Olá, leitores. Meu nome é Carlos. Sou um professor universitário de 53 anos, meio barrigudinho e calvo. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas e, quem sabe, conquistar o coração de alguma(s) dela(s) para formar um harém com várias esposas (um objetivo de vida bem fácil, eu sei...). Quem puder ler os primeiros capítulos, só procurar a série.
No mesmo em que esta história se passa, eu ainda era casado com a Odete, uma das maiores pegadoras que conheci. Tínhamos um relacionamento liberal e aberto: cada um pode transar com quem quiser à vontade. Desde que o outro não flagre! Mas isso estava perto de mudar.
No conto passado, após uma sessão de pegação no cinema com a Eliana, eu tive um encontro com a minha amiga Jéssica. Conversamos sobre os problemas dela e eu decidi revelar para ela a grande resolução que estava criando coragem de ter.
Eu disse o que estava entalado na minha garganta há meses, talvez anos.
— Estou cansado, Jéssica. Cansado dessa mentira que é o meu casamento. Veja bem. Eu amo a Odete. Mas eu a amo como uma amiga. Ela não é a minha esposa, é uma das minhas melhores amigas.
— Carlos, você...
— Eu não aguento mais essa mentira. Sempre tive medo desse dia chegar porque não queria magoar ela, porque não queria deixar ela desamparada. Mas eu preciso seguir a minha vida também. Posso ajudar ela a seguir com a dela também. Mas eu cansei de fingir que somos um casal.
— Você está falando em...
— Sim, Jéssica. Eu vou me divorciar da Odete.
Ela respirou fundo de novo. O olhar dela se fixou em mim com intensidade, como se eu tivesse acabado de dizer que ia matar alguém.
— O quê?
— É isso mesmo. Já tem um tempo que venho pensando nisso, e agora eu estou decidido.
Ela encostou-se na cadeira. O silêncio durou o tempo exato entre o espanto e a indignação. Então falou, com a franqueza que sempre admirei nela:
— Você sempre soube o tipo de casamento que tinha com a Odete. Sempre. E agora, depois de quase trinta anos, você resolve simplesmente... descartar ela?
— Não é descartar, Jéssica. Não fala assim.
— Como você quer que eu fale, Carlos? Ela foi sua companheira a vida toda. Abriu mão de tudo por vocês. Por você. E agora você decide que não quer mais?
Suspirei, sentindo o peso da culpa pairando sobre minha nuca como uma mão invisível.
— Eu sei. E é justamente por isso que eu nunca levei isso adiante antes. Acredite, eu venho empurrando essa decisão há mais de dez anos. Não é fácil. Nunca foi.
— Mas por que agora? — ela rebateu, estreitando os olhos. — O que mudou, Carlos? Qual a urgência?
Fiquei em silêncio por um segundo. Meu olhar fugiu do dela. Eu precisava de um argumento forte — e verdadeiro —, mas que não revelasse o que não podia ser revelado. Nada sobre a Eliana. Nada sobre a Rebecca. Muito menos sobre o vazio que elas duas preencheram em mim.
— A Odete arrumou um emprego no mês passado. Um emprego bom. Está trabalhando como coordenadora administrativa num centro educacional. Tempo integral. Talvez você tenha notado que ela andava sumida... É por causa disso.
— Ela comentou. Já teve alguns casos lá.
— Ainda tem carinho, amizade. Não vou sair destruindo a vida dela. Pelo contrário. Vou garantir que ela fique bem. Que tenha um lar, um sustento, tudo que precisar. Mas eu... eu não consigo mais. Eu não sou mais feliz assim.
Ela me observou em silêncio, e eu conhecia aquele olhar. Não era julgamento, era análise. Jéssica pesava cada palavra, cada gesto, tentando entender se havia brechas, contradições.
— Carlos, você já pensou no impacto emocional disso pra ela? Ela viveu pra você. Se anulou por você. Você virou o centro da existência dela. Por escolha dela? Talvez. Mas você permitiu. E agora quer ir embora como se fosse a coisa mais natural do mundo?
— Claro que pensei. E ainda penso. Não estou dizendo que vai ser fácil. Nem pra ela, nem pra mim. Mas eu não estou falando em ir embora como um canalha. Quero fazer isso certo. Falar com calma. Ajudar no que for preciso. A vida não precisa acabar porque o casamento acabou.
Ela ainda parecia cética. Seus olhos se estreitaram levemente.
— E você jura que não tem outra mulher envolvida nisso?
Olhei diretamente nos olhos dela, firme.
— Jéssica, você me conhece.
Foi o máximo que pude dizer sem mentir para a minha melhor amiga. Ela baixou um pouco o olhar, pensativa.
— Eu não gosto disso, Carlos. Não gosto do jeito que isso me soa. Não gosto da ideia de ver a Odete passando por essa barra.
