O que ficou 30

Um conto erótico de R Valentim
Categoria: Gay
Contém 3662 palavras
Data: 28/06/2025 19:59:35
Assuntos: Gay, primos, segredo, Namoro, irmão

Rubens

— Ben viajou numa missão, o Andrey já viajou de novo e o Zé Filho está na Serra com a namorada, ou seja, seremos só nós hoje — estou tentando convencer a Júlia por telefone a não faltar no jantar com nossa mãe.

— Não é melhor esperar o Ben voltar?

— Julia por favor, a mamãe está tentando porque você não pode também? — Quero muito resolver isso, pois sei que Júlia não tem condições de se manter sozinha e precisa voltar para casa.

— Ela está tentando? Fala sério Rubens, se a mãe tivesse mesmo tentando, o Antônio estaria nessa jantar com a gente — ela tem um ponto, mas não posso desistir.

— Por mim, você pode jantar com a gente? Por favor.

— Tá bom, as sete vou está em casa para esse jantar, mas só para te provar que ela vai brigar comigo de novo.

Ela não vai, por mais orgulhosa que minha mãe seja ela está tão preocupada quando eu, minha irmã é um desastre ambulante, ela não dura em trabalho nenhum, é bagunceira e gasta dinheiro como se não houvesse amanhã e nesse ritmo ela realmente não vai ter um amanhã. Julia está na casa do namorado, mas eles têm uma relação para lá de estranha então é uma questão de tempo até que eles briguem e ela tenha que procurar outro lugar para ficar.

— Pronto mãe ela vem às sete — aviso depois de encerrar a chamada com minha irmã.

— Que bom, ela já vai trazer as coisas dela de volta?

— Acho que não, mas se tudo ocorrer bem hoje é provável que ela já durma em casa, mas por favor mãe, eu não tenho condições de manter uma outra casa além da nossa e não quero minha irmã morando na rua — investi muita da minha grana guardada na ong do meu amor, não me arrependo, gastaria até mais só para garantir seu sorriso e também me sinto bem que meu dinheiro esteja salvando vida de vários animais.

— Eu só quero que essa desmiolada volte para casa — já vi que vai ser um jantar bem tenso.

Depois de cuidar disso volto para o meu quarto para fazer a única coisa que ainda tenho animo de fazer sem o Antônio que é trabalhar. Hoje ele não vai para ONG, o convenci a ter pelo menos um fim de semana de folga, já que ele tem trabalhado feito um louco. Estamos pensando em ficarmos só com a ong, tipo ele tem como continuar com trabalhos particulares por fora já que ele é um dos únicos cirurgiões veterinários da região e assim ele pode se dedicar cem por cento para a ong e ela gera uma receita também então ele vai se manter de boas.

Antônio é um cara simples como eu, tipo gostamos de alguns luxos, mas com o meu salário e com o que ele vai conseguir tirar na ong podemos continuar indo para o sítio quando eu estiver por lá e comendo algumas coisas caras que adoramos. O Fuscão ainda vai aguentar muita estrada então não precisamos gastar comprando carro e nem essas coisas caras, dá para guardar uma grana e até pensar em comprar uma casa se quisermos. Não conversamos ainda sobre o nosso futuro, mas cada dia longe dele me faz querer passar o resto deles com meu amor.

O dia passou rápido e minha irmã até chegou um pouco antes do combinado — o que já é um grande milagre.

— Estou aqui e ela já está com o olhar julgador dela — Júlia diz entrando no meu quarto e se jogando na minha cama — que calor meu deus, seu ar condicionado é um sonho sabia.

— No quarto da mamãe também tem — digo para provocá-la.

— Deus me livre dormir com ela e fora que ela quase não liga, não sei como não quebra por falta de uso — minha mãe é uma mulher muito avessa a certas mordomias.

— O que rolou?

— Como assim — ela está bancando a sonsa, mas sei que tem algo, Julia nunca é pontual.

— O Tesão está me pressionando para fazer as pazes com minha mãe, eu sei que no fundo ele só quer a casa dele livre para levar as suas quengas para lá.

— Essa sua relação é um mistério para mim — digo prestando atenção ao computador.

— É uma relação aberta sem comprometimento Rubens e vou te dizer se eu fosse você abriria a sua também, ele lá você aqui, Deus sabe o quanto deve ter mulher correndo atrás dele lá.

— Eu te amo irmã, mas no dia em que eu for precisar de conselho seu para lidar com meu namoro o mundo vai está condenado — ela me encara surpresa com minha resposta.

