(Um conto erótico único com Margarida, a mulher que o tempo só tornou mais desejável)
Foram 15 anos longe da Bahia, e tudo parecia ter mudado. As ruas, as pessoas, até o cheiro da cidade. Mas algo em Leonardo se manteve igual: a lembrança da professora Margarida. Aos 15, ele mal entendia o porquê de seu coração disparar nas aulas de Literatura. Agora, aos 36, entendia muito bem.
Era uma tarde quente quando a viu no saguão de uma biblioteca municipal em Ilhéus. Ela estava folheando um livro antigo, sentada sozinha, com os óculos na ponta do nariz e os cabelos brancos puxados num coque elegante. O rosto tinha marcas do tempo, mas os olhos… os olhos ainda eram dela. Inteligentes, sedutores, profundos.
Leonardo se aproximou com o coração acelerado.
— Professora Margarida?
Ela olhou com surpresa, depois com um sorriso calmo.
— Leonardo… menino, você virou um homem.
— E a senhora continua linda — ele respondeu, direto.
Ela riu, ajeitando os óculos.
— 65 anos, dores no joelho, e um elogio desses? Vai querer nota ou beijo?
Leonardo sentiu o fogo reacender. Conversaram por horas, como velhos amigos que não perderam o fio. Ao fim, ela o convidou para um café em sua casa — uma casa simples, de varanda florida, cheia de livros e cheiros de chá e saudade.
— Senta aí, vou pôr uma música — disse ela, escolhendo um vinil antigo de Elis Regina.
Enquanto tocava “Atrás da Porta”, ela voltou com duas taças de vinho. Sentaram próximos, o silêncio carregado de algo que nenhum dos dois fingia mais não sentir.
— Sabe, Margarida… você foi minha primeira paixão. E até hoje, nunca passou.
Ela olhou fundo, o rosto corando sutilmente.
— Eu percebia… mas você era um menino. E eu, uma mulher casada. Agora…
Ela tocou seu rosto, com dedos quentes e firmes. O beijo veio lento, depois intenso, com mais entrega do que pressa. Margarida tirou os óculos, e depois os próprios sapatos. Levantou-se e caminhou até o quarto, chamando-o com um olhar.
Ali, sob a luz morna do abajur, Margarida se despiu lentamente. A pele marcada, os seios naturais e cheios, o ventre maduro. Leonardo a olhava como quem vê um milagre.
— Nunca desejei tanto alguém — ele disse, a voz rouca.
Ela o puxou pela camisa.
— Então me prova. Sem pressa. Como um homem que sabe esperar.
Ele a beijou do pescoço até os seios, passando a língua com adoração. Beijou sua barriga, suas coxas, enquanto ela segurava em seus cabelos e gemia seu nome com a boca entreaberta. Margarida ainda sabia guiar. Com toques firmes, indicava o ritmo, o lugar certo.
Quando ele a penetrou, ela soltou um suspiro profundo, o corpo se entregando inteiro. Cavalgaram o tempo um no outro. Lentamente. Profundamente. Leonardo a envolvia como se quisesse protegê-la de tudo, inclusive do próprio passado.
Ela virou de bruços, e ele a segurou pela cintura, penetrando-a com mais intensidade. Os gemidos baixos, abafados no travesseiro. O tempo não diminuiu o fogo — só o lapidou. Era mais do que sexo. Era uma dívida do destino sendo paga.
Horas depois, deitada nua ao lado dele, com os cabelos soltos e um sorriso de satisfação, Margarida sussurrou:
— E agora? Vai me chamar de quê?
Leonardo sorriu, ainda ofegante.
— Ainda prefiro te chamar de… professora.
Ela riu.
— Então senta aqui, que a aula ainda não acabou...