Eva acordou assustada. Pegou seu celular de sobre o aparador para checar o horário. Já passava das nove da manhã. Levantou-se então e seguiu para o chuveiro. Suas coxas estavam completamente úmidas e isso fez com que relembrasse tudo que havia acontecido mais cedo naquele dia. Uma mistura de remorso e excitação a atingiu, deixando-a mais confusa do que jamais se sentira.
“Que tipo de sentimento é esse?” ponderou, intrigada.
Seu banho foi rápido, apenas para deixar o corpo fresco. Não conseguia compreender suas motivações, mas um desejo imenso de se sentir desejada novamente a fez pentear o cabelo com esmero e se vestir de maneira provocante.
Optou por um vestido curto e confortável de algodão canelado que aderia ao corpo, revelando grande parte de suas coxas e desenhando suas curvas. Decidiu, com uma pontada de malícia, que deixaria seus seios livres de sutiã, para que o contorno de seus mamilos se fizesse visível. Vestiu sua menor e mais reveladora calcinha, um fio dental vermelho, que cobria nada na parte de trás e revelava quase tudo na da frente. Se Eric viesse a perguntar no fim do dia, diria que havia se vestido para ele, uma vez que pouco interesse havia mostrado no dia anterior.
“Não seria traição se vestir para provocar outro homem, seria?” ela sorriu ao pensar aquilo, sentindo-se corar.
Quando seguiu para a cozinha, olhou em volta à procura de Jonathan. Estava ansiosa para ver como ele a olharia. Como seus profundos olhos verdes viriam a pousar em suas curvas e atributos. Ela se sentia linda. Seus cabelos castanho-claros estavam brilhantes e sedosos, sua pele, revelada em lugares estratégicos, estava lisinha como a casca de um pêssego maduro, o salto que havia calçado fazia seu bumbum ficar ainda mais arrebitado e seus seios, ainda mais vistosos naquele vestido.
A decepção a atingiu como uma pedrada quando constatou que a casa, exceto por ela, estava vazia e silenciosa. Havia se arrumado apenas para si mesma, no entanto, decidiu resoluta, que aquilo não seria suficiente.
Caiu em si para lembrar que o processo seletivo de Jonathan deveria ter começado naquela manhã e, por um momento, sentiu-se triste e sozinha. Havia café fresco na garrafa térmica, mas não querendo desperdiçar todo o trabalho que tivera se arrumando, decidiu ir comprar um café na cafeteria da esquina. Naquele dia, queria ser olhada. Desejada. Comida com os olhos e, no fim do dia, quem sabe, possuída e satisfeita como ordenava sua luxúria. Se é que Eric demonstraria algum interesse.
Chamou o elevador, que logo desceu até seu andar. Ficou satisfeita quando percebeu que não desceria sozinha. O vizinho do andar de cima, um coroa boa pinta, dono de uma rede de restaurantes, que havia se mudado há pouco tempo, a cumprimentou polidamente. O homem já possuía uma faixa grisalha nos cabelos das têmporas, mas era alto e tinha um porte orgulhoso, o maxilar era quadrado e escanhoado com esmero e ele possuía um par de olhos experientes. Olhou-a dos pés à cabeça, parando-se por um momento em suas coxas e seu decote e pareceu gostar do que viu. Ainda assim, baixou seu olhar até o chão.
Eva disfarçou o sorriso que surgiu no canto dos lábios e, só depois de alguns momentos, percebeu por que o homem olhava fixamente para o ponto entre seus pés. O mármore branquíssimo do elevador devia ter sido polido à exaustão naquele dia e o reflexo que projetava era quase tão claro quanto o de um espelho. Tão claro era, que podia ver até mesmo a cor de sua calcinha através dele.
Sentiu-se sentiu vulnerável por um momento e chegou a pensar em fechar bem as pernas e censurar o homem, mas, em vez disso, abriu-as um pouco mais, fingindo desentendimento, dando a ele uma visão clara do contorno inferior de suas nádegas, que estavam quase que completamente expostas pela calcinha minúscula. Tão minúscula era que, por vezes, sentia os lábios de sua vagina tentarem abocanhá-la.
