Depois de fazer muita força e quase escorregar duas vezes dentro do box, Eva conseguiu posicionar o corpanzil de Jonathan sob o chuveiro. Ela apoiou suas próprias costas contra o azulejo gelado e as costas do rapaz contra seus seios desnudos. Esticou, então, o braço e alcançou o sabonete que estava na saboneteira. Passou algum trabalho, mas conseguiu abrir o registro, liberando a água fresca sobre o corpo de Jonathan e o dela. Ele protestou por conta da repentina torrente que o molhava, mas logo se aquietou, voltando a seu torpor. Eva sentiu os braços se arrepiarem por conta do frio repentino que a água do chuveiro lhe causara, mas tentou ignorar e continuar o banho antes que Jonathan acordasse.
Seu pênis ainda estava duro como um tronco e, olhando para ele, Eva se lembrou da dorzinha que começara a sentir em seu ânus. Uma onda repentina de remorso lhe assaltou e, para que a pudesse amenizar, começou a recitar um mantra para si mesma.
“Sexo anal não é traição, sexo anal não é traição, sexo anal não é traição” repetia mentalmente enquanto começava a ensaboar um Jonathan muito adormecido.
Eva passeou suas mãozinhas por cada um dos contornos dos músculos do peitoral do rapaz, desenhando com uma das mãos e acariciando com a outra. Começou a sentir seu corpo responder a essas carícias com ondas de calor que irradiavam a partir do seu ventre e culminavam em suas extremidades. Ela passeou as pontas dos dedos pelos ombros e peitoral de Jonathan, contornando e beliscando seus mamilos, até que estivessem entumecidos. Ela baixou uma das mãos até os gomos do abdômen, contornando cada um deles, até que a ponta do seu dedo chegasse ao umbigo, desenhando-o com um movimento circular.
Eva sentiu um arrepio quando um filete de água fresca encontrou o caminho até sua virilha e desceu por ela, escorrendo por seu ânus, que ardia levemente depois daquilo que fizera.
Nunca tinha feito aquilo com seu marido, mas fora escolha dele. Eva era uma mulher curiosa e vivia propondo posições e fetiches diferentes para Eric, que era categórico em negar a maioria deles, às vezes, deixando-a terrivelmente frustrada. Ela havia gozado intensamente várias vezes durante todo aquele dia. Talvez o que lhe faltasse até então, fosse um pouco de coragem e ousadia. Sentiu uma pontada de raiva do cônjuge.
“Foi ele quem me fez chegar onde estou”, pensou, tentando justificar os próprios atos. “Se ele tivesse uma mente mais aberta, eu não estaria nua com outro homem no chuveiro”.
Um leve gemido de Jonathan a fez sair de seu devaneio, assustada. Não era capaz de precisar, exatamente, em que momento havia iniciado aquilo, mas, sua mão direita subia e descia com os dedos envoltos no pênis do rapaz. Ela era capaz de sentir cada uma das veias passando pelas pontas dos seus dedos enquanto o prepúcio cobria e descobria a glande em um ritmo lascivo.
— Que pau gostoso você tem, Jonathan — Ela sussurrou, despudoradamente, em seu ouvido.
Levou, então, a mão ensaboada até os testículos e começou a massageá-los com cuidado. Eles eram pesados e enormes. Ela podia sentir o espetar de alguns pelinhos que cresciam depois de alguns dias que foram raspados. Eva mordiscou o lóbulo da orelha de Jonathan e gemeu em seu ouvido.
— Goza para eu ver, goza — disse, como se ronronasse, fazendo com que o corpanzil tivesse um leve espasmo.
A mão que massageava os testículos, vez por outra saía para passear no interior das coxas do rapaz, voltando com as unhas levemente enterradas em sua pele branca e fina. Eva acelerava e desacelerava a mão que o masturbava, a tento de prolongar aquele ritual lascivo. Ela chupava seu pescoço e mordia sua orelha, fazendo os pelos do peitoral e dos braços se eriçarem violentamente.
