Minissérie Mais que Amigos - O Reencontro

Da série Mais que Amigos
Um conto erótico de Ana Uergs
Categoria: Heterossexual
Contém 8642 palavras
Data: 20/05/2025 19:04:02

O bipe incessante do monitor cardíaco parecia mais irritante que o normal naquela manhã. Nara suspirou, passando a mão pelos cabelos escuros enquanto observava os sinais vitais do paciente pós-operatório. Estava em seu terceiro plantão consecutivo no Hospital Universitário de Manaus, e o cansaço já havia se instalado em cada célula de seu corpo. Seu celular vibrou no bolso do jaleco branco. Mais uma notificação do grupo "Médicos Insanos".

"Faltam só três dias!", dizia a mensagem de Luciana, acompanhada de um GIF animado de uma pessoa fazendo as malas freneticamente.

Um sorriso involuntário surgiu nos lábios de Nara, diferente do que mostrava para os outros. Era o sorriso reservado para Luciana, mesmo quando estavam separadas por milhares de quilômetros. A ideia da viagem para Gramado era a única coisa que a mantinha funcionando naquela semana exaustiva, principalmente pela promessa de momentos a sós com Luciana. Ela guardou o celular, prometendo a si mesma que responderia assim que terminasse a ronda.

No corredor, encontrou Pedro saindo de uma consulta, os olhos verdes destacando-se no rosto pálido de quem dormiu pouco nas últimas noites. Nara sentiu o carinho genuíno que tinha pelo marido, mesmo que seu coração guardasse um segredo que ele jamais poderia descobrir.

- E aí, sobrevivente - cumprimentou Nara, encostando-se na parede ao lado dele e dando um beijo rápido em seus lábios. - Pronto para escapar desse caos?

Pedro sorriu, ajustando os óculos de armação fina no rosto e passando o braço pela cintura da esposa.

- Nunca estive tão pronto para algo na minha vida. Acabei de assinar a alta do Sr. Mendonça. Era o último caso complicado que eu tinha pendente.

- Sortudo. Ainda tenho duas cirurgias amanhã - Nara fez uma careta, apoiando a cabeça no ombro dele por um momento. - Mas depois, liberdade total por uma semana inteira.

- Viu as últimas mensagens da Lu? Ela já está surtando com as malas desde ontem.

Nara riu, lembrando-se da amiga, sentindo aquele familiar calor no peito que sempre surgia quando pensava em Luciana.

- Típico dela. Aposto que vai levar roupa suficiente para um mês, não uma semana.

- E o Marcos garantindo que vai nos impressionar com suas habilidades culinárias - acrescentou Pedro, checando o próprio celular. - Acabou de mandar uma lista de ingredientes que pretende comprar lá.

- Mal posso esperar para ver vocês dois discutindo sobre qual vinho combina melhor com o risoto dele - provocou Nara, dando um leve empurrão no ombro do marido.

Pedro revirou os olhos, mas sorriu.

- Aquele curso em Santiago valeu cada centavo, tá? Não é minha culpa se o Marcos acha que vinho tinto combina com peixe.

- Claro, claro - Nara ergueu as mãos em rendição, rindo. - Doutor Pedro, o grande sommelier.

O sorriso deles foi interrompido pelo som de ambos os pagers tocando simultaneamente. Emergência no pronto-socorro.

- A liberdade terá que esperar mais algumas horas - suspirou Pedro, já se movendo rapidamente pelo corredor.

- Te vejo em casa, amor! - Nara gritou, correndo na direção oposta, seu coração dividido entre o dever profissional e a ansiedade pela viagem que se aproximava.

A mil e oitocentos quilômetros dali, em Fortaleza, Luciana encarava o caos que havia se tornado seu quarto. Roupas espalhadas por toda parte, uma mala aberta sobre a cama e três diferentes aplicativos de previsão do tempo abertos em seu tablet.

- Cinco graus à noite - murmurou para si mesma, segurando um suéter de lã contra o corpo. - Como é que alguém sobrevive a cinco graus?

Seu celular tocou, e o rosto sorridente de Marcos apareceu na tela. Ela atendeu, sentindo o carinho pelo marido misturado à expectativa de ver Nara depois de tanto tempo.

- Fala, baixinha! Já terminou de empacotar nosso apartamento inteiro? - a voz grave e animada de Marcos soou pelo viva-voz.

- Muito engraçado, amor - respondeu Luciana, jogando mais uma blusa na mala já abarrotada. - Estou tendo uma crise existencial aqui. Como é que a gente, que vive no calor do Nordeste, vai aguentar o frio do Sul?

- Camadas, Lu. É tudo sobre camadas - respondeu Marcos com a confiança de quem já havia enfrentado invernos rigorosos. - E álcool. Muito álcool para aquecer por dentro.

Luciana riu, sentando-se na beirada da cama.

- Falando nisso, você realmente vai levar todos aqueles ingredientes que listou no grupo? Não seria mais fácil comprar lá?

- E arriscar não encontrar o açafrão especial que comprei na última viagem a São Paulo? Jamais! Meu risoto precisa ser perfeito.

- Seu ego é que precisa ser perfeito - provocou Luciana, sorrindo para o telefone como se o marido pudesse vê-la. - Mas tudo bem, estou ansiosa para provar essa maravilha gastronômica.

- Você não vai se arrepender - garantiu Marcos. Houve uma pausa antes dele continuar, com a voz um pouco mais baixa. - Ei, Lu... você acha que essa viagem vai ser boa mesmo? Tipo, para todos nós?

- Luciana parou de dobrar uma calça, surpresa com o tom repentinamente sério do marido, sentindo uma pontada de culpa pelo segredo que guardava.

- Como assim?

- Não sei... Faz tempo que não ficamos todos juntos por tantos dias. As pessoas mudam, sabe? Às vezes me pergunto se ainda somos os mesmos de antes.

Ela sorriu, reconhecendo a rara vulnerabilidade na voz sempre confiante de Marcos, e pensando em como ele jamais poderia imaginar o quanto ela e Nara haviam mudado desde a faculdade.

- Algumas coisas mudam, outras não. A amizade verdadeira é uma dessas coisas que permanecem, mesmo quando estamos longe. Além disso, Nara e Pedro são praticamente família para nós.

"Família", pensou ela com ironia, considerando o que realmente acontecia quando ela e Nara ficavam sozinhas.

- Filosófica hoje, hein? - brincou ele, mas havia gratidão em sua voz.

- Aprendi com o melhor. Lembra daquelas conversas intermináveis no terraço do alojamento da faculdade?

- Como poderia esquecer? Você, eu, Pedro e Nara, planejando dominar o mundo da medicina.

"Se ele soubesse o que realmente acontecia quando ele e Pedro não estavam por perto", pensou Luciana, lembrando-se das noites no pequeno apartamento que dividia com Nara.

- E agora estamos todos exaustos, precisando fugir desse mesmo mundo - completou Luciana com uma risada irônica.

- Ciclos da vida, baixinha. Mas vai ser bom. Tenho certeza.

- Também acho - concordou ela, voltando a atenção para a mala. - Agora me diz, você acha que preciso de três casacos de frio ou quatro são mais seguros?

A gargalhada de Marcos ecoou pelo quarto.

- Você é impossível, Lu! Te vejo em uma hora para irmos ao aeroporto.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre fervilhava de atividade naquela manhã de quinta-feira. Nara e Pedro, que haviam chegado no primeiro voo, esperavam na área de desembarque, observando o painel de chegadas.

