O internato - Capítulo 3

Um conto erótico de Bernardo, Daniel e Theo
Categoria: Gay
Contém 2590 palavras
Data: 20/05/2025 20:04:07
Última revisão: 24/05/2025 18:03:08
Assuntos: Gay, Amor

Capítulo 3 - Desculpas

Théo

Saí do box logo após meu quarto banho seguido, na esperança de tirar aquele cheiro de ovo podre e a tinta azul do meu cabelo, mas as inúmeras tentativas foram todas inúteis. Meu cabelo loiro estava manchado, me causando uma agonia que só quem já passou entende. Mas, tchê, eu tava era mais puto porque foi o meu irmão quem me amarrou naquela desgraça de chafariz. Se eu soubesse que o trote ia ser assim, nem teria saído do quarto ontem de noite.

– Já tô indo! – gritei quando alguém bateu na porta do meu quarto, me fazendo vestir uma bermuda qualquer às pressas.

Abri a porta e lá estava Nick, com o cabelo castanho jogado pro lado do mesmo jeito que eu lembrava da noite passada. E que noite, bah... no mínimo interessante. Fumei maconha e acabei fazendo um boquete num guri do terceiro ano que eu nem lembrava o nome, mas até onde eu sabia, não tava tão chapado assim.

– Imaginei que ainda estivesse no banho – Nick brincou, mostrando aquele sorriso branco de propaganda de pasta de dente – Posso voltar mais tarde, se tu quiser.

– Não precisa – falei, abrindo caminho pra ele entrar – Eu já tava me vestindo.

O guri abaixou a cabeça, fitando o chão, todo sem jeito, mas entrou no quarto e se sentou na cama do Bernardo. Mas, báh, por que ele tava ali mesmo? Tentei puxar pela memória, mas tudo o que vinha eram fragmentos de risadas, conversas atravessadas e alguém caindo na piscina.

– Tu fica bem com o cabelo azul – ele elogiou, mais por educação do que qualquer coisa.

– Meu cabelo tá uma merda – falei, me olhando no espelho em cima da escrivaninha – Vai levar uma eternidade pra essa cor sair.

– Eu curti – ele se levantou e veio até mim, me envolvendo por trás com os braços fortes de academia – Assim como curti ontem.

– O que a gente fez ontem? – perguntei, tentando entender até onde eu lembrava antes que virasse tudo uma confusão.

Nick só deu uma risadinha e mordiscou a minha orelha, fazendo os pelos da nuca se arrepiarem. Foi aí que flashes de memória começaram a pipocar na minha cabeça, e um beijo apareceu bem nítido.

– Tu tava bem chapado – ele sussurrou com aquela voz mansa – Não lembra do nosso beijo?

– Vagamente – respondi, de forma sincera. Achei estranho nunca ter notado que o Nick era gay, porque geralmente eu percebo fácil, até quando é um gay bem escondido, tipo o Samuel. Mas o Nick nunca demonstrou nada. Inclusive, lembro de ter visto ele ficando com uma guria no vestiário.

Ele beijou meu pescoço, e o corpo inteiro tremeu com o tesão. Me virou com delicadeza e me roubou um beijo. Não era qualquer beijo, era quente, intenso, daqueles que fazem a gente esquecer o mundo. Nada a ver com o beijo atrapalhado e molhado da noite anterior. Nick me puxava contra ele com força, me deixando sem ar. Era bom demais ser beijado daquele jeito, com carinho e selvageria ao mesmo tempo.

Nick tirou a camisa e mostrou aquele peitoral sarado do jeitinho que eu gostava. Comecei a beijar ele por inteiro, lambendo os mamilos enquanto ele gemia baixinho. Me levou até minha cama e me deitou devagar, ficando por cima de mim. Meus braços o envolveram e nossas bocas começaram uma dança louca uma na outra. O calor do corpo dele contra o meu dava uma sensação de conforto e tesão misturados, que eu nunca tinha sentido.

Nick tirou minha bermuda, me deixando pelado, e desceu a boca até o meu pau, beijando cada pedacinho do meu abdômen antes. Ele lambeu a cabeça e engoliu tudo de uma vez, me fazendo gemer alto de prazer. Ele chupava, lambia, beijava... era uma coisa fora de serio. Eu gemia cada vez mais alto enquanto ele aumentava o ritmo. Eu ia pras nuvens e voltava.

