Casados

Um conto erótico de Turin Tur
Categoria: Heterossexual
Contém 1917 palavras
Data: 26/06/2025 07:47:12

Já era noite quando Luiza caminhava de um lado a outro do quarto onde estava hospedada. Havia várias roupas jogadas em sua cama e nenhuma em seu corpo, exceto a calcinha preta. As demais peças já haviam sido experimentadas e devolvidas à cama pelo menos uma vez. Pela terceira vez, experimentou um vestido preto. O corte justo ressalvava as curvas que ostentava, mesmo nos seus quarenta e dois anos. O decote ombro a ombro ressaltava seus seios, dos quais se orgulhava. Se olhava no espelho e se sentia sexy, elegante e, ao mesmo tempo, com medo de chamar a atenção demais.

Fazia anos que não saía sozinha e se sentia confusa por ir jantar sem o marido. Com o vestido escolhido, Luiza fez um coque no cabelo loiro, deixando a franja. Retocou a maquiagem, pegou sua bolsa e, ao sair, se lembrou de um último detalhe. Se olhando no espelho, viu a aliança em sua mão. Coçou a joia enquanto respirava fundo. Tirou-a, guardou na bolsa e enfim, saiu.

No restaurante, fez questão de se sentar rapidamente em uma mesa, como se isso a fizesse se esconder na multidão. Mesmo assim, continuava incomodada, agora com o fato de ser uma mulher sozinha naquele restaurante com mesas cheias de casais de grupos de amigos. Nada parecia deixar aquela noite mais estranha, até alguém parar em sua mesa.

Um homem de meia-idade perguntava se ela estava esperando alguém. Disse estar sozinha, mesmo incomodada com o fato de ter que falar isso em voz alta. Se chamava Raul, tinha o cabelo grisalho, vestindo uma camisa social azul e uma calça preta. O fato de tomar a liberdade de pedir para se sentar com ela podia soar um tanto arrogante, mas o perfume suave, o sorriso charmoso e a voz levemente grave compensavam.

Raul fez seu pedido e os dois aproveitaram para se conhecer. Enquanto comiam, Luiza falava sobre seu trabalho, o motivo de sua viagem e alguns gostos pessoais. Com poucos minutos, encontraram na música um gosto em comum.

— Poderíamos ir a um show juntos. O que acha? — Perguntou Raul, sendo direto.

— Não sei… — disse Luiza antes de respirar fundo. — Sou casada.

— Não sabia que é casada. Aliás, não vi aliança em seu dedo.

— Tirei antes de sair.

— Por que fez isso?

Luiza olhou para os lados, constrangida. — Não sei. — Luiza respira fundo mais uma vez. — Acho que quis aproveitar a noite sozinha e fazer algo diferente.

— Como paquerar algum estranho? — Provocou Raul com um sorriso arrogante.

— Não necessariamente. Posso apenas sair e me sentir livre, mas sem fazer uso dessa liberdade.

— Não faz sentido para mim.

— Tudo bem não fazer. Você também não tem aliança e não me parece um homem solteiro.

Raul franziu o cenho.

— O que me denunciou?

— Nada, só me parecia charmoso demais para estar sozinho. Você que se entregou.

Luiza sorria com sua travessura. — Então, por que está sem sua aliança?

Pela primeira vez naquela noite, ela se sentia mais à vontade ao colocar aquele homem contra a parede. Havia uma leveza naquela conversa cheia de pequenas provocações que a distraía de qualquer tensão. Raul respirou fundo, gaguejou e sorriu sem graça antes de conseguir responder.

— Tudo bem, eu admito. Saí sem aliança para flertar. Estava na expectativa de encontrar alguma mulher interessante e passar um tempo a sós com ela.

Um sorriso tímido, porém incontrolável, brotou no rosto de Luiza. — Então eu seria uma mulher interessante?

— Não. Na verdade, é que esse restaurante ficou sem mesa vaga mesmo.