O voo deles pousou há dez minutos - comentou Pedro, checando o relógio e abraçando a esposa pela cintura. - Conhecendo a Luciana, ela vai ser a primeira a sair, arrastando uma mala do tamanho de um urso polar.

Nara riu, apoiando-se no peito do marido.

- E o Marcos vai estar carregando as sacolas com os ingredientes 'essenciais' para o risoto dele.

Como se tivessem sido invocados pela conversa, Luciana e Marcos surgiram entre a multidão de passageiros. Luciana, exatamente como previsto, puxava uma mala enorme de rodinhas, além de carregar uma bolsa de mão que parecia igualmente pesada. Seus olhos percorreram o saguão até encontrarem os amigos, e seu rosto se iluminou com um sorriso radiante.

- NARAAAAA! PEDROOOOO! - gritou, ignorando completamente os olhares curiosos dos outros passageiros. Largou a alça da mala e correu na direção dos amigos, abraçando-os com tanta força que quase os derrubou.

- Lu, pelo amor de Deus, estamos em público - riu Nara, retribuindo o abraço com igual entusiasmo, sentindo o corpo de Luciana contra o seu de uma forma que apenas ela sabia apreciar completamente.

- Como se ela se importasse - comentou Marcos, se aproximando mais calmamente, carregando sua mala e, de fato, duas sacolas grandes que pareciam conter alimentos. Seu sorriso era amplo quando abraçou Pedro com força, dando tapas em suas costas. - E aí, poste? Continua tendo que se abaixar para passar nas portas?

- E aí, hobbit? Ainda precisa de um banquinho para alcançar as prateleiras altas? - devolveu Pedro, rindo enquanto abraçava o amigo.

Nara se soltou do abraço de Luciana para abraçar Marcos, trocando um olhar rápido e significativo com Luciana por cima do ombro dele.

- Senti sua falta, seu maluco.

- Também senti a sua, Narinha - respondeu ele, erguendo-a levemente do chão durante o abraço.

Luciana, enquanto isso, examinava Pedro de cima a baixo.

- Você emagreceu! Nara não está alimentando você direito lá em Manaus?

Pedro deu de ombros, passando o braço pelos ombros da esposa.

- Plantões de 36 horas não são exatamente propícios para refeições regulares.

- Isso acaba hoje - declarou Luciana, enlaçando seu braço no de Marcos, enquanto seus olhos encontravam os de Nara com uma promessa silenciosa. - Vamos todos engordar pelo menos três quilos nessa viagem, ou não me chamo Luciana Vasconcelos!

Os quatro riram, sentindo aquela familiaridade confortável que só existe entre amigos de longa data, embora para as duas mulheres, houvesse camadas de significado que os homens jamais poderiam compreender.

- O carro está esperando no estacionamento - informou Marcos, assumindo naturalmente o papel de organizador. - SUV espaçoso, como prometi. Vamos colocar as malas e partir. São cerca de duas horas até Gramado, se o trânsito colaborar.

- Mal posso esperar para sentir frio de verdade - comentou Nara, enquanto caminhavam para o estacionamento. - Manaus estava um forno quando saímos.

- Fortaleza também não estava muito diferente - acrescentou Luciana, segurando a mão do marido. - Trinta e dois graus às sete da manhã! Um absurdo!

- Bem, preparem-se - avisou Pedro, olhando para o céu nublado de Porto Alegre. - A previsão é de máxima de 12 graus em Gramado hoje, e pode cair para 5 à noite.

- Meu Deus, vamos congelar! - exclamou Luciana, dramaticamente. - Ainda bem que trouxe todos os agasalhos que possuo.

- Todos mesmo - murmurou Marcos, apontando para a mala gigante dela. - Acho que você trouxe agasalhos suficientes para vestir uma pequena vila.

Luciana deu um tapinha no braço do marido.

Ria enquanto pode. Quando você estiver batendo os dentes de frio, vai me implorar por um dos meus casacos extras.

- Nunca! - declarou Marcos, estufando o peito. - Sou nordestino, mas tenho sangue quente.

Pedro e Nara trocaram olhares divertidos. Era exatamente assim que se lembravam dos amigos: Luciana exagerada e precavida, Marcos confiante e brincalhão.

Algumas coisas realmente não mudavam, enquanto outras permaneciam cuidadosamente escondidas.

No estacionamento, Marcos se dirigiu a um SUV preto reluzente.

- Nossa carruagem, senhoras e cavalheiro - anunciou com uma reverência exagerada, abrindo o porta-malas.

- Uau, você caprichou - comentou Nara, admirando o veículo.

- Nada é bom demais para os Médicos Insanos - respondeu ele, ajudando a colocar as malas no porta-malas.

Depois de acomodarem toda a bagagem (o que foi um desafio considerável, principalmente por causa da mala de Luciana), decidiram as posições no carro.

- Eu dirijo a primeira parte - ofereceu-se Marcos. - Pedro pode assumir depois, se quiser.

- Por mim, tudo bem - concordou Pedro. - Quem fica na frente?

- Eu! - Luciana ergueu a mão como uma criança na escola. - Tenho pernas curtas, preciso de espaço para esticá-las.

- Essa é nova - riu Nara. - Semana passada no grupo você disse que precisava do banco da frente porque tem pernas longas demais para o banco de trás.

Luciana fez uma careta, trocando um olhar cúmplice com Nara que os homens não perceberam.

- Detalhes, detalhes... A questão é que eu fico na frente com meu marido.

- Tudo bem, princesa - cedeu Nara, entrando no banco traseiro junto com Pedro, sabendo que teriam outras oportunidades durante a semana. - Mas você fica responsável pela playlist.

- JÁ TENHO TUDO PREPARADO! - exclamou Luciana, sacando o celular da bolsa com entusiasmo. - Anos 90 e 2000, como nos velhos tempos da república!

Pedro gemeu, acomodando-se ao lado da esposa.

- Meu Deus, vamos ter que ouvir Backstreet Boys de novo?

- E Spice Girls, e Britney, e Christina... - confirmou Luciana com um sorriso malicioso. - Preparem-se para a viagem no tempo, meus queridos!

Marcos ligou o carro, ajustando os espelhos.

- Gramado, aí vamos nós!

Enquanto o veículo deixava o estacionamento do aeroporto, os primeiros acordes de "Wannabe" das Spice Girls começaram a tocar, e Luciana imediatamente aumentou o volume, começando a cantar junto. Para surpresa de ninguém, Marcos logo se juntou a ela, lembrando-se de cada palavra.

No banco de trás, Nara e Pedro trocaram olhares resignados, mas sorridentes. Não demorou muito para que eles também estivessem cantando, desafinados e felizes, como nos tempos da faculdade. Pedro segurou a mão da esposa, entrelaçando seus dedos nos dela, sem perceber que os pensamentos dela estavam na mulher sentada no banco da frente.

A estrada para Gramado se estendia à frente deles, prometendo uma semana de descanso, reconexão e, para Nara e Luciana, momentos preciosos que pertenciam apenas a elas.

A paisagem mudava gradualmente conforme se afastavam de Porto Alegre. Os prédios e o cenário urbano davam lugar a campos verdejantes e, à medida que subiam a serra, as primeiras araucárias começavam a pontilhar o horizonte.

- Olhem só isso - murmurou Nara, o rosto colado à janela como uma criança encantada. - É tão diferente de tudo o que estamos acostumados.