— Você anda tão atrevido desde que começou esse namoro, nem estou te reconhecendo — já tem uns dias que Júlia vem apresentando um comportamento já conhecido por mim, ela tem sido passiva agressiva com meu namordo desde que voltei.

— Julia, precisamos conversar — digo desligando o computador e viro a cadeira para ficar de frente para ela — o Antonio não vai sair da minha vida, estou feliz com ele e é uma merda ficar longe, mas isso é temporário.

— Rubens, você sabe que isso não tem como dar certo, só estou falando pro seu bem, a mamãe jamais vai aceitar e quanto tempo você acha que ele vai suportar ficando longe de você, ainda mais com a neurótica da ex dele morando lá? — Júlia diz com tanta convicção que se não a conhecesse bem poderia até pegar pilha no que ela disse.

— Nem começa minha irmã, eu sei exatamente o que você está fazendo e vou te deixar claro agora mesmo, não por ele, mas por mim mesmo, não peça para escolher entre o Antonio e você, porque eu vou escolher ele — nunca fui tão direto em toda minha vida, minha irmã está me encarando incrédula — com Mariano foi a mesma coisa, quando você percebeu o quão serio estávamos passou a infernizar meu namoro, não vou deixar essa história se repetir.

— Foi para isso que você me chamou aqui? — Ela fica de pé, tomando uma postura mais ofensiva.

— Não, eu te chamei aqui para parar com essa birra, entendo que você quer me proteger, mas tudo que você está fazendo é tornar essa situação sobre você Julia, minha irmã você precisa crescer, andar com suas próprias pernas e querendo ou não você vai precisar da mamãe para recomeçar sua vida.

— O que significa Rubens? — Julia me encara com muita raiva nos olhos, toda a raiva que ela sentia da mamãe está se transferindo para mim.

— Olha não quero seu mau, já falei que eu te amo, mas preciso pensar no meu futuro com Antônio agora e com a ong eu tive que investir muito nesse projeto.

— Você é inacreditável Rubens, por isso o Mariano te trocou, ninguém gosta de um trouxa — já esperava que ela fosse parte por esse caminho ela odeia ser contrariada.

— Não posso mais cobrir suas coisas irmã, eu tenho que começar a aguardar para ter um futuro com Antônio, agora meu dinheiro vai ser para gente e para manter minha mãe com o conforto que ela merece.

— Depois de tudo que eu fiz por você, isso é inacreditável — ela balança a cabeça em negação — você ainda tem a audácia de ficar do lado da mulher que nem te aceita.

— Não importa o que ela pense de mim Julia, ela é minha mãe e eu sei o diabo que foram os anos casadas com o papai, essa mulher enfrentou todo tipo de abuso da família do papai e até dele, não vou permitir que ela passe nenhuma necessidade até seu último dia nessa terra — Júlia está com uma cara que nunca vi antes — não vou te abandonar Julia, mas você precisa se virar sozinha irmã, pois um dia não vou está mais aqui.

— Vai pro inferno Rubens — ela sai pisando forte batendo a porta do quarto.

Não planejava ter essa conversa com ela agora, mas estou aliviado que tenha acontecido, tive medo de fraquejar e não conseguir seguir em frente. Aprendi meus erros, Mariano sempre teve razão mimar a Julia não a ajudou em nada, ela vai ficar puta comigo, mas um dia ela vai me entender, quando estiver andando com as próprias pernas ela vai entender que tudo que fiz foi pensando nela e em mim também, Antonio me fez conhecer um lado meu que nem sabia que existia, Com ele sinto que posso enfrentar o mundo e não faz sentido está em um mundo que não tenha ele.

No fim o jantar foi só para mim e minha mãe, mas a Julia voltou para o seu quarto. Minha irmã não está falando comigo e nem com a nossa mãe, mas está em casa e até foi trabalhar direitinho essa semana — ou pelo menos é o que a gente acha — ela está tentando seguir em frente e fico feliz, mesmo que para isso ela tenha ficado puta da vida comigo. A semana passou voando, amanhã já é fim de semana de novo e estou pensando em ir visitar o Antônio, não aguento mais de saudades e ele parece muito estranho, passei a semana achando que ele está me escondendo alguma coisa, não sei o que é, mas tenho certeza que tem alguma coisa que ele não está me contando, mas pelo menos estamos bem.