Eva sentiu sua excitação crescer exponencialmente quando ele deixou escapar um leve gemido. Sua vulva se contraiu, como que implorasse por um brinde, depois de um dia inteiro de provocações.
Eva parou o movimento da mão e, com cuidado, saiu de onde estava, encostando o rapaz no azulejo que já estava aquecido por seu corpo.
Ela se posicionou com os joelhos no chão, montada nas coxas musculosas de Jonathan e voltou a masturbá-lo. Aproximou o rosto ao dele enquanto a água lhe encharcava os cabelos e beijou-o nos lábios, sentindo o calor de sua respiração.
Então, plantou as solas dos pés no chão ao lado das coxas de Jonathan e agachou-se sobre seu pênis, ficando de cócoras. Ela o segurava firmemente, guiando-o até a entrada de sua vagina. Sentiu seu corpo inteiro se arrepiar quando seus lábios beijaram a glande do rapaz.
— Ah, sente quão quente está essa bucetinha, gatinho? — perguntou, ensandecida de tesão. — Ela quer engolir esse pauzão até as bolas. Uma pena que eu não possa dar esse presente para ela.
Ela já estava muito bem lubrificada e, se assim desejasse, poderia alojá-lo dentro de si sem muito esforço. A verdade é que aquilo era o que mais desejava. Mas precisava ser forte.
Ela manteve sua vulva a alguns centímetros da ponta do pênis de Jonathan e continuou a masturbá-lo enquanto, com uma das mãos, se apoiava em sua coxa. Não era uma posição tão confortável, mas mesmo com os joelhos a protestar, continuou aquela dança frenética. Vez por outra, deixava os joelhos cederem, apenas um pouco, para sentir a ponta da glande penetrar-lhe a vagina, apenas por alguns centímetros. Sentia seus lábios úmidos beijarem-na, famintos, e protestarem raivosamente quando Eva os afastava.
“Só a cabecinha não é traição” dizia a si mesma, de vez em quando. E então deixava-se baixar até que sua vagina se parecesse uma boca de lábios rosados a morder um suculento e enorme morango.
— Ahn! Isso.
Ela acelerou o movimento de sua mão quando sentiu o corpo de Jonathan se contrair.
Seus músculos começaram a pulsar violentamente e ela sabia o que viria imediatamente a seguir: seu valioso prêmio.
Ela rapidamente levou a mão que usava como apoio até sua vagina, usando dois dedos para afastar seus lábios até o máximo que conseguia. Jonathan ejaculou em vários jatos fortes que golpearam a vulva de Eva com muita pressão. Ela gemia baixinho enquanto o ordenhava.
— Isso, goza na minha bucetinha — ronronou ela enquanto Jonathan continuava a expelir aquilo que havia produzido durante toda uma tarde de flertes e provocações.
Eva sentia a semente morna de Jonathan banhando-a e, com os dedos que lhe abriam os lábios, pressionou o seu clitóris com tanta força que gozou de um orgasmo forte e repentino, o qual recebeu alegremente.
Sentou-se, então, sobre os joelhos de Jonathan e ali ficou, inerte e quase catatônica a observar o rapaz, que ressonava tranquilamente. Ela o observou e viu encantada pela serenidade na expressão que ele portava, até que o pênis do rapaz foi perdendo tamanho e, completamente flácido, deitou-se sobre sua coxa esquerda, como que aproveitando de seu merecido descanso.
Jonathan dormiu pelo resto da tarde em sua cama. Depois de dar banho, secá-lo e vesti-lo à base de muito trabalho, Eva conseguiu acordá-lo somente o suficiente para que utilizasse suas próprias pernas para cambalear até seu quarto.
Após tudo que havia acontecido durante aquele dia, Eva se havia dado por satisfeita. Terminou de limpar e guardar o que quer que estivesse fora do lugar e se sentou em frente ao seu laptop. Sentiu seu ânus arder por mais algum tempo, mas aquela dor não a incomodava. Pelo contrário, fazia-a lembrar da aventura que acabara de ter.
