O quarto de Jonas Benevides parecia um reflexo de sua própria alma: bagunçado, abafado, mergulhado em uma penumbra que teimava em não se dissipar. As paredes, outrora decoradas com bandeiras azuis e pôsteres do Caprichoso, agora estavam nuas, manchadas pelo tempo e pelo descuido. No chão, caixas de pizza, latas amassadas de cerveja e roupas emboladas compunham uma paisagem que exalava desânimo. A luz que filtrava pelas frestas da janela apenas realçava o estado de abandono, como se até o sol evitasse permanecer ali por muito tempo.
Havia um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som abafado de vozes distantes e motores passando na rua de terra batida. Mas aquele silêncio não duraria muito.
— Acorda, vagabundo! — A voz grave e rouca de Otaviano Benevides rasgou o ar como um trovão inesperado.
A porta se escancarou com violência, batendo na parede. Otaviano surgiu imponente no batente, com sua camisa social aberta no peito, suando, os cabelos ralos grudados na testa, carregando nos ombros toda a rigidez de quem construiu fortuna à custa de trabalho e imposição.
— Pai! — Jonas tentou se erguer, tropeçando nos próprios pés, como se seu corpo também se recusasse a reagir.
O jovem passou a mão pelos cabelos desgrenhados e olhou ao redor, envergonhado, tentando disfarçar o caos. Seu coração disparava, não tanto pela presença do pai, mas pela constante lembrança que vivia martelando sua mente. A imagem de Rafael. A risada dele. O cheiro do seu perfume misturado à maresia. E, inevitavelmente, a última noite que passaram juntos — uma lembrança que queimava como álcool sobre feridas abertas.
— Hoje tu vai na casa de uns artistas comigo. — Anunciou Otaviano, cruzando os braços, olhando com desprezo o estado do quarto. — Que isso, cara. A Dona Rosa não vai mais limpar essa pocilga que tu chama de quarto.
— Para, pai. — respondeu Jonas, suspirando fundo, enquanto chutava discretamente uma garrafa vazia para debaixo da cama. — Nem tá tão sujo, viu. — Forçou um sorriso cínico.
Enquanto vestia uma calça jeans amarrotada e lutava para ajeitar uma camisa que insistia em ficar do avesso, a voz do pai voltou a ecoar, seca:
— Vamos na casa do João Guilherme. Ele quer mostrar os protótipos da alegoria que vai trazer a Monalisa.
Jonas parou. Suas mãos tremularam, e uma pontada de indignação lhe subiu à garganta.
— A... Monalisa? — cuspiu, como se o nome tivesse gosto amargo. — Sério isso? Pai, a gente precisa conversar. O senhor sabe o que essa cretina fez!
— Jonas, a Monalisa é nossa porta-estandarte, por favor, a trate com mais respeito, seu moleque!
O olhar de Otaviano endureceu. Não era novidade aquele tipo de reação. A relação entre pai e filho sempre foi como corda bamba: um equilíbrio precário entre amor, frustração e cobranças veladas. Otaviano, apesar de nunca ter se incomodado com a sexualidade do filho, não conseguia entender como aquele garoto, que cresceu nos bastidores do Festival, que respirava Caprichoso, agora se afundava em mágoas, álcool e revolta.
Do lado de fora, o calor úmido de Parintins parecia grudar na pele. O cheiro de terra molhada misturado com o aroma doce das frutas vendidas nas barracas se espalhava pelas ruas. As vozes dos vizinhos, as buzinas das motocicletas e o som distante de um grupo ensaiando toadas criavam uma trilha sonora caótica, porém familiar.
Enquanto cruzavam as vielas coloridas, onde as casas exalavam orgulho bumbá — ora tingidas de azul, ora de vermelho, dependendo da paixão de cada morador —, Jonas mantinha o olhar perdido. Seu peito apertava, não só pela lembrança constante de Rafael, mas também pela raiva contida, pela sensação de não pertencer mais àquilo que um dia foi sua vida inteira.