Quando percebeu que eu ia gozar, ele parou, deitou sobre mim e esfregou meu pau contra a barriga dele. Me beijou com vontade.

– Quero te comer – sussurrou entre os beijos.

– Então mete no meu cuzinho – me ouvi dizer, tomado pelo tesão.

Nick sorriu e tirou a bermuda xadrez que usava, mostrando aquele pau que devia ter uns quinze centímetros, no mínimo. Levantou minhas pernas, deixou meu cu exposto, cuspiu na mão e passou ali com cuidado. Depois começou a esfregar a cabeça do pau na minha entrada e forçou devagar a entrada. E então, tchê, ele começou a meter de verdade, sem cerimônia, me deixando louco de tesão. A cama rangia com os movimentos, e minhas unhas arranhavam as costas dele, de tanto prazer. Eu tava extasiado.

– Théo, eu tava pensando... me desculpa, gente – Bernardo entrou bem na hora errada, mas se tocou e saiu rapidinho, deixando a gente a sós.

– Acho melhor eu ir – disse Nick, todo sem jeito.

– Tu só sai desse quarto quando a gente terminar – falei firme.

Nick voltou a me foder com mais força do que antes, e não demorou pra ele gozar dentro de mim. Isso me fez gozar junto, com um gemido alto de alívio e prazer. Me senti leve, bem demais. Ele se inclinou e me deu um beijo demorado.

Daniel

Sabia que era proibido. Sabia que podia levar uma baita duma detenção só por estar ali, mas não me importava nem um pouco. Precisava vê-la pra entender de uma vez por todas o que tinha acontecido comigo. Precisava entender por que fiz aquilo. Precisava entender o motivo de toda aquela confusão dentro do peito.

— Precisamos conversar — falei pra Amanda assim que ela abriu a porta.

— Não temos nada pra conversar — ela disse, já tentando fechar a porta, mas coloquei o pé no meio, impedindo.

— Me desculpa, Amanda — pedi, completamente desnorteado. — Eu te amo.

— Se me ama, por que não quis ficar comigo ontem à noite? — Ela cruzou os braços na minha frente, com os olhos faiscando.

— Se me deixar entrar, eu posso te explicar.

Amanda olhou pros lados, se certificando de que não tinha nenhum professor à espreita, e me deixou entrar no quarto.

— Oi, Isabela — cumprimentei a colega de quarto dela, que tava deitada com o celular na mão.

— Oi, Dani — disse ela, se levantando da cama — Vou deixar vocês a sós. E pensa no que eu te falei, amiga.

Amanda assentiu e ficou olhando a amiga sair antes de me encarar com uma cara que dizia claramente que eu tava bem ferrado.

— Me desculpa mesmo, amor — comecei, tentando aliviar o clima. — Eu só não tava no clima ontem.

— Tu não me via desde dezembro, Daniel! — Ela falou séria, firme que nem pedra. — Eu só queria passar a noite contigo e tu me desprezou! Tu faz ideia de como me senti rejeitada?

— Não foi minha intenção, Amanda — tentei explicar, meio sem saber o que dizer. — Eu tava tenso com o Théo, o trote dos bixos... e a maconha não ajudou.

— Essa é tua desculpa? — ironizou, bufando. — Tava preocupado com teu irmão? Por isso me deixou sozinha a noite toda?

— Sei que errei...

— E errou feio, Daniel! — acrescentou, me fuzilando com o olhar. — Eu tava morrendo de saudade do meu namorado, e tu mal me deu bola! Me despachou hoje de manhã como se eu fosse qualquer uma! Se eu não tivesse te procurado, talvez nem me visse mais!

— Também não é bem assim, Amanda...

— Não é assim, uma ova, Daniel! — falou, irritada, com aquele tom que fazia a gente querer sumir no mapa. — Tu não quer mais ficar comigo, é isso? Não me ama mais?

— Claro que eu te amo — falei me aproximando, mas ela ergueu as mãos, me impedindo de tocar.

— Então por que me trata desse jeito? — disse com aquele drama que ela sabia usar como ninguém.

— Me perdoa, Amanda — pedi, fazendo o papel que ela esperava. Me ajoelhei na frente dela. — Eu vou compensar por ontem.

— Promete? — disse com aquele sorrisinho de canto, sabendo que tinha vencido.

