UM FANTASMA DO PASSADO XIII - Final - O fantasma do que fomos

Categoria: Heterossexual
Contém 2800 palavras
Data: 21/05/2025 00:48:03

O elevador descia lento, como se o tempo tivesse se estendido de propósito. Amanda encarava o visor com os números mudando em vermelho — 14°... 13°... 12°... — e o som abafado do coração dela parecia o único ruído real naquele cubículo. Vestida, maquiada, pronta... mas sem saber para quê. O 10° andar chegou. O som seco do ding a fez prender a respiração.

Ela saiu. O corredor era amplo, silencioso. Tapete elegante, paredes neutras, portas numeradas com placas discretas. A 1431 era a última da direita. A porta que Cadu dissera, com voz calma, com aquele tom de quem a esperava há tempo demais.

Amanda parou diante dela. Olhou o número. Uma última pausa.

E então bateu.

Segundos depois, a porta se abriu, revelando Cadu. Camisa escura, mangas dobradas, sem perfume forte — só aquele cheiro dele, limpo, sóbrio, inconfundível. O olhar dele percorreu o corpo dela com cuidado, como se estivesse vendo uma memória encarnada. Mas não disse nada. Apenas se afastou para dar passagem.

Amanda entrou.

A primeira sensação foi a surpresa do ambiente: mais quente do que imaginava, mais escuro, com iluminação indireta, poucas cores. Um quadro grande, preto e branco, ocupava a parede principal da sala. Um sofá de couro claro. Uma estante de livros ao fundo. Minimalista. Masculino. Silencioso.

— Fica à vontade — disse Cadu, fechando a porta atrás de si. — Vinho?

Ela assentiu, sem tirar os olhos do lugar. Era a primeira vez que adentrava o mundo de Cadu — e mesmo que seu corpo estivesse ali, sua alma parecia ter ficado presa entre os andares do elevador.

Ele serviu duas taças. Amanda se sentou na poltrona menor, pernas cruzadas, mãos no colo. O silêncio era espesso, quase sólido. E ambos pareciam saber disso. Não havia aquela leveza de reencontro, nem a ansiedade do desejo. Era como se algo tivesse sido prometido — mas esquecido no caminho.

Cadu se aproximou. Sentou ao lado dela, no sofá, e dessa vez não pediu licença. Pousou a taça sobre a mesa de centro, inclinou o corpo, apoiou o braço no encosto atrás de Amanda. Ela sentiu o calor dele no ombro, o cheiro, a familiaridade do gesto. Era tudo o que ela esperara por anos. Mas agora... algo não encaixava.

— Você veio — ele disse, quase com surpresa. — Mesmo depois de tudo.

Ela não respondeu. Ele sorriu, aquele meio sorriso de quem sabe que ainda tem poder. Ou acha que tem.

— Eu me lembro do seu olhar na aula de Direito Penal II... aquele que atravessava a sala inteira. Você queria que eu olhasse de volta, lembra?

Amanda mordeu o lábio inferior, mas não por desejo. Por confusão. Por vergonha.

Ele se inclinou mais. Beijou o ombro dela, depois o pescoço. Beijos suaves, experientes, estrategicamente lentos. Como se estivesse esculpindo o momento que ambos haviam fantasiado. Amanda não se moveu. Não retribuiu. Mas também não afastou.

— Você ainda é linda demais — ele sussurrou. — Mas tem algo novo... um peso nos olhos.

Ela olhou pra ele. Quase como quem implora: “não me lê assim”. Mas ele insistia. Não como predador — ele não era. Mas como homem acostumado a vencer pelo charme, pela calma, pelo jogo que ela mesma começara um dia.

A mão dele deslizou até a coxa dela. Apertou devagar.

— Me diz que você não pensou nisso todas as noites — ele provocou. — Me diz que não se tocou pensando em mim..

O rosto dela corou. Mas os olhos não acenderam.

— Eu pensei — ela admitiu. — Mas não era você.

Ele franziu o cenho, confuso.

— Era a ideia de você. O que você representava. O poder que tinha sobre mim.

Cadu encostou a testa na dela, tentando quebrar o gelo com um toque doce. Amanda deixou. Mas não cedeu.

Ele ficou em silêncio. Depois se levantou, foi até a janela, olhou a cidade acesa lá embaixo. Amanda se sentia deslocada. Era como se todo aquele cenário fosse montado para outra mulher — uma que ela fingiu ser.

— Podemos só... ficar? — ela disse, finalmente. — Assim. Sem mais nada.