Chegaram, enfim, à casa de João Guilherme, no bairro da Francesa. Era uma construção simples por fora, mas o terreno nos fundos escondia um verdadeiro laboratório de sonhos. Galpões enormes, cheios de estruturas metálicas, madeiras, papéis moldados e motores elétricos. As paredes estavam tomadas por esboços, maquetes e desenhos de alegorias que, em breve, tomariam vida no Bumbódromo.
O cheiro de tinta fresca, cola e isopor queimado enchia o ar. Homens e mulheres trabalhavam em silêncio concentrado, como se cada detalhe fosse uma promessa de vitória.
Jonas respirou fundo. O som das furadeiras e serras elétricas vibrava em seu peito como uma toada distante, lhe trazendo uma nostalgia amarga. A cada passo, era como se caminhasse entre fantasmas — não os que assustam, mas os que doem.
Ali estava ele. No coração pulsante do Caprichoso. No mesmo lugar que um dia chamou de lar. No mesmo lugar onde, agora, tudo parecia tão estranho. Tão vazio.
E, mesmo tentando ignorar, ele sabia... Era impossível escapar das próprias raízes.
***
A vida nunca foi fácil. E é ainda mais cruel para aqueles que, em algum momento, desistiram dela. Há exatamente um ano, Jonas abandonou tudo em que acreditava — inclusive o amor incondicional pelo Boi-Bumbá Caprichoso. É estranho até tentar se lembrar de uma fase da vida em que não torcesse pelo bumbá azul. Afinal, essa paixão corre em suas veias, herdada de seu pai, o empresário Otaviano Benevides, que fez questão de transmiti-la a todos os seus filhos — os legítimos e... os que não são. Acredite se quiser, Otaviano tem quinze filhos espalhados por aí, mas apenas Jonas vive sob o mesmo teto que ele, em Parintins. Quer dizer... viver talvez não seja exatamente a palavra certa. Na verdade, o rapaz foi meio que obrigado a se mudar para lá. Isso porque, há um ano, ele provocou o acidente que tirou a vida de seu grande amor: Rafael Teixeira — o então Pajé do Caprichoso, uma das figuras mais emblemáticas e essenciais do festival.
Jonas insiste em dizer que não se lembra. Mas a verdade é outra. No fundo, cada detalhe daquela noite maldita continua gravado em sua memória, nítido, doloroso, impossível de apagar. Rafael havia bebido mais do que deveria — como, aliás, já era hábito. Como sempre também, Jonas se meteu em uma confusão qualquer, dessas que ele parecia atrair. Desesperado, Rafael precisou intervir, o puxando dali antes que tudo desandasse ainda mais.
É essa cena que se repete na cabeça de Jonas, dia após dia, como um filme de terror que nunca chega aos créditos finais. Não é bem uma tentativa de se martirizar. É, na verdade, uma estratégia inconsciente, quase cruel, para se agarrar a uma única versão dos fatos — a menos dolorosa, talvez. Uma versão que ele repete para si mesmo, como se, ao fazer isso, pudesse convencer não só o mundo, mas principalmente a si próprio.
O cheiro de serragem misturado com tinta fresca preenchia o ar no interior do galpão. Enquanto seu pai conversava com o engenheiro responsável pela montagem da alegoria, Jonas caminhava distraído entre estruturas de madeira, tecidos coloridos e ferramentas largadas. Seus passos ecoavam no chão de cimento, acompanhados apenas do zunido dos ventiladores de teto.
Ele deixou os olhos percorrerem cada canto, absorvendo aquele ambiente tão familiar e, ao mesmo tempo, doloroso. Inevitavelmente, sua mente foi puxada para o passado. O último festival... Ah, se ele pudesse voltar no tempo. Talvez pudesse impedir tanta dor. Tantos desencontros. Talvez Rafael ainda estivesse ali, rindo, fazendo piada de tudo, como sempre fazia.