O sorriso sapeca de Raul desencadeou uma gargalhada em Luiza, que a fez atrair a atenção de todos. O bom humor daquele homem a atraía tanto quanto o queixo quadrado emoldurando seu sorriso.

— Você não se sente culpado ao sair por aí, paquerando outras sem a sua esposa?

Raul torce os lábios, em claro desconforto. — Não. Penso que isso me faz sentir um pouco mais vivo. Por mais que o casamento seja maravilhoso, nada é como a primeira vez.

Luiza sorriu, timidamente. Raul muda de postura. Se apoia com os cotovelos sobre a mesa, se debruçando sobre ela, olhando para a mulher à sua frente — O que pensaria se soubesse que seu marido tira a aliança e sai por aí conhecendo mulheres?

Pensativa, Luiza olhou para o teto, organizando as palavras em sua resposta. — Olha… antes eu teria ciúme, mas hoje penso diferente. Pensar que meu marido eventualmente sente desejo por outras, me deixa até excitada.

— Está excitada agora? — perguntou Raul, sem a deixar respirar.

— Não é da sua conta… — responde Luiza, sorrindo sapeca. — Já pensou que sua mulher pode não estar sozinha agora?

— Se ela não está fazendo agora, deve ter feito hoje, no horário do almoço, ou talvez quando foi pegar um café na copa. Ela é uma mulher incrível, e deve receber olhares e flertes o tempo todo. Se preciso sair à noite para conversar com alguém, ela tem procurado por ela.

— Pensar nisso te excita?

— Não nego.

— No seu caso, é mais difícil esconder que está excitado, não é? — perguntou Luiza, com um sorriso debochado no rosto.

— Tem razão, mas você também não esconde sentir o mesmo. — respondeu Raul, com um sorriso malicioso no rosto e os olhos direcionados ao decote de sua interlocutora.

Quando olhou para baixo, Luiza percebeu o tecido fino do vestido tomando a forma dos bicos enrijecidos. Sua primeira reação foi cobri-los com as mãos, constrangida. O riso do homem frente ao embaraço desencadeou uma reação oposta. Ela riu, como se não houvesse outra reação possível, e os dois seguiam rindo juntos.

— Ficar com as mãos aí vai chamar mais ainda a atenção. — provocou Raul.

Sem argumentos contra ele, Luiza respirou fundo, tirando as mãos dos seios, sabendo qual era o foco dos olhares maliciosos daquele homem.

A conversa entre os dois seguiu com a mesma leveza até pagarem a conta.

— Raul, foi uma noite agradável, mas já está ficando tarde. Preciso ir.

Raul fez um gesto com a mão, sinalizando que ela não se levantasse. — Espere um pouco. Nessas situações, eu não fico tão discreto quanto você.

Luiza arregala os olhos. — Sério? Fiquei curiosa agora…

— Falar isso não melhora a minha situação.

Rindo do seu novo amigo, Luiza muda rapidamente de expressão ao ver aquele homem se levantar com um volume notável entre as pernas. — Com sorte, só você vai se admirar — disse ele, num misto de exibição e constrangimento.

Os dois seguiram para fora do restaurante a lentos passos. Luiza segue à frente, e sente o toque repentino das mãos em sua cintura. — Você é responsável por isso. Agora me ajude. — Sussurrou Raul ao pressionar o corpo atrás do dela.

Abraçada por trás, Luiza sentia a ereção daquele homem enrijecer pelo fino tecido de seu vestido.

— Você está se aproveitando de mim. — provocou Luiza, aos sussurros.

— Se quiser que eu pare, é só dizer.

Mantendo o silêncio, Luiza sorriu. Os dois seguiram pela calçada até um posto onde ela para e se vira para ele. — Pronto. Te salvei de passar vergonha lá dentro. Agora preciso ir embora.

As mãos de Raul seguram firme na sua cintura, a puxando para si.

— Tem certeza? Sinto que você não quer ir.

— Lembre-se do que falei: “sentir a liberdade, sem fazer uso dela”

— Você também disse estar curiosa.

