Eva seguiu até a sala, onde Jonathan se sentava, estático, numa poltrona, enquanto verificava seu celular. Notou que o rapaz havia separado um conjunto de roupas para o banho e algo lhe chamou a atenção. Uma cueca boxer branca de algodão fino estendida sobre as roupas. Não conseguiu evitar pensar em como o rapaz ficaria vestindo-a. Apenas ela. Tentou desviar aquilo de seu pensamento, mas, em vez disso, pintou a imagem de como a cueca ficaria transparente se fosse molhada, permitindo ver, através do algodão, o contorno da glande e dos testículos. Imaginou-se desenhando os contornos de seus músculos peitorais enquanto ambos trocavam olhares sedutores. E pensou em quão fácil seria puxar o elástico daquela cueca, alcançando-lhe o membro. Sentiu o corpo se aquecer.
— Quer alguma coisa, senhora? — a voz dele a arrancou de seu devaneio e Eva teve um sobressalto, perguntando-se quanto tempo havia ficado a encarar a cueca sobre as roupas dobradas. — Estou sentado no seu lugar? Quer que eu saia? — ele fez menção de se levantar.
— Ah! Não, pode ficar. — Eva desviou o olhar, lembrando-se do porquê de ter vindo até ali. — Quer tomar um banho? Precisa de uma toalha?
— Sim, senhora. — respondeu, educadamente. — Esperei que saísse do banho para pedir. Não quero parecer um folgado, mas na pressa de sair de casa, acabei esquecendo a minha.
— Ora, não seja bobo. — Eva afastou a ideia com um meneio. — Vai passar pelo menos quinze dias aqui. Não precisa me pedir cada vez que pretender tomar banho. Siga-me.
Eva seguiu até a lavanderia, onde guardava as toalhas e dobrou o corpo para poder alcançá-las no armário inferior, esquecendo-se por um momento de quão curto e quão solto era o short que havia vestido. Ela se demorou a encontrar uma toalha que não fosse tão velha ou usada normalmente por si mesma e por Eric.
A lavanderia era um local apertado, onde duas pessoas não poderiam ficar lado a lado, então, Jonathan se encontrava logo atrás de Eva, que empinava sua bunda dando ao rapaz uma clara visão de sua virilha através do short largo e da calcinha completamente transparente.
Ao encontrar a toalha, Eva esticou o braço para trás para entregá-la. Quando olhou por sobre o ombro, flagrou o momento em que os olhos verdes se pousaram fixamente em seu sexo, que deveria estar quase que completamente exposto. Ao perceber que havia sido pego, o rapaz desviou o olhar, pegando a toalha rapidamente e deixando a lavanderia em direção ao banheiro, trancando a porta atrás de si.
Eva havia ficado sem reação, censurando-se por sua falta de cuidado, mas lembrar do olhar que o rapaz a havia dignado, deixava-a mais excitada do que revoltada. A bem da verdade já fazia algum tempo que Eric não a olhava daquele jeito, e se sentir desejada novamente a enchia de pensamentos lascivos. Ela pendurou a toalha que tinha na cabeça em um dos varais e voltou para a sala, onde tinha ido para buscar suas velas aromáticas.
Tentou esquecer o que havia acontecido, mas suas mãos suavam e sua boca ficava levemente seca com o repentino surto de excitação que lhe havia tomado. Ao abrir o armário onde as velas normalmente ficavam, olhou em direção ao braço da poltrona, percebendo que as roupas de Jonathan haviam sido ali esquecidas. Ouviu então a água do chuveiro de visitas começar a escorrer e um pensamento lhe cruzou a cabeça: ele teria que aparecer ali para pegar suas roupas apenas enrolado em uma toalha. Então, usou como desculpa para si mesma a sede que sentia e permaneceu na cozinha, onde tomou alguns goles de água enquanto esperava.
Não teria coragem suficiente para trair seu marido.
“Mas, olhar não seria traição, seria?” perguntou a si mesma, ignorando a resposta de sua consciência.
Os minutos se passaram e a ansiedade tomava conta de seus pensamentos. Suas mãos tremiam e suavam quando ela percebeu que a água do chuveiro parara de escorrer. Ela se sentou no sofá, na sala, ligando a televisão em algum programa aleatório, no qual não pretendia prestar atenção, mas que lhe serviria como desculpa. Sua respiração começou a acelerar e ela sentiu seu rosto começar a se aquecer violentamente. Uma ideia maliciosa atravessou seus pensamentos e, por conta da falta de tempo para pensar, decidiu então executá-la. Enfiou sua mão por dentro da camiseta e, com maestria e prática, desatou o sutiã, tirando-o pela manga e escondendo-o sob uma almofada.
