você quer que eu te pise? — provocou.
Ele retirou a sua camisa e assentiu, ofegante. Ela se levantou e colocou os dois pés sobre o peito dele, dessa vez com mais firmeza, equilibrando-se ali por alguns segundos. Augusto sentiu o peso dela como uma dádiva. Os olhos se reviraram. Era tudo o que queria: ser o altar sob os pés daquela mulher.
— Me mostra o quanto você quer isso — disse ela.
Ele segurou os tornozelos dela e beijou a parte superior dos pés, lambendo o dorso, os arcos, os dedos. Ela alternava entre gemidos suaves e comandos: "Mais devagar", "Com força", "Lambe direito". Ele obedecia a cada um com fervor, como um discípulo cego de prazer. Quando ela finalmente se sentou novamente, de frente para ele, puxando-o para si, os pés ainda tocavam seu rosto. Mesmo durante o ato mais íntimo, Tereza fazia questão de manter os pés perto da boca dele, para que ele jamais esquecesse de quem mandava ali. Os corpos se encontraram em um ritmo ritmado e crescente. Ela entrelaçava os dedos dos pés aos dele, envolvendo cada parte dele em sua presença. Não havia espaço para nada mais. Apenas pele, saliva, suspiros, e pés — sempre os pés — sendo beijados, adorados, exaltados.
Então, Tereza decidiu levar a experiência a um novo patamar. Desabotoou o cinto e puxou as calças e a cueca de Augusto para baixo. Com um movimento lento e deliberado, ela levantou um dos pés e começou a acariciar o ânus dele com o dedão, subindo suavemente pelo períneo até a base do saco e as bolas. A sensação era indescritível para ele: um misto de prazer intenso e vulnerabilidade extrema. O toque delicado e firme ao mesmo tempo o fazia tremer de excitação. Ela movia o dedão em círculos suaves, explorando cada milímetro da área sensível, enquanto seus outros dedos massageavam suavemente as bolas, causando um prazer insano.
Augusto sentia cada terminação nervosa do seu corpo acender como um fogo ardente. O prazer era tão intenso que ele mal conseguia respirar, seus gemidos se transformavam em gritos abafados de êxtase. Tereza, percebendo o efeito devastador que estava causando, sorriu maliciosamente e intensificou o movimento, aplicando uma pressão ligeiramente maior, levando-o ao limite do controle.
— Você gosta disso, não gosta? — ela sussurrou, sua voz cheia de malícia e desejo.
Augusto podia apenas assentir, incapaz de formar palavras coerentes. Ele sentia como se estivesse flutuando, cada célula do seu corpo concentrada naquele ponto de contato intenso. Tereza então começou a mover os dois pés em sincronia, acariciando e massageando seu membro já totalmente ereto com uma habilidade que o deixava sem fôlego. Os movimentos eram ritmados e precisos, cada toque calculado para levar o prazer dele a novos patamares.
Augusto sentiu o orgasmo se aproximar como uma onda gigantesca, pronta para engoli-lo por completo. Seus músculos se contraíram, e ele agarrou os tornozelos de Tereza apertando o seu pau com força. Com um último movimento habilidoso dos pés, Tereza o levou ao clímax, e ele explodiu em um gozo intenso, sentindo cada jato de esperma como uma libertação poderosa e avassaladora, melando os pezinhos da sua dominadora.
Depois, deitados lado a lado, ela descansava os pés sobre seu peito, enquanto ele os acariciava com um sorriso que misturava exaustão e euforia.
— Você nasceu pra isso — ela disse.
Ele não respondeu. Só beijou novamente a parte melada de cima do pé esquerdo dela, como se dissesse "sim" com os lábios. Não havia pressa em suas carícias. Afinal, a noite estava apenas começando.