Um ruído metálico quebrou seus pensamentos. Uma lata rolou pelo chão, batendo contra uma das mesas. Jonas se abaixou, pegou o objeto e, ao colocá-lo de volta sobre a bancada, seus olhos se depararam com um velho desenho amarelado pelo tempo. Era a planta da alegoria que, no ano anterior, levou Rafael.
— O tema era... — Murmurou, deixando a ponta da frase escapar no vento.
— Pajé Guerreiro. — Completou uma voz bem conhecida, cortando seu raciocínio.
Jonas se virou imediatamente, reconhecendo na mesma hora aquele jeito debochado de falar. Vladimir — ou melhor, Vlavlau, como todos o conheciam — estava ali, parado, apoiado no batente da porta, com aquele sorriso de canto que ele não abandonava nunca.
— Falando comigo? Cuidado, hein. Não vai ser cancelado, cara. — Brincou, cruzando os braços.
— Para com isso, rapaz. — Respondeu Jonas, contendo um sorriso. — Sabes que é um amigo. Fez tuas besteiras, mas isso não te faz pior que ninguém. Acredite, tem gente muito pior nesta ilha.
Vlavlau era a personificação do jovem amazonense: magro, de pele morena que reluzia sob a luz amarelada do galpão, cabelos lisos, sempre meio desgrenhados, e olhos castanhos vivos, que pareciam carregar tanto travessura quanto sinceridade. Usava o inseparável chapéu de palha, meio amassado, que fazia parte da sua identidade.
— Tu sabe que eu não sumi da tua vida, né? — Perguntou ele, ajeitando o chapéu. — Tu que é todo pávulo e desapareceu.
Jonas respirou fundo, desviando o olhar.
— Eu precisava, cara. Tudo nessa ilha me lembra o Rafael e...
Vlavlau franziu a testa, tirou o chapéu devagar, o segurando contra o peito.
— Tu tá todo esculhambado, né? —Sua voz soou mais baixa, mais pesada. — A gente também sente falta do Rafa. — Fez uma breve pausa, apertando os lábios. — Mas me conta... vai dançar?
Jonas soltou uma risada amarga, balançando a cabeça.
— Com essa perna podre? Não dá, Vlau.
— Ê caroço! — Exclamou, arregalando os olhos. — Deu P.T.?
— Quebrei em três lugares. Fiquei meses na fisioterapia, na recuperação... Enfim, mereci. Foi o universo me punindo.
— Larga de ser tchonga! — Soltou Vlavlau, e, sem aviso, deu um tapa leve na cabeça do amigo, daquele jeito típico que não era agressivo, mas cheio de cumplicidade.
— Ei, para com isso. — Reclamou Jonas, levando a mão ao local, mas não conseguiu segurar o riso que escapou, tímido, quase sem querer. No fundo, ele sabia. Sentia falta daquilo. Dos amigos. Da vida. Só não estava pronto para admitir — ainda.
— Vamos, pirralho! — Gritou Otaviano chamando a atenção de Jonas.
— Cara, a gente se vê por aí. — Disse Jonas, antes de seguir o pai para fora do galpão.
O calor abafado de Parintins parecia ainda mais intenso naquela tarde. Após um almoço formal com o prefeito e uma sequência exaustiva de reuniões, Jonas sentia-se drenado, como se cada célula de seu corpo clamasse por descanso. No entanto, seu pai, Otaviano, parecia incansável. O homem, acostumado a viver no ritmo frenético dos bastidores do Festival, não dava sinais de que encerraria o dia tão cedo — especialmente depois da notícia que recebera: Milena Alencar, a nova levantadora de toadas do Garantido, acabara de chegar à cidade.
