4- Meu Tudo

Um conto erótico de Lauro Costa
Categoria: Gay
Contém 2823 palavras
Data: 25/06/2025 12:28:32
Assuntos: Gay

(Flashback – São Paulo, seis meses antes)

A luz da manhã entrava pela janela como um véu dourado, suavizando os móveis de madeira clara do apartamento no Jardim Europa. A cafeteira borbulhava. Um cheiro de pão quente se espalhava pela cozinha. Na sala, Gael girava devagar com Mateus, nos braços — o menino ria alto, agarrado no pescoço do pai, enquanto Caíque os filmava com o celular, de pijama e sorriso bobo.

— Vai cair esse menino, Gael! — brincou Caíque, sentando-se no sofá com a xícara na mão. — Vem aqui, meu tudo.

Gael largou Mateus no chão com um beijo estalado e foi até o marido. Os dois se abraçaram com a calma de quem já se conhece até o cheiro do cansaço. No fundo, tocava uma playlist nostálgica. Quando os primeiros versos de “Tudo”, da Liniker, começaram, Caíque apertou o controle e aumentou o volume.

> *“Deixa eu ficar na tua vida

Morar dentro da concha

Do teu abraço não quero largar...” *

— Essa aqui é pra você — disse ele, puxando Gael pela cintura.

— Que cafona — riu Gael, mas já encostava a testa na do outro.

— E você ama.

Gael amava. E naquele instante, só isso importava. Eles dançaram devagar, os pés descalços deslizando no tapete, enquanto Mateus mordia uma torrada e assistia à cena em silêncio. Guardaria aquela imagem como quem grava um milagre.

Horas depois, estavam no carro, indo visitar o pai de Caíque no Butantã. A tarde começava a cair, o trânsito escorria vagaroso pelas avenidas largas.

Na ida, tudo correu bem. Conversas leves, piadas bobas de Mateus, um ou outro comentário sobre trânsito. Caíque, como sempre, ria alto.

— A gente podia levar uma torta de frango, né? Aquela que seu pai adora da Padoca do Zé. — sugeriu Gael, pegando a próxima saída.

— Se a gente não levar, ele finge que nem conhece a gente — disse Caíque, sorrindo.

Pararam o carro numa rua lateral tranquila, em frente à padaria. Mateus ficou no carro ouvindo música, preguiçoso. Gael e Caíque desceram juntos, atravessaram a rua de mãos dadas, conversando.

Compraram a torta, pegaram refrigerante, agradeceram à atendente. Coisas simples. Aquelas que ninguém imagina que serão as últimas.

Na volta, ao atravessar de novo a rua — pela faixa de pedestres, com o sinal fechado para os carros — tudo mudou em segundos.

Um carro preto surgiu de repente, numa velocidade absurda. Sem buzina. Sem freio. Sem tempo.

Caíque empurrou Gael para o lado e o impacto o atingiu em cheio.

O corpo foi arremessado metros à frente. A sacola voou, a torta despedaçada no chão. Gael caído no chão gritou, se levantou e correu, se jogou no asfalto, as mãos trêmulas tentando encontrar pulso, calor, vida. Mateus saiu do carro descalço, os olhos arregalados, sem entender o que via.

A cena ficou imóvel. Por minutos, o mundo se recusou a seguir.

(Presente – Rancho da Serra, noite do desaparecimento)

Gael parou, os olhos fixos no chão irregular, o corpo tenso como se carregasse o peso do mundo. Respirou fundo, quase um sussurro:

— Eu... não posso perder meu filho também.

Arkan permaneceu em silêncio por um instante, a expressão fechada. Depois, com voz firme, contou sua história:

— Eu perdi minha irmã. Ela era tudo que eu tinha. Minha única família viva. Depois disso, perdi parte de mim mesmo... Foi difícil seguir em frente.

Gael levantou o olhar, sentindo pela primeira vez uma conexão profunda.