Ele assentiu. Levou-a até o quarto. O quarto dele. A cama grande, lençóis claros, a penumbra do abajur de cabeceira. Deitaram-se como se tivessem sido jogados ali por uma força externa. Amanda virou de lado. Cadu veio atrás, encaixando-se como se ainda houvesse alguma chance.

E naquela noite, a primeira em que Amanda poderia tocar o passado com as próprias mãos, o passado apenas a abraçou — sem exigência, sem vingança, sem desejo. Só com um silêncio longo. Um silêncio cheio de ausências.

Amanda estava em pé. Silenciosa. O casaco ainda sobre os ombros, o corpo ainda quente do lado de fora, mas o coração já mergulhado naquela madrugada que parecia não passar.

Matheus dormia. Profundamente. Talvez por cansaço, talvez por proteção. Amanda o observava da beira da cama, como se o sono dele fosse uma coisa sagrada, inalcançável — ou como se ela mesma não soubesse se merecia estar ali.

Ela não sabia que horas eram, só que a noite já tinha atravessado seu centro. A escuridão do quarto parecia mais escura do que nunca. Como se tudo tivesse parado ali, entre os dois.

Deu dois passos para trás. Andou devagar até a varanda. Abriu a porta com cuidado, como se temesse quebrar o silêncio.

A cidade estava quieta. Não uma quietude pacífica — era aquela calma melancólica que vem depois do furacão. Um carro cruzava a avenida, solitário, com os faróis recortando a escuridão como navalhas. Um grupo de jovens andava rindo, meio bêbados, meio tristes, como se tentassem esquecer que o mundo estava acabando devagar. Dois gatos se enfrentavam em silêncio num canto qualquer da rua.

Amanda se encostou na grade da varanda. Os olhos secos. Não conseguia chorar. Não mais. O choro parecia ter se esgotado em algum ponto entre o táxi da volta e a porta do apartamento.

Ela sentiu a presença antes de ouvir a voz.

— Amanda?

Matheus estava de pé, na porta da varanda. A cueca preta, os olhos inchados de sono, o cabelo bagunçado. Ele parecia menor do que era. Como se aquela madrugada tivesse envelhecido os dois.

Ela virou apenas o rosto, sem se afastar da vista.

— Não consegui dormir.

— Já são quase quatro da manhã — ele disse, olhando o relógio do micro-ondas lá dentro, de longe.

Amanda assentiu. Depois respirou fundo, como se estivesse prestes a pular de um penhasco.

— Eu fui, Matheus.

Silêncio.

— Mas não aconteceu.

Ele encostou na parede da varanda, os braços cruzados, o maxilar tenso.

— Por quê?

Ela demorou. Não por hesitação — mas porque precisava encontrar palavras que não soassem pequenas demais para a dor que sentia.

— Porque eu precisava descobrir se era ali que tudo acabava. Ou recomeçava.

— E era? — ele perguntou, num fio de voz.

Amanda olhou a cidade outra vez.

— Era só o eco de algo que já morreu.

Matheus abaixou os olhos. Como se aquilo fosse uma derrota. Mas não dela. Não dele. Da história.

Ela virou de frente para ele agora. Falava mais baixo.

— Ele tentou. Tentou me fazer lembrar. Me tocar. Me puxar de volta. Mas… eu só conseguia enxergar alguém tentando transar com uma lembrança.

— E você? — ele arriscou. — Queria?

Amanda hesitou.

— Quis. Achei que queria. Mas quando ele me olhou, eu entendi. Não era ele que eu tava buscando. Era um lugar dentro de mim que eu perdi.

Ela respirou fundo. Fechou os olhos.

— Eu não fui pra ele. Fui pra fugir de mim.

Matheus assentiu. Lentamente. Depois a encarou, firme:

— E conseguiu?

Amanda sorriu. Um sorriso trágico, breve, exausto.

— Não. Eu me segui até lá. E me achei sentada na cama de outro homem, querendo voltar pra mim.

Eles ficaram em silêncio. O tipo de silêncio que só existe entre dois que já se amaram até o fim.

— Eu achei que ele era o fim — ela disse, quase num sussurro. — Mas talvez ele tenha sido só a cicatriz.

Matheus se aproximou, tocou de leve sua mão, sem força. Era quase um gesto de despedida, ou de reconhecimento mútuo.

— Então o que somos agora? — ele perguntou.

Amanda olhou para ele. Olhos de quem voltou de um lugar muito distante.

— Somos o que sobrou depois da queda.

E a madrugada seguiu. A cidade respirava devagar. E ali, naquele apartamento, dois fantasmas ocupavam o mesmo espaço tentando entender se ainda estavam vivos.

