A primeira fase do processo seletivo proposto pela empresa era composta de um teste psicológico. Ao longo de sua jovem vida, Jonathan já havia passado por alguns daqueles. Seu pai lhe dera algumas dicas e, despreocupado, terminou a prova quando o sol já estava alto no céu.
Não conseguia tirar da cabeça o sonho vívido que tinha tido na noite anterior. Dormira pensando na esposa de seu primo e em como, por acidente, havia flagrado várias vezes, ângulos muito reveladores sobre partes muito íntimas de seu corpo.
Por vezes, pensava que a mulher o fazia de propósito, mas seria presunçoso de sua parte achar tal coisa. A culpa recaía sobre si mesmo por não estar habituado aos costumes da cidade grande. Onde morava, no interior, era comum que as mulheres escondessem seus atributos ao receber visitas.
“Caso viesse a passar pelo processo seletivo”, pensou, “não teria problemas em me habituar aos costumes daqui”.
Só não sabia, no entanto, se seria capaz de resistir aos seus próprios impulsos caso continuasse a conviver com Eva. Sabia que, caso se sentisse provocado demais, acabaria fazendo algum comentário que poderia vir a ofendê-la. No dia anterior, inclusive, não fora capaz de desviar o olhar quando a mulher caiu na porta de entrada, nem quando ela se curvou na sua frente enquanto liberava espaço no guarda-roupas, olhar pelo qual recebera uma reprimenda e que o deixara profundamente envergonhado. Nem também quando, vestida em um micro short que não era capaz de cobrir absolutamente nada, ela havia se dobrado para alcançar uma toalha para ele na lavanderia. As calcinhas que Eva usava não o ajudavam, mas, pelo bem de sua estadia, faria de tudo para controlar seus impulsos. Coisa que conseguiu cumprir apenas por muito pouco quando ainda vestida no micro short, Eva se sentara com as pernas cruzadas em borboleta sobre o sofá, posição que o agraciou com uma visão muito detalhada de sua intimidade.
Na noite anterior, por conta do calor insuportável que fazia no quarto de visitas, migrara para a sala do apartamento, onde uma brisa agradável soprava constantemente. Somente assim conseguira dormir. Entretanto, quando a madrugada chegou, sonhou vividamente que a dona da casa se aproximava portando um semblante faminto, acocorava-se ao seu lado e abocanhava seu sexo, engolindo-o até a metade e o chupado até que ele ejaculasse em sua boca. Não se recordava de ter molhado tanto sua cueca enquanto dormia desde a adolescência, quando sonhava com as garotas da escola. Por sorte, acordou e teve tempo de sair dali para não ser pego em flagrante.
Quando acordou, naquele dia, Eric já estava de pé, tomando café rapidamente para seguir novamente para o escritório. Ele chegou a torcer para que pudesse vislumbrar uma Eva vestida em pijamas antes de sair de casa, mas se tivesse esperado mais, teria se atrasado. Trancou então a casa e saiu apressado.
Estranhou quando às onze da manhã, hora em que chegou em casa, encontrou a porta destrancada, uma vez que Eric o dissera que costumava almoçar fora. Teria Eva esquecido de trancá-la, ou será que ele mesmo havia deixado destrancada?
Preocupado, atravessou a sala, ficando apreensivo quando viu uma sandália com o salto muito alto atirada a um dos cantos, displicentemente, mas deixou seu queixo cair em uma expressão de susto quando chegou ao corredor.
— Oh, meu Deus! — falou alto demais.
Eva nunca tivera um orgasmo tão repleto de desejos contidos. Seu corpo amolecera tanto que se deixara adormecer na exata posição em que havia gozado. Ao acordar, sabe-se lá quanto tempo depois, ainda sentia as pernas moles. Ouviu ao longe a porta de entrada da sua casa se fechar e os passos atravessarem a sala, no entanto, estava sonolenta demais para tomar qualquer atitude. Foi apenas quando ouviu-os vindo do corredor que caiu em si. E se Eric chegasse em casa e a visse daquele jeito, naquela posição? As pernas estavam abertas em demasia, enquanto a sua bunda se empinava para cima. Um dos pés estava descalço e a barriga estava apoiada sobre a cama. O vestido estava levantado até os quadris e seu vibrador estava atirado aos seus pés. O que pensaria seu marido?
— Oh, meu Deus! — Ouviu.
Eva ficou estranhamente aliviada e envergonhada ao perceber que não se tratava da voz de Eric e, para que Jonathan não percebesse que estava acordada, manteve-se parada, tomando cuidado para regular sua respiração e disfarçar a euforia que lhe atingia de maneira intensa.