Em um movimento rápido, os lábios de Raul encontram os de Luiza. As mãos dela empurram o peito por um instante, mas deslizam para envolver o corpo daquele homem. Puxada ainda mais forte contra ele, sente a ereção ainda mais rígida. As mãos passeiam pelas costas dele. Lhe afagam a cabeça. Lhe apertam a bunda sem se importar de estar no meio da calçada. Os dois se olham. Luiza sente sua bunda ser apalpada enquanto trocam olhares, sem saber o que fazer.

— Vem! — Luiza puxa Raul pela mão e os dois atravessam a rua. Entram numa viela estreita e depois entraram em outra ainda mais apertada e escura. Os sons da cidade, de automóveis e sirenes, pareciam distantes. As lojas já fechadas não demandavam mais a passagem de ninguém, sendo aquela uma rua vazia. As residências nos andares de cima já tinham suas janelas escuras. Alguns poucos carros permaneciam estacionados em um dos lados e foi atrás de um deles que Luiza empurrou Raul contra o muro.

Os dois se agarraram em mais um beijo, dessa vez mais lascivo que o anterior. Raul deslizou as mãos pelas coxas de Luiza, subindo o vestido, deixando sua bunda exposta, coberta apenas pela calcinha. Sentindo o pau daquele homem duro contra o seu corpo, Luiza rebolava, se esfregando nele sem desgrudar os lábios dos dele e sem se importar de sua nudez. Com seu decote mexido, seus seios foram expostos e sugados por um homem que lhe chupava com fome. Gemeu manhosa, cada vez mais alto até os dois ouvirem pessoas conversando.

De repente, ambos pararam, tentando identificar de onde aquela conversa vinha e quão perto era. Enquanto prestavam atenção, Luiza alisava o pau de Raul por cima da calça e ele seguia lhe apertando a bunda. À medida que as vozes se afastaram, Luiza começou a desafivelar o cinto e abaixar a calça de Raul até os tornozelos.

— Você tem razão. Estou muito curiosa. — Disse Luiza antes de se ajoelhar. Ela segurou o pau daquele homem, fazendo um lento vai e vem com as mãos. De cima, Raul olhava ansioso pelo momento em que seria tocado por algo além daquelas mãos. Com o coração acelerado, sua respiração ofegava com aquela mulher brincando com suas expectativas. Quando finalmente foi engolido, Raul gemeu alto, sendo repreendido por Luiza. Sentindo aqueles lábios macios indo e voltando em seu corpo, Raul se contorcia contra a parede gelada que lhe esfriava a bunda nua. Grunhia o mais baixo possível para não fazer barulho. Sentia um prazer cada vez mais irresistível que logo não teria volta, mas ele queria mais. Puxou Luiza para se levantar e a abraçou, fazendo-a se pendurar em seu colo. Os dois se beijavam assim e Raul abandonou as calças, a conduzindo até se sentar no capô do carro mais próximo. Com um puxão, arrancou a calcinha dela e a jogou em qualquer direção. Invadiu seu corpo e ambos gemeram juntos.

— Que boceta gostosa, Luiza.

— Toda sua, Raul. Me fode!

Os braços apertavam mutualmente, como se ambos quisessem se tornar um só. Raul fodia lentamente Luiza, que envolveu também as pernas em volta de sua cintura. Com movimentos cada vez mais rápidos, a pressão de Raul sobre o corpo de Luiza aumentou e o alarme do carro disparou. Nenhum dos dois se importou, continuando os movimentos até gozarem juntos. Raul urrava enquanto apertava Luiza contra si, e derrubando seu corpo sobre o dela. Ela tremia, mordendo o ombro de seu amante sobre a camisa. Os dois se beijaram, mas por pouco tempo.