Saíram do quarto pouco depois de Amanda recusar o vinho. Cadu tentou trazer leveza — colocou música suave, acendeu uma vela no canto da sala, até brincou com o interruptor da luminária, como se aquele jogo de luzes pudesse reacender o que estava morrendo entre eles. Mas Amanda seguia num silêncio difícil de decifrar. Não era medo. Nem insegurança. Era como se estivesse ali e ao mesmo tempo longe, num lugar onde ele não conseguia alcançá-la.

— Tá tudo bem? — ele perguntou, aproximando-se mais uma vez.

Ela hesitou, mas deixou que ele tocasse seu braço. O toque era quente. Familiar. Mas o corpo dela não respondeu. Nem o sangue acelerou. Apenas uma lembrança se acendeu: aquela noite na sala de monitoria, entre as pernas abertas, a respiração descompassada, o desejo pronto. E, ainda assim, ela o parou.

Agora, anos depois, ela estava ali de novo. E, mais uma vez, travada.

— Você sabe, né? — disse ela, quase num sussurro.

— Sei o quê?

— Que isso aqui... não vai se completar.

O silêncio de Cadu pesou como uma sentença. Ele se afastou lentamente. Foi até a cozinha, pegou a garrafa de vinho, serviu-se de um copo e tomou tudo de uma vez. Depois, se encostou no batente da porta e a encarou.

— Duas vezes, Amanda. Duas.

Ela engoliu seco.

— Não é por mal...

— Não é por mal? — ele riu, sarcástico. — Você tem ideia do que fez comigo? Da imagem que me deixou por anos? Aquela cena, você ali, entre os livros, dizendo “não” com os olhos cheios de vontade... E agora aparece aqui, entra no meu quarto, deita na minha cama, e quer o quê? Um final bonito?

Amanda se defendeu:

— Eu pensei que queria isso. Achei que era o que faltava...

— Não era o que faltava. Era o que você queria acreditar que faltava! — ele cortou, a voz baixa, firme. — Porque você só enxerga você. Você queria ser desejada por mim. O professor desejado por todo mundo desejando só você. Era isso, né?

Ela empalideceu. Aquilo doía. Mas doía porque era verdade — ou parte dela.

— Cadu...

— Você não me queria. Queria o desejo que eu sentia por você. Você se alimenta disso. Se alimentou por dez anos. Me jogou na sua terapia, no seu casamento, no seu drama. Agora me joga na sua busca por salvação?

Ele se aproximou. Havia raiva nos olhos, mas também decepção, e talvez — lá no fundo — ainda amor.

— Você me fez te desejar de novo. Me fez esperar. Me fez preparar tudo. E quando você chegou, Amanda... eu juro que achei que ia ser diferente. Mas você não quer ninguém. Nem a mim. Nem ele. Você quer um espelho que diga que ainda é especial.

Amanda chorou. E dessa vez, não havia força para rebater. Sentou-se na cama. Ele sentou ao lado, exausto.

— Não é você, Cadu... É que... o que eu procurei em você morreu no momento em que eu descobri que não era aqui que estava o meu fim.

Ele riu, mas sem humor.

— Da mesma forma que não completou no passado, vai fazer o mesmo com o presente?

Ela o olhou.

— No futuro, ele retornará — ele completou, sarcástico, quase como uma praga.

Amanda respirou fundo. Os olhos quentes, mas calmos.

— Hoje, ele morreu.

Longo silêncio. Depois, ele se deitou, de costas. Ela deitou também, de lado, olhando o teto. Nenhum toque. Nenhum avanço. Só dois corpos dividindo uma cama que não aconteceu. Como da primeira vez.

Talvez fosse mesmo o fim. Mas um fim silencioso. Sem gozo. Sem dor física. Só o luto de tudo o que poderia ter sido — e não foi.

Amanda respirou fundo. A luz fraca da luminária tremia, refletindo nas paredes como se também ela estivesse exausta. Cadu continuava deitado, de olhos fechados, sem tocar nela. E foi nesse espaço vazio, entre os dois, que Amanda encontrou coragem para falar.

— Cadu… — ela começou, a voz rouca, quase quebrada. — Eu não sei mais quem eu sou.

Ele não respondeu. Mas também não virou o rosto. Era tudo o que ela precisava.

— Durante muito tempo, eu achei que tinha perdido algo. Que o que a gente viveu naqueles corredores, naquela sala… era o começo de uma história que nunca foi escrita. E eu fiquei anos me perguntando como teria sido. Quem eu teria sido se tivesse ido até o fim com você.