— Nem eu. Mas pior do que isso é continuar num casamento que não existe. Entenda, eu nunca liguei de todo mundo no prédio rir pelas minhas costas e me chamar de “corno manso”. Não é por isso que eu quero acabar. Quero acabar por liberdade. Para mim, para ela.
Ela balançou a cabeça lentamente. Parecia dividida entre o seu impulso natural de ser a favor de casamentos eternos, o instinto de proteger a amiga e a compreensão de que, talvez, eu estivesse certo.
— E você já pensou em simplesmente... continuar com ela? — disse, enfim, com a voz mais calma, mas firme. — Morando junto, mas em quartos separados? Como colegas de apartamento. Vocês já vivem quase assim mesmo, né?
— Não — respondi sem hesitar. — Isso só ia prolongar o que já está desfeito. Manter uma aparência de casamento quando já não existe relação. Não quero mais viver uma farsa.
Ela me olhou como se me desafiasse a sustentar aquelas palavras por mais de cinco segundos. Mas sustentei.
— Isso me soa como alguém que já tem outra pessoa em vista — disse ela, com os olhos estreitos. — Não tem outra mulher envolvida nessa história, Carlos?
— Não — respondi, rápido demais. Não era exatamente verdade, precisava corrigir isso com o mais próximo da verdade que não tivesse o nome “Eliana”. — Quer dizer... não diretamente. Eu não estou trocando a Odete por ninguém. Mas... é claro que eu ainda sonho em encontrar alguém. Eu não quero passar o resto da vida sozinho. Não sou feito pra isso. Quero amar de novo. Casar de novo, talvez.
Ela respirou fundo, claramente incomodada, e afastou um pouco a xícara. Aquilo doía nela. Jéssica podia ser durona, mas tinha um senso de lealdade tão arraigado que qualquer ideia de abandono a fazia ferver por dentro.
— Quem mais sabe disso? Você já falou com a Odete?
— Ainda não. Você é a primeira pessoa com quem eu falo isso em voz alta. Antes disso, era só pensamento. Reflexão. Mas agora virou decisão. E queria que você soubesse primeiro.
— Eu acho que você devia pensar melhor nisso. Com calma. Esse tipo de decisão muda tudo.
— Eu já pensei, Jéssica. Muito. Mais do que você imagina. E pra ser sincero, parte de mim acha que ela vai se sentir até aliviada. Livre. Porque vai poder dormir com quem quiser, quando quiser, sem ter que sentir nenhuma pontinha de remorso ou peso na consciência.
— Ela já podia, Carlos. Ela sempre pôde. Podia transar com todos, mas no fim do dia, voltava pra você. Era com você que ela dividia a casa, a rotina, a vida.
Eu ri, mas era um riso amargo, quase triste.
— Você sabia que nos últimos trinta anos eu passei mais noites dormindo sozinho ou com outras do que ao lado dela?
Ela se inclinou um pouco pra frente, os olhos faiscando. Aquela expressão que ela fazia quando ia dizer algo que achava importante demais pra suavizar:
— E você acha que isso é motivo pra romper tudo? Quantos casamentos longos não viram isso? Intimidade, Carlos, muda. O que antes era cama vira confiança. É isso que sustenta um casal com o tempo.
— E eu concordo. Mas precisa haver algo além da inércia, além do costume. E, no nosso caso, nem a intimidade virou confiança. A gente vive lado a lado, mas cada um com suas reservas, seus vazios.
Ela desviou o olhar, mordeu o lábio inferior e ficou ali, tentando digerir tudo. Parte de mim sabia que ela ia continuar lutando pela preservação do casamento. A Jéssica tinha esse senso de justiça visceral e era muito ligada a nós dois. E isso tornava tudo mais difícil. Ela soltou um suspiro longo, como se carregasse ali toda a frustração e empatia que sentia.
— Só me promete que vai falar com ela mais cuidado do que falou comigo. Ela merece isso. E mais.
— Prometo — respondi, sincero. — Não vou deixar nada pra depois.
Chamamos o garçom, e pedi a conta. Jéssica ainda estava chateada comigo, mas pelo menos estava aceitando mais a ideia. Eu acho.
— Ainda acho que você devia esperar mais um pouco. Mas... se for mesmo seguir com isso, pelo menos não deixa que ela descubra por terceiros. Nem por deduções.
— Nunca faria isso.
Pagamos em silêncio Quando levantamos, nos abraçamos brevemente. Um abraço sem palavras, apertado. Depois, seguimos para casa no mesmo carro em silêncio.
No caminho, decidido em falar com a Odete o quanto antes, ensaiei mentalmente tudo que ia dizer. Eu queria que fosse com respeito, com dignidade. A Odete merecia isso. Merecia saber que, apesar de tudo, eu me importava com ela. E ia estar lá, como amigo. Como apoio. Mas não mais como marido.
Assim que abri a porta do apartamento, fui surpreendido pelo som de rodinhas de mala arranhando o piso. Odete estava na sala, de costas, ajeitando uma bolsa sobre a mala já fechada.