As batidas de seu coração se aceleraram tanto que temia poder serem ouvidas pelos vizinhos do andar de baixo. Não ouviu mais os passos de Jonathan, o que significava que ele continuava parado no corredor, certamente, olhando em sua direção. Ela sabia que sua calcinha estava completamente esticada para o lado, tamanho foi o ímpeto com que a puxara para introduzir o pênis de silicone, que gozava de uma tecnologia, chamada cyberskin, capaz de imitar a textura de pele quase que perfeitamente.
Ouviu, com um misto de medo e alegria, os passos do jovem a se aproximar.
— Dona Eva? — chamou Jonathan, baixinho, como que torcendo para que ela não respondesse.
Eva o ignorou, mantendo sua pantomima, esperando, ansiosamente, o quão longe o rapaz teria coragem de chegar. E se ele a tocasse? Qual seria sua própria reação?
Aproximando-se, a passos hesitantes, chamou uma vez mais.
— Eva? — Ouviu seus passos se aproximarem tanto que deduziu que já havia atravessado a porta do quarto.
Eva teve uma ideia ousada e, munida de uma coragem que não sabia nem deveria ter começou a executá-la iniciando um ressonar baixinho. Cada vez que suspirava, contraía seu esfíncter, o que fazia tanto seu ânus quanto sua vagina se contraírem em resposta.
Aquilo pareceu ter dado um pouco mais de coragem ao rapaz, que continuou a se aproximar. O coração de Eva dava pulos cada vez mais intensos e as palmas de suas mãos já começavam a suar.
Ouviu, com um misto de alegria intensa e ansiedade, o barulho de zíper sendo aberto.
“Isso, isso, isso”, pegou-se torcendo, assustada com aquele pensamento. “Não seria traição se ele me penetrasse enquanto finjo dormir, seria?”
Ela se preparou para sentir o membro do rapaz a penetrá-la, indo mais fundo do que Eric jamais havia ido. Esperou ansiosa por algum tempo, mas nada.
Um pouco frustrada, ressonou um pouco mais alto. Talvez, se o fizesse pensar que dormia pesadamente, o rapaz teria mais confiança, mas não foi o que aconteceu. Pelo que conseguia perceber, ele apenas a observava. A ansiedade crescente a assolava e ela quase gritava para que ele fizesse logo o que pretendia fazer.
Foi então que começou a ouvir, baixinho, como uma batidinha leve e ritmada no início, mas que ficava mais e mais intensa. Era um barulho característico de pele batendo em pele.
O tesão a chicoteou avassaladoramente e, apesar de não estar sendo tocada, o fato de estar sendo observada e usada como objeto de desejo para o rapaz enquanto este se masturbava, era tão satisfatório quanto um banho quente em um dia gelado. Ela amava ser desejada, só não tinha percebido o quanto até então. Ela não podia vê-lo, mas imaginava Jonathan com seu abdômen e seu peitoral esculpidos, brilhantes de suor, enquanto ele massageava seu grande mastro rígido, repleto de veias grossas e pulsantes, cobrindo e descobrindo a sua glande. A mera lembrança da ponta arroxeada que fora capaz de ver através do fino algodão branco molhado da cueca havia apenas algumas horas, encheu sua boca de água e, de maneira involuntária, umedeceu os lábios com a língua.
Incapaz de resistir, ergueu o quadril a tento de empinar ainda mais a sua bunda e a sua vagina. Tanto sua vulva quanto seu ânus possuíam uma coloração rosada e lasciva que davam, junto de sua pele branca, uma impressão de fragilidade que, sabia, deixava alguns homens enlouquecidos de tesão. Ficava apenas imaginando o que se passava, naquele momento, na cabeça de Jonatha.
“Será que ele está tentado a me penetrar? Teria essa coragem, sabendo que Eric poderia chegar em casa a qualquer momento?” O entusiasmo crescente fazia a paciência desvanecer. “Seria traição se eu apenas...”
Sem pensar nas consequências de seus atos, Eva atirou seu quadril para trás, num solavanco repentino, torcendo para que conseguisse, em um único movimento, engolir o mastro do rapaz com sua vagina faminta e completamente ensopada.
Ficou frustrada ao perceber que não havia conseguido. A diferença de altura entre Jonathan e ela era demasiada, e o máximo que conseguiu foi fazer com que seu ânus encostasse nos testículos dele. O mero calor das coxas firmes contra as suas e o roçar dos pelos pubianos aparados e espetados do rapaz contra seu orifício sensível jogou uma onda de prazer intensa através do corpo de Eva, que precisou juntar todas as suas forças para não soltar um gemido e delatar seu pequeno teatro.