— Sei o que é perder quem amamos. Sei a dor de tentar proteger o que resta.

Arkan estendeu a mão, um gesto simples, mas cheio de significado.

— Não sei até onde posso ajudar, mas quero tentar. Você não está sozinho nisso.

Gael segurou a mão dele, firme. Pela primeira vez, um fio de esperança brilhou no seu olhar.

A luz que escapava pelas janelas quebradas da estação antiga mal iluminava o espaço, mas Mateus e Elisa não podiam perder tempo. Mateus apoiava o braço esquerdo numa tala improvisada, feita com pedaços de madeira e tecido, enquanto eles andavam cautelosos pelo chão irregular, procurando uma saída.

Elisa olhou para ele com um meio sorriso, nervosa.

— Aposto que seu braço nem tá doendo tanto assim. Tá só querendo chamar atenção, né? — provocou, tentando disfarçar o medo.

Mateus tentou sorrir, mas a dor insistia.

— Pode ser que eu esteja fingindo pra ganhar um pouco de pena — respondeu, a voz rouca.

Houve um silêncio, pesado e cheio de coisas não ditas. Eles continuaram a andar, cada passo ecoando no lugar vazio.

— Sabe... — Elisa finalmente falou, a voz baixa, quase um sussurro —, eu devia ter te agradecido antes. Por salvar minha pele. Eu fui uma idiota implicando contigo.

Mateus parou e olhou nos olhos dela.

— Tá perdoado. Eu também devia ter sido menos teimoso.

Por um instante, foram só dois adolescentes presos, longe do mundo, longe das cobranças.

Mateus respirou fundo, apertando a tala.

— Meu pai... meu pai se foi há seis meses. Atropelado. Eu e meu pai de criação, o Gael, a gente ainda tenta juntar os pedaços. Mas ele me protege o tempo inteiro, me sinto preso, sufocado.

O olhar de Elisa suavizou.

— Eu entendo essa sensação de estar sufocado, sabe? Minha mãe é uma fera, e eu me sinto sempre na mira dela. Me cobram, me julgam, e eu fico presa nesse nó que não sei como desfazer, já meu pai nem liga pra mim,e não adianta o quanto eu tente me esforçar para ele me notar.

A tensão entre eles diminuiu até virar um silêncio confortável. Elisa se aproximou devagar.

— Você não está sozinho, Mateus.

Ele sorriu, o coração acelerado. E, quase sem pensar, seus lábios se encontraram num beijo suave, tímido, mas cheio de promessa.

Depois do beijo tímido, Elisa se afastou um pouco, olhando para Mateus com um brilho diferente nos olhos.

— Sabe, talvez a gente não esteja totalmente perdido — disse ela, tentando soar confiante. — Minhas amigas, elas sabem onde a gente tá. Eu combinei com elas uma pegadinha pra te dar um susto — admitiu, meio envergonhada.

Mateus arqueou a sobrancelha, meio incrédulo.

— Uma pegadinha? Você armou isso tudo só pra me assustar?

Elisa riu, leve, e balançou a cabeça.

— Eu sei que fui uma vaca com você antes, e tô mesmo muito arrependida. Por isso eu queria fazer algo que nos tirasse do seu pedestal.

Mateus respirou fundo, sentindo o nó no peito começar a afrouxar.

— Valeu, Elisa. Nossa... disse Mateus levemente irritado pela pegadinha de Elisa.

Ela segurou a mão dele, sincera.

— Desculpa mais uma vez. E eu prometo que, quando sairmos daqui, vou parar de implicar contigo — brincou, arrancando um sorriso verdadeiro de Mateus.

Por um instante, os dois ficaram ali, ligados pela esperança, pelo medo e pelo começo frágil de algo que poderia crescer.