Ela se sentou devagar, puxando o lençol para cobrir as pernas, como se quisesse esconder a própria nudez emocional.

— Só que, quando te vi de novo, tudo parecia vivo. O desejo, a lembrança, a fantasia… Mas agora eu percebo que talvez você nunca tenha sido um “começo”, Cadu. Talvez você tenha sido só… o que sobrou da parte de mim que ficou perdida.

Ela olhou para ele. Os olhos ainda fechados, mas o maxilar tenso denunciava que ele estava ouvindo tudo.

— Eu me masturbei pensando em você. Achei que isso fosse amor. Mas depois chorei, sozinha, sentindo o cheiro do Matheus. Não porque ele fosse melhor. Mas porque, no fundo, eu ainda estava procurando por mim… E a verdade? Nem com você, nem com ele, eu me encontrei.

Agora havia lágrimas descendo. Mas não eram desesperadas. Eram calmas. Límpidas. Como uma liberação.

— Eu queria que isso aqui curasse algo. Que me desse uma resposta. Mas tudo o que encontrei foi mais silêncio. E, por mais doloroso que seja… esse silêncio me respondeu. Não é aqui. Não é mais aqui.

Ela se levantou. Foi até a sala, pegou a bolsa. No corredor, parou. Voltou os olhos para o quarto, onde Cadu continuava deitado, imóvel.

— Me perdoa. Por ter feito você reviver isso. Por ter me usado de novo. E… obrigada. Por ter me mostrado que o que me faltava não era você. Era o fim.

Abriu a porta devagar. O corredor estava escuro. E a madrugada, lá fora, mais silenciosa do que nunca.

Amanda saiu. E não olhou para trás.

...

Matheus não soltou a mão dela. Amanda também não puxou.

A varanda, aquela caixa suspensa sobre a cidade, virou tribunal silencioso. Tudo ali tinha peso de sentença. O gesto dele. O olhar dela. A ausência de lágrimas. O cansaço. A noite.

Ela ainda segurava o casaco como uma armadura. Não sabia se queria ficar ou sair correndo. O corpo inteiro doía, mas era uma dor invisível — feita de escolhas e abismos.

Matheus a puxou levemente pela mão. Não com desejo. Com luto.

Voltaram para o quarto. Como quem volta de um velório. Lentamente. Em silêncio.

Ela tirou o casaco, dobrou com cuidado, como se o pano carregasse as últimas memórias de um tempo que não voltaria. Matheus se sentou na beira da cama. Não disse nada. Não sabia mais se era o homem da vida dela ou só o último a tentar segurá-la.

Amanda ficou de pé por um instante. Olhou o quarto como se já não fosse mais dela. As paredes, os quadros, a cama desfeita… Tudo parecia distante, como a casa de infância de alguém que a gente visitou só nos sonhos.

Sentou ao lado dele. Sentiu o calor do corpo dele e se lembrou de quantas noites foram salvas só por estarem ali, juntos.

— Você me odeia? — ela perguntou, encarando os próprios joelhos.

Matheus demorou para responder. Quando respondeu, a voz veio quebrada.

— Não. Mas eu tô me perguntando se ainda sei amar você do jeito que você precisa.

Ela mordeu o lábio. Baixou os olhos.

— Eu também me pergunto se ainda sei ser amada.

O silêncio voltou. Só que agora era um silêncio de fim de festa. O tipo que vem depois que a música acaba e as luzes acendem.

Matheus deitou, puxou o lençol até a cintura. Amanda hesitou, depois deitou também. Ficaram lado a lado, os corpos próximos, mas não colados. Ela de costas. Ele olhando o teto. A cama parecia maior do que nunca.

Ela fechou os olhos. Quis dormir. Quis desaparecer. Quis voltar no tempo.

— A gente se perdeu, né? — ela murmurou.

— A gente se escondeu — ele respondeu. — Atrás da dor, da rotina, das certezas que já não existem.

Amanda virou o rosto devagar. Não pra ele. Pro lado. Pro nada.

— Então me diz… o que a gente faz agora?

Matheus respirou fundo. A respiração pesada de quem vai dizer uma verdade que não quer dizer.

— Agora… a gente sobrevive à ausência. Um do outro.

O quarto ficou pequeno. E ao mesmo tempo, enorme.

Amanda fechou os olhos. O peito doía. A garganta queimava. Mas não havia mais o que chorar. Só restava dormir. Ou tentar.

Matheus apagou o abajur.

E a última coisa que Amanda viu foi a sombra dele se dissolvendo na escuridão.