O nome dela soava como uma afronta para Otaviano. E havia motivo. Ele próprio, semanas antes, fizera uma proposta generosa — mais que generosa, o dobro do que qualquer outro levantador receberia — para que Milena se juntasse ao time do Caprichoso. A resposta da artista foi curta, firme e irritantemente apaixonada:
"Meu boi do coração é o Garantido."
Otaviano apertou os lábios, rangendo os dentes, enquanto limpava o suor da testa com um pano surrado.
— Aquela pirralha mimada. Ofereci o dobro. — Rosnou, como se o ato de resmungar aliviasse a frustração.
Jonas, sentado no banco de trás do carro, observava a cidade passar pela janela. As cores vibrantes das fachadas, os sons dos ensaios ao longe, e o cheiro de tacacá se misturavam à sua crescente vontade de desaparecer, nem que fosse por algumas horas.
— Por que toda pessoa que não te obedece vira pirralho mimado? — perguntou, sem tirar os olhos do lado de fora.
Otaviano respirou fundo, segurando a irritação, mas sua voz veio carregada de convicção.
— Porque ela seria uma aquisição perfeita. A voz dela com a do Sérgio Queiroz. — balançou a cabeça, como quem imagina o que poderia ter sido. — Imbatível. Absolutamente imbatível.
O motorista, atento, quebrou o silêncio, lançando a pergunta de forma objetiva:
— Senhor, pra onde agora?
Otaviano se ajeitou no banco, apertando os olhos como se organizasse mentalmente as tarefas que ainda faltavam.
— Vamos pra casa dos itens. Quero ver como está a reforma.
Jonas soltou um suspiro pesado, afundando ainda mais no estofado, sabendo que aquela jornada estava longe de acabar.
Na dinâmica vibrante do Festival Folclórico de Parintins, tanto o Garantido quanto o Caprichoso organizam as chamadas "Casas dos Itens" — espaços destinados aos artistas que desempenham os papéis mais importantes dentro da arena do Bumbódromo. Ali se concentram e se preparam figuras fundamentais como o Apresentador, o Levantador de Toadas, a Porta-Estandarte, o Amo do Boi, a Sinhazinha da Fazenda, além dos responsáveis pelo Ritual Indígena e outros elementos que compõem a essência do espetáculo.
Essas casas não são meros alojamentos. Elas são territórios sagrados para quem vive o boi, pontos de encontro onde se compartilham ensaios, estratégias, ansiedade e esperança. Um lar temporário, onde se respira a magia do festival e se constrói, tijolo por tijolo, cada segundo da apresentação que emocionará milhares de pessoas.
Enquanto o carro seguia pelas ruas, Jonas apenas desejava que aquele dia terminasse. Mas, no fundo, sabia que, quando se trata de seu pai e do Festival, descanso é um luxo que quase nunca existe.
Otaviano percorreu cada canto da loja de itens com olhar atento, avaliando minuciosamente cada detalhe das reformas e mudanças recentes. Seus dedos deslizavam pelas prateleiras, inspecionavam as estruturas e testavam trincos e fechaduras. Ao seu lado, Jonas revirava os olhos em silêncio, lutando contra a impaciência. Tudo o que ele queria era encerrar logo aquela vistoria e aproveitar o restante do dia em algum bar da cidade — longe das cobranças do pai e dos problemas que, ultimamente, pareciam não lhe dar trégua.
Quando, enfim, Otaviano assentiu, satisfeito, ambos seguiram para casa. Ao entrar no quarto, Jonas foi imediatamente surpreendido. O ambiente estava... limpo. Limpo de verdade. O cheiro de sabão em pó e desinfetante tomava o ar, os móveis estavam organizados, e até os cantos, antes esquecidos, brilhavam. Era impossível não perceber o zelo de Dona Rosa. Por um instante, Jonas sentiu um aperto no peito — um misto de gratidão e incômodo. Ela ainda cuidava dele, apesar de tudo.