- A temperatura também está mudando - observou Pedro, consultando o aplicativo de clima em seu celular enquanto mantinha o outro braço ao redor dos ombros da esposa. - Já caiu para 15 graus, e ainda estamos na estrada.

Luciana, que havia trocado as músicas agitadas por baladas mais tranquilas, virou-se para olhar os amigos no banco traseiro, seus olhos encontrando os de Nara por um momento mais longo que o necessário.

- Vocês estão bem aí atrás? Precisam de algo?

- Estamos ótimos - respondeu Nara, sem desviar os olhos da paisagem, aconchegando-se mais contra o marido enquanto seu coração ansiava por outro abraço. - Só absorvendo tudo isso.

- Sabe o que estou pensando? - comentou Marcos, os olhos fixos na estrada sinuosa, uma mão no volante e a outra segurando a de Luciana. - Em como é louco que continuemos tão próximos depois de tanto tempo.

- Como assim? - perguntou Pedro, interessado.

- Quer dizer, quantas amizades da faculdade realmente duram? A maioria das pessoas segue caminhos diferentes, perde contato... - Marcos fez uma pausa, pensativo. - Mas nós quatro, mesmo espalhados pelo país, continuamos... nós.

- É porque somos especiais - declarou Luciana com convicção. - Lembram do que o professor Mendes dizia? Que nossa turma tinha uma química única?

- Ele estava falando especificamente de nós quatro quando disse isso - lembrou Nara, sorrindo com a memória, pensando em como a "química" entre ela e Luciana era particularmente única. - Foi depois daquela apresentação de caso clínico que preparamos juntos.

- E arrasamos - acrescentou Pedro. - Até hoje uso aquele método de apresentação que desenvolvemos.

- Somos uma equipe e tanto - concordou Marcos, diminuindo a velocidade ao entrar em uma curva acentuada. - Cada um com suas habilidades específicas.

- Pedro, o cérebro - começou Luciana, apontando para cada um. - Nara, a organizada. Marcos, o carismático. E eu...

A doida - completaram os outros três em uníssono, provocando uma onda de gargalhadas no carro.

- Ia dizer 'a alma da festa', seus ingratos! - protestou Luciana, mas ria junto com eles.

A conversa fluía naturalmente, alternando entre memórias da faculdade, atualizações sobre colegas em comum, e histórias de pacientes peculiares que haviam atendido recentemente. Era como se o tempo não tivesse passado, como se ainda fossem aqueles estudantes de medicina compartilhando experiências no alojamento universitário, embora Nara e Luciana guardassem memórias muito mais íntimas daqueles tempos.

Quando finalmente avistaram a placa indicando a entrada de Gramado, o céu já começava a ganhar tons alaranjados do entardecer.

- Chegamos! - anunciou Marcos, reduzindo a velocidade ao entrar na cidade.

As ruas de paralelepípedos e as construções em estilo europeu criavam uma atmosfera completamente diferente de tudo o que estavam acostumados no Norte e Nordeste do país. Pequenas lojas com fachadas trabalhadas, restaurantes aconchegantes e pessoas agasalhadas caminhando pelas calçadas compunham um cenário quase cinematográfico.

- Parece que entramos em outro país - comentou Nara, maravilhada com a arquitetura.

- Ou em outro planeta - acrescentou Luciana, apontando para um grupo de pessoas usando casacos pesados e cachecóis. - Olhem só quanto agasalho! E nem está tão frio ainda.

- Fala por você - retrucou Marcos, ligando o aquecedor do carro. - Já estou sentindo meus dedos congelarem.

Pedro consultou o GPS no celular.

- O chalé fica a uns dez minutos daqui, saindo da área central. Parece ser bem isolado, como a Lu disse.

Seguindo as instruções do GPS, Marcos conduziu o carro por ruas cada vez menos movimentadas, até pegarem uma estrada de terra que serpenteava entre araucárias imponentes. O isolamento era evidente – as casas tornavam-se mais esparsas, e a natureza dominava a paisagem.

- Tem certeza que é por aqui? - perguntou Nara, um pouco apreensiva com o isolamento crescente.

- Absoluta - confirmou Luciana, verificando o endereço em seu celular, pensando que o isolamento seria perfeito para os momentos que planejava ter com

- Nara. - A descrição dizia 'isolado entre araucárias', lembra?

Após mais alguns minutos na estrada de terra, uma construção de madeira e pedra surgiu entre as árvores. Era um chalé amplo, com dois andares, uma varanda que circundava toda a frente e uma chaminé de onde saía uma leve fumaça.

- Uau - foi tudo o que Pedro conseguiu dizer quando Marcos estacionou em frente à casa.

- É ainda mais bonito que nas fotos - comentou Luciana, já desafivelando o cinto de segurança, ansiosa para explorar.

Eles saíram do carro, sendo imediatamente recebidos por uma rajada de vento frio que fez Luciana soltar um gritinho.

- Meu Deus, que frio! - exclamou ela, abraçando o próprio corpo. - Vou pegar meu casaco na mala.

- Agora entendo por que você trouxe tanta roupa - comentou Marcos, também sentindo o impacto da temperatura baixa, abraçando a esposa para aquecê-la. - Isso é desumano!

Nara, por outro lado, respirou fundo, enchendo os pulmões com o ar puro da montanha.

- É perfeito - declarou, sorrindo enquanto Pedro a envolvia com os braços por trás. - Exatamente o que eu precisava.

Pedro já estava tirando as malas do porta-malas.

- Vamos entrar logo. A pessoa que alugou o chalé disse que deixaria a lareira acesa para nossa chegada.

Luciana, agora envolta em um casaco vermelho volumoso, pegou sua bolsa e se dirigiu à porta da frente, onde uma pequena caixa com código de segurança guardava a chave. Ela digitou a combinação que havia recebido por e-mail, e a caixa se abriu.

- Senhoras e senhores - anunciou dramaticamente, erguendo a chave. - Bem-vindos ao nosso refúgio por uma semana!

Com um floreio teatral, destrancou a porta e a empurrou, revelando o interior aconchegante do chalé. A sala ampla era dominada por uma lareira de pedra onde crepitava um fogo acolhedor. Sofás de couro escuro, uma mesa de jantar rústica de madeira maciça, e grandes janelas com vista para o vale completavam o ambiente.

- Isso é... - começou Pedro, entrando com as malas.

- Incrível - completou Nara, seguindo-o.

- PERFEITO! - exclamou Luciana, girando no meio da sala com os braços abertos. - Vamos ser tão felizes aqui!

Marcos foi o último a entrar, carregando suas preciosas sacolas de ingredientes. Ele parou na porta, observando os três amigos explorando o espaço com entusiasmo infantil. Um sorriso sereno se formou em seus lábios ao ver sua esposa tão animada.

- Sim - murmurou para si mesmo. - Vamos ser muito felizes aqui.

Fechou a porta atrás de si, deixando o frio lá fora e entrando no calor da amizade que, mesmo após tantos anos e distâncias, permanecia intacta e acolhedora como o fogo que ardia na lareira daquele chalé na serra.

Após a chegada ao chalé, os quatro amigos rapidamente se organizaram para explorar o espaço. O lugar era ainda mais aconchegante por dentro do que parecia por fora. Além da sala principal com a lareira, havia uma cozinha ampla e bem equipada, quatro quartos confortáveis no andar superior, e uma varanda nos fundos com vista para um pequeno vale coberto de araucárias.