Seus mamilos estavam tão entumecidos que a fina camiseta de algodão revelava seus contornos quase que perfeitamente. Ela ainda se sentou com as pernas cruzadas em posição de borboleta, revelando levemente sua virilha úmida de excitação por baixo do short, e então esperou que Jonathan viesse até ali pegar o que era seu.
“Me mostrar desse jeito para outro homem não seria traição, seria?” Pegou-se novamente conversando consigo mesma e, obviamente, fingindo não ouvir os apelos de sua consciência, que lhe falava cada vez mais baixo.
O rapaz, como ela esperava, viera timidamente até a sala, enrolado em uma toalha de banho.
— Perdoe-me, senhora. — disse ele. — Esqueci das minhas roupas.
Ele demorou o olhar sobre seus seios, sob o tecido fino e sobre o ponto entre suas pernas, desviando-o logo que percebeu o que fazia. Eva também parecia hipnotizada, percorrendo, com os olhos, o peito completamente tonificado do rapaz. Os bíceps eram tão grossos que suas duas mãos juntas não o poderiam abraçar e o abdômen parecia ter sido esculpido a formão. Involuntariamente, ela umedeceu os lábios com a língua em uma expressão lasciva que podia ou não ter passado despercebida. Seu olhar, no entanto, estacou sobre o volume que pulsou sob a toalha. Eva não sabia por quanto tempo havia encarado, mas tivera tempo suficiente para mensurar o tamanho e formato do sexo do rapaz, que ganhava volume a cada pulsação, em uma dança indecente que prendia a atenção da dona da casa como se fosse o pêndulo de um hipnotizador.
Exaltado, percebendo o que acontecia, o rapaz se exasperou, pegando logo seus pertences, e deixando a sala em direção ao quarto de hóspedes.
— Oh, meu Deus! — exclamou Eva para si mesma, sentindo seu sexo aquecer incontrolavelmente.
Ela desligou a TV, pegou seu sutiã de baixo da almofada e se dirigiu para o seu quarto, levando consigo as velas aromáticas.
Naquela noite, Eva chorou silenciosamente até pegar no sono. Havia esperado Eric até estar exausta. As velas aromáticas queimaram até se apagarem e, apesar de ter se tocado até atingir um orgasmo, seu fogo estava muito longe de seguir o exemplo delas. Gostava de pensar que, ao sentir o corpo do marido dentro do seu, o desejo repentino e crescente pelo hóspede que dormia no quarto no fim do corredor desvaneceria. Talvez, pudesse ter acontecido, não tivesse Eric chegado exausto de seu trabalho quando Eva já cochilava na cama.
Acordada por conta do barulho, ela ainda havia tentado estimulá-lo, mas o homem estava demasiado cansado para demonstrar qualquer ímpeto para o sexo.
Estaria ela ficando feia aos olhos de Eric, o único homem a quem já havia amado? A dúvida a deixara ansiosa e a ansiedade a fizera ter um sono entrecortado e insuficiente.
A frustração lhe trouxe um misto de raiva e tristeza e, na manhã seguinte, se levantou antes de o sol nascer. Por conta do calor que fazia naqueles dias, vestiu um curto robe de seda por cima do corpo nu e seguiu pelo corredor até a cozinha, onde pretendia preparar um café forte para espantar a dor de cabeça que a assolava.
Acendeu a luz e, ao sentir a brisa que corria ali, amaldiçoou-se por ter esquecido as janelas da sala abertas. Apesar de não haver perigo de invasão por aquelas vias, uma chuva torrencial de verão poderia destruir os móveis mais próximos à janela.
Seguiu pela sala e quase caiu por conta do susto que tomou.
Por um instante, se havia esquecido que hospedava o primo de seu marido. Jonathan se deitava displicentemente no sofá da sala. A cabeça estava apoiada em uma das almofadas do sofá, enquanto as pernas estavam esparramadas e abertas. Seu torso estava nu, e nada além de sua cueca boxer escondia sua nudez, pois o lençol que, em algum momento, devia tê-lo escondido, escorregara para o chão.
No espaço de um segundo, todas as memórias e desejos do dia anterior invadiram a sua mente e Eva sentiu seu corpo estremecer e aquecer rapidamente. Jonathan ostentava uma enorme ereção que pressionava a fina cueca de algodão, dando a Eva uma noção exata do formato e do tamanho do mastro do rapaz.
A mulher estacou no lugar em que estava, sentindo o coração querer saltar pela garganta. Sentiu os mamilos entumecerem, pressionando seu robe de seda, o qual nem mesmo havia se dado o trabalho de amarrar.
“Olhar e desejar esse membro inteiro dentro de mim não seria traição, seria?” a consciência nem mesmo se dera o trabalho de tentar responder àquela pergunta.