Se deixou ficar alguns segundos observando o espaço transformado, até que o peso do dia cedeu lugar a um desejo conhecido. Tomou um banho demorado, deixando a água escorrer pelos ombros, tentando lavar não só o corpo, mas também o cansaço, a frustração e os pensamentos que teimavam em martelar sua mente. Ao sair, vestiu roupas leves, como se se preparar para mais uma longa maratona de fuga... fuga da própria vida, da própria dor.
Houve um tempo em que as noites de bebedeira eram preenchidas por risos, piadas e mesas lotadas de amigos. Agora, no entanto, Jonas percebia que só restava ele. Só ele e as garrafas. A solidão, antes disfarçada pelo barulho, agora fazia companhia sem pedir licença.
Quando a noite caiu, esperou que Otaviano se recolhesse e, com passos silenciosos, escapou de casa. Caminhou em direção aos bares que cercavam a imponente catedral de Parintins, até escolher o "Bar do Batuca". Era um lugar familiar, carregado de lembranças que se equilibravam perigosamente entre o conforto e a dor.
As garrafas começaram a se acumular sobre a mesa, e Jonas, quase como um ritual, tratou de esvaziá-las uma a uma. Conhecia bem seus próprios limites — sabia exatamente o momento em que tudo começava a perder o foco, quando as luzes tremeluziam, as vozes se embaralhavam e, inevitavelmente, as imagens do acidente explodiam em sua mente como lâminas afiadas.
Estava exatamente nesse ponto quando uma voz cortou o ambiente.
— Olha só, Natan. Se não é o assassino. — A fala veio carregada de veneno, e Jonas ergueu lentamente o olhar.
— Deixa isso, Murilo. Não vale a pena. — Natan tentou, segurando o braço do amigo. A tensão no ar era palpável. Ainda assim, Murilo se livrou do aperto e seguiu decidido na direção de Jonas.
— E esse cheiro de pitiú, cara, tá vindo de onde, hein? — Zombou Murilo, com um sorriso torto, varrendo o ambiente com os olhos até se deter sobre Jonas. — Ah, tá aqui. Vem, Natan, vamos arrudiar.
Jonas tentou se firmar, mas a cabeça latejava. Mesmo assim, se ergueu cambaleante, apertando os punhos.
— Tá falando comigo, seu zé ruela? — Rebateu, a voz arrastada pela bebida.
— Olha só. O filhinho do papai quer bancar o valentão. — Provocou Murilo, antes de empurrá-lo com força.
O empurrão foi devolvido com um soco mal direcionado, mas carregado de fúria e frustração. Bastou isso para que Natan, até então relutante, explodisse. Agarrou Jonas pela camisa e, com um só movimento, o lançou para trás.
O corpo de Jonas voou, colidindo com uma mesa de plástico que se estilhaçou sob seu peso. Por alguns segundos, ficou ali, imóvel, com a visão embaçada e os ouvidos zunindo. Quando finalmente abriu os olhos, algo inesperado aconteceu.
Parado bem à sua frente, estava um rapaz que, por um instante, fez todo o resto desaparecer — os gritos, a dor, o cheiro de álcool. Era bonito. Não... era absurdamente bonito. Tinha traços fortes, olhos que pareciam esculpidos em âmbar e uma expressão preocupada que, de alguma forma, atravessou a névoa que Jonas carregava no peito há tanto tempo. E, pela primeira vez em muito tempo, algo borbulhou dentro dele — e, surpreendentemente, não era culpa da bebida.
— Tá bem? — Perguntou o rapaz, estendendo a mão para ajudá-lo a se levantar. Sua voz tinha um tom firme, mas gentil.
Ao se colocar de pé, Jonas mal teve tempo de reagir. O rapaz já se virava para encarar Natan e Murilo, sem qualquer sinal de medo.
— Qual é o problema de vocês, hein? — Disse, firme. — Não tão vendo que ele tá bêbado?
Por um instante, o tempo pareceu parar. Jonas, ainda com o peito disparado, percebeu que talvez aquela noite não terminasse como as outras.