- Vamos decidir os quartos? - sugeriu Pedro, carregando as malas escada acima.

Marcos o seguiu, também carregado de bagagens.

- Eu e Lu ficamos com o que tiver a cama maior - brincou ele. - Ela se mexe tanto dormindo que preciso de espaço para me proteger.

Luciana, que vinha logo atrás, deu um tapinha no braço do marido.

- Olha quem fala! O homem que ronca como um urso hibernando.

Nara riu, observando a interação do casal amigo. Havia algo reconfortante em ver como, mesmo após anos de casamento, Luciana e Marcos mantinham aquela dinâmica divertida e carinhosa que sempre tiveram.

Os quartos eram todos semelhantes, cada um com uma cama de casal, um pequeno banheiro privativo e janelas com vista para a floresta. Depois de acomodarem as malas, decidiram que era hora de fazer um reconhecimento da área e comprar mantimentos para a semana.

- Precisamos de comida de verdade, além dos ingredientes especiais do Marcos - comentou Nara, descendo as escadas. - E vinho. Muito vinho.

- Isso! - concordou Luciana, animada. - E chocolate. Estamos em Gramado, afinal.

Decidiram que Pedro e Marcos iriam dirigir até o centro da cidade para fazer as compras, enquanto Nara e Luciana ficariam no chalé organizando as coisas e preparando um lanche para quando eles voltassem. Assim que os homens saíram, Luciana esperou até que o som do motor do carro desaparecesse na distância.

Virou-se para Nara com um olhar que mudou completamente – não era mais apenas o olhar de uma amiga, mas algo muito mais profundo e íntimo.

- Finalmente - sussurrou ela, aproximando-se de Nara com passos lentos.

Nara sentiu seu coração acelerar, como sempre acontecia quando finalmente ficavam sozinhas. Era um ritual que se repetia há anos, desde os tempos da faculdade, quando dividiam um pequeno apartamento em Manaus.

- Pensei que nunca iriam sair - respondeu Nara, seus olhos fixos nos lábios de Luciana.

Não precisaram de mais palavras. Em um movimento fluido, Luciana eliminou a distância entre elas, segurando o rosto de Nara entre as mãos e unindo seus lábios em um beijo apaixonado. Nara correspondeu imediatamente, seus braços envolvendo a cintura da outra, puxando-a para mais perto.

O beijo tinha o sabor da saudade acumulada, dos meses separadas, das videochamadas secretas tarde da noite quando seus maridos estavam de plantão. Era um beijo que carregava anos de história, de um amor que começou como amizade e se transformou em algo que nenhuma das duas havia planejado, mas que se tornou essencial como o ar que respiravam.

Quando finalmente se separaram, ofegantes, Luciana encostou sua testa na de Nara.

- Senti tanta falta disso - murmurou ela, seus dedos acariciando a nuca de Nara. - Das mensagens às videochamadas, nada se compara a estar com você de verdade.

Nara fechou os olhos, absorvendo a proximidade que tanto ansiava.

- Eu sei. Às vezes é tão difícil... - sua voz falhou ligeiramente. - Fingir que somos apenas amigas quando estamos com eles.

Luciana se afastou um pouco, apenas o suficiente para olhar nos olhos de Nara.

- Você se arrepende? De termos continuado depois de casadas?

Era uma pergunta que ocasionalmente surgia entre elas, nos momentos de vulnerabilidade. A culpa que às vezes sentiam, o medo de magoar Pedro e Marcos, homens que amavam genuinamente, ainda que de forma diferente.

- Nunca - respondeu Nara com firmeza. - Amo Pedro, você sabe disso. Mas o que temos... é diferente. Sempre foi. Desde aquela primeira noite no apartamento.

Luciana sorriu, lembrando-se. Tinha sido no terceiro ano da faculdade, durante uma tempestade que deixou Manaus sem energia. Velas espalhadas pelo pequeno apartamento, uma garrafa de vinho barato, conversas profundas que se transformaram em confissões e, finalmente, naquele primeiro beijo hesitante que mudou tudo.

- Lembra como ficamos assustadas depois? - perguntou Luciana, conduzindo Nara até o sofá, onde se sentaram lado a lado, mãos entrelaçadas.

- Como poderia esquecer? Você evitou olhar para mim por três dias inteiros - Nara riu suavemente. - Até que eu te encurralei no banheiro e exigi que conversássemos.

- E então descobrimos que estávamos sentindo a mesma coisa - completou Luciana, seus olhos brilhando com a memória. - Que não era apenas curiosidade ou o vinho.

Nara assentiu, trazendo a mão de Luciana aos lábios para um beijo suave.

- Nunca imaginei que continuaríamos assim por tanto tempo. Através de residências em cidades diferentes, relacionamentos com outras pessoas, e agora...

- Casamentos - Luciana completou o pensamento. - Eu sei. Às vezes me pergunto se somos pessoas terríveis por isso.

Nara balançou a cabeça.

- Não acho que seja tão simples assim. Amo Pedro, de verdade. E sei que você ama Marcos.

- Com todo meu coração - confirmou Luciana. - Mas também amo você, de um jeito que nunca consegui explicar para mim mesma.

- Era a complexidade que definia o relacionamento delas. Não era apenas físico, nem puramente emocional. Era uma conexão que transcendia categorias, que existia em um espaço só delas, paralelo às vidas que construíram com seus maridos.

- Acha que eles desconfiam? - perguntou Nara, uma preocupação que sempre pairava entre elas.

Luciana refletiu por um momento.

- Acho que veem nossa proximidade como algo normal entre melhores amigas. Marcos até brinca sobre como somos grudadas, mas nunca de um jeito que sugira que ele suspeite de algo mais.

- Pedro é igual. Ele sempre diz que nossa amizade é especial, mas nunca parece ver além disso - Nara fez uma pausa. - Às vezes me pergunto se é porque não querem ver.

Luciana inclinou-se para outro beijo, mais suave desta vez.

- Temos uma semana inteira aqui. Vamos aproveitar os momentos que pudermos ter só para nós.

Nara sorriu contra os lábios dela.

- Como nos velhos tempos?

- Melhor que nos velhos tempos - respondeu Luciana, seus olhos escurecendo com desejo. - Não temos mais que nos preocupar com colegas de turma batendo na porta ou provas no dia seguinte.

Nara riu, puxando Luciana para mais perto.

- Então sugiro aproveitarmos cada minuto antes que eles voltem.

E assim fizeram, perdendo-se uma na outra no sofá diante da lareira, redescobrindo o que a distância e o tempo haviam tentado diminuir, mas nunca conseguiram. Era um amor que existia nas sombras, nos espaços entre suas vidas oficiais, mas não menos real por isso.

Mais tarde, quando ouviram o som do carro retornando, separaram-se com a prática de anos de segredo compartilhado. Um último beijo, um ajuste de roupas, e voltaram a ser apenas Nara e Luciana, as melhores amigas de sempre, como o mundo as conhecia.

Mas o olhar que trocaram enquanto esperavam os maridos entrarem carregava a promessa de mais momentos roubados durante aquela semana – momentos que pertenciam apenas a elas, como sempre havia sido desde aquela primeira noite na faculdade de Medicina.

O lanche que prepararam para os maridos estava impecável – uma tábua de queijos, pães artesanais que encontraram na cozinha, e frutas frescas arranjadas artisticamente. Quando Pedro e Marcos entraram carregados de sacolas, encontraram as duas mulheres na cozinha, aparentemente ocupadas com os últimos detalhes da refeição.