— Odete?
Ela virou o rosto, os olhos iluminados de empolgação, e soltou um sorriso largo.
— Oi, amor! Tava terminando de arrumar tudo. Não repara na bagunça, viu?
Eu demorei a processar. Mala? Bolsa? A sala tava revirada, com roupas jogadas por cima do sofá e cosméticos espalhados pela mesa. Que bagunça era aquela? E a mala já tava fechada, com etiquetas e tudo.
— Você vai pra onde?
— São Luís a trabalho! Uma colega passou mal e eu fui chamada de última hora. Tô substituindo ela. Vou passar uma semana por lá.
— São Luís? Agora?
— Agora! O voo é em quatro horas. Mas relaxa, já tô com tudo pronto. Fiquei tão animada que nem quis te perturbar. Achei que você não ia se importar.
— Eu… não, claro, não me importo, mas...
— Ah, e olha só! Eu sei que você anda estressado, com a cabeça cheia. Mas vamos combinar uma coisa?
Ela se aproximou, encostando o dedo indicador no meu peito.
— Se você quiser dar umas saidinhas essa semana, pegar umas mulheres... faz isso. Sério. Aproveita. Faz bem. Faz tempo que você não goza direito, né? Que não se diverte. Eu também vou aproveitar por lá. Tem uma galerinha animada naquela equipe nova... já marcaram umas festas. E, olha, uma das minhas colegas disse que o hotel é famoso por encontros bem... liberais. Eu vou iniciar um ou dois dos mais certinhos na fina arte da orgia.
Definitivamente, não tinha muito clima para uma conversa sobre divórcio agora.
— Você não precisa que eu te le...
— Relaxa, Carlos. E o pessoal do trabalho pensa que sou solteira. É mais fácil de transar com geral assim. Se precisar de alguma coisa, me chama pelo WhatsApp. Se for urgente, me liga.
Ela falou isso rindo, pegando a mala com uma mão e a bolsa com a outra. Já estava na porta. E eu parado no meio da sala, tentando dizer algo, qualquer coisa, enquanto o tempo me empurrava pra trás.
— Boa-
— Boa viagem. Beijo!
Ela saiu como um vendaval. E ficou aquele cheiro do perfume dela no ar, misturado com o som da porta batendo.
Fiquei olhando pra porta fechada. O corredor silencioso do lado de fora. Eu ia dizer que queria o divórcio. Que tava decidido. Que não ia mais fingir. Que não dava mais.
Mas ela simplesmente... foi.
Suspirei. Encostei na parede da sala e escorreguei até sentar no chão. Tudo tinha sido mais rápido do que eu esperava. Mais leve também. Ao menos, ela tava feliz. Aquela vaga parecia fazer bem pra ela. E eu agora tinha uma semana. Uma semana inteira pra organizar meu coração e meu futuro. Pra tentar descobrir como falar para ela que acabou.
E, talvez, diferente do que a Jéssica pensava, ela ficasse ainda mais aliviada que eu.
Depois disso, a semana seguiu calma. Estava de férias da universidade. E assim foi até a tardinha da quinta. Eu e a Letícia caminhávamos juntos pra academia. Ela com aquele jeito leve e tagarela de sempre.
A luz do fim da tarde realçava os contornos do seu corpo jovem e já suado da Letícia, ainda mais destacado por aquele shortinho de lycra azul-bebê agarrado como uma segunda pele. A blusinha rosa clara deixava a barriga de fora e grudava nos seios médios com aquele sutiã esportivo por baixo.
Ela falava animada sobre as férias, como tinha tirado uma folga do estágio e passado uns dias quase que hibernando e como pretendia aproveitar para descansar ainda mais — se é que descanso cabia no vocabulário de alguém com aquela energia toda. Eu sorria, respondia, mas em pensamento só conseguia me impressionar com uma habilidade curiosa que a Letícia parecia dominar com maestria: o dom de fingir que o elefante na sala simplesmente não existia.
Ela tinha me visto aos beijos com Eliana no cinema há poucos dias. Altas pegações, beijos, mãos naquilo e aquilo na mão enquanto Godard passava para ninguém. Sobrou até para a própria Letícia, que deu seus beijos de língua na Eliana. Desde então, ela não tocou no assunto. Nem uma indireta, nem um olhar atravessado. Como se aquilo não tivesse acontecido. Um elefante rosa-choque dançando merengue na sala e ela não deu um pio! Uma parte de mim agradecia. A outra desconfiava do silêncio.
Chegamos à academia. O som abafado de música pop e o baque dos pesos preenchiam o ambiente climatizado. Bastou um passo dentro da sala principal para que eu as visse. As quatro reunidas próximo aos aparelhos: Jéssica, Lorena, Eliana e Sarah. Meus olhos correram direto pra Eliana, inevitável. A calça legging preta e brilhante subia pelas curvas do quadril largo, colando como tinta até a cintura fina. O top vermelho deixava os seios quase pulando pra fora. Aquela mulher era uma provocação viva. Ainda por cima com aquele sorriso contido, como se soubesse exatamente o efeito que causava em mim.