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Comentários

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Ahhh, esqueci de falar o mais importante. Essa falácia de usar a palavra "amor" continua enganando muita gente. Misturam "paixão" (temporária) com gostar muito. Não chega a ser amor. Amor, não pode ser condicional. Se impor condições para existir, não é amor. Matheus parecia amar a Amanda, até quando se sentiu deferido, e o "pretenso amor", ferido de morte pela insensibilidade voraz e meio egoísta da Amanda, murchou. Ele continuou a gostar muito dela, mas, "amor" já não havia. Acho que a maioria ainda acredita em "amor", e por isso, se enganam tanto. Poucos amam sem impor condições. Essa é a verdade.

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Jô Pedro - Cheguei ao final, e contrariando o que muitos acharam, eu achei muito dignos todos, no final. Sendo uma história criada, eu achei que você escolheu a via mais realista, e mais humana. Cadu maduro e experiente, entendeu, ficou puto, mas assimilou. Amanda, precisava passar por isso, para sentir e entender o que estava errado nela, e com o tempo, talvez se recupere. Matheus, também foi destroçado, mas amadureceu da pior forma, aprendeu que ninguém é mais importante do que a própria dignidade. Ele precisava dessa lição. Vai se tornar mais seguro e está preparado para se refazer. Quem não entendeu isso na sua história, não entendeu mesmo o seu desfecho. O que virá pode ser tudo ou pode ser nada. Cada um teve o aprendizado que merecia. Tirando seu texto muito bom, e a construção muito elaborada de cada "embate" psicológico, recomendo (na minha opinião) três coisas muito importantes. 1. Conto erótico tem que ter erotismo o tempo todo, não é sexo, é erotismo, roupas, olhares, fantasias, desejo, frisson, pensamentos libidinosos, fetiche, emoção. Seu conto demorou muito para começar a trazer esse tipo de elemento e quando apareceram o drama já estava muito grande. Broxante. 2. Excesso de drama traz um peso, uma nuvem, que acaba se tornando um fantasma. Não se deve prolongar tanto, chegou uma hora que me cansou, tinha que ter um "virada", achei excessivo a exacerbação do sofrimentos deles. 3. Seu texto é realmente dos melhores do site, mas essas figuras poéticas comparativas "como se fosse um trovão sem ruído", ou "como se fosse um vulcão em erupção para dentro", ou "como isso", ou "como aquilo", funciona bem mas não na quantidade em que você utilizou. Se for seu estilo, examine o excesso. Chegou uma hora que tinha três num mesmo bloco ou mesma sentença de três parágrafos, e no final nem fazia tanto sentido objetivo, deixava vaga sua conotação. Desculpe minha sinceridade, eu falo o que sinto e penso, pois vi um escritor pronto, competente, experiente, e talvez poucos tenham a coragem de lhe dizer isso, com medo de parecerem pedantes ou soberbos. Eu gostei do seu jeito de escrever e contar. E sei que suas histórias vão somar aqui no site. Parabéns. No fim eu fiquei satisfeito com esse fecho.

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Caro Jo Pedro, maratonei a sua história nas últimas horas e posso te dizer que gostei muito. Os personagens são bastante densos e proporcionam uma leitura instigante.

Parabens pela escrita.

Só acho que a história ainda não terminou …

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E quanto ao final específico da Amanda, o castigo não foi suave, ela ficou sem o amante, sem o suporte do homem que a amava com uma devoção fora do comum e sem as respostas que tanto a angustiavam em relação a sua auto imagem, ou seja um vazio existencial, que para uma personagem com a personalidade da Amanda é um castigo a dar de metro.

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Ela ficou na mesma...

Continuou não avançando com o professor e ainda, provavelmente, perdeu o marido. De fato ela voltou a situação que estava na época da faculdade. Como tivesse se congelado no tempo sem avançar.

A personagem não evoluiu...

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Para mim o final ficou com uma mensagem bem forte, "O que nunca deveria ter começado, não merece ser terminado."

O casal Amanda e Matheus nunca daria certo, mesmo se houvesse amor de ambas as partes , a Amanda é uma mulher tóxica, cheia de conflitos internos e instabilidades emocionais; o Matheus é um ser humano da melhor qualidade, mas sua principal virtude, é ao mesmo tempo seu derradeiro defeito, que o impede de se impor, ele sempre deixou a Amanda na zona de conforto, imersa em suas ansiedades, em busca dos motivos de não se sentir satisfeita com sua auto imagem.