Quando se deram conta do barulho do alarme do carro disparado, olharam para as residências dos andares de cima das lojas e viram luzes acesas, janelas abertas e silhuetas e curiosos. Raul correu até a sua calça e a pegou, mas não a vestiu. Luiza correu sem ajustar o vestido e nem mesmo procurar a calcinha. Os dois correram naquele estado até virarem mais duas esquinas e finalmente poderem ajeitar suas roupas. Os dois se abraçaram e se beijaram mais uma vez. Luiza abriu a bolsa e tirou a aliança que colocou no dado, e Raul fez o mesmo com a aliança guardada no bolso. Rindo da própria travessura, os dois já começaram a planejar qual seria a aventura do próximo aniversário de casamento.

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Foto de perfil genéricaTurin TurambarContos: 330Seguidores: 326Seguindo: 122Mensagem Olá, meu nome é Turin Tur, muito prazer. Por aqui eu canalizo as ideias loucas da minha cabeça em contos sensuais. Além destas ideias loucas, as histórias de aqui escrevo são carregadas de minhas próprias fantasias, de histórias de vi ou ouvi falar e podem ser das suas fantasias também. Te convido a ler meus contos, votar e comentar neles. Se quiser ver uma fantasia sua virar um conto, também pode me procurar. contosobscenos@gmail.com linktr.ee/contosobscenos

Comentários

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Como sempre você é terrível, nos leva à um encontro fortuito e no final nos mostra um presente diferente e um casamento sólido.

Você é muito bom no que faz, parabéns.

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Turin

Devo ter lido aproximadamente uns 60 contos seus.

Gostei de todos, mas o meu preferido é a corretora devassa.

Deve ser meu gosto por surpresa.

Lá como cá, aparentemente nem todos que leram irão entender totalmente.

Mas fico impressionado com a capacidade de revelar o segredo em poucas palavras, bem no final do conto.

A revelação é tão ágil, tão rápida que acho q da pra chamar de um "punch" literário.

A estrutura deste conto parece ser um set up com um punch no final.

Agora estou em dúvida se meu conto preferido continua a ser a corretora devassa ou se é esse.

Parabéns!

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Ryu, muito obrigado.

Em ambos os casos, o "punch" foi proposital. Neste foi por ser escrito para um edital. Precisava de um apelo de um final impactante para impressionar quem escolheria os textos para publicação. Não deu certo.

No da corretora, usei o mesmo artifício devido à limitação de palavras.Daí ao invés de introduzir personagens e criar contextos, deixo as informações para o final.

Se gostou tanto desse recurso, te convido a ler "Arrebentada", meu texto para o desafio de 500 palavras.

https://www.casadoscontos.com.br/texto/2023048

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Eu já li esse Turin, muito bom TB.

Li seus contos para desafios.

Aliás esses desafios são ótimos, saem contos muito bons, de um modo geral.

O escritores são "forçados" a saírem do que estão habituados a escrever.

O desafio do Sherlock foi o que me pareceu mais difícil.

Desafios ou estar dentro de um processo seletivo parecem ser estimulantes,

Pena que não deu certo ( em relação a ser escolhido para publicação), mas o conto ficou muito bom

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Eu adoro os desafios.

O Sherlock me obrigou a ler um conto inteiro do personagem para tentar me adequar. No fim, foi divertidíssimo fazer, apesar de eu ter apelado para colocar o Sherlock um pouquinho atrasado no tempo.

O lado bom de não ser escolhido é poder trazer para cá. Geralmente, são contos onde me esforço mais nas ideias que vou escrever.

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gostei de mega muito dessa leitura, texto curto tem valor, querido amigo, pouco papo e uma transa muito da hora.... enfim, ihuuu votadssmo

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Aniversario de casamento sem os seus pares? caramba, essas relações devem estar maravilhosas para eles estarem comemorando desta forma.

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Kiquinho, obrigado pelo comentário.

Digamos que é uma forma exótica de comemorar o aniversário de casamento.

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É que estou fazendo 30 anos de casado e não consigo me ver em uma situação assim, pois não desgrudamos um do outro.

Mas seu conto é otimo e você escreve muito bem.

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Kiquinho, se ler de novo, pode perceber que essa comemoração de casamento é melhor do que aparenta.

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Concordo, mas não consigo me ver nela apesar de que até gostaria kkkkkk

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