Depois de algumas horas, ele veio e nos destrancou, nos levou para a cozinha, e me prendeu ao pé da mesa, ele comia um delivery, nos dando restos, primeiro para Brutus e Thor, que nem fome tinham por causa da ração, por fim quando já estavam satisfeitos, para mim.
Eu estava no chão, ajoelhada entre Brutus e Thor, com os joelhos protegidos pelas joelheiras cor-de-rosa. A guia estava presa à mesa, curta o suficiente para não me deixar deitar por completo.
Meu Dono, trajando apenas calça de linho e camisa branca aberta até o peito, bebia vinho como se estivesse em um jantar comum.
O celular tocava, ele pegou-o do bolso e atendeu como se estivesse esperando uma ligação importante.
— Fala, Dr. Augusto. Algo sobre leilão do Corolla? Que maravilha!
(pausa)
— Isso, o Altis 2022. Tá na garagem.
Minha boca se abriu sem querer. Fui traída pelo susto.
— O quê…? O Corolla…?
Ele disse que já retornaria e desligou o celular olhando para mim como quem já tinha previsto a cena.
Silêncio. Só o barulho da respiração dos cães. E então, ele pressionou o botão do controle.
O choque foi desumano. Não era como o anterior, era mais longo, direto, cortante. Meu corpo se contorceu como um animal ferido. Soltei um som entre choro e grito. O plug me apertava por dentro, o corpo se contorcia.
Ele se abaixou na minha frente. Me olhou nos olhos. O tom, frio.
— Gabriela…
— Você não fala.
— Você latiu fora de hora. Sem permissão.
— Você tentou pensar como gente.
Ele rosnou com calma:
— Você assinou que não pode questionar.
— Você assinou que não tem bens.
— Você assinou que é minha cadela. E cadelas não opinam sobre vendas.
— Gabriela, sabe o que você assinou ou só passou os olhos como uma cadela burra desesperada?
Levantei os olhos, assustada, mas mantive a cabeça abaixada logo em seguida. Ele abriu um documento e começou a ler em voz alta, como se fosse uma peça teatral. A voz dele era cruelmente calma.
— “Cláusula Oitava: Da Estética Compulsória — Gabriela compromete-se a manter a estética exigida pelo Senhor, incluindo depilação integral, uso de roupas femininas, perfumes adocicados, maquiagem, adereços simbólicos…”
Ele me olhou com um sorriso irônico.
— Tá vendo essas purpurinas no teu plug, esse rabo de raposa? Tá aqui, ó, cláusula contratual.
— E essa coleira com teu nome brilhando? Legalizada. Você é a minha cadelinha.
Seguiu folheando. Leu mais uma, em tom seco.
— “Cláusula Nona: Do Dispositivo de Castidade e Controle Sexual…”
Fez questão de levantar o controle do cinto e sacudi-lo como quem exibe um brinquedo para um animal.
— Eu aperto aqui… e seu corpinho entra em desespero. Simples assim.
— Você assinou que o teu prazer não te pertence mais. Que o teu clitóris é só um ponto de acesso pra punição.
Minha garganta secou. Eu lembrava vagamente dessas palavras… mas jamais com esse peso. Eu tinha lido depressa. Não por confiança, por desespero de agradar, de merecer.
Ele virou mais uma página. Leu em voz alta, pausadamente:
— “Cláusula Doze: Das Punições Disciplinares — O Senhor poderá aplicar punições físicas, psicológicas e sensoriais, desde que não comprometam a integridade vital da submissa…”
— Tá viva? Ótimo. Então ainda posso piorar.
— Isso aqui... é a tua certidão de propriedade. Eu sou teu dono. E você... uma mascote obediente.
Fez um gesto com os dedos, e os dois cães se levantaram. Vieram até mim como se eu fosse deles
— Amanhã… você vai aprender o que é castigo de verdade.
— Hoje, vai dormir com fome.
— E com gratidão por ainda estar sob este teto, você sabe o caminho para a tua caminha, daqui a pouco tenho um leilão para organizar.
Eu fiquei ali. Os cães ao meu lado, como iguais.
