Luisa 8

Um conto erótico de Fiapo
Categoria: Heterossexual
Contém 470 palavras
Data: 19/06/2025 16:22:31

Capítulo 8 – Testes de Reflexo

O verdadeiro poder se prova quando é colocado em espera.

Era domingo de manhã quando o celular de Luísa vibrou. Uma mensagem discreta, sem emojis, sem insistência. Só texto puro, como uma súplica que não queria parecer frágil demais.

Henrique – 10:08

“Você pode tirar o cinto hoje? Pelo menos por algumas horas?”

Luísa olhou a mensagem por alguns segundos sem responder. Depois, lentamente, digitou:

Luísa – 10:11

“Não. Só depois do casamento. Até lá, você observa, aprende... e se prepara para merecer.”

Silêncio do outro lado. Ela sabia que a resposta doía — não pelo objeto em si, mas pelo que ele simbolizava. A espera. A entrega. A falta de controle.

Luísa fechou o celular e se levantou.

Era dia de conhecer os pais dele.

A casa de Henrique era organizada, silenciosa, com móveis tradicionais e almofadas perfeitamente alinhadas. A mãe o abraçou na porta com um carinho que misturava zelo e expectativa. Quando Luísa chegou, foi recebida com sorrisos calculados, olhares curiosos e um aperto de mão firme da irmã dele, Laura — um pouco mais velha, olhar clínico.

Henrique, visivelmente nervoso, fez as apresentações.

— Essa é a Luísa.

A mãe dela a olhou de cima a baixo. Um segundo a mais de silêncio. Depois, um sorriso.

— Já ouvi muito sobre você — disse, sentando-se à mesa. — Se meu filho escolheu te trazer aqui, espero que esteja levando isso a sério.

Luísa não se intimidou.

— Ele está. Ou melhor... está aprendendo a levar.

O pai de Henrique soltou um risinho discreto por trás da xícara de café.

Durante o almoço, conversaram sobre trivialidades. Mas os gestos diziam mais. Henrique evitava cruzar o olhar com Luísa por muito tempo. Sabia o que vestia por baixo da roupa — e o que isso representava. E cada vez que ela tocava o garfo ou ajustava o cabelo, ele parecia respirar mais curto.

A irmã dele notou. Observava tudo com olhos atentos, mas não dizia nada.

Ao fim da refeição, Luísa tomou a iniciativa:

— Eu gostaria de propor um almoço entre as nossas famílias. Aqui ou lá em casa. Para alinharmos expectativas.

A mãe de Henrique franziu a testa, surpresa.

— Expectativas?

— Sim. Se vamos seguir com isso, é melhor que todos saibam o que cada um espera do outro. Afinal... compromisso não se constrói apenas com carinho. Mas com clareza.

A mãe olhou para o filho. Depois, voltou o olhar para Luísa. E assentiu.

— Muito bem. Me avise quando.

No carro, na volta, Henrique estava em silêncio. As mãos entrelaçadas no colo.

— Você sempre vai me testar assim? — murmurou.

Luísa olhou pela janela. Depois respondeu:

— Não. Só até você parar de duvidar de si mesmo. E começar a me enxergar não como prêmio... mas como espelho.

Ele não respondeu.

Mas sorriu.

Porque, no fundo, sabia que aquela espera... estava o transformando.

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