Jéssica, mesmo sendo minha melhor amiga, era impossível de ignorar. Usava um top verde-musgo e um shortinho preto que evidenciava suas coxas. Coxas essas definidas e torneadas com perfeição. Os seios médios firmavam-se contra o tecido. Nunca pensei nela dessa forma — e nem pensaria —, mas era inegável que a Jéssica era uma das únicas mulheres capazes de rivalizar com a beleza da Eliana e, ao mesmo tempo, ser tão diferente dela.
Do lado dela, Lorena usava um conjunto lilás, top com decote generoso e legging rasgada nos lados, revelando flashes da pele bronzeada e da coxa forte. Aquela mulher tinha uma energia sexual incontrolável, mesmo quando só tava amarrando o cadarço. O jeito como ela falava, se mexia, tudo nela aumentava o meu desejo de comer ela.
Sarah, como sempre, discreta. Cabelos presos num coque desleixado, pele levemente bronzeada, o top branco grudava nos peitos generosos dela, que pareciam respirar junto com o tecido. A calça colada mostrava bem menos do que se desejava, mas o pouco bastava. A sensualidade dela era mais sutil, mas não passava despercebida.
Cumprimentei primeiro a Jéssica, com um sorriso largo e fraterno:
— Jéssica, pronta pra mais um dia de sofrimento?
— Sempre — respondeu, sorrindo. — Mas pelo menos hoje tem plateia, né? — Ela lançou um olhar rápido pra mim e Letícia.
Em seguida, fui cumprimentar a Eliana. O tempo pareceu congelar por meio segundo. Me aproximei e beijei o rosto dela. Tentei manter o gesto breve, natural. Mas não consegui evitar encostar um pouco mais. Os olhos dela buscaram os meus. Por um instante, nos dissemos mil coisas em silêncio. Aquele sorriso dela era capaz de deixar de pau duro ali mesmo.
Notei a Letícia me observando pelo canto do olho. Ela tá prestando atenção demais no tempo e intensidade do meu "oi" pra Eliana.
Cumprimentei as demais com um aceno e fui falando:
— Boa tarde pra todas.
— Hoje é dia de perna, viu? — respondeu Lorena. — Quero ver você sofrendo.
Sarah só assentiu com a cabeça e voltou a se alongar.
Notei que a Rebecca tinha faltado hoje de novo, assim como faltara a semana toda. Estava preocupado com ela e como ela estava se sentindo. Tinha medo de que precisasse de ajuda e estivesse se isolando.
Enquanto pensava isso, a Letícia já tinha se afastado um pouco e começava o aquecimento no elíptico. Mas ainda me observava com o canto dos olhos. Jéssica se aproximou e comentou:
— Cês viram a evolução da Letícia?
— Tô vendo agora — respondi, meio rindo, meio tentando esconder o quanto aquilo era verdade.
O grupo riu com naturalidade, e começamos a nos movimentar para os aparelhos.
Fui fazer meu aquecimento e, enquanto alongava, percebi algo curioso: a Jéssica não parava de me observar. Mas não como quem olha diretamente, e sim como quem tenta entender o que não está sendo dito. Ela parecia estudar meus olhos, o trajeto que eles faziam no ambiente. Me dei conta de que ela queria descobrir que seria a suposta mulher, talvez daqui da academia, que tinha me seduzido. Por sorte, eu olhar parecia indicar que ela descartara Eliana, Lorena, Letícia ou Sarah.
Ela veio fazer extensora e tive a chance de me aproximar.
— Quer ajuda com a carga? — perguntei.
— Quero sim, valeu. Hoje o bicho tá pegando aqui na frente da coxa. — sentou-se no aparelho e ajustei o peso pra ela.
— Você soube que a viajou meio em cima da hora para São Luís.
Jéssica arqueou uma sobrancelha.
— Ela contou isso pra mim e pra Andréia no grupo semana passada. Pensei que você soubesse.
Fingi naturalidade.
— Acho que ele teve tempo de contar. Muita correria dos dois.
Ela me olhou por um segundo, depois deu de ombros e começou a série. Esperei um pouco e perguntei o que me deixava intrigado a semana toda.
— Você viu a Rebecca esses dias? Tava lembrando dela agora e reparei que ela não veio nenhuma noite esta semana.
Jéssica respondeu sem parar o movimento das pernas:
— Ela comentou no grupo que tava com uma virose daquelas. Disse que ia ficar de molho essa semana e talvez a próxima também. Tá se cuidando em casa.
Assenti, mas vi a mentira ali. A virose podia até existir, mas não era a razão da ausência. Era culpa minha. Da sexta-feira. Da transa escondida. Do jeito como ela olhava pra mim depois.