FLASHBACK — SÃO PAULO, SEIS MESES ATRÁS — NOITE

O barulho do impacto ainda ecoava na mente de Gael. O corpo de Caíque jazia estendido sobre a faixa de pedestres, os olhos entreabertos, a boca entreaberta como se quisesse chamar por alguém. Mateus gritava, tentando alcançá-lo, mas Gael o segurava com força enquanto o trânsito se tornava um borrão de buzinas, gritos e pânico.

A ambulância chegou em minutos, mas cada segundo pareceu uma eternidade.

— Ele está vivo! — gritou um dos paramédicos ao checar os sinais. — Pulso fraco, respiração superficial. Vamos!

A maca foi erguida com urgência. Gael subiu na ambulância com Mateus, que tremia ao lado do corpo do pai. O menino segurava a mão de Caíque, sussurrando:

— Pai... pai, fica comigo. Não dorme. Por favor...

Dentro do veículo, as luzes piscavam sobre os rostos tensos. Os socorristas murmuravam códigos, aplicavam medicamentos, monitoravam batimentos. Gael apertava o ombro do filho, tentando conter as lágrimas, tentando ser forte. Mas o medo era maior que qualquer coragem.

— Ele vai ficar bem, filho. Tá ouvindo? O papai vai ficar bem... — dizia, como um mantra frágil que se quebrava a cada oscilação do monitor.

Mateus chorava baixinho, de olhos colados no rosto do pai.

O hospital era perto, mas o trajeto pareceu um mergulho num abismo. Quando a ambulância estacionou, os profissionais correram com a maca para dentro do pronto-socorro. Gael e Mateus foram barrados por uma enfermeira.

— Por favor, esperem aqui. A equipe médica vai atualizá-los.

O silêncio da sala de espera era pesado como um luto que ainda não sabia o nome. Gael andava em círculos, mãos no cabelo. Mateus ficou encolhido numa poltrona, os olhos inchados, as pernas balançando de ansiedade.

Minutos depois — ou séculos —, uma médica apareceu. O rosto cansado, a voz baixa.

— Senhor Beltran?

— Sim... sou eu.

Ela respirou fundo. Não precisou dizer nada. Gael soube. Só quando ela balançou a cabeça, a sentença veio como um golpe:

— Caíque não resistiu. O trauma interno era extenso demais. Ele se foi ainda na sala de cirurgia.

Gael piscou algumas vezes, sem compreender. O mundo ficou mudo.

— Não, não pode ser... ele estava com a gente... na ambulância... ele tava vivo...

Mateus levantou com um salto, os olhos arregalados.

— Você disse que ele ia ficar bem! Você mentiu!

— Mateus... filho... — tentou se aproximar.

— Você devia ter feito alguma coisa! Você devia ter salvado ele!

Gael não teve força para responder. Só viu o menino correr para longe, sumindo pelos corredores brancos e frios do hospital.

E naquele instante, sozinho no meio de estranhos, Gael desabou.

PRESENTE

As ruas estreitas de Rancho da Serra pareciam ainda mais sufocantes naquela noite. Pedro e Úrsula caminhavam lado a lado, mas não havia união no passo — só desespero e acusações.

— Isso é culpa sua! — disparou Pedro, a voz tensa. — Você vive sufocando a Elisa com regras, cobranças... Não percebe o quanto ela tá infeliz?

Úrsula parou bruscamente, girando o corpo para encará-lo.

— Ah, claro! A controladora sou eu? E você, Pedro? Vive mais rodeando o Gael do que em casa cuidando da nossa filha!

Pedro cerrou os dentes, sem conseguir negar — a verdade, nua e crua, exposta como uma ferida aberta.

— Eu me preocupo com ela. Mas é você que vive criando um inferno! Sempre competindo, sempre tentando provar que está certa.

— E você, sempre fugindo! Se esconde no cargo de prefeito, na escola... no passado!

— Chega, Úrsula! — gritou ele. — Eu não vou ficar aqui te ouvindo enquanto nossa filha pode estar correndo risco de vida!