Jonathan levou um susto e, no mesmo momento, parou de se masturbar, o que fez com que Eva se amaldiçoasse, com raiva de si mesma por estragar o momento. Para evitar que tudo acabasse ali, ela fingiu um ressonar um pouco alto para que ele se tranquilizasse e, aos poucos, voltasse a massagear seu sexo.
Por fim, Jonathan não se afastou, continuando a se masturbar com seus testículos encostados no ânus de Eva, roçando e fazendo-a experimentar ondas de prazer a cada movimento.
Ela, involuntariamente, apertou o lençol com força quando sentiu um pequeno orgasmo ameaçar atingi-la, torcendo para que ele não percebesse. Ela sentiu seu corpo inteiro se contrair e ficar sensível e, involuntariamente, atirou seu quadril para cima, sentindo seu ânus e períneo roçarem com força no sexo de Jonathan.
Não demorou muito para que o rapaz viesse a ejacular. Eva sentiu quando seus movimentos se tornaram mais rápidos e descompassados, e ouviu sua respiração se tornar pesada e ofegante. Talvez, pela adrenalina do momento e uma nuvem repentina em seu pensamento, ele apontou a glande na entrada de seu ânus, chegando a pressionar levemente, fazendo-a levar um enorme susto e soltar um gritinho abafado. Ela o ouviu gemer baixinho logo antes de senti-lo despejar os dois primeiros jatos de sêmen entre suas nádegas, o que a fez contrair seus músculos. Sentiu a semente morna do rapaz lhe escorrer pelo ânus e pela vagina antes que ele se aproximasse um pouco mais, encostasse os testículos em sua vagina empapada e despejasse as últimas gotas de sêmen sobre suas costas. Ele ainda permaneceu ali, parado por um tempo, respirando cansado enquanto aparentemente pensava na bagunça que havia feito. Sentiu-se levemente decepcionada, como se seu corpo desejasse que o rapaz continuasse por ali, quando ele afastou-se, fechou o zíper e se dirigiu ao banheiro da suíte.
Ouviu o barulho característico do papel higiênico se desenrolando e Jonathan voltando apressado. Ele hesitou por um instante, e então, com delicadeza terna, pôs-se a limpá-la. Por um momento, quis pedir para que ele deixasse tudo como estava, para que pudesse usar seu sêmen como lubrificante para mais uma sessão com seu brinquedo que ainda estava atirado ao chão, mas se conteve e ressonou mais alto, para lhe entregar um pouco mais de tranquilidade.
Jonathan ainda se prestou a, delicadamente e com todo cuidado, ajeitar-lhe a calcinha e o vestido, e ainda tirar sua outra sandália e posicionar suas pernas sobre a cama.
— Me perdoe, dona Eva — Ele disse, baixinho, antes de deixar o quarto em direção ao banheiro social.
Eva não conseguia acreditar em si mesma e no rumo que sua vida estava tomando.
Eva passou vários minutos na cama, deitada, depois de Jonathan deixar o quarto e fechar a porta atrás de si, tentando colocar a mente em ordem e focar ao menos minimamente naquilo que realmente precisava fazer.
Levantou-se sem fazer barulho e se sentou em frente ao seu laptop que ficava sobre uma escrivaninha no canto do quarto sobre a qual havia montado seu escritório. Tinha um deadline a cumprir e sabia que aquele cliente era exigente e metódico.
Abriu os softwares e os desenhos do projeto e se pôs a produzir em sua mesa digitalizadora. Sabia que ainda não havia atraso porque seus funcionários certamente estariam debruçados sobre o projeto e três pessoas eram mais que suficientes para completá-lo com folga.
Ouviu algum barulho de panelas e talheres vindo da cozinha, mas o ignorou, encaixando um par de fones nos ouvidos e abrindo uma playlist de música ambiente que montara para quando queria se desligar do resto do mundo.
Era aproximadamente uma hora da tarde quando começou a sentir fome. Pensou em pedir o almoço pelo aplicativo no celular, mas se lembrou de que tinha um hóspede em casa, então, decidiu perguntá-lo se queria algo. Afinal, queria continuar fazendo com que acreditasse que ela estava completamente alheia ao que havia acontecido.
Eva abriu a porta do quarto e sentiu um delicioso aroma preencher suas narinas. Normalmente aquela cozinha era usada apenas durante alguns raros eventos nos fins de semana, já que Eric raramente almoçava em casa durante os dias em que estava trabalhando e ela acabava por pedir comida por delivery.