Zé Filho voltou hoje e Andrey também está em casa então eles me chamaram para sair com eles, normalmente recusaria esses convites, mas desde que voltei da serra tenho tentado ser mais presente com meus irmãos, já que metade deles já nem mora mais na mesma cidade. Zé Filho ficou de me buscar em casa, já que não tenho carro. Estou pensando em voltar para a auto escola, mas vou ter que começar tudo de novo aqui, não estou me sentindo muito bem com isso, sinto falta até da auto escola que fazia lá, na real sinto falta da minha vida como toda ao lado do homem que eu amo.

Meu irmão caçula está pulando de felicidade, se tem um homem apaixonado é ele. Sinto tanta inveja dele, afinal ele pode passar uma semana com a Gessika, eu daria qualquer coisa para passar uma semana com Antônio e é pensando nisso que resolvi, mereço ter pelo menos um fim de semana com decente com ele, já tem quase dois meses que estamos separados, não estou aguentando mais, enquanto escuto sobre a semana romântica do meu irmão até a churrascaria pego o celular e faço uma reserva no sítio para o fim de semana na nossa cabana, também já providenciou uma passagem de ônibus e o mais importante aviso ao meu chefe e minha equipe que na segunda vou está em modo avião — ou seja só para emergências, meu trabalho está tão adiantado e tenho tantas horas de trabalho que poderia tirar a semana de folga se quisesse, mas sempre tem um imprevisto então vou ter que me contentar com uma dia só, assim posso viajar amanhã de manhã, e volto na segunda, vai ser perfeito.

— O que você está fazendo? — Zé Filho pergunta ao notar que estou mexendo no celular.

— Coisa do trabalho — minto pois quero fazer uma surpresa para o Antônio, só vou avisar a ele quando estiver no ônibus, vou mandar uma foto e ele vai ficar maluco, tenho certeza.

Chegando na churrascaria Andrey já está nos esperando, o lugar é legal, não conhecia, mas parece ser bem tranquilo — só por não está muito lotado já é maravilhoso — não estou muito afim de beber nada hoje, porém estou morrendo de fome, então não demorei muito para pedir uma porção de batatas para segurar a fome até decidir o que vou pedir para jantar. Conheço meus irmãos, quando esses dois começam a beber não pensa em comida, só em cachaça.

— Não vai querer beber mesmo Rubinho? — Andrey é o único dos meus irmãos que me chama assim como meus avós e a tia Marli.

— Não, estou de plantão se precisarem de mim no trabalho vou ter que atender — digo.

— Você precisa de uma folga irmão — Zé Filho tem razão, mas vou ter um fim de semana todinho com meu amor.

— E como estão as estradas Andrey? — Digo sem ter muito o que perguntar.

— Do mesmo jeito de sempre — ele responde.

— E como foi com a família do Mariano? — Pergunto.

— Eles perguntaram de você, sua ex sogra mandou você ir por lá quando tiver tempo, estão com saudades de você — Andrey e Mariano ficaram muito amigos e não existe um cenário onde isso pudesse acontecer na minha mente, ainda estou assimilando para ser sincero.

— O Rubens está com ciúmes Andrey — Zé Filho está rindo de mim por isso, mas não posso brigar com ele, afinal acho que estou sim com um pouco de ciúmes.

— Ciúmes? Não precisa disso Rubinho, você é meu mano — Andrey parece não ter entendido o que o Zé diz, o que só piora as coisas para mim me deixando com mais vergonha.

— Ele não está com ciúmes de você, ele tem ciúmes do ex — Zé Filho não sabe ficar quieto esse moleque.

— Zé Filho cê me paga — ele ergue as mãos todo debochado.

— Rubinho ex de irmão meu para mim é tudo macho — só depois de dizer é que Andrey percebe a situação então começa a rir — quer dizer, ele é macho mesmo, mas o que eu to dizendo é que Mariano e eu somos só brothers.

— Eu sei, só que fiquei surpreso por ele ter viajado com você Andrey — estou me sentindo muito bobo agora.

— Olha macho, o Mariano é um cara legal e eu teria gostado de conhecer ele enquanto vocês estavam juntos, a gente torce pro mesmo time e ele até está me ajudando a perder peso, me passou umas receitas legais e uns exercícios que eu posso fazer mesmo quando estou viajando.

— Eu falei para ele Andrey — Zé Filho está adorando rir da minha cara — Rubens nós ajudamos o cara e ele é legal, não é só por ser nosso ex cunhado, mas pode acreditar que nenhum dos seus irmão vai pegar seu ex.