Voltei pro leg press, mas a minha cabeça não saiu do rosto da Rebecca. Nem do corpo da Eliana. Nem do sorriso da Lorena.
Terminei de ajudar a Jéssica na extensora e fui beber um gole d'água, mas meus olhos já estavam de novo nela: Eliana. Estava no leg curl, deitada de bruços com a bunda empinada, o top vermelho esticado sobre as costas suadas e a legging preta realçando cada detalhe da curva que eu conhecia bem demais. Ela virou o rosto, me viu e sorriu daquele jeito safado que ninguém mais percebia, mas eu sabia o que significava. Fui até ela.
— Quer ajuda no ajuste? — perguntei, a voz baixa, quase um sussurro.
— Claro. Aperta aqui atrás pra mim — falou isso se referindo ao banco, mas o duplo sentido me atravessou feito estilingue.
Ajustei o aparelho, o rosto colado demais ao dela. O cheiro de suor fresco misturado com o perfume leve que ela usava me atiçou. Os olhos dela me fitaram com fome e calma ao mesmo tempo. Sussurrei:
— Se você continuar assim, eu não saio vivo dessa academia.
Ela sorriu, fingindo que se concentrava na série, e continuou com a voz rouca:
— A Letícia tá assistindo a gente. Só falta a pipoca.
Desviei o olhar. A Letícia voltada pra nossa direção, mexendo no celular, mas com a cabeça levemente inclinada. Sabia que ela ouvia. E sabia que Jéssica poderia notar o comportamento dela.
Entendi que aquele jogo estava ficando perigoso. Se a Letícia desse muita bandeira ou entregasse alguma coisa no olhar, a Jéssica poderia ligar os pontos e descobrir sobre a Eliana. E o que menos podia acontecer agora era a Jéssica descobrir alguma coisa.
Me afastei, disfarçando.
— Depois a gente se fala — murmurei, já recuando.
Mas ela não me deixou sair sem antes disparar:
— Meu marido tá fora da cidade. Se você fizer 10 km na esteira hoje, eu deixo você me comer de novo. — disse com um sorriso quase inocente, como se tivesse acabado de comentar sobre o tempo.
Aquilo me deu um choque elétrico no peito. Dez quilômetros? Eu não fazia isso nem quando tinha 40. Mas não recuei. Dei um sorriso breve e fui pra esteira.
Comecei num ritmo moderado. Dois quilômetros. O corpo reagiu, a panturrilha reclamou, mas continuei. Pensei nela, pensei na promessa. Pensei também em mim. Em como eu vinha me sentindo pequeno, envelhecido, barrigudo. Aquilo era um desafio. Deleite e redenção.
Passou meia hora. Três quilômetros e meio. Depois quatro. Depois cinco. A respiração acelerada. A camiseta colada. Uma dorzinha lateral me pegou, mas controlei. Olhava pro visor da esteira como quem olha pra linha de chegada de uma maratona espiritual.
Lá pelas sete da noite, já com a academia mais vazia, notei que a Jéssica, a Lorena e a Eliana estavam ao lado, conversando, e me observavam.
— Esse louco disse pra Eliana que ia correr 10 Km! — disse Jéssica. — Eu já disse para ele que o seguro seria uns 5 a 7 Km.
— Ele vai conseguir? — ouvi Lorena perguntar.
— A esta altura, só me resta torcer para que sim — respondeu Jéssica.
— Eu confio nele — disse Eliana, cruzando os braços.
Aquela frase me deu um impulso final. Atingi os 10 km e continuei por mais dois. No total, 12 km. Nunca pensei que fosse capaz. Mas minhas pernas estavam em frangalhos. O ácido lático parecia queimar a carne por dentro.
As três vieram até mim quando a esteira parou. Suado, arfando, com os olhos marejando de exaustão e orgulho.
— Meu herói cardio — brincou Lorena, batendo palmas.
— Você é maluco, Carlos. — Jéssica me ajudou a descer.
— Vamos te levar até o bloco. Vai que você desmaia no caminho? — disse Eliana, com um olhar de orgulho e o sorriso de quem sabe exatamente o que me motivou.
Foram me escoltando pela rua até o condomínio. As pernas tremiam. O corpo parecia gelatina. A Jéssica me acompanhou apartamento adentro e me deixou na minha cama.
— Escuta, toma cuidado. Você não tem mais 30 anos. Não adianta tentar provar alguma coisa se isso te matar. Eu não quero perder o meu melhor amigo por causa de um ataque cardíaco.
Assenti, ainda sem fôlego.
— Eu só... queria ver se eu ainda consigo.
Ela sorriu, deu um tapinha leve no meu ombro.
— Eu teria um longo sermão para os riscos que você correu, mas vou deixar quieto desta vez. Se sentir alguma coisa, não hesite em me chamar — disse e foi embora.
Fiquei lá deitado, as pernas gritando. Precisava de um banho, mas ia precisar de umas horas para ter força para isso. O celular vibrou. WhatsApp:
ELIANA: "Descansa bem. Amanhã à noite eu passo aí. Quero cumprir minha parte."