Sem mais uma palavra, Pedro virou as costas e saiu apressado, engolido pela noite.

Úrsula ficou ali, imóvel, com os olhos ardendo.

— Vai correr atrás do Gael mesmo agora? — sussurrou para o vazio, sentindo-se, pela primeira vez, completamente sozinha.

Úrsula ainda tremia quando Pedro virou de costas para ela, pronto para ir embora. Mas antes de dar o primeiro passo, ele se virou e disse com firmeza:

— Eu vou ajudar o Gael a procurar nossos filhos. E eu não vou deixar ele nem a Elisa sozinhos nessa cidade escura.

Úrsula arregalou os olhos, tomada por uma mistura de incredulidade e fúria.

— Você tá indo atrás dele... agora?! No meio desse caos?!

Pedro assentiu, a voz seca.

— Tô. Porque ele é o único que não tá surtando ou brigando. Gael sabe o que fazer. E ao contrário de você... ele escuta.

— Você vai me deixar sozinha?! — a voz de Úrsula saiu mais aguda, quase um grito.

— Você sempre esteve sozinha, Úrsula. Só finge que estamos ao seu lado.

Sem esperar resposta, Pedro virou-se e seguiu seu caminho, desaparecendo entre as vielas mal iluminadas de Rancho da Serra, deixando a esposa sozinha na calçada da escola, engolida pela própria sombra.

Úrsula, imóvel, não teve forças para gritar. O vento soprou forte, como se zombasse do abandono que ela mesma ajudara a construir.

As luzes da escola ainda estavam acesas. Professores circulavam nervosos, a polícia conversava com a direção. Era o caos de uma cidade pequena tomada por uma tragédia local. A chuva fina começava a cair.

No portão de ferro entreaberto, uma movimentação: dois vizinhos traziam Cacilda Félix, enrolada em um xale grosso, segurando firme a bolsa contra o peito. O rosto estava abatido, mas os olhos queimavam.

— Eu quero falar com a diretora! — disse ela, com a voz firme, apesar do tremor nas pernas.

Úrsula, que acabara de retornar da delegacia, desceu os degraus da escola e empalideceu ao vê-la.

— Dona Cacilda? A senhora não deveria estar aqui... — tentou dizer, surpresa e desconfortável.

— Deveria, sim, Úrsula. A senhora é a responsável por essa escola e pelo sumiço do meu neto!

— A senhora não tem ideia do que tá dizendo. — respondeu Úrsula, cruzando os braços, o tom defensivo.

— Tenho, sim! Essa palhaçada de passeio, essa confusão toda... Gael confiou o filho dele a essa instituição. E agora cadê o menino?

— Eu também estou com a minha filha desaparecida! — explodiu Úrsula, finalmente tirando a máscara de superioridade. — Você acha que eu queria isso? Que eu planejei?

— Não sei o que você quer. Mas sei do que você é capaz. Desde menina é invejosa, metida a dona de tudo! Mas o tempo cobra, Úrsula. Cobra, viu?

Úrsula avançou um passo, indignada:

— A senhora sempre foi venenosa! Sempre defendeu o Gael como se ele fosse santo. E agora tá aí... perdeu o marido, perdeu o respeito, e vai perder o filho também!

Cacilda ficou estática. O rosto se contorceu. Levou a mão ao peito.

— Não... fala... assim...

Um dos vizinhos a segurou quando ela cambaleou.

— Dona Cacilda!

Úrsula gelou.

— Chamem ajuda! Rápido!

A ambulância foi acionada. Em minutos, as luzes vermelhas e azuis cortavam a rua estreita. Os paramédicos a colocaram na maca, enquanto ela murmurava:

— Mateus... meu neto... onde ele tá?

Úrsula hesitou, mas subiu na ambulância. Sentou-se ao lado, olhando para Cacilda com o rosto abatido. Pela primeira vez, não havia arrogância. Só culpa.