- Socorro, mulheres! - chamou Marcos dramaticamente. - Seu marido comprou metade do supermercado!

- Eu?! - protestou Pedro, equilibrando várias sacolas. - Foi você quem insistiu que precisávamos de cinco tipos diferentes de queijo!

Nara e Luciana trocaram olhares divertidos antes de irem ajudar os maridos com as compras. A dinâmica entre os quatro era perfeita – os casais tinham suas próprias conexões íntimas, mas a amizade que os unia era igualmente profunda e significativa, ainda que guardasse segredos.

Depois de guardarem as compras e desfrutarem do lanche, decidiram que a noite seria dedicada a relaxar na sala com a lareira acesa, vinhos e jogos de tabuleiro – uma tradição dos tempos da faculdade.

Enquanto Pedro e Marcos se encarregavam de acender a lareira e abrir os vinhos, Nara e Luciana foram buscar os jogos e preparar algumas petiscos adicionais.

- Ei - sussurrou Luciana quando estavam sozinhas na cozinha, aproximando-se perigosamente de Nara. - Que tal trocarmos de lugar no carro amanhã quando formos explorar a cidade? Você e eu no banco de trás, como nos velhos tempos. Deixamos os meninos dirigindo e conversando sobre esportes ou o que quer que eles gostem de discutir.

Nara sorriu, entendendo perfeitamente a intenção por trás da sugestão.

- Perfeito. Tenho tanta coisa para te contar que nem começamos a arranhar a superfície.

- É um encontro, então - Luciana piscou, roubando um beijo rápido quando teve certeza que estavam fora da vista dos maridos. - Agora vamos, antes que eles decidam que Banco Imobiliário é uma boa ideia. Lembra da última vez?

- Como esquecer? Marcos virou a mesa quando você comprou a Avenida Paulista - riu Nara, seguindo a amiga de volta à sala, seu corpo ainda formigando com o beijo roubado.

A noite transcorreu exatamente como haviam planejado – entre risadas, histórias recontadas, vinho e a aconchegante luz da lareira. Era como se o tempo tivesse voltado, mas com o bônus da maturidade e do conforto que só os anos podem trazer.

Na manhã seguinte, após um café da manhã reforçado preparado por Marcos, que fez questão de mostrar suas habilidades culinárias com panquecas e ovos mexidos, o grupo se preparou para explorar Gramado. O dia estava ensolarado, embora frio, perfeito para caminhar pelas charmosas ruas da cidade.

Como combinado, Nara e Luciana sentaram-se no banco traseiro do carro, deixando Pedro dirigir e Marcos no banco do passageiro.

- Vocês duas estão muito quietinhas aí atrás - comentou Marcos, olhando pelo retrovisor depois de alguns minutos na estrada. - O que estão tramando?

- Nada, amor - respondeu Luciana inocentemente, sua mão discretamente encontrando a de Nara entre elas. - Só colocando o papo em dia.

- Isso é o que me preocupa - brincou Pedro, trocando um olhar cúmplice com Marcos. - Quando vocês duas ficam "colocando o papo em dia", geralmente sobra para nós.

Nara riu, dando de ombros, sentindo o calor da mão de Luciana contra a sua.

- Vocês sobreviveram até agora, não é?

Os homens riram e voltaram a conversar sobre a rota e os lugares que queriam visitar, enquanto Nara e Luciana mergulhavam em sua própria conversa, falando baixinho e ocasionalmente rindo de alguma piada particular, seus dedos entrelaçados discretamente no espaço entre elas.

À medida que o carro serpenteava pelas estradas da serra, Luciana foi ficando mais confortável, até que, naturalmente, deitou a cabeça no colo de Nara. Era um gesto tão espontâneo e familiar entre elas que nenhuma das duas pensou duas vezes sobre isso, embora agora carregasse um significado muito mais profundo do que os homens poderiam imaginar.

Nara começou a acariciar suavemente os cabelos da amiga, passando os dedos entre os fios enquanto continuavam conversando. Era algo que faziam desde a faculdade – nas noites de estudo, quando assistiam filmes juntas, ou simplesmente quando uma delas precisava de conforto após um dia difícil. Mas também era um gesto de intimidade que as conectava, um toque que dizia muito mais do que palavras poderiam expressar.

- Isso é tão relaxante - murmurou Luciana, fechando os olhos, saboreando o toque da mulher que amava secretamente há tantos anos. - Lembra quando eu tinha enxaqueca antes das provas e você fazia isso até eu dormir?

- Como poderia esquecer? - respondeu Nara, sorrindo com a memória, lembrando-se de como aqueles momentos de cuidado haviam evoluído para algo muito mais profundo. - Você sempre dizia que meus dedos tinham poderes mágicos.

- E têm - insistiu Luciana, abrindo os olhos para olhar para a amiga, um olhar carregado de significados ocultos. - Marcos tenta, coitado, mas não é a mesma coisa.

Marcos, ouvindo seu nome, olhou pelo retrovisor.

- O que não é a mesma coisa?

- Nada, querido - respondeu Luciana com um sorriso inocente. - Assuntos de garotas.

Pedro riu, olhando rapidamente pelo retrovisor antes de voltar a atenção para a estrada.

- Algumas coisas nunca mudam. Vocês duas sempre tiveram essa conexão especial.

"Se você soubesse o quão especial", pensou Nara, continuando a acariciar os cabelos de Luciana.

- É verdade - concordou Marcos, sorrindo ao ver a esposa tão confortável no colo da amiga. - Na faculdade, costumávamos brincar que vocês eram praticamente casadas.

Nara e Luciana trocaram um olhar rápido, uma comunicação silenciosa sobre a ironia daquele comentário.

- Bem, tecnicamente, agora somos casadas com vocês - respondeu Nara, continuando a acariciar os cabelos de Luciana. - Mas algumas amizades são para a vida toda.

"E alguns amores também", completou em pensamento.

- E algumas posições confortáveis também - acrescentou Luciana, ajeitando-se melhor no colo da amiga. - Não ouse parar com esse carinho, Nara Oliveira.

- Estou quase dormindo.

- Não se atreva a dormir! - protestou Nara. - Estamos quase chegando, e você prometeu me levar naquela chocolateria famosa.

Cinco minutinhos? - pediu Luciana, fechando os olhos novamente, saboreando a proximidade que tanto desejava.

Nara revirou os olhos, mas sorriu com carinho.

- Cinco minutos. Nem um segundo a mais.

Pedro e Marcos trocaram olhares divertidos pelo retrovisor. Havia algo reconfortante em ver que, mesmo com todas as mudanças que a vida adulta trouxe, algumas coisas permaneciam exatamente iguais – como a amizade especial entre suas esposas, que transcendia tempo e distância.

O que eles não sabiam, e talvez nunca soubessem, era que por trás daquela amizade aparentemente inocente existia um amor profundo e complexo, um segredo que Nara e Luciana guardavam cuidadosamente enquanto navegavam entre suas vidas de casadas e os momentos preciosos que conseguiam roubar uma com a outra.

O carro continuou seu caminho em direção ao centro de Gramado, com os homens conversando animadamente sobre os planos para o dia, enquanto no banco traseiro, Nara continuava a acariciar os cabelos de Luciana, que descansava confortavelmente em seu colo, ambas saboreando a proximidade que tanto ansiavam e que, por enquanto, podiam disfarçar como simples gestos de amizade aos olhos do mundo.