Ele parecia um cachorrinho trancado num apartamento, sem água e comida, devido a um eventual esquecimento do dono, mas quando o dono chega, faz festa em triplo, alheio de que os reais motivos de seu sofrimento, foram cometidos por seu próprio dono, não por falta de amor, mas falta de responsabilidade. Matheus que se colocou na situação na qual ele ficou na relação, e a Amanda se aproveitou explicitamente, sem a menor empatia.

Bastava ele dizer desde do início, que ele não era o dono da Amanda, não poderia proibi-la de fazer nada, mas que ele também não pertencia a ela, que ela não poderia obrigá-lo a aceitar aquilo que não fosse saudável para ele mesmo, mas que se ela estivesse pronta para assumir as consequências de suas escolhas, que fosse em frente.

Não acredito que a Amanda se sensibilizasse com este posicionamento, mas pelo menos serviria para o Matheus ter ideia da importância que a Amanda dava para o casamento.

Bom, deu para perceber que eu gostei muito de tudo, saiu do óbvio, me faz pensar, até agora, em como ficaria a relação de um casal que tenha passado por uma situação tão intensamente inapropriada quanto a que este casal passou, confesso que minha imaginação é insuficiente, pois foi muito tenso, a aflição no qual os protagonistas foram expostos deixam sequelas, que eu posso imaginar, mas não consigo ordena-las

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Jô Pedro, você é um dos autores mais incríveis dessa casa. Parabéns pelo belíssimo conto e a forma que escreveu.

Concordo que o final não ficou legal, mas quem comanda a história é o autor.

Poderia publicar aqui o segundo final? Kkkk

O primeiro está parecendo o final que a Amanda teve com Cadu na época da faculdade. Kkkk

Virei seu fã.

Abraços

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Eu não sei...

Talvez eu tenha criado muita expectativa, mas... eu não gostei do final.

A qualidade do texto é inegável, mas o final ficou sem uma conclusão. Ao invés dele dar uma solução a todos os envolvidos, só abriu outras possibilidades.

Depois da Amanda ter feito o que fez com o Matheus, literalmente abusando do sentimento dele, indo até o Cadu e não tendo feito nada também... Sinceramente? Para mim, ela é a maior vilã dessa história. Acabo tendo que concordar com o Cadu quando diz que ela é uma grande egoísta, e digo mais, egocêntrica e narcisista também. Mulherzinha deplorável...

Eu... Sei lá! Só não gostei.

Mas parabéns de qualquer forma. Você escre espetacularmente bem.

Merece muito as estrelas que te dou.

Beijão.

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Como eu já havia dito anteriormente, este conto é uma "Ode ao Diferente".

Às vezes eu me sentia dentro de um filme Noir, com o herói virtuoso, inteligente, mas manipulável, devido sua índole altruísta, apaixonado por uma mulher belíssima, sedutora, pragmática, mas com uma sinceridade deturpada e caráter ambíguo que por sua vez se envolve com o anti herói, sedutor, mau caráter, canastrão e presunçoso, tudo isso com diálogos densos, melancólicos e até ultrajantes em certos momentos, descrevendo uma cidade pulsante mas alheia a todos os dramas vividos pelos personagens. Claro que tudo isso com uma linguagem contemporânea, muito bacana.

Quanto ao final eu achei bastante coerente, talvez por se tratar de um site erótico, tenha realmente faltado alguma coisa mais explicita, mas nada que tenha comprometido a estória, até mesmo porque ficou um gosto extremamente amargo na boca da Amanda e do Matheus por terem perdido um amor que parecia sólido... por nada, ou melhor, por causa de um fantasma do passado.

Este conto me deixou duas lições muito importantes:

Não devemos ser resilientes quando não houver respeito, devemos sempre priorizar o amor próprio, caso contrário, nos deixamos ser desrespeitados e o amor por mais forte que seja, não sobrevive ao desrespeito.

Não devemos buscar o autoconhecimento naquilo que nós deixamos de viver e sim buscar o autoconhecimento em nossas próprias experiências vividas, pois sentir saudades de tudo que nunca viveu é o cúmulo da ansiedade .

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E aí Jô Pedro. Confesso que este foi um dos contos mais impactantes que já li. Comecei e ler o 1° capítulo e não consegui mais parar. O final ficou com gosto de quero mais. Que tal um epílogo?

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Um epílogo narrando a situação dos personagens um ano depois de tudo isso, seria interessante pra fechar o conto hein....

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Jo Pedro, leva em consideração essa possibilidade, seria além de interessante, elucidador.

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Estou lendo cada comentário com o coração aberto — em cada conto, em cada capítulo. Foi uma jornada maravilhosa... e desafiadora. Não sei se todos que comentaram vão chegar até este meu agradecimento, mas mesmo assim, aqui está.

