Capítulo 3 – As Confissões na Mesa do Bar
A conversa fluiu com uma leveza inesperada. Apesar da pouca idade e da timidez evidente, Laura era simpática, educada e surpreendentemente articulada. Havia uma doçura quase desajeitada nas palavras dela, como se cada frase fosse uma tentativa ensaiada de entender o próprio lugar no mundo.
A conversa seguiu sem pressa, sem roteiro, como costuma acontecer quando se encontram uma jovem curiosa e um homem que já cansou de ter pressa. Os anos ensinaram-me a apreciar os pequenos detalhes: o modo como ela brincava com o canudo da bebida, a maneira distraída com que mordia o canto da boca enquanto pensava no que dizer. Havia um prazer silencioso em simplesmente estar ali, acompanhando aquela beldade-ninfa, rindo das próprias inseguranças, consciente de que ela ainda não fazia ideia do poder de sedução que carregava. Um poder que, no dia em que decidir usar, terá qualquer homem nas mãos.
Falamos de assuntos triviais, gostos pessoais. Contei um pouco da minha rotina, das cidades que conheci, dos bares escondidos pelo mundo que ela ainda sonhava visitar. Diverti-me brincando de impressioná-la com os poucos livros que li, mas que, para os olhos dela, soavam como uma biblioteca inteira.
Laura parecia se abrir como quem experimenta um novo mundo através dos meus relatos. Ria com mais facilidade, alongava-se nas opiniões, gesticulava com entusiasmo, como se, a cada frase, fosse ganhando território na própria história.
A segunda taça de vinho trouxe ainda mais coragem às palavras dela. Aproveitei a brecha para conduzir a conversa ao terreno que mais me interessava: aquele espaço nebuloso, sutilmente indecente, onde as palavras começam a carregar mais de um sentido.
Logo, estávamos falando de desejo, de vontades inconfessas. Ou melhor: eu falava das minhas vivências, luxúrias, quedas e pequenas perversões. O rosto de Laura era um espetáculo à parte: uma mistura fascinante de fascínio e desejo, provocada por tudo aquilo que ela nunca sentira. De forma consciente e calculada, eu sabia exatamente o que estava fazendo: provocando a imaginação dela, plantando imagens, conduzindo-a em silêncio.
O ambiente conspirava a favor: estávamos num canto mais reservado do bar, com pouca iluminação, mesas afastadas e o som ambiente encobrindo com folga qualquer conversa mais ousada. Era como se o mundo lá fora estivesse suspenso, e só nós dois existíssemos naquela bolha de tensão crescente.
Em dado momento, ela quis saber o que, afinal, um homem como eu estava fazendo ali, naquela noite, sentado com ela, em um bar pequeno de Botafogo. A pergunta veio com a sinceridade de quem ainda não compreende o próprio poder.
Olhei nos olhos dela, aproximei-me lentamente, sentindo a respiração dela acelerar. Os olhos arregalados, depois cerrados, os lábios entreabertos, esperando por um beijo que não veio. Passei de leve a barba pelo rosto dela, num gesto calculado, até alcançar o ouvido delicado e sussurrar, com toda intenção:
"Precisava descobrir se o cheiro e o gosto da sua pele são tão inebriantes quanto o seu corpo e o seu rosto nas fotos de perfil."
Laura estremeceu. Manteve-se imóvel, como quem luta contra o próprio instinto. Testei sua força de vontade, deslizando a mão por suas coxas, por baixo do vestido. A pele dela arrepiou-se de imediato, e dos lábios escapou um suspiro misturado com um gemido contido.
Continuei sussurrando, tocando de leve a orelha dela com os meus lábios:
"O cheiro da sua pele é ainda mais provocante do que imaginei. Aposto que fica ainda mais intenso quando estiver tomada de desejo... exalando tesão... o corpo quente, molhado de suor, me cavalgando com vontade."
Laura soltou um novo gemido, mais audível, como quem sente o impacto de cada palavra no próprio corpo. Então, com uma súbita urgência, agarrou minha camisa e foi ela quem me beijou. Um beijo sôfrego, carregado de sede e de fome contida. Beijou-me como quem precisava daquilo para respirar.
O beijo parecia interminável, até que, num rompante, ela interrompeu. Olhou-me intensamente, com os olhos brilhando e as bochechas coradas, e perguntou com a voz baixa, trêmula, entrecortada pela respiração ofegante:
"O que você mais gostaria de fazer comigo?"
Segurei o rosto dela entre as mãos, beijei-a de novo, com mais força, e entre um beijo e outro, deixei escapar, com todas as palavras, sem filtros, como se cada sílaba fosse mais uma provocação:
"Quero gozar fundo dentro de você. Quero cravar meu sexo duro dentro da sua carne quente, empurrar até o limite, fazer você sentir a cabeça roçando no fundo, lá onde só um homem decidido chega. Quero que você sinta cada estocada, cada centímetro, até eu me perder dentro de você e despejar toda minha porra dentro de você."
Laura soltou outro gemido mal contido, um som grave, abafado, como quem sente em cada fibra do corpo o impacto de cada palavra. As mãos dela agarraram com mais força minha camisa, os quadris já começavam a buscar, mesmo involuntariamente, o contato que faltava. Por um instante, ficamos ali, respirando juntos, enquanto ela, de olhos semicerrados, lutava contra o próprio desejo que, naquela altura, já era quase incontrolável. Minhas palavras, cruas e diretas, tinham plantado nela a imagem que eu queria: o meu pau duro entrando fundo, encostando no limite do seu corpo, roçando no útero, invadindo cada espaço que ela nem sabia ter. Eu queria que ela sentisse a cena antes mesmo de acontecer, que imaginasse o calor, o peso, o atrito. Queria que ela soubesse que não haveria nada contido, que, no final, seria a minha porra preenchendo tudo nela, sem reservas, sem hesitação. E Laura... Laura parecia pronta para aceitar cada segundo desse desejo.
Mais uma verdade exagerada do Farsante Sincero.
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