A noite de jogos se estendeu até tarde, com muitas risadas, histórias recontadas e algumas garrafas de vinho. O fogo na lareira crepitava suavemente, lançando sombras dançantes pelas paredes do chalé enquanto os quatro amigos desfrutavam da companhia uns dos outros. Quando o relógio marcou quase uma da manhã, os bocejos começaram a se tornar mais frequentes.

- Acho que é hora de admitirmos que não temos mais vinte anos - comentou Pedro, esfregando os olhos por trás dos óculos. - Estou completamente exausto.

- Concordo - disse Marcos, recolhendo as taças vazias. - Além disso, amanhã temos um dia cheio pela frente.

Luciana e Nara trocaram um olhar discreto enquanto ajudavam a organizar o espaço. Havia uma tensão quase palpável entre elas, intensificada pelo vinho e pela proximidade que mantiveram durante toda a noite – joelhos que se tocavam sob a mesa, olhares prolongados quando os maridos não estavam observando, dedos que se roçavam ao passar as cartas do jogo.

- Boa noite, pessoal - disse Nara, subindo as escadas de mãos dadas com Pedro. - Até amanhã.

- Durmam bem - respondeu Luciana, seus olhos encontrando os de Nara uma última vez antes de seguir para seu próprio quarto com Marcos.

Assim que fecharam a porta do quarto, Pedro puxou Nara para si, beijando-a com uma intensidade voraz. Suas mãos grandes agarraram a bunda dela com força, apertando a carne macia através do tecido fino da calça de pijama.

- Estou louco por você a noite toda - murmurou ele contra o pescoço dela, mordendo a pele sensível enquanto suas mãos subiam por baixo da blusa, encontrando seus seios sem sutiã.

Nara gemeu quando ele beliscou seus mamilos, sentindo-os endurecer instantaneamente sob seus dedos habilidosos. Pedro arrancou a blusa dela com urgência, expondo os seios fartos que tanto o excitavam. Sem perder tempo, abaixou-se e tomou um mamilo em sua boca, sugando com força enquanto sua mão trabalhava no outro, apertando e torcendo.

- Puta merda, Pedro... - ofegou Nara, seus quadris se movendo involuntariamente contra a ereção dele, já completamente dura dentro da calça.

Pedro a empurrou contra a parede, pressionando seu corpo contra o dela enquanto sua boca descia pelo vale entre os seios, pela barriga lisa, até se ajoelhar à sua frente. Com um movimento rápido, puxou a calça e a calcinha dela para baixo, expondo sua buceta já úmida para ele.

- Olha só como você está molhada - disse ele, sua voz rouca de desejo enquanto passava um dedo pela fenda úmida. - Toda encharcada pra mim.

Sem aviso, ele enterrou o rosto entre suas pernas, sua língua encontrando o clitóris inchado com precisão. Nara mordeu o lábio para não gritar, consciente dos outros no chalé, suas mãos agarrando os cabelos dele enquanto ele a chupava com voracidade. A língua dele trabalhava com maestria, alternando entre lambidas longas por toda sua fenda e sucções intensas no clitóris.

- Isso, chupa minha buceta... - sussurrou ela, perdida no prazer, seus quadris se movendo contra o rosto dele.

Pedro introduziu dois dedos dentro dela, curvando-os para cima para encontrar aquele ponto que a fazia perder o controle. Continuou chupando seu clitóris enquanto seus dedos a fodiam em um ritmo crescente, sentindo as paredes internas dela apertarem ao redor deles.

Quando o orgasmo a atingiu, Nara teve que morder o próprio punho para abafar o grito. Seu corpo inteiro tremeu, suas pernas ameaçando ceder enquanto ondas de prazer intenso a atravessavam.

- Caralho, isso foi incrível - ofegou ela, quando finalmente conseguiu falar.

Antes que pudesse se recuperar completamente, Pedro se levantou, girando-a e empurrando-a sobre a cama. Ela caiu de bruços, e ele puxou seus quadris para cima, deixando-a de quatro. Nara olhou por cima do ombro, vendo-o se despir rapidamente, sua ereção impressionante saltando livre quando ele removeu a boxer.

- Quero foder você assim - disse ele, posicionando-se atrás dela, esfregando a cabeça de seu pau entre suas dobras molhadas. - Quero ver essa bunda perfeita enquanto te como.

Nara empinou mais a bunda para ele, completamente entregue.

- Então me fode logo, caralho. Mete essa porra toda.

Pedro não precisou de mais incentivo. Com um movimento firme, enterrou-se completamente dentro dela, arrancando um gemido profundo de ambos. Ele agarrou seus quadris com força, começando a estocar em um ritmo brutal, o som de pele batendo contra pele preenchendo o quarto junto com seus gemidos abafados.

- Sua buceta é tão apertada... tão molhada... - grunhiu ele, uma mão descendo para dar um tapa na bunda dela, deixando uma marca vermelha na pele morena.

Nara enterrou o rosto no travesseiro, abafando seus gemidos enquanto empurrava contra ele, encontrando cada estocada. Pedro se inclinou sobre ela, uma mão encontrando seu clitóris, esfregando-o em círculos rápidos enquanto continuava a fodê-la profundamente.

- Vou gozar de novo... - gemeu ela, sentindo o segundo orgasmo se aproximando rapidamente. - Fode mais forte, porra!

- Goza na minha pica - ordenou ele, aumentando o ritmo, seus movimentos se tornando mais erráticos à medida que se aproximava do próprio clímax.

Quando Nara gozou, seu corpo inteiro convulsionou, sua buceta apertando o pau dele em espasmos violentos. Pedro não conseguiu se segurar mais. Com uma estocada final, profunda e brutal, ele gozou dentro dela, seu pau pulsando enquanto jorrava seu sêmen quente em seu interior.

Ficaram assim por alguns momentos, ofegantes, corpos suados e trêmulos. Pedro saiu de dentro dela lentamente, um filete de gozo escorrendo pela coxa de Nara quando ele se afastou. Ele a puxou para seus braços, beijando-a profundamente.

- Isso foi incrível - murmurou contra seus lábios.

Nara sorriu, sentindo o coração ainda acelerado. Havia um prazer genuíno no sexo com Pedro, uma conexão física inegável. Luciana e Marcos

No outro quarto, Luciana saía do banheiro completamente nua, tendo decidido abandonar qualquer pretensão de recato. Marcos estava deitado na cama, já sem roupas, seu pau semi-ereto repousando contra sua coxa enquanto ele a observava com olhos famintos.

- Vem cá - chamou ele, sua voz grave carregada de desejo.

Luciana sorriu, caminhando lentamente até a cama, sabendo exatamente o efeito que seu corpo tinha sobre ele. Apesar de sua estatura baixa, suas curvas eram generosas – seios pequenos mas firmes com mamilos escuros e pontudos, cintura fina que se abria em quadris largos, e uma bunda grande e redonda que balançava provocativamente enquanto ela andava.

Em vez de ir diretamente para ele, Luciana parou ao pé da cama, abrindo levemente as pernas e deslizando uma mão pelo próprio corpo, desde o pescoço, passando pelos seios, barriga, até chegar entre as pernas.

- Você quer isso, amorzinho? - provocou ela com voz manhosa, passando os dedos pelos lábios de sua buceta já úmida, abrindo-os levemente para que ele pudesse ver o rosa molhado de seu interior.