O homem se despediu ao chegar no andar da garagem e, antes que a porta do elevador se fechasse, lançou a Eva um olhar repleto de malícia, seguido de uma piscadela. Ela o retribuiu com um discreto olhar de cumplicidade e uma sedutora mordida no lábio inferior.
“O que está acontecendo comigo?”, perguntou-se, assustada. O coração tamborilava no peito.
Sentiu o sangue subir à face e gostou daquele sentimento. Sentia-se livre e jovem e tão viva quanto jamais se sentira.
Atravessou o hall e saiu através da grande porta dupla de vidro. Caminhou pela calçada repleta de transeuntes e, enquanto caminhava, sentia os olhares de cada homem por quem passava se pousarem sobre ela. Sentiu a adrenalina percorrendo suas veias, enchendo-a de tesão e logo já sentia sua calcinha úmida demais. Parou de frente para a porta da cafeteria da esquina, mas pensou melhor e decidiu, naquele dia, ir em uma um pouco mais afastada. Pegou o celular e chamou um motorista pelo aplicativo, que não demorou a chegar.
O motorista era um homem de meia-idade que ostentava um bigode hirsuto e loiro demais para o gosto dela. Eva se sentou no banco de trás, no centro do acento, onde se posicionou no vão entre os dois bancos dianteiros.
— Bom dia, senhorita. — cumprimentou o homem, educadamente, antes de ajustar o retrovisor.
— Senhora. — corrigiu Eva antes de cumprimentá-lo.
Eva evitava contato visual através do espelho, mas notava que o homem, vez ou outra, o ajustava mais e mais para baixo. Sentiu novamente uma onda de calor subir pelo seu corpo e decidiu dar ao homem um pouquinho de alegria matinal.
Entreabriu as pernas e deixou-o ver um pouco daquilo que tinha parcamente escondido por baixo do fio dental. Seu destino não ficava tão longe, mas olhou o trajeto no celular fixado no painel do carro e percebeu que o motorista havia errado o caminho — talvez de propósito — e teria de pegar um longínquo retorno. Bom. Havia saído de casa com o intuito de se sentir desejada, então faria o jogo daquele homem.
Aproveitava-se dos solavancos das lombadas e buracos para abrir um pouco mais as pernas, tentando parecer alheia aos olhares.
Percebeu, depois de um tempo, que cada solavanco a deixava com mais tesão e lançava uma onda de prazer pelo seu corpo, tão sensível este estava. Mal percebeu quando começou a soltar rápidos gemidinhos a cada vez que o motorista passava por um buraco ou lombada. Ao fim da viagem, quando o carro parou em frente a uma cafeteria a pelo menos dois quilômetros de distância de sua casa, suas pernas estavam posicionadas a um ângulo discreto, mas que ainda deixava sua virilha quase que completamente exposta.
Eva se endireitou e alinhou seu vestido, e quando abriu a porta do carro para sair, o homem a chamou.
— Senhora.
— Pois não? — Eva o encarou, completamente corada e com o coração aos pulos.
— Tome o meu cartão, — o homem lhe esticou um cartão de visitas com seu telefone — caso precise novamente de um motorista ou de algum outro serviço. — deu-lhe uma piscadela.
— Certo. — Eva pegou o cartão da mão do homem e o guardou em sua bolsinha. — Muito obrigada!
Saiu do carro e caminhou até a entrada, percebendo que suas pernas estavam completamente bambas.
Entrou pela porta da cafeteria quando o tesão já a fazia ofegar levemente. Olhou em volta e escolheu uma mesa na qual ficaria sentada de frente para um charmoso jovem de pele negra que tomava um café preto e comia um pedaço da deliciosa quiche de queijo que serviam ali.
Não havia ninguém entre os dois e, logo que ela se sentou, os seus olhares se cruzaram. Eva cruzou as pernas, a tento de chamar sua atenção para baixo da mesa, o que funcionou prontamente. Os olhos castanhos do rapaz, ao perceberem a movimentação por de baixo da mesa, desviaram diretamente para as pernas desprotegidas de Eva.