O contrato ainda aberto sobre a mesa.
E tentei ler algo entre dor, vergonha e desespero.
Percebi que tinha vendido tudo o que eu era, por um pouco de validação.
Ele soltou a guia da mesa e assobiou curto.
— Brutus. Thor. Façam as honras.
Os dois se levantaram de imediato. Seus olhos brilharam, não com raiva, mas com aquela agitação ansiosa de animais bem treinados que sabem que vão brincar. E a brincadeira... era comigo.
Se aproximaram devagar, cheirando meus braços, meu pescoço, entre minhas pernas. Começaram a lamber meu corpo com força, cada centímetro dele, pés, cochas, nádegas virilha, peito, orelhas, pescoço, cara, sobretudo a boca. Mas não como quem acaricia, mas como quem marca território.
As línguas eram quentes, babadas, ásperas. Tentava não estremecer, não chorar. Sabia que se movesse demais ou tentasse limpar, receberia mais do que só lambidas.
A vergonha queimava mais que o choque. Eu era parte da matilha, mas ainda como inferior.
Meu Dono apenas observava com a taça de vinho na mão, como se estivesse diante de um espetáculo relaxante.
— Reconheçam sua nova amiga. Boa menina, Gabriela. Se comporte, lembra dos dentes né?
Depois de longos minutos, ele bateu na coxa e apontou para a escada.
— Vamos para cima. Hora de dormir.
Ele subiu primeiro, com passos calmos. Os cães o seguiram. Eu, de quatro, guiada pela coleira e pelas joelheiras ainda úmidas da baba dos dois. Chegamos ao andar superior, onde havia o grande quarto da matilha, com a cama, tigelas de água e o ar condicionado mantendo tudo em temperatura animal.
Ele apontou para o centro da cama e estalou os dedos.
— Gabriela, deite. De barriga pra cima. Braços esticados. Pernas também. Brutus e Thor terão uma caminha mais macia hoje.
Ele pegou o controle do ar desligando-o
-Não vai precisar disso, calor animal!
Obedeci em silêncio, o coração batendo mais rápido que o normal. Meus olhos foram até o teto. Eu já sabia que tinha perdido tudo, mas aquilo… aquilo não era nem submissão, era absolutamente humilhante.
Ele se aproximou da beirada da cama, olhou para os dois cães e, com a voz firme, deu o comando:
— Deitem. Sobre ela.
Brutus pulou primeiro, o corpo pesado pousando sobre meu peito meio de lado, com as pernas ao lado da minha cabeça, o seu órgão reprodutivo a centímetros de meu rosto, aquilo obviamente nunca tinha sido limpo, a não ser pela língua que me babou inteira, Thor logo depois, se acomodando com parte do dorso sobre minhas pernas, com o rosto em cima de meu cadeado. Eles estavam quentes, pesados, e felizes com a nova cama.
Eu… estava imóvel. Sufocada pela massa dos dois. O plug me pressionava ainda mais. A coleira apertava minha garganta. E não havia como gritar não era permitido.
Meu Dono observou por um momento. Depois desligou a luz, deixando só a faixa de LED vermelho no canto do teto.
Antes de sair, disse baixo, como um veneno sussurrado:
— Você vai dormir aí, Gabriela.
— Porque a cama não é sua. O espaço não é seu.
— E o calor que sente... vem deles, seja grata.
E por último, se eles lamberem você, retribua. Se montarem, fique firme.
Você é nosso mais novo brinquedo.
Fechou a porta com um clique metálico, escutei as três travas de segurança me prendendo lá, não poderia fugir, mas ele me deixaria só, teria apenas que lidar com os cães.
Os cães respiravam devagar. Eu também, mas eles felizes com a nova cama macia, eu sufocada, diferente deles, eu não era um animal livre.
Era uma propriedade.
Uma sombra.
Uma cadela esmagada pela hierarquia que escolheu.
Por fim, peço que os dom que quiserem que mude algo no tamanho do texto, ou qualquer coisa técnica, mandem mensagem ou comentário, estou aqui para servi-los e dar muito prazer, fiquem de olho no próximo.