Fechei os olhos e sorri. A dor era insuportável. Mas valeu cada quilômetro.
Da noite de quinta até a da sexta, só fazia o mínimo possível — tomar banho, comer algo, tentar dormir para relaxar o corpo. A sexta-feira passou como uma sombra, com meus movimentos lentos e um cansaço que parecia não ter fim.
O corpo reclamava de cada passo que eu dava, e a Jéssica deu um pequeno sermão sobre excessos.
JÉSSICA: “Você saiu do sedentarismo faz dois meses e nem se alongou direito ontem.”
JÉSSICA: “Tem que ser gradual.”
Mas, ao mesmo tempo, eu só pensava na promessa da Eliana. A trepada com ela. Estava no desejo desde o cinema no sábado anterior.
Quando a campainha tocou na noite de sexta-feira, eu fui ainda dolorido até a porta, sabendo que era ela. E ela estava simplesmene hipnotizante.
Ela estava vestindo um vestido curto e justo. O tecido era suave e aderente, acentuando suas curvas de uma maneira que me fazia perder a respiração. As pernas, nuas até quase o meio da coxa, estavam perfeitas, e eu não conseguia desviar o olhar delas. Ela usava sandálias de salto, o que só aumentava o efeito visual, deixando-a ainda mais imponente. Seu cabelo estava solto, caindo sobre seus ombros de forma desleixada, mas ao mesmo tempo encantadora.
— Oi, Carlos… — disse com aquele sorriso ligeiramente travesso, que fazia qualquer um acreditar que algo bom estava por vir. Mas, ao contrário do que eu esperava, sua voz carregava um tom de desculpas. — Aconteceu um contratempo… O Leandro voltou mais cedo de viagem. Não vou poder ficar.
Eu congelei por um momento.
— Eu deixei claro que sempre daria prioridade ao Leandro, Carlos. Mas — ela deu uma pausa, e seus olhos se fixaram em mim, mais intensos do que nunca —, eu cumpro minha palavra. Só vai ter que esperar mais um tiquinho.
Eliana caminhou até a porta, e antes de sair, ela se virou para me encarar uma última vez. Sem palavras, ela se aproximou, e eu a beijei, sentindo o gosto de algo inacabado. O beijo foi quente, mas não o suficiente para me satisfazer.
— Até logo, Carlos. — A despedida foi mais amarga do que eu imaginava. Ela saiu e fechou a porta atrás de si. Eu me senti um perdedor completo.
A noite se arrastou, e o sábado chegou sem que eu tivesse dormido muito. Quando era perto do almoço, a campainha tocou e fui atender sem fazer ideia de quem poderia ser.
Eliana.
Abri a porta sem hesitar, e mais uma vez, Eliana estava diante de mim. Dessa vez, o clima era diferente. Ela não estava com aquele ar de desculpas. Ao contrário, ela estava radiante. Vestia uma blusa de seda fina, que caía suavemente sobre seus ombros, com um decote que se abria de maneira provocante. A saia curta e justa realçava suas pernas tonificadas. Seu cabelo solto. Como se ela estivesse pronta para o ataque.
— Agora sim, Carlos. — Eu estou com tempo.
O calor que subiu pelo meu corpo era incontrolável. Ela entrou no apartamento, e fechei a porta atrás dela.
Não deu outra. Em dois minutos, talvez menos, já estávamos completamente nus e fodendo que nem loucos em cima da minha cama. Não rolou preliminares, não rolou mamada, não rolou chupada na bucetona dela. Os dois tavam muito na vontade de ir logo. Ela de quatro na cama, eu ajoelhado atrás dela, o meu caralho socado na bucetona dela. A visão da sua magnífica bunda e suas costas lisinhas e bronzeadas.
Eu sabia que não estava muito em condição de trepar a noite toda. Negócio era dar tudo de mim e resolver logo, fazer ela gozar logo, impressionar ela. Bem, claro, com a língua ou dedos, eu tinha proficiência para fazer ela gozar o dia inteiro se ela quisesse. Mas eu queria meter.
— Eu queria isso desde sábado... — admitia ela, entre gemidos altos. — Eu queria você desde sábado...
Aqueles belos seios dela, que poderiam competir (e vencer!) os da Sydney Sweeney balançavam ao ritmo das minhas metida. Eram enormes e bicudos, perfeitos para uma espanhola, com grandes mamilos marrom-escuros. Queria poder mamá-los o dia todo.
Eu já estava suando e meus quadris lembrando da minha imprudência de menos de 36 horas antes. Mas eu resistia. Se eu era um time sul-americano jogando Mundial no final do ano e a Eliana era o europeu na final, eu ia provar pra ela que, na base da raça e vontade, ia dar jogo sim. A Eliana empinava sua bundona e pedia mais.
