**Capítulo** 16 – Aliança e Penetração
A manhã chegou suave, com uma brisa fresca entrando pelas janelas abertas da casa de Laura. O chão ainda tinha marcas das almofadas, das taças derrubadas e do ritual da noite anterior. Mas agora havia outro tipo de energia no ar — mais serena, mais íntima, mais cúmplice.
Laura acordou primeiro, envolta em um robe de cetim cor vinho. Caminhou silenciosamente até a varanda, onde Bianca já a esperava, sentada com as pernas cruzadas, uma xícara de chá fumegante nas mãos. Vanessa se juntou a elas minutos depois, vestindo uma camisa branca masculina, larga demais para esconder a ausência de roupa por baixo.
— Nunca imaginei que fosse me sentir tão leve depois de fazer o que fiz ontem — disse Vanessa, com um sorriso preguiçoso.
— Você não feriu ninguém — respondeu Bianca. — Só revelou verdades. E libertou corpos e silêncios.
Laura olhou para as duas com ternura. Levantou-se, aproximou-se de Bianca e tocou sua mão. Depois, beijou de leve os lábios dela. Em seguida, repetiu o gesto com Vanessa, com quem trocou um sorriso mais prolongado.
— A intimidade também é nossa — sussurrou. — Não só deles. Nosso toque. Nosso desejo. Nosso domínio.
Dentro da casa, Henrique acordava lentamente, ainda com o plug enfeitado em seu corpo, o baby doll amarrotado, as meias levemente descidas. No outro quarto, Ricardo e Fernando dividiam o mesmo colchão, em silêncio, de mãos dadas — como se o constrangimento os unisse mais do que qualquer conversa.
Bianca entrou no quarto dos dois, acompanhada de Laura e Vanessa. Sem dizer uma palavra, sentaram-se ao pé da cama.
— Hoje vocês vão sentir o que recusaram durante anos — disse Bianca. — E nós vamos conduzir.
Laura trouxe uma bandeja com três consolos diferentes, todos com base firme e material aveludado. Cada um tinha uma cor distinta: o vinho escuro, o preto e o lilás. Vanessa foi até Ricardo, o mais hesitante, e afagou-lhe os cabelos.
— Não é punição. É ensino. Você vai aprender a entregar não só o corpo... mas o orgulho.
Bianca posicionou Fernando de bruços, guiando seus quadris com precisão. Lubrificou o brinquedo escolhido e, com firmeza e respeito, conduziu a entrada dele, em silêncio. Fernando gemeu baixo. Não de dor. Mas de rendição.
Laura fez o mesmo com Henrique, que já estava pronto, já treinado. A penetração não foi novidade, mas a presença das outras duas mulheres o observando foi.
Vanessa, por fim, conduziu Ricardo, com mais calma, guiando sua respiração, acariciando suas costas enquanto o corpo cedia.
As três mulheres se revezavam em olhares, toques sutis entre si, beijos nos ombros umas das outras. Um carinho íntimo que selava uma aliança — não só sobre os homens, mas entre elas mesmas.
Quando todos os três estavam preenchidos e ajoelhados lado a lado no tapete da sala, Bianca se ergueu e anunciou:
— Agora, vocês carregam o selo da nova ordem. Estão marcados por dentro. E cada vez que caminharem, lembrarão que o caminho foi decidido por nós.
Laura os encarou, um a um, e então se virou para suas amigas:
— Somos donas. Somos irmãs. Somos o futuro de nossos próprios corpos. E agora também... das escolhas deles.
Henrique, Ricardo e Fernando permaneceram em silêncio, ajoelhados, olhos baixos, mas algo em seus rostos era novo. Não medo. Mas aceitação.
— Amanhã — disse Vanessa — definiremos as regras escritas. O código. A cartilha. O manual da submissão. Mas hoje... hoje eles foram penetrados pela primeira verdade.
E naquela casa, entre luz suave e os ecos do desejo, as mulheres se abraçaram longamente, seus corpos entrelaçados não apenas por poder, mas por afeto e irmandade.