Eu tentei dar o meu melhor. Sei que, no fim das contas, talvez a versão final não tenha sido tão erótica quanto alguns esperavam — especialmente depois dos primeiros contos. Em algum momento, confesso, comecei a ajustar o tom, a suavizar certas cenas, principalmente com o Matheus. Talvez por medo de errar, talvez por querer encontrar um meio-termo.

Mas ao ler vocês, fui ganhando novas perspectivas. Vocês me fizeram pensar, repensar, sentir. Cada comentário me alimentava e me fazia refletir: "E se eu seguir por aqui? Será que eles vão sentir junto comigo?"

Finalizo essa história com gratidão. E com a cabeça fervendo de ideias. Volto em breve. Com mais histórias. Com mais dúvidas. Com mais intensidade.

Obrigado por lerem. Obrigado por sentirem. Até já. 💬✨

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Caro Jô seu conto foi sensacional cara! Aguardamos seu retorno!

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Resumindo geral, esse é um dos piores conto que veio parar aqui, na casa muito bobo sem pé e nem cabeça.....?

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Discordo, por mais que não seja um conto tão erotizado não podemos negar que é um ótimo conto.

Colocar ele no mesmo patamar de dezenas de contos ridiculos que temos no site é ser muito injusto.

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Se você leu até o último capítulo, acredito que você não tenha achado o conto ruim.

Talvez se decepcionou com o final, que de fato ficou bem aquém do que poderia.

Mas foi um bom conto.

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Meu caro, "OsórioHorse" talvez vc tenha razão, com as meus comentários por isso eu estou retirando minhas palavras....?

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Piores ? Tá doído! Meu caro você não gostar da história é um direito seu agora dizer que um conto complexo e bem construído é um dos piores 😂😂😂? Fala sério! Você certamente não leu tantos contos sem sentido que tem aqui .

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E você leu até o último capítulo para simplesmente chegar aqui e clicar um excelente conto. Sabe de uma coisa? Não é 0 não é o conto que é ruim , é seu gosto por contos feitos de qualquer jeito( cheio de erros, história que não tem enredo , é só sexo e nada mais ) enfim essa história aqui é para pessoas inteligentes que sabem apreciar uma história mesmo que ela não tenha muito sexo mas a trama compensa tudo.

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Meus parabéns pelo seu conto.

Sua habilidade de demosntar sentimentos de fato e uma das melhores do site.

Na minha opinião, você perdeu a oportunidade de criar o capítulo mais doloroso e pesado desse site, apostei alto que você escreveria o sexo entre Amanda e Cadu e ao mesmo tempo a dor de Matheus sozinho. Isso seria algo épico, ainda mais com o seu talento.

O final, ficou agridoce, meio que em aberto.

Uma segunda temporada, sem um amante pra rivalizar, somente considerando a reconstrução do casal ? Poderia ser feito, mas não acho que traria o mesmo peso caso ela realmente tivesse ido pra cama com Cadu e percebido ali que não era aquilo que ela queria. E se o casal se juntar, aos olhos de Matheus, ele nunca vai acreditar se Cadu morreu e principalmente, se a jovem Amanda morreu de vez.

E aos olhos de Amanda, ficou claro que o que ela quer, ou acha que precisa, não está nem em Cadu e nem no Matheus, se é que esse algo exista no mundo. Se ela tem a necessidade de ser desejada, a vida liberal poderia ser uma boa ora ela, mas com.Matheus depois disso tudo é impossível.

O melhor para Matheus é seguir em frente mesmo, por mais que isso possa doer, ninguém é insubstituível.

Espero que você tenha um próximo conto engatilhado, falta talentos como o seu no site.

Meus parabéns, nota mil !

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Preciso admitir: existem duas versões dessa história — e esta é, sem dúvidas, a menos erótica. Desde o momento em que publiquei o Capítulo VII, algo em mim mudou. Revi cenas, reli diálogos, mergulhei nos comentários de vocês… e, de certa forma, acabei amenizando a trajetória do Matheus. Ou talvez tenha tornado tudo ainda mais difícil para ele. Vai saber.

No fim das contas, não consegui encontrar o tom certo que me deixasse plenamente satisfeito com Amanda e Cadu transando. A construção entre eles foi tomando um rumo diferente, mais melancólico, mais silencioso... como se o próprio clima dissesse: “Não agora.”

Prometo que os próximos virão com mais intensidade — e sim, mais erotismo. Alguns já estão em construção, inclusive um que é o meu verdadeiro xodó. Espero que vocês gostem tanto quanto eu estou gostando de escrevê-lo.