— Prometo — me levantei e beijei ela. Mas o beijo… não tinha gosto de nada. Parecia que eu tava beijando uma pedra de gelo. Sem sabor, sem calor. — Vamos almoçar juntos?

— Vamos! — disse, toda animada. — Só vou tomar um banho rapidinho.

— Tudo bem — disse forçando um sorriso. — Te encontro no refeitório em uma hora.

— Já tô com saudade — disse, me dando mais um beijo. E de novo, não senti nada.

— Também...

Me despedi dela me sentindo um lixo. Que diabos tava acontecendo comigo? Desde quando o beijo de um guri podia ser mais gostoso, mais quente, mais... certo, do que o de uma guria? Quando um corpo masculino começou a me atrair, e o de uma mulher deixou de me causar qualquer coisa?

Amanda tava com uma blusa decotada que deixaria qualquer guri de queixo caído, mas em mim... nada. Nadica de nada. E aquele piá? O que ele tinha feito comigo? Só de lembrar da gente se enroscando na cabana do zelador, me dava até um frio na espinha. Foi bom demais, mesmo que eu não quisesse admitir.

Mas eu tinha prometido a mim mesmo que não ia ser gay, que nem ele e o Théo. Mas... e se eu não tivesse escolha sobre isso? E se eu sempre fui assim, só que neguei a vida inteira?

Não! Foi só uma aventura. Vários guris da minha idade têm dessas e escondem até o fim da vida. E era isso que eu ia fazer. Ia enterrar isso pra sempre e me afastar do Bernardo.

— Foi dar uma banda? — perguntou o Samuel assim que entrei no quarto.

— Fui me desculpar com a Amanda — respondi seco, me jogando na cama e olhando pro teto.

— E conseguiu? — perguntou, fechando o livro de física que folheava só de zoeira, como sempre fazia no começo do ano.

— A gente tá bem agora — falei, com o mesmo tom mecânico.

— Então qual é o problema? — insistiu. — Tu tá esquisito desde ontem.

— Não foi nada — menti. Samuel era meu melhor amigo e eu sabia que podia contar com ele pra qualquer parada, mas... não queria nem pensar no que fiz de manhã. Muito menos falar disso. Só queria esquecer. — Só fiquei puto com o que o Rafael fez com os calouros hoje.

— Bah, aquilo ali foi pesado mesmo. Mas tu conhece ele, né? Não perde uma chance de se achar e humilhar os outros — falou Samuel, me olhando de canto. Ele fingiu que acreditou na minha história, mas eu conhecia o olhar dele. Ia ficar de olho em mim dali pra frente.

Bernardo

– Tu é um puto fodido e um empata foda do caralho! – esbravejou Théo quando eu finalmente entrei no quarto e vi que o Nick não estava por ali.

– Bah, foi mal, cara! Juro que eu não esperava por aquilo – me justifiquei, indo até minha cômoda e revirando as gavetas atrás de uma roupa limpa.

– Nem eu, tchê! – confessou com um sorrisinho safado – Ele simplesmente chegou aqui e… rolou.

– Eu nem sabia que ele era gay! – falei, lembrando de ter visto ele ontem tentando ficar com uma guria na festa.

– Ele disse que gosta de gurias também – Théo explicou – Disse que prefere não se definir, que curte de tudo um pouco.

– Ah… então ele é bissexual? – falei, meio fascinado – Nunca conheci nenhum.

– Eu já conheci, mas nenhum me comeu daquele jeito – Théo comentou – Tô com as pernas bambas até agora. – Dei risada e ele me olhou com um olhar meio curioso.

– Pelo jeito tu também se deu bem, hein – falou com um ar investigativo – Qual é o nome do guri?

– Não posso contar… ele não é assumido – falei, puxando uma camiseta pra vestir – Mas posso dizer que o bicho manda muito bem.

– Bernardo, tu tem que me contar quem é esse puto! – Théo insistiu – Se vamos ser melhores amigos, tu tem que me contar tudo!

– Agora somos melhores amigos? – brinquei, levantando uma sobrancelha.

– Claro, tchê! Olha essa sintonia nossa! – disse, gesticulando todo empolgado – Nos conhecemos ontem e já tamo aqui trocando altas experiências sexuais.

– Excelentes experiências, por sinal – completei.