Ela se aproximou a passos lentos, esperando que um rompante de culpa a atingisse e a fizesse sair correndo dali, mas a frustração que Eric a havia causado na noite anterior apenas a enchia de coragem.
Passo após passo, permitiu-se aproximar do rapaz que ressonava. Sob a luz que iluminava através do cômodo, à medida que chegava mais perto, conseguia distinguir os contornos que o sexo desenhava através do algodão. Definiu com precisão os testículos, a grossa haste, a qual duvidava que conseguisse abarcar com uma única mão e a glande. Quando caiu em si, havia se ajoelhado em frente ao rapaz e aproximava seu rosto pouco a pouco. Sentia sua genitália queimando de desejo e se surpreendeu ao perceber que já massageava o próprio seio. Sua respiração estava pesada e, quando parou, estava tão próxima que podia sentir o aroma almiscarado que aquele pênis exalava. Desceu a mão que massageava o seio até seu sexo, que, àquela altura, já se empapava de umidade e teve que se controlar para não gemer quando introduziu seu dedo médio até a base. Chegou sua boca tão perto, que foi capaz de sentir o calor que emitia.
Ela permaneceu ali por alguns momentos, apreciando o aroma e a temperatura morna que eram emanados de seu objeto de desejo, usando seu dedo médio besuntado em seus próprios sucos para estimular o clitóris desejoso. Respirava tão pesadamente sobre a verga de Jonathan que temia que ele pudesse acordar a qualquer momento. O marido dormia no quarto a poucos passos de distância, o rapaz cochilava à distância de um centímetro de sua boca e ela se masturbava usando a adrenalina causada pelo medo e pelo sentimento de proibição que aquilo trazia.
Seu dedo se movia lentamente sobre seu clitóris, viajando casualmente até os lábios umedecidos em busca de mais lubrificação. Quando o pênis pulsou sob a cueca, por um momento pensou que ele poderia ter acordado, mas o encarou e percebeu que seus olhos ainda estavam fechados.
“Dar um leve beijo nessa delícia não seria traição, seria?” o silêncio em sua mente indicava que até mesmo sua consciência cedia ao desejo.
Tão próxima que estava, percebeu que o algodão na área da glande ficava mais e mais transparente. Pensar que o rapaz sonhava com ela naquele exato momento a deixava ainda mais excitada. A transparência do tecido revelava o roxo lascivo da enorme glande que mais lhe parecia um cogumelo.
Sentiu seu corpo estremecer quando o orgasmo se aproximou. Os espasmos a atingiram e, o ímpeto do momento a fez abocanhar a glande do rapaz enquanto sentia o corpo tremer, como se aquilo pudesse abafar seus gemidos. Mesmo através do algodão úmido, podia sentir seu sabor com toda a clareza que seu corpo permitia. Sentiu o membro a pulsar em seus lábios e a respiração dele, de repente, ficar ofegante. Sentiu algo morno e pegajoso nos lábios para, logo depois, perceber o sabor característico de sêmen a lhe preencher a boca.
“Ele gozou enquanto dormia”, concluiu. “Será que estava sonhando comigo?”.
Esperou até que Jonathan perdesse tamanho, sugando tudo que conseguiu através do algodão. Não costumava gostar quando seu marido ejaculava em sua boca sem avisar, mas o sabor tornava-se completamente diferente quando era acompanhado de um orgasmo tão intenso quanto aquele que acabara de ter.
Quando caiu em si novamente, deixou que o sexo do rapaz, envolvido pelo algodão branco da cueca boxer, escorregasse para fora de sua boca, e só então percebeu que havia abocanhado muito mais do que sua percepção lhe havia permitido notar. Uma enorme mancha de saliva e sêmen se fazia visível na cueca de Jonathan e, se ele viesse a acordar naquele momento, certamente perceberia o que havia acabado de acontecer. Curiosamente, sua dor de cabeça havia sumido e então sentiu o sono a lhe atingir o corpo de maneira violenta.
Ela se afastou devagar, sendo atingida por um repentino sentimento de culpa. Voltou para o seu quarto e fechou a porta atrás de si. Quando se deitou de volta em sua cama, ouviu passos pelo corredor seguido da porta do banheiro de visitas. Sentiu-se aliviada por ter deixado o local logo antes de o rapaz acordar.
“Não seria traição, já que não encostei diretamente nele, seria?” Algo riu em sua mente.
Eva dormiu pesadamente durante a metade da manhã. Nem ao menos acordou quando Eric saiu para trabalhar.
Para quem está gostando, continua no próximo capítulo. Para quem é impaciente e gosta de ler o livro na íntegra, segue o link para o livro no Kindle: https://www.amazon.com.br/dp/B0CKLS76RZ/?_encoding=UTF8&ref_=navm_hdr_signin