Depois de um gemido mais alto, pelo menos, sabia que ela já tinha gozado. Mas continuando me mantendo e metendo nela. Quando algo na minha cabeça tentava falar do desnível entre nossas beleza, o meu corpo respondia com mais vontade e parecia até que minhas pernas e quadril ganhavam mais energia enquanto a penetrava. A segurava pela cintura e, no meu ritmo, fodia firme na intenção de impressão.
A Eliana rebolava sua linda bunda. Eu sabia, sentia que a gozada estava perto. Não ia aguentar muito. A segurei pelos braços para trás e a puxei para mim. Logo, ela deve ter sentido o que viria, quando meu pau engrossou lá dentro e comecei a gozar, esporrando o produto de uma semana sem sexo e masturbação na camisinha dentro da buceta dela. Foram umas sete ou oito jatadas. Eu tava na seca mesmo.
A Eliana alucinou. Meus pés tremiam. A Eliana caiu na cama, talvez mais trêmula de êxtase que de esforço. Eu caí em cima, mais exausto que extasiado, mas ainda fiquei um tempo até amolecer e sair de dentro dela. Foi quando me deitei ao lado dela.
Continuamos ali, deitados e exaustos. Eu mais que ela, claro. Olhava para a nudez da Eliana ao meu lado, sua pele suada, seus cabelos negros bagunçados, grudando um pouco no rosto, e seus olhos verdes me fitando. O peito subia e descia lentamente, os seios grandes ainda marcados pelas minhas mãos, e a coxa esquerda, curvada sobre a minha perna, parecia feita sob medida pra mim. Eu ainda estava com a respiração voltando ao normal depois de mais uma transa absurdamente boa.
Era a nossa terceira transa. Três vezes em duas semanas. Mas para mim sempre parecia a primeira vez. Nos encaramos em silêncio até ela dar uma risada breve. Em seguida, os olhos ficaram mais sérios.
— Carlos... a gente precisa conversar.
Suspirei. Eu sabia que vinha. Ela apoiou a cabeça na mão, me observando por alguns segundos.
— Eu topo. Ficar com você assim. Ser sua... “amante”, por enquanto. Mas com algumas condições.
— “Namorada”, Eliana — corrigi, automático. — Não gosto dessa palavra. “Amante” parece escondido, provisório. Você é mais do que isso.
Ela bufou de leve, mas sorriu com a correção.
— Tá. Sua “namorada informal”, então. — Ela fez aspas irônicas no ar.
— Quais as condições?
— Eu não quero joguinho. Se a gente vai continuar transando, ficando, seja lá o que for isso... você tem que ser honesto comigo. Sempre. Não quero saber depois que você mentiu, escondeu, fingiu. Se você transar com alguém, eu quero saber. Se tiver sentimentos por outra, também.
Engoli em seco. Aquilo me apertou um pouco o estômago. Pensei na Rebecca, mas não disse nada. Ainda não.
— Justo — falei.
— Outra coisa: eu quero que me trate mesmo como “namorada”. Isso aqui não vai ser só sexo. Quero mensagens. Quero carinho. Quero compreensão. Quero jantares, cinemas, mimos. Quero o pacote completo. Que você me encante e me surpreenda como o Leandro fazia.
Assenti.
— Se quiser comer outras, beleza. Mas vai me contar e, de preferência, antes para eu autorizar. Eu não quero correr risco de nada contigo. Quero saber exatamente onde esse pau tá se metendo.
— Aceito.
Ela riu, deitando a cabeça no meu peito. Ficamos em silêncio por um tempo. Meu dedo deslizava pelo contorno da cintura dela, sentindo o calor da pele. Ela tinha um cheiro doce, mas não enjoativo. Um perfume que grudava na memória e no travesseiro.
— Então, você topa as regras? — perguntou, em voz baixa.
— Topo. Mas com uma condição minha também.
— Qual?
— Você prometa que vai considerar a possibilidade de me assumir um dia.
— Prometo pensar no assunto.
Sentia-me realizado. A Eliana tinha topado. Tudo bem que as coisas ainda estavam bem assimétricas a favor dela. Mas quem nunca? Eu daria 110% de mim por ela. Mas era o momento de cumprir o acordo recém-selado. Precisava dizer.
— Eliana... — murmurei, tocando de leve seus braços.
— Hm?
— Eu preciso te contar uma coisa. Agora. Antes que eu me torne aquilo que você mais detesta.
Ela se sentou na cama, puxando o lençol até cobrir os seios.
— Fala.
Respirei fundo. Eu poderia pôr tudo a perder agora. Mas preferia ser honesto do que covarde.
— Na sexta passada... Eu transei com outra mulher. E não era a Odete.
Por um instante, ela não disse nada. Só me olhou com olhos que estavam se fechando em si mesmos, como se já esperassem por aquilo.
— Quem? — perguntou, sem rodeios.
— Rebecca.
— A Rebecca? Nossa amiga Rebecca? — Ela arregalou os olhos por um instante e depois suspirou.