Ao lado do laptop, o celular acusava baixo nível de bateria. Eva o pegou para conectar o cabo USB e então percebeu uma grande quantidade de notificações.
Danúbia e Felix, ambos seus funcionários, somavam cento e vinte e cinco mensagens no grupo da empresa. O número quarenta e cinco, vermelho sobre o ícone de ligações perdidas indicava que o assunto era urgente. Eva leu as mensagens, uma atrás da outra, franzindo o cenho a cada uma das mensagens.
Eram cinco e quarenta e cinco da tarde: quinze minutos para o fim do expediente dos funcionários. Ela tocou o ícone de chamada e levou o telefone ao ouvido, aguardando ser atendida.
— Danúbia — falou apressadamente quando a mulher atendeu. — Explique-me de novo. O que diabos aconteceu?
Algum tempo se passou enquanto ela apenas balançava a cabeça e tamborilava com as unhas sobre a madeira da escrivaninha.
— Não pode estar falando sério — disse, incrédula. — Como assim, se confundiram com as datas? Ele não pode fazer isso conosco.
Ouviu a mulher do outro lado da linha por mais algum tempo, claramente indignada.
— E o que diabos eu posso fazer? Meu prazo era para daqui a uma semana. — Eva levou a mão à testa, simulando uma dor de cabeça. — Quer saber? Deixa que eu falo com ele. — Ela esperou que Danubia dissesse mais alguma coisa. — Isso... sim... é... podem parar por hoje.
Eva depositou seu celular e apoiou os cotovelos na escrivaninha, segurando a testa com as mãos. Fez que não algumas vezes, mas se pôs a abrir planilhas e arquivos na tela do computador.
Eva checou suas conversas com um Marcos Ricci, um dos sócios de uma construtora para quem vinha prestando serviços fazia algum tempo. Ela confirmou o que vinha pensando, apontando com a mão para o celular, como se ensaiasse um roteiro.
Abriu todo o material que iria precisar para a conversa e então, pegou o telefone e abriu uma chamada de vídeo.
— Olá — disse o interlocutor em uma voz grave. — Oi, Eva. Em que posso ser útil.
— Oi, Marcos — respondeu Eva, tentando demonstrar simpatia. — A Danúbia me falou sobre um possível encurtamento no deadline. Posso saber o que aconteceu?
À medida que a ligação ia ficando mais estável, a imagem na tela do celular ia ganhando qualidade, mostrando um homem charmoso, com as sobrancelhas grossas e o nariz adunco. Seus olhos eram negros como uma noite de inverno e tão frios quanto.
— Então, eu fiquei tão surpreso quanto você — justificou-se Marcos. — Mas um investidor está vindo da Escócia no fim da semana que vem e eu preciso desse projeto quanto antes para que o showroom fique pronto até lá. Estamos falando de um projeto de, pelo menos, doze edifícios, Eva. — Ele parecia estar olhando diretamente para seus olhos. — Eu preciso desse projeto na minha caixa de entrada até a sexta-feira.
Eva pensou no quão desgastante aquilo seria. Mal teria tempo para almoçar. Talvez, nem mesmo dormir.
— É humanamente impossível, Marcos. — Tentou argumentar. — Sabe como essas coisas funcionam.
O homem acendeu um charuto com um longo filete de madeira, soltando baforadas curtas de fumaça em direção à câmera.
“Como pode ser tão charmoso?” pensou Eva.
— Eu pago uma vez e meia o valor acertado se conseguir me entregar na sexta-feira — Ele falou, fazendo Eva arregalar os olhos com a proposta. — O dobro se me entregar amanhã. Eva, a nossa concorrente já está com o showroom pronto, mas tenho certeza que com os seus desenhos e a minha qualidade, nós podemos levar essa.
Eva suspirou, resignada.
— Ele pretende vender apartamentos completamente mobiliados? — perguntou, tentando encontrar ali uma oportunidade para sua empresa.