Ela evitou encará-lo diretamente, tentando acompanhar seus movimentos através da visão periférica. Poucos minutos após ter se sentado, uma garçonete veio tirar seu pedido: um expresso preto com uma pitada de açúcar, como de costume. Enquanto conversava com a garçonete e lhe pedia uma fatia de quiche, descruzou as pernas, abrindo-as rapidamente e as fechando novamente. O rapaz não conseguia desgrudar seus olhos e, por mais que tentasse, era incapaz de disfarçar. Vez ou outra, os olhares dos dois se cruzavam, repletos de malícia. Eva estava adorando aquilo. Era como se, de um dia para o outro, tivesse se tornado uma outra pessoa. Teria Melissa desencadeado alguma reação com a ideia que havia lhe dado?
O café e sua fatia de quiche logo chegaram e, com fome, se pôs a comer.
Eva percebeu que duas das mesas mais ao canto da cafeteria, um local afastado onde havia quase ninguém, vagaram e teve uma indecente ideia.
Levantou-se então, levando consigo seu prato, sua xícara e sua comanda, passando pelo jovem e dirigindo-lhe um olhar repleto de significados.
Não demorou até que o jovem pegasse suas coisas e se sentasse à mesa que ficava de frente para a de Eva.
A mesa ficava atrás de um jardim artificial e, apesar deste ser baixo, era alto o suficiente para esconder os pés das mesas naquele canto para aqueles que estavam nos outros pontos da cafeteria.
Eva logo começou a se soltar. Assim que percebeu que o rapaz a estava fitando, afastou os joelhos apenas o suficiente para que não houvesse dúvidas sobre suas intenções. O rapaz olhava fixamente para o ponto entre suas pernas enquanto levava a xícara à boca.
Eva não o olhava nos olhos, concentrava-se no seu café e sua quiche enquanto se mostrava para o desconhecido. Não tardou até que começasse a se esfregar involuntariamente para trás e para frente na cadeira, o que fazia com que sua calcinha se movesse de um lado para o outro, revelando completamente seu sexo umedecido. Eva percebeu que ele olhou para os lados antes de enfiar a mão para baixo da mesa. Um tanto incrédula, encarou a virilha do homem enquanto este tocava sua ereção por sobre as calças.
O membro parecia ter um tamanho considerável, mesmo por baixo do jeans. Eva encostou seu corpo no espaldar da cadeira e afastou seu quadril para a frente, afastando as pernas ainda mais. Levou então a mão para baixo da mesa, só aí percebendo o quanto seu vestido já havia subido. Ignorou esse fato, escorregando a mão em sua virilha e puxando a calcinha de lado enquanto encarava fixamente o pênis do homem a ser massageado freneticamente. Mordeu o indicador da outra mão para evitar um gemido e introduziu dois dedos em sua vagina que, por estar completamente ensopada, não ofereceu nenhuma resistência. Ouviu o barulho úmido dos dedos a se moverem saindo e entrando de si e se perguntou se seu observador também era capaz de ouvi-lo.
O rapaz não resistiu por muito tempo. Desabotoou a calça jeans e baixou o zíper. Eva pôde ouvi-lo de onde estava, o que significava que ele também era capaz de ouvi-la. Ela acelerou seus movimentos, olhando em volta para ver se ninguém vinha. Ele tirou seu membro da cueca, fazendo com que o corpo de Eva estremecesse com a visão. Era marrom, grande e grosso, escuro como uma barra de chocolate e fez a boca de Eva se encher de água no momento em que o viu.
O rapaz o segurou firmemente e começou um movimento lento de vai e vem. Era a primeira vez que Eva via um daquela cor tão de perto. Sempre tivera curiosidade, mas matava-a com os vídeos que encontrava na internet.
Usando dois dedos, Eva afastou seus grandes lábios, como se estivesse oferecendo sua vagina para o seu expectador. Então, juntou um terceiro dedo à ação e começou a se penetrar com mais velocidade.