- Puta que pariu, Lu - grunhiu Marcos, seu pau agora completamente duro, a mão envolvendo-o em movimentos lentos. - Vem sentar na minha cara agora.

Luciana riu, subindo na cama e engatinhando até ele como uma predadora. Mas em vez de fazer o que ele pediu, ela se abaixou e tomou seu pau na boca sem aviso, engolindo-o até sentir a cabeça tocar o fundo de sua garganta.

- Caralho! - exclamou Marcos, suas mãos imediatamente encontrando os cabelos dela, segurando-a enquanto ela começava a chupá-lo com voracidade.

Luciana trabalhou com dedicação, sua língua circulando a glande sensível antes de descer novamente, tomando-o por inteiro. Suas mãos massageavam os testículos dele enquanto sua boca subia e descia pelo comprimento impressionante, deixando-o completamente molhado com sua saliva.

Quando sentiu que ele estava próximo demais do limite, ela parou, subindo para beijá-lo nos lábios, deixando-o sentir seu próprio gosto.

- Quero sua linguinha na minha pepequinha - sussurrou ela contra seus lábios, com voz infantilizada e manhosa.

Sem esperar resposta, Luciana se posicionou sobre o rosto dele, sua buceta pairando a centímetros de sua boca. Marcos agarrou suas coxas, puxando-a para baixo com força, sua língua imediatamente encontrando seu clitóris inchado.

- Ai, isso, chupa meu grelinho - gemeu ela com voz doce, rebolando contra o rosto dele, suas mãos apoiadas na cabeceira da cama para se equilibrar. - Assim, bem gostosinho.

Marcos a devorava com entusiasmo, sua língua explorando cada centímetro de sua intimidade, alternando entre longas lambidas por toda a extensão de sua fenda e sucções intensas em seu clitóris. Seus dedos se juntaram à exploração, dois deles deslizando para dentro dela, curvando-se para estimular seu ponto G.

- Ai, meu amorzinho, assim eu vou gozar - ofegou Luciana, seus movimentos se tornando mais erráticos à medida que o prazer crescia. - Tá tão gostosinho!

Marcos intensificou seus esforços, sua língua trabalhando furiosamente em seu clitóris enquanto seus dedos a fodiam em um ritmo crescente. Quando o orgasmo a atingiu, Luciana jogou a cabeça para trás, um gemido agudo escapando de seus lábios enquanto seu corpo tremia violentamente.

- Ai, que delícia! - exclamou ela, sua voz ainda mais manhosa no pós-orgasmo.

Antes que pudesse se recuperar completamente, Marcos a virou na cama, posicionando-a de quatro.

- Quero foder essa bunda gostosa - disse ele, dando um tapa forte na nádega direita dela, deixando uma marca vermelha na pele clara.

Luciana olhou por cima do ombro, seus olhos escuros de desejo, mas sua voz ainda doce e infantilizada.

- Qual buraquinho você quer, amor? Posso dar os dois pra você hoje.

Marcos sentiu seu pau pulsar com a oferta. Ele pegou um frasco de lubrificante na mesa de cabeceira, derramando uma quantidade generosa em seu pau já duro e pulsante.

- Vou começar com essa bucetinha molhada - disse ele, posicionando-se atrás dela, a cabeça de seu membro pressionando contra sua entrada já úmida.

Com um movimento firme, ele a penetrou profundamente, arrancando um gritinho agudo de Luciana. Suas mãos agarraram os quadris dela com força, começando a estocar em um ritmo intenso, o som de pele batendo contra pele ecoando pelo quarto.

- Ai, que delícia, meu amor - gemeu ela, empurrando contra ele, encontrando cada movimento. - Tá tão gostosinho!

Marcos continuou fodendo-a por alguns minutos, até que sentiu que estava próximo demais do limite. Ele saiu de dentro dela, derramando mais lubrificante em seu pau e espalhando um pouco na entrada apertada do ânus dela.

- Agora vou foder esse cuzinho apertado - grunhiu ele, posicionando a cabeça de seu pau contra o anel muscular.

- Vai com carinho, tá bom? - pediu Luciana, sua voz ainda mais manhosa, enquanto relaxava conscientemente para recebê-lo. - Entra devagarinho no cuzinho da sua princesinha.

Marcos pressionou lentamente, sentindo a resistência inicial ceder gradualmente. A cabeça de seu pau finalmente ultrapassou o anel muscular, e ele parou, dando tempo para que ela se ajustasse à invasão.

- Tudo bem? - perguntou ele, acariciando suas costas.

- Uhum - respondeu ela, respirando profundamente. - Pode continuar, amorzinho. Quero sentir você todinho.

Ele avançou lentamente, centímetro por centímetro, até estar completamente dentro dela. A sensação era indescritível – o calor, a pressão, o aperto quase doloroso ao redor de seu pau.

- Caralho, que cuzinho apertado - grunhiu ele, começando a se mover em um ritmo lento e controlado.

- Ai, tá tão gostosinho - gemeu Luciana, uma mão descendo entre suas pernas para estimular seu próprio clitóris enquanto ele a fodia. - Pode ir mais rápido, amor. Quero sentir você me comendo.

Marcos aumentou gradualmente o ritmo, suas estocadas se tornando mais profundas e rápidas. Luciana gemia e ofegava, sua voz alternando entre gemidos agudos e palavras doces e infantilizadas.

- Tá gostando do cuzinho da sua princesinha? - perguntou ela, olhando por cima do ombro com uma expressão de falsa inocência que o enlouquecia.

- Puta que pariu, Lu - grunhiu ele, suas estocadas se tornando mais erráticas. - Vou gozar nesse cuzinho gostoso.

- Isso, amorzinho, goza bem gostoso no cuzinho da sua princesinha - implorou ela, seus dedos trabalhando furiosamente em seu clitóris. - Eu também vou gozar!

Quando o orgasmo a atingiu pela segunda vez, Luciana soltou um grito agudo, seu corpo inteiro tremendo, o ânus se contraindo violentamente ao redor do pau de Marcos. Foi demais para ele. Com um grunhido animal, ele enterrou-se completamente dentro dela, seu pau pulsando enquanto jorrava seu sêmen quente em seu interior.

Ficaram assim por alguns momentos, ofegantes, corpos suados e trêmulos. Marcos saiu de dentro dela com cuidado, observando fascinado um filete de seu próprio gozo escorrer do ânus dilatado de Luciana. Ele a puxou para seus braços, beijando-a profundamente.

- Você é incrível - murmurou contra seus lábios.

Luciana sorriu, aconchegando-se contra ele, sentindo o coração ainda acelerado. O sexo com Marcos sempre fora intenso e satisfatório, uma conexão física que ela genuinamente apreciava.

No meio da noite, como se conectadas por um fio invisível, tanto Nara quanto Luciana acordaram quase simultaneamente. Cada uma em seu quarto, ao lado de seus maridos adormecidos, seus pensamentos inevitavelmente voltados uma para a outra.

Nara observou o perfil de Pedro na penumbra, o peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo, o rosto relaxado no sono. Havia um carinho genuíno em seu olhar, um amor construído ao longo dos anos, baseado em companheirismo, respeito e, sim, desejo. Mas havia também aquela outra parte dela, aquela que pertencia a Luciana desde aquela primeira noite na faculdade.