Obrigado por estarem comigo até aqui. 💭🔥

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Você conseguiu descrever bem os sentimentos e isso vale bem mais do que a simples descrição erótica.

Nesse tipo de conto, a dor do marido sempre é levada em consideração é o ponto principal, por mais que a galera fique contra, pode ter certeza que eles vão acompanhar tudinho.

A questão de derrubar o personagem até o fundo do poço é depois reconstrui-lo de forma a tornar ele mais Maduro até ser uma nova pessoa, também é muito interessante.

Apesar de ser um site de conto eroticos, aqui tem cada conto que daria pra ser publicado tranquilamente kkkkkkk

Parabéns novamente.

Estou no aguardo dos próximos.

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O cara pálida se explica aí porque eu não entendi a frase "a gente sobrevive a ausência..um do outro".Tem mais de um significado isso,podem continuar juntos tentando algo,ou podem cada um ir para um lado diferente.Certo mesmo é que o casal se perdeu na história, ela nunca amou ele,e ele talvez amando ela não conseguiu expressar esse amor.Parabens pela narrativa,algo inovador por aqui,pois só postam contos de corno,humilhação,rejeição,traição, vingança.Uma dica....tenta uma segunda temporada explorando este casal passando pela vida individualmente,e talvez no futuro possam sr alinhar. Pensa aí.....

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Uma segunda temporada juntando os cacos seria interessante de ver talvez eles possam se reencontrar no futuro seria legal.

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Realmente essa frase tem vários siguinificados.

Mas pela construção do personagem Matheus e por conta de no último capítulo ele ter dito no final algo mais ou menos assim "melhor você ir atrás do que você quer pois isso não está mais aqui".

Matheus meio que terminou a relação, ele no último sexo percebeu que Amanda não estava mais sintonizada com ele e Amanda percebeu isso também.

Porém, é importante dizer que, paixão avassaladora é diferente de amor. Matheus amou Amanda, ela não o amou.

O que ficou em aberto é, se ela percebeu ou conseguiu diferenciar desejo/paixão de amor.

O que Cado tinha por ela era desejo, paixão,vontade. O.que Matheus tinha por ela era amor, carinho, cuidado.

O que ela tinha pelos dois ? Isso ficou em aberto.

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Como uma ex me falava é 8 ou 80, estamos juntos ou não estamos. Ela fez as escolhas dela e depois que me casei me mandou mensagem dizendo "ERAMOS FELIZES E EU NAO SABIA"

Mesma coisa no conto, Amanda fez suas escolhas e só percebeu a merda que fez tarde demais.

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Exatamente.

Ela percebeu que mão era mais aquela jovenzinha da faculdade que o tempo passou e as coisas mudaram.

Só que pra isso acontecer, ela machucou alguém

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Amanda foi procurar o que não guardou e na ânsia de querer reviver o passado perdeu o presente e talvez o futuro. Mesmo que eles reatem o casamento, sempre vão ficar a sombra do Edu .

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A maneira como foi escrita foi simplesmente sensacional, nos trasportou para dentro do conto fazendo a emoção transbordar, parabéns.

Agora, que geração nutela do cacete, uma mulher querendo voltar a viver a vida de uma menina mimada e egoísta que se sentia a rainha da cocada e não é capaz de compreender que a vida é feita de escolhas e todas elas tem suas consequências e que as lições do passado nada mais são do que pontes para nos levar até onde chegamos.

Essa insegurança junto com imaturidade e egoísmo conseguiu abalar e machucar fortemente o emocional do Matheus, do Cadu e praticamente destruiu o seu casamento.

Agora resta eles se reinventarem ou irem cada um pro seu lado e pelo que o final deixou a entender é isso que vai acontecer infelizmente.

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Eu não conseguiria ler uma continuação onde a Amanda sai aí pelo mundo e fica com vários ou encontro alguém se torna uma liberal a carga emocional da dessa história foi muito grande.

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Eu acho que seria mais interessante uma 2 temporada mas não nos moldes que você descreveu,mas agora ela tentando colar o cacos desse relacionamento, tentando consertar algo que se perdeu por culpa dela e talvez até antes disso tudo o Matheus finalmente percebesse que não fazia mais sentido continuar com ela.

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Deixa minha mente descansar um pouco desse casal, mas quem sabe não voltamos com mais histórias deles?

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Não é o final que eu queria, mas foi um final decente para os personagens.

É realmente queria que a Amanda percebesse que aquilo era uma tolice e continuasse com o Mateus.

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Confesso que esperava isso também!

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Traições
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