– Intensas, né? – ele concordou, sorrindo – Agora me diz o nome do bofe!

– Já falei que não posso. Tu já conhece ele, então melhor não – foi nesse momento que percebi que falei demais.

– É o Samuel, né? – Ele parecia convicto, o que me deixou mais aliviado – Eu sabia que ele dava umas olhadas meio suspeitas!

– Menos, Théo – falei, pegando a toalha – Preciso tomar um banho, né… tu sabe.

– Não esquece de fazer a chuca se for dar de novo, hein – gritou, caindo na gargalhada.

Entrei no chuveiro ainda com o corpo quente de desejo e a cabeça confusa. A transa com o Daniel tinha sido tudo. Incrível a forma como ele se entregava, como ele me comia com fome e vontade, como me beijava como se estivesse sendo feliz pela primeira vez em muito tempo. Ele me invadiu de um jeito que me deixou louco de prazer. Me senti desejado, completo, como se naquele momento nada mais importasse. Mas aí ele fugiu. Me usou, se vestiu e fugiu como um covarde.

Claro que tentei disfarçar, provocando ele, fingindo que estava tudo bem, mas dentro de mim eu sabia que aquilo tinha me machucado. Sabia que agora ele ia tentar se afastar, mas em algum momento eu ia pegá-lo sozinho de novo. Nem que fosse na marra.

– Boa tarde, guris – Giovana nos cumprimentou quando nos sentamos à mesa com o novo grupo no refeitório – Vejo que tu não conseguiu tirar a tinta do cabelo, Théo.

– Nem me fala do meu cabelo, Gi – Théo bufou, se jogando na cadeira ao lado dela – Essa droga parece tinta de parede, não sai por nada!

– Talvez seja melhor raspar logo então – Fábio zombou.

– Talvez seja melhor raspar o teu, ô idiota – Théo respondeu na lata, deixando claro que não tava pra piadinha.

– Foi mal, cara, só tava zoando – Fábio se desculpou, mas dava pra ver que ele nem se importava. Botou os braços em volta da Alice, que logo se aconchegou nele.

– Às vezes tu é um babaca, primo – Patrick resmungou sem tirar os olhos do PSP.

– Ninguém falou contigo – Fábio retrucou.

– Bah, gente, que isso – Nick apareceu e se sentou ao lado da Alice – Vamos parar com essas briguinhas idiotas, né? – Ele lançou um olhar direto pro Théo, que corou na hora. Ninguém percebeu. Ninguém além de mim.

– Também acho – Alice falou, pegando um salgadinho da tigela – Bobagem brigar por coisa à toa.

– Isso aí – Giovana concordou, chamando o garçom com um aceno.

Quando olhei na direção do garçom, o vi a algumas mesas de distância. Ele não tava trabalhando. Tava com a Amanda. Daniel ria e fazia carinho nela, como se o que rolou entre nós hoje cedo nunca tivesse acontecido. Fiquei com vontade de levantar e socar a cara dele, mas travei os punhos e respirei fundo. Eu não ia dar showzinho ali no refeitório. Até porque não tinha porquê.

A gente só transou. Uma transa casual. Foi isso, né? Só isso. Mas eu fui idiota o suficiente pra achar que tinha algo a mais naquele beijo.

– Já volto – falei, me levantando.

Mesmo tentando evitar, meus pés foram até ele. Não consegui controlar. Vê-los assim, rindo, me despertou uma raiva que eu nem sabia que existia em mim.

– Oi, Daniel. Oi, Amanda – falei com o tom mais neutro que consegui, mas não consegui esconder o nojo na hora de falar o nome dela.

Daniel me olhou com medo, mas ainda com aquele olhar de bicha louca que ele usava quando queria me provocar.

Continua...

Leia os capítulos anteriorrs

Capítulo 1

https://www.casadoscontos.com.br/texto/Capítulo 2

https://www.casadoscontos.com.br/texto/

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Histórias românticas a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil genéricaHistórias românticas Contos: 30Seguidores: 12Seguindo: 1Mensagem

Comentários

Foto de perfil genérica

Esses meninos do 1° ano são o terror do 3° rsrsrs. Agora essa raiva do Bernardo achei meio nada haver, ele sabia que o cara não ia lagar tudo para ficar com ele. Enfim né !? O que a paixão não faz. Obs: gostei de ver a persctiva do Theo.

0 0