A ambulância partiu pela rua principal, e a chuva engrossou como se a cidade também chorasse.

A noite já tinha caído pesada sobre Rancho da Serra quando Gael e Arkan seguiram as pegadas na terra úmida que levavam até a antiga estação de trem. A luz da lua era tímida, encoberta por nuvens que cortavam o céu. O vento sussurrava entre as árvores e o mato crescido, dando ao lugar um ar ainda mais sombrio e silencioso.

Arkan parou diante da construção antiga, a estrutura rangendo ao menor movimento. Tentou abrir a porta principal, mas ela estava emperrada. Aquele telhado ameaçava desabar a qualquer instante, e Arkan não se sentia seguro.

— Não dá pra entrar por aqui, Gael. O teto pode cair — disse, puxando o casaco contra o vento frio.

Gael olhou para os arbustos densos à lateral e Arkan apontou para uma passagem estreita quase engolida pela vegetação.

— Por ali tem uma entrada. É apertado, mas é seguro.

Com cuidado, eles avançaram pelo matagal úmido, os passos abafados pela terra macia. A porta lateral rangeu quando abriram caminho para o interior escuro e úmido da estação.

A luz fraca das lanternas varria as paredes gastas, revelando teias de aranha, pedaços de madeira podre e vidros quebrados que refletiam os feixes de luz. Enquanto caminhavam, o silêncio era pesado, cada som parecia ecoar demais.

De repente, Gael pisou em uma pedra solta e escorregou, batendo a cabeça contra o chão frio.

— Gael! — Arkan se abaixou rápido, segurando-o firme contra a parede.

— Tô bem, só me descontrolei — murmurou Gael, sentindo a dor latejando.

Arkan ficou olhando para ele, olhos fixos e intensos, carregados de algo mais que preocupação.

Recuperado, Gael insistiu para continuar. Então ouviram vozes abafadas mais à frente.

— Ali! — Arkan sussurrou.

Eles correram, encontrando Mateus e Elisa encolhidos entre os escombros, assustados, porém inteiros.

O coração de Gael disparou. Ele correu até Mateus, agarrando-o num abraço apertado, como se nunca mais quisesse largá-lo.

— Meu filho, você está bem? Eu pensei que… — sua voz falhou, olhos marejados, mãos tremendo ao tocar o braço engessado do garoto.

Logo virou-se para Elisa, buscando confirmar que ela também estava bem.

— E você? Está machucada?

Elisa assentiu timidamente, e então os quatro saíram da estação juntos, encontrando o ar fresco da noite e o silêncio da rua próxima.

Gael, ainda segurando o braço de Mateus, ficou ali parado, sentindo o peso da angústia dar lugar ao alívio.

Arkan pegou o celular.

— Vou chamar a ambulância.

Eles finalmente saíram da escuridão da estação e se posicionaram na entrada, perto da rua principal da cidade. Gael não pôde conter a emoção ao ver Mateus e Elisa sãos e salvos. Sem pensar, envolveu Arkan num abraço forte, dizendo com voz embargada:

— Obrigado, Arkan. Você salvou meu filho.

O abraço se prolongou por um instante além do esperado. Os olhos de Gael e Arkan se encontraram, e uma tensão carregada de desejo contido tomou conta do ar, um fogo silencioso que ambos tentavam não deixar crescer.

Mas a magia do momento foi quebrada por passos apressados.

Pedro surgiu na entrada da estação, parando abruptamente ao ver a cena.

Ele franziu o cenho e, com voz carregada de surpresa e um toque de reprovação, perguntou:

— O que está acontecendo aqui?

Gael e Arkan se separaram rapidamente, tentando disfarçar o clima que acabara de surgir, enquanto Mateus e Elisa os observavam, meio confusos.

O silêncio caiu pesado entre eles, enquanto Pedro aguardava uma resposta.

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