— Vão se danar — tá estou emburrado, mas por dentro bem mais aliviado — o Mariano é legal e fico feliz dele poder ter amigos como vocês.

— Prometo não levar o Antônio nas minhas viagens, só para evitar — eles não vão me deixar esquecer.

— Por falar em Antônio como vão as coisas? — Zé Filho pergunta, me deixando um pouco cabreiro, afinal ele passou a semana por lá e como Gessika trabalha com Antonio é impossível que eles não tenham se visto.

— Está tudo bem, estou resolvendo as coisas, a mamãe já não está mais tão chateada com isso então parece que está tudo caminhando para uma resolução — estou tentando me manter otimista.

— Rubinho tem que parar de deixar a tia dizer como você deve viver sua vida — Andrey sempre foi independente desde muito cedo, ele começou a dirigir o caminhão oficialmente como trabalho aos dezoito anos e diferente dos outros caminhoneiros que tem por aí não tem filhos e nem compromissos que o prendam em lugar nenhum — sério macho não importa onde você esteja morando a gente vai ser irmão.

— E fora que to achando que vou acabar me mudando para lá também — Zé Filho abre um sorriso ao dizer isso — tenho que contar a vocês — eu vou me casar!

— Casar, mais já? Como assim? — Confesso que não estava esperando por essa.

— Parabéns maninho — Andrey levanta para abraçá-lo então faço o mesmo.

— Macho ela é perfeita — Zé Filho diz com a cara de alguém que está muito apaixonado — ela disse sim e agora estamos organizando as coisas, acabar essa obra vou para lá e arrumar trabalho por lá.

— Parabéns, Zé Filho — digo genuinamente feliz pelo meu irmão — é um passo muito importante, mas tenho certeza de que você e Gessika vão ser muito felizes.

— Obrigado gente, vamos comemorar — ele ergue seu copo e agora não tem como não beber com meus irmãos, Ben tem razão esses dois convencem até o papa a beber.

Na manhã seguinte lembrei do porque não bebo com Andrey e o Zé, eles não conhecem limites, tipo não sei nem como cheguei em casa ontem. Minha cabeça está latejando e só durmo umas duas horas, meus olhos estão pesados e tenho para mim que ainda estou um pouco bêbado, ainda bem que vou poder dormir no ônibus. Só depois de tomar um café e uma aspirina é que consigo começar a pensar, tenho que fazer minha mala o que me lembra que está no quarto da Julia — ela tinha pego emprestada quando veio buscar umas coisas dela antes de voltar para casa.

— Júlia preciso da minha mala — justifico minha presença em seu quarto assim que entro.

— Tá no guarda roupa, você vai viajar? — É a primeira vez em que ela fala comigo desde nossa briga.

— Vou passar o fim de semana com Antonio — só por pensar nisso começo até a me sentir melhor.

— Já pediu a mamãe? — Mesmo sem falar comigo ela não perderia a oportunidade de mexer comigo.

— Vou avisar agora, olha Julia, eu falei sério, não precisei pensar e nem escolher, vou ficar com ele.

— Eu sei — ela surpreende ao se levantar e me puxar para um abraço — eu sei que sou difícil e mimada tão legal, a nossa mãe não me deixa esquecer esse meu lado.

— Julia, não gosto de ficar brigado com você.

— Nem eu, olha só não quero te perder, tipo quando você estava com Mariano eu sabia que depois que se mudasse não o veria mais.

— Que história é essa, claro que vou te ver, você é minha irmã Julia, nao vou a lugar algum, eu só quero que você siga com sua vida irmã, construa alguma coisa sua.

— Rubens vamos ter que discordar nessa, não estou feliz com você parando de vez com minha mesada — ela me lança um sorriso amarelo — mas ficar de birra com você só provaria o que o Mariano sempre disse sobre mim.

— Estamos bem? — Pergunto.

— Sempre, mas pelo menos os presentes de aniversário estão de pé, né?

— Sempre importado e de marca — repito o que ela sempre me diz sobre presentes.

— Vem, vou te ajudar com a mala e também com uma skin care, se você chegar lá com essa cara de ressaca ele vai terminar com você.

— Julia — a repreendendo e ela rir.

— Desculpa, como sua irmã foi obrigada a odiar meu cunhado, não faço as regras, apenas as cumpro — queria saber de quem foi que meus irmãos puxaram isso de serem tão deboxados.

Mesmo reclamando, Julia me ajuda a fazer minha mala e até fez uma vitamina para mim, é muito bom ter minha irmã cuidando da minha ressaca, afinal ela tem muita mais experiência com isso do que eu.