No outro quarto, Luciana traçava suavemente os contornos do rosto de Marcos com os olhos, memorizando cada detalhe como se pudesse perdê-lo a qualquer momento. O peso da culpa às vezes a sufocava, mas então lembrava-se que o amor não era algo que pudesse ser controlado ou limitado. Era possível amar duas pessoas de formas diferentes, ambas verdadeiras, ambas profundas.

Como se pudessem sentir a presença uma da outra através das paredes, ambas se levantaram cuidadosamente, tentando não acordar os maridos. Vestiram roupões sobre a nudez e, movidas por um impulso que não conseguiam explicar, saíram silenciosamente de seus quartos.

Encontraram-se no corredor escuro, iluminado apenas pela luz fraca da lua que entrava pelas janelas. Não houve surpresa em seus olhares – de alguma forma, sabiam que a outra estaria ali.

Sem palavras, Luciana estendeu a mão, e Nara a aceitou. Juntas, desceram as escadas até a sala, onde as brasas da lareira ainda emitiam um brilho alaranjado. Sentaram-se no sofá, de frente uma para a outra, mãos entrelaçadas, olhares conectados.

- Não consegui parar de pensar em você - sussurrou Luciana, sua voz quase inaudível na quietude da noite.

- Eu sei - respondeu Nara, apertando suavemente suas mãos. - Eu também não.

Não precisavam de mais palavras. Naquele momento, na penumbra da sala, com seus maridos dormindo no andar de cima, encontraram um momento de paz na complexidade de seus sentimentos. Não havia respostas fáceis, não havia soluções perfeitas. Havia apenas o amor, em suas múltiplas formas, e a aceitação de que seus corações eram grandes o suficiente para conter mais do que a sociedade dizia ser possível.

Permaneceram assim, em silêncio, até que as brasas se apagaram completamente. Então, com um último beijo, suave e cheio de promessas, retornaram aos seus quartos, aos seus maridos, às suas vidas oficiais, carregando no coração o segredo que as unia e que, de alguma forma, as tornava mais completas.

Manhã Seguinte

O aroma de café fresco e panquecas preenchia o chalé quando Nara desceu as escadas na manhã seguinte. Encontrou Pedro já na cozinha, preparando o café da manhã com um sorriso maroto nos lábios.

- Bom dia - disse ela, aproximando-se para beijá-lo. - Dormiu bem?

- Pedro retribuiu o beijo, seus olhos brilhando com diversão contida.

- Como uma pedra - respondeu ele, voltando sua atenção para as panquecas na frigideira. - Depois de todo aquele... exercício.

Nara sentiu as bochechas esquentarem, mas sorriu.

- Que bom. Eu também.

Pedro a encarou por um momento, antes de soltar uma risadinha.

As paredes deste chalé são mais finas do que parecem - comentou ele, mantendo a voz baixa, mas claramente divertida.

O rosto de Nara queimou instantaneamente. Ela abriu a boca para responder, mas foi interrompida pela chegada de Marcos e Luciana. O casal entrou na cozinha de mãos dadas, Luciana com um sorriso radiante.

- Bom dia, pessoal! - cumprimentou ela, animada como sempre.

- Bom dia, Sra. "Ai, amorzinho, tá tão gostosinho!" - respondeu Pedro, imitando a voz manhosa de Luciana com uma precisão alarmante.

Marcos explodiu em gargalhadas enquanto Luciana ficava vermelha como um pimentão, mas logo se juntou às risadas.

- Pelo menos eu não sou a Sra. "Fode mais forte, porra!" - rebateu ela, imitando os gemidos mais intensos de Nara.

Foi a vez de Nara esconder o rosto nas mãos, mas não conseguiu conter o riso.

- Meu Deus, vocês ouviram tudo?

- TUDO - confirmou Marcos, servindo-se de café. - Inclusive aquela parte sobre o "cuzinho da princesinha".

- MARCOS! - exclamou Luciana, dando um tapa no braço do marido, mas rindo tanto que mal conseguia fingir indignação.

- O que? Estou apenas citando fatos - defendeu-se ele, erguendo as mãos em rendição. - Fatos muito interessantes, devo acrescentar.

Pedro se juntou à conversa, passando um braço pelos ombros de Nara.

- Acho que podemos declarar oficialmente que a lua de mel de vocês ainda não acabou - comentou ele, piscando para Marcos.

- Olha quem fala - rebateu Marcos. - O homem que aparentemente tem um talento especial com a língua, pelo que pudemos ouvir.

- MARCOS! - exclamaram Nara e Luciana em uníssono, mas todos estavam rindo demais para realmente se importarem.

O constrangimento inicial havia se transformado em uma sessão de provocações bem-humoradas, o tipo de interação que só amigos muito próximos poderiam ter.

- Bem, da próxima vez vamos tentar ser mais... silenciosos - comentou Luciana, recuperando o fôlego após tanto rir.

- Por favor, não - pediu Marcos, fingindo seriedade. - Foi o melhor entretenimento que tivemos em meses. Quase como assistir a um filme adulto, mas com efeitos sonoros muito mais convincentes.

- Idiota - riu Luciana, dando outro tapa no braço dele.

- Ou podemos simplesmente aceitar que somos quatro adultos que se conhecem há anos e que não há motivo para constrangimento - sugeriu Pedro, servindo as panquecas. - Afinal, não é como se não soubéssemos que todos fazemos isso.

- Verdade - concordou Nara, finalmente relaxando. - Mas talvez devêssemos investir em alguns fones de ouvido para as próximas noites.

- Ou podemos fazer uma competição - sugeriu Marcos com um sorriso malicioso. - Ver qual casal consegue fazer o outro ouvir mais.

- Você está pedindo para perder, meu amigo - advertiu Pedro, estendendo a mão para um high-five que Marcos prontamente retribuiu.

- Homens - suspirou Luciana, revirando os olhos para Nara, mas sorrindo.

A conversa seguiu para outros tópicos, planos para o dia, lugares que queriam visitar. O clima era leve e descontraído, exatamente como deveria ser entre amigos tão próximos. Para Nara e Luciana, havia um alívio adicional – seus maridos estavam tão absortos em suas próprias experiências que claramente não haviam percebido o encontro delas na sala durante a madrugada. Ambos haviam dormido profundamente após o sexo, exaustos demais para notar qualquer movimento na casa.

Enquanto ajudava a lavar a louça, Luciana se aproximou de Nara, aproveitando um momento em que os homens discutiam o roteiro do dia na sala.

- Acho que estamos seguras - sussurrou ela, com um sorriso aliviado. - Eles não fazem ideia.

Nara assentiu, sentindo-se mais leve.

- Mas talvez devêssemos ser mais cuidadosas mesmo assim - respondeu ela. - Pelo menos com o volume.

Luciana riu baixinho.

- Concordo. Mas não se preocupe, vamos encontrar nossos momentos - prometeu ela, seus olhos brilhando com antecipação. - Sempre encontramos.

Nara sorriu, sentindo aquela familiar onda de calor que só Luciana conseguia provocar. A semana ainda prometia muitas aventuras, tanto as que compartilhariam abertamente com seus maridos quanto aquelas que pertenciam apenas a elas, guardadas no espaço secreto que haviam criado desde aquela primeira noite na faculdade de Medicina.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Ana Uergs a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de foxxy

❤Qual­­­quer mulher aqui pode ser despida e vista sem rou­pas) Por favor, ava­­­lie ➤ Ilink.im/nudos

0 0