Confirmei.
— Ela é minha amiga, caralho! Eu jamais imaginaria isso vindo dela. Só se ela tivesse à beira de um ataque de hormônios mesmo. Mesmo assim, a Rebecca não é dessas.
— Pois é. Foi um momento estranho. Mas aconteceu. Nenhum dos dois planejou.
Eu contei toda a história para ela e tudo que aconteceu naquela sexta de noite. Eliana passou a mão pelo rosto, pensativa. Mas diferente do que imaginei, não parecia com raiva de mim.
— Meu Deus, por isso ela tá sumida — disse, baixando os olhos. — O casamento dela deve tá de um jeito horrível. Não iam ser três semanas sem sexo que deixariam uma mulher como ela sedenta assim.
A Eliana, assim como eu, tinha uma imagem de que mulheres como Rebecca e Jéssica poderiam passar anos sem sexo, se fosse o preço para esperar a volta do verdadeiro amado.
— Me preocupa como ela deve estar — disse Eliana. — Porque ela deve estar muito abalada. A Rebecca sempre foi toda certinha, cheia de culpa. Ela deve estar em frangalhos por dentro.
— Eu pensei nisso também. Eu vi no olhar dela. Não foi só tesão. Bem, tinha MUITO tesão. Mas também solidão. Carência.
— Então a gente vai proteger ela. Ninguém pode saber disso, Carlos. Ninguém. Se essa história vaza, ela se afunda de vez. Você sabe como a galera do prédio é... e a igreja dela? Nossa, ela ia ser massacrada.
— Eu sei. E concordo. Segredo absoluto. Nem um pio, nem mesmo pra quem a gente confia.
Ela me olhou nos olhos, com seriedade.
— Promete?
— Prometo.
Um momento em silêncio até que a Eliana trouxe o grande problema à tona.
— E como vocês e ela vão ficar agora?
— Não sei. Acho que não. Mas... não vou mentir: A Rebecca mexeu comigo. De outro jeito, um pouco diferente de você. Eu não sei o que dizer.
Ela me olhou por longos segundos.
— Você quer ter as duas.
— Quero ter você. E entender o que houve com ela.
— Bonito. Quase convincente — sorriu, sem humor. — Mas você poderia ter me contado isso assim que aconteceu. Eu já teria feito alguma coisa para ir ver a Rebecca, falar com ela...
— Você tem razão. A partir de agora, transparência total sempre.
— Tem mais alguma amiga que você quer comer, seu salafrário.
— A Lorena?
— Mas é muito babaca mesmo...
— Sim. Mas sou o seu babaca.
Ela riu e deu um soquinho no meu ombro.
— Pelo menos, uma solteira, né? Safado sem-vergonha.
Acariciei devagar seus ombros, esperando alguma resposta física. Ela se levantou e procurou sua roupa.
— Eu realmente preciso ir agora. Depois, conversamos sobre o que fazer para ajudar a Rebecca. Porque você VAI ajudar a Rebecca, seja lá qual for a barra que ela tá passando. Você comeu a santa da minha turma, agora vai assumir a responsabilidade.
— Concordo.
— E se ela engravidar porque você meteu o louco e gozou dentro sem camisinha, vai assumir o filho.
— Nunca faria o contrário.
— Palavras são bonitas. Quero ver suas ações.
Depois disso, ela se vestiu, se despediu de mim com um selinho e saiu.
O resto da manhã e o começo da tarde se arrastaram como uma sombra comprida. Estava jogado no sofá, ainda com as pernas meio doídas, assistindo Netflix. Pulando de série em série. Estava preocupado com a Rebecca e a conversa com a Eliana realmente aumentara minha dor de consciência. Eu não fazia ideia do que pensar ou que fazer. Ela estava evitando todo mundo a semana toda.
A campainha tocou.
Levantei sem pressa. Não esperava visita. Quando abri a porta, precisei de um segundo para entender se estava vendo mesmo o que via.
Era a Rebecca.
Vestida como uma verdadeira evangélica: saia longa azul-marinho, blusa branca de manga comprida fechada até o pescoço, cabelo solto, brinquinhos de pérola. Nada de maquiagem. Nada de pele à mostra. E mesmo assim, ou talvez justamente por isso, eu senti o sangue descer para o lugar errado. Aquela roupa não escondia nada. Pelo contrário. A saia marcava os quadris de um jeito sutil, mas firme. A blusa recatada estufava no peito, traindo o volume dos seios pequenos, mas empinados. Os olhos dela, castanhos claros, me fitaram com uma intensidade que não combinava com a pureza que tentava exibir.
Ela estava nervosa. E linda. Ainda mais linda do que na sexta passada.
— A gente precisa conversar, Carlos.
Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vou começar ter uma longa conversa com a Rebecca e com a Eliana. O que acontecerá?
Coloquem nos comentários para com quem vocês torcem que eu fique. Em breve, teremos a continuação.