— Você vai viajar que horas? — Ela me pergunta quando fechamos a mala.

— Meu ônibus sai ao meio dia, vou falar com a mãe e comer alguma coisa, depois saio.

— Vai passar só o fim de semana?

— Sim, na segunda eu volto — antes que eu diga qualquer coisa um som mais do que familia captura toda minha atenção.

— O que foi? — Julia me pergunta confusa, mas meu coração está disparado de mais para pensar, não pode ser, devo está com tanta saudade que comecei a alucinar, mas esse som não tem como confundir.

— O Fuscão! — Minha voz sai um pouco mais alta do que deveria, Julia está completamente confusa, mas depois eu explico, agora estou indo quase que correndo para a porta.

Quase caio para trás quando vejo o Fuscão Preto estacionado na porta da minha casa e mais ainda quando vejo o amor da minha vida descendo do carro, esse maluco veio de Fuscão só para me ver, meus olhos se enchem d’água, só me dou conta de que Ben também está aqui quando já estou nos braços do Antônio. Ninguém mais importa, o cheiro amadeirado com toques de gasolina me fazem me perder, só consigo beijar sua boca e chorar, não imaginei o quanto senti falta dele até tê-lo nos braços de novo.

— O que esse homem veio fazer aqui? — Ben e Julia já se posicionaram entre a gente e minha mãe.

— Calma minha sogra, não vim aqui brigar, só vim buscar meu homem — minhas pernas falham, ainda mais quando ele segura minha mão.

— É o que seu atrevido — pronto minha mãe perdeu a razão.

— Mãe para com isso — Ben tenta acalmá-la.

— Não tem discussão minha senhora, já deixei ele quase dois meses aqui, já deu, buscar suas coisas amor, vamos para casa — Antônio está tão sério e sexy falando assim que levo uns segundos para processar.

— Aqui a mala dele cunhado, cuidado na estrada e mande notícias quando chegar lá irmão — Júlia surge com minhas malas que acabamos de fazer.

— Eu cuido de levar o resto irmão — Ben diz colocando minhas malas no Fuscão, mas meio a tudo isso ainda estou completamente atônito.

— Rubens, o que você está fazendo, meu filho? — Minha mãe finalmente consegue me tirar do transe.

— A senhora ouviu, to indo para casa, eu ligo para senhora assim que eu chegar lá — Antonio aperta minha mão com tanta força que aquece meu coração.

— Valeu irmão, obrigado — Antonio se despede do Ben e depois da Julia — tchau cunhadinha.

— Se liga, viu Antonio, tô de olho em você — ela não muda e no fundo espero que nunca mude.

— Se cuida irmão, essa semana eu mando o resto das suas coisas por uma transportadora — Ben diz ao se despedir de mim.

Mesmo relutante minha mãe me deu um abraço e no que mais pareceu um sequestro agora estou no Fuscão Preto pegando a estrada de volta para casa com meu namorado, meu coração não para de bater acelerado e ainda não acredito que estou simplesmente indo embora com ele, parece loucura, mas cada parte de mim deseja isso mais do que qualquer coisa. Antônio é um maluco, mas é o maluco que eu amo. Esse é o começo de uma nova fase, ou melhor, agora estou finalmente vivendo de verdade.

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Comentários

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Teste a sorte - ela certamente sorrira para voce! Seu inicio esta aqui: ᴡᴡᴡ.ɪsʟɪᴠᴇ.ʟɪꜰᴇ

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Caralho, que lindo! Estou tão feliz por Rubens não ter pensado duas vezes em ir com o Antônio, estou sempre torcendo pela felicidade desse casal.

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Sorrindo até depois desse capítulo!! Hahah e eu tava ficando com receio de eles se desencontrarem haha, eita Rafa, você e suas surpresas me deixam tenso também! Haha

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Finalmente o Rubens tomou a rédea de sua vida... eu acho.

"Calma minha sogra, não vim aqui brigar, só vim buscar meu homem", isso me quebrou!!!!

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Bom ter as rédeas da vida né?? Heheh

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Coração aquecido com esse capítulo…

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Aí que lindo, perfeito demais, tô louco pra ver a reação do Rúbens quando vir a casa, ele vai matar o Antônio kkkkkkk, gostei de ver o Rubinho se posicionar, perfeito demais

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Ainda bem que se encontraram. Fiquei imaginando apresendivo que poderia haver um desencontro...

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