— Alugar — respondeu, levando um copo até a boca e bebericando uma bebida de cor dourada. — Ele é dono de um aplicativo de imóveis para aluguel ou algo assim. Está construindo prédios ao redor do mundo todo. Se me conseguir isso, juro para você que te recomendo para o desenho dos móveis e decoração.
Ele apontou para a câmera os dedos que seguravam o charuto.
— Quebra essa para mim que eu te deixo rica, Eva. — Ele falava de uma maneira que não deixava espaço para negativas. Por um instante, ela pensou em como seria ser possuída por um homem dominante como aquele.
Eva ponderou, calculou a quantidade de horas de trabalho necessárias para entregar um projeto bem-feito e, resignada, acabou aceitando.
— Certo — disse. — Mas deve um jantar para meus funcionários e para mim se conseguir o contrato.
O homem riu com dentes perfeitos, seus olhos profundos pareceram olhar diretamente para dentro dos de Eva por um momento.
— Eu sabia que você entenderia. — disse. — Estamos acordados, então? Preciso desligar. Tenho que começar a telefonar para os pintores, pessoal do dry wall, marceneiros, soldadores, loja de eletrodomésticos e eletrônicos, pessoal da hidráulica e... — Ele se interrompeu. — Bom. Você deve imaginar. Espero que todos eles sejam incríveis como você.
Eva balançou a cabeça, concordando, e quando ia desligando, foi interrompida.
— E... Eva? — chamou Marcos.
— Hã? Pois não? — respondeu Eva.
— Está radiante, hoje. Não sei, algo diferente em seu semblante — Ele disse, dando-lhe uma piscadela.
Eva corou, lembrando de todos os momentos que a levaram àquele estado.
— Você acha? — perguntou, exagerando o semblante encabulado.
— Gosto de você assim — disse, bajulador. — Dá para ver melhor que é uma linda mulher.
Eva corou.
— Tchau, Marcos — disse em meio a um sorriso para depois desligar.
Ela apalpou as maçãs do rosto, checando sua temperatura, e então pôs-se a trabalhar.
Por incrível que pudesse parecer, sua produtividade foi consideravelmente melhor do que nos outros dias e oferecer a Danúbia e Felix um polpudo bônus por trabalho extra, havia se mostrado uma atitude deveras acertada.
Era nove e meia da noite quando Eric chegou em casa, cansado.
Precisando mesmo descansar, Eva se levantou, esticando as pernas e a coluna. Ela foi até o marido, dando-lhe um beijo comportado nos lábios.
— Vamos pedir algo para comer? — perguntou Eric.
— Na verdade, se preferir, tem comida caseira que seu primo preparou. Está na geladeira. — disse ela — Se quiser, esquento para você.
Eric a avaliou, tentando definir se estava ou não brincando.
— Jonathan preparou comida? — perguntou um Eric incrédulo.
— E a carne dele é uma delícia — disse Eva, rindo internamente do duplo sentido naquela frase.
— Então, vamos experimentar — decidiu Eric, despindo-se da gravata e indo em direção à suíte. — Pode esquentar enquanto tomo um banho? Estou exausto.
— Não me venha com papo de “exausto”. — Ela começou a cochichar. — Hoje você vai me foder, nem que eu tenha que te amarrar para isso.
Eric, assustado, arregalou os olhos e então, riu maliciosamente para a esposa.
— Já que pediu com tanta educação, verei o que posso fazer.
Ele deu um sonoro tapa na bunda de Eva, como costumava fazer havia poucos meses.
Eva soltou um gritinho e sorriu para o marido, que foi em direção ao quarto.
Ela acordou Jonathan, que ainda dormia. O jovem tinha um semblante terrível ao acordar. Olhava ao seu redor, como se as paredes girassem e quando parecia estar caindo, levantou-se às pressas, indo em direção ao banheiro. Eva o ouviu vomitar e foi até a cozinha encher-lhe um copo com água.