Atraída pelo aroma, ela seguiu até a cozinha para encontrar Jonathan retirando uma assadeira de dentro do forno. Dentro dela, um belo pedaço de pernil fumegava coberto por algumas ervas, tomates-cereja e um molho de cor ocre que, por conta das pequenas sementes pretas, parecia ter sido feito com maracujá. O pernil se deitava sobre uma cama de lâminas de batatas que já estavam douradas e apetitosas. Não se lembrava de ter nenhum daqueles ingredientes em casa, mas, ao ver algumas sacolas de mercado sobre a mesa, deduziu que o rapaz havia saído para comprar. Eva sorriu achando aquilo tudo muito atraente.
— Boa tarde, senhora. — disse Jonathan ao vê-la. Ele parecia tenso. — Tomei a liberdade de preparar algo para comer. Está servida?
Eva sorriu para o rapaz, sem saber o que dizer, repentinamente, sendo bombardeada pelas memórias do que havia acontecido durante a manhã. Ele vestia uma camiseta branca de algodão e uma fina bermuda de treino que lhe mostrava um pouco do volume daquilo que o rapaz guardava entre as pernas.
— Sabe cozinhar? — perguntou, curiosa.
— Bom, meus pais estavam sempre ocupados, trabalhando, então, sempre que chegava da escola, era eu quem preparava a comida para meus irmãos — disse o rapaz, corando levemente.
— Que surpresa agradável, Jonathan. — Eva se dirigiu até um armário que ficava no alto, esticando-se muito mais do que o necessário para alcançar uma garrafa de vinho, fazendo com que seu vestido subisse até que suas coxas estivessem quase que completamente expostas. — Seu primo poderia aprender uma coisa ou duas com você.
Eva apoiou a garrafa de vinho sobre a bancada, pegando na gaveta o saca-rolha de ação dupla.
Ela habilmente abriu a garrafa, cheirando a rolha e deixando o vinho descansar.
Havia uma panela que fervia sobre o fogão. Um purê espesso borbulhava e o rapaz se apressou em baixar o fogo.
— Como dormiu essa noite? — Ela perguntou. — Já não estava em casa quando acordei.
O rapaz a olhou, hesitando antes de contar.
— Para falar a verdade, tomei a liberdade de vir dormir no sofá — ele disse, encabulado.
— É mesmo? — Eva fingiu desconhecimento. — O que aconteceu?
Jonathan tirou a panela do fogo, despejando o conteúdo em uma tigela. O purê tinha um aspecto elástico e aveludado.
— Senti muito calor durante a noite e não consegui pregar os olhos — explicou. — Então, vim aproveitar a brisa que soprava na sala.
— Sinto muito — desculpou-se Eva. — Vou procurar logo um técnico para resolver o problema do ar-condicionado.
— Ah! Que é isso, dona Eva — Ele exclamou de maneira tímida. — Não há necessidade. Posso dormir no sofá sem problemas quando sentir calor.
“Seria ótimo” pensou Eva, espantando o pensamento antes que o expusesse sem querer.
— Eu insisto. Precisa estar descansado para o processo seletivo. — Ela se lembrou de algo quando se pegou encarando, por tempo demais, os bíceps de Jonathan — E caso queira, pode usar os equipamentos da academia do prédio. Raramente são usados, de qualquer maneira.
— Isso sim viria a calhar — disse o rapaz enquanto punha os pratos na mesa, logo depois, apoiando-se de costas contra balcão.
Tomada de uma repentina vontade de provocá-lo, Eva se aproximou, olhando diretamente em seus olhos e se ajoelhou em frente ao rapaz, muito próxima a ele. Ela olhou para cima, exagerando um olhar de submissão enquanto aproximava o rosto de sua virilha, e então parou. O rapaz tinha o semblante tão assustado que Eva pensou que teria um infarto.
— Pode me dar licença, por favor? — Ela pediu, apontando a gaveta atrás dele.
O rapaz deu dois passos para o lado, liberando o caminho, e Eva abriu a gaveta, pegando duas taças de bojo largo.
Ele pareceu claramente encabulado e se sentou em uma das cadeiras para esconder o princípio de ereção que começara a aparecer por sob a bermuda. Eva se levantou, pegou a garrafa de vinho e derramou seu conteúdo, enchendo um terço de cada uma das taças. Era um Tannat levemente ácido e de notas amadeiradas com o tanino suave e bastante encorpado. Eva girou a taça. Gostava de ver os drippings se formarem, translúcidos. Mania que havia aprendido com Eric. Quando pensou nele, sentiu-se culpada por tudo que vinha fazendo. Cheirou o vinho, como era costume, e bebericou um gole. Enquanto isso, Jonathan colocava na mesa algumas saladas que tinha preparado. Ele a serviu e ela o agradeceu, depois bebeu, de um único gole, quase todo o conteúdo na taça para tentar espantar a culpa que sentira repentinamente. Eva serviu mais vinho para si mesma e concluiu que ele estava descendo perfeitamente bem.