O homem se masturbava lentamente, como se quisesse prolongar aquele intercurso à distância, mas não demorou muito até que ele pegasse um guardanapo de cima da mesa e levasse até a ponta do seu membro. Eva encarou fixamente, sabendo o que viria a seguir.
Com um gemido contido e suspiros entrecortados, ele estremeceu, despejando lascivamente sua semente, que voou em vários jatos, indo parar até mesmo no chão, um pouco adiante. O rapaz conseguiu aparar a maior parte no guardanapo e, percebendo que alguém vinha vindo, guardou seu sexo de volta dentro das calças, enrolando o pedaço de papel e o segurando na mão. Eva se apressou em ajeitar o vestido e a calcinha, pois uma das garçonetes se aproximava.
Dirigiu-se primeiramente ao rapaz.
— Gostaria de mais alguma coisa, senhor? — perguntou, aparentemente, alheia ao que acabara de acontecer.
— Não, apenas pagar minha conta. — Ele deixou o dinheiro sobre a mesa e se levantou. — Pode ficar com o troco.
Passando ao lado da mesa de Eva, deixou o guardanapo que acabara de usar sobre o prato no qual Eva havia comido, com o sêmen empoçado virado para cima, e se dirigindo até o banheiro masculino.
A garçonete pareceu não ter percebido tal atitude, pois estava ocupada demais guardando o dinheiro no avental.
Eva arregalou os olhos e, antes que a garçonete pudesse ver, levou o guardanapo próximo à boca, fingindo que iria usá-lo. Ela sentiu a semente quente do rapaz melar seu polegar e o cheiro forte de sêmen invadir suas narinas. Não havia atingido o orgasmo e, por mais que soubesse o quanto sentiria repulsa daquilo em uma situação normal, o tesão e o medo de ser descoberta a fizeram agir rapidamente. Entreabriu então a boca e sugou o que conseguiu do sêmen ainda morno do estranho. O sabor era diferente daquele que havia experimentado mais cedo naquela manhã, mas naquela situação, não lhe pareceu desagradável. Não conseguia tirar o pênis do desconhecido da cabeça e, sem dizer palavra alguma para a garçonete, guardou o guardanapo na bolsa e tirou dela uma nota de cinquenta.
— Fique com o troco. — disse Eva, levantando-se, apressada, ignorando o semblante de felicidade no rosto da moça por conta das gorjetas.
“Não seria traição me tocar em local público para um desconhecido, assistindo-o se masturbar para mim, seria?” O pensamento fê-la perceber o tamanho absurdo ao qual acabara de se sujeitar “Deus, estou ficando louca. O que está acontecendo comigo?”.
Ao sair apressada da cafeteria, pegou o primeiro táxi que conseguiu e deu ao motorista o endereço para onde deveria ir. Estava assustada consigo mesma e queria chegar logo em casa. Não deu muita atenção ao taxista e pagou mais do que o dobro do que lhe devia por conta da urgência.
Chegando ao apartamento, tomou o elevador e abriu a porta apressadamente. Foi, então, até seu quarto, abrindo a gaveta onde guardava seus sex toys e pegou o maior vibrador que tinha — um falo grosso e comprido que raramente usava — pôs-se de bruços sobre a cama, afastou a calcinha ensopada para o lado e introduziu-o até a sua base, sentindo suas entranhas serem pressionadas até que uma pontada de dor a atingisse. Um gemido alto e repleto de sofreguidão deixou sua garganta enquanto ela dava boas-vindas àquele desconforto. Três estocadas rápidas e violentas seguiram logo depois que seu corpo se acostumara ao tamanho do objeto e a fizeram atingir um dos orgasmos mais intensos que lembrava de já ter tido. Então, na posição em que estava, deixou-se adormecer, amolecida e extasiada.
O consolo de silicone escorregou para fora de sua vagina com um som molhado, jazendo aos seus pés, que ficaram no chão enquanto o resto do corpo repousava, debruçado sobre a cama. Não se lembrou naquele momento de que a porta do quarto estava completamente escancarada.
Seu ânus e sua vagina estavam expostos lascivamente para quem quer que entrasse pelo corredor.
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