Capítulo 2 – Sinfonia de Obediência

Um conto erótico de Dom De Pet Girl
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 963 palavras
Data: 29/06/2025 14:38:05

Horas haviam se passado desde o início da sessão.

Mas o tempo, ali dentro, era regido por outra lógica: a do prazer do Dono.

No porão cuidadosamente projetado, onde o silêncio era preenchido por sussurros e pequenos gemidos, as regras do mundo exterior não tinham vez. As luzes baixas, de tom âmbar suave, lançavam sombras sobre os corpos marcados das submissas ajoelhadas lado a lado no piso acolchoado. O ar estava impregnado de couro, suor e desejo. Não havia relógios. Não havia vontades externas. Apenas a vontade Dele.

A loira e a atriz, antes mulheres de espírito livre e comportamento altivo, agora estavam reduzidas — ou elevadas — a instrumentos afinados de sua vontade. Seus corpos contavam uma história de entrega gradual, com marcas simétricas que não brotavam da violência, mas da disciplina. Cada linha avermelhada, cada pequeno hematoma, era parte de uma escrita silenciosa sobre a pele, uma partitura viva da sinfonia de obediência que ele compunha com paciência cruel.

Ele as observava de pé, com os braços cruzados, como um maestro silencioso. Não precisava falar para ser entendido. O silêncio era uma linguagem, e o medo de quebrá-lo — sem ordem — era mais eficiente que qualquer grito.

A atriz, com sua beleza altiva e olhar outrora desafiador, agora mantinha os olhos fixos no chão. Os ombros, outrora tensionados pela resistência, agora repousavam num relaxamento que só a aceitação verdadeira proporciona. Não era mais uma prisioneira em teste; era uma submissa em formação, moldada a cada toque, a cada comando.

A loira, mais dócil desde o início, respirava em compasso com a atriz. O treinamento era claro: sincronia. Se uma errasse, a outra pagaria. Se uma gemesse fora de hora, a outra seria silenciada. O vínculo forçado se transformava em conexão voluntária, quase irmã. Não havia amizade no sentido comum — havia cumplicidade de cativeiro, lealdade forjada na necessidade de sobreviver e servir.

— "Lealdade entre vocês será a chave da sua servidão," disse o Dom, a voz firme, baixa, porém cortante como aço. Ele deu um passo à frente, deixando as botas baterem com propósito no piso de madeira sob o tapete. "Ciúme é fraqueza. Compitam pela perfeição da obediência — não pelo meu olhar."

As duas assentiram em silêncio. A linguagem delas agora era feita de olhares submissos, microexpressões de medo, de desejo, de esperança. A fala, ali, era um privilégio que devia ser conquistado.

Ele então estendeu as mãos, revelando dois colares de couro fino: um vermelho vibrante, outro preto profundo.

— "A vermelha representa o fogo do desejo. A preta, a sombra da obediência," anunciou, aproximando-se.

Com delicadeza firme, prendeu a coleira vermelha ao pescoço da atriz, fazendo questão de roçar o dedo indicador sob seu queixo ao terminar o fecho. O arrepio que percorreu a espinha dela não passou despercebido. Em seguida, colocou a preta na loira, ajustando-a com precisão. O contraste entre as cores era simbólico — mas também estratégico. Ele sabia que mais tarde inverteria as posições. Nenhuma das duas deveria se apegar a rótulos fixos.

— "Hoje vocês aprenderão a servir juntas. Se uma falhar, a outra a guiará. Se uma hesitar, a outra a sustentará."

Ordenou que se deitassem de costas, lado a lado, com as mãos entrelaçadas sobre o peito. A obediência foi imediata, quase coreografada. Não era apenas treinamento; era entrega. Era desejo de pertencer.

Com um estalar de dedos, o som sutil de correntes se fez ouvir acima. Do teto, desceu lentamente uma estrutura de madeira acolchoada: uma vara de balanço dupla, com dois plugs de silicone firmemente presos nas pontas. Os dispositivos vibravam levemente, pulsando em ciclos coordenados.

— "Conectem-se. Geme juntas. Gozem juntas. Ou não gozarão."

As duas se entreolharam por um breve segundo. Nenhuma disse nada — não precisavam. O pacto silencioso entre elas se reforçava. Elas se posicionaram como haviam aprendido, encaixando-se lentamente nos plugs diante do olhar atento do Dom. A cada segundo, a tensão erótica crescia, alimentada não apenas pela sensação física, mas pelo contexto de vigilância, de dever, de espetáculo.

Ele se sentou em sua poltrona, cruzando as pernas. Na mão direita, o controle da intensidade. Na esquerda, um pequeno caderno onde anotava detalhes. Ele não punia ao acaso — suas punições eram pedagógicas, precisas. O controle vibrava. Um aumento no nível fez ambas soltarem um gemido abafado ao mesmo tempo. Perfeito.

Mas a harmonia era frágil. Bastava um erro.

A atriz começou a gemer levemente fora de sincronia. O Dom pausou a vibração e olhou nos olhos da loira.

— "Corrija sua irmã."

Sem hesitar, a loira se virou de lado, segurou o rosto da atriz e sussurrou algo inaudível. A atriz respirou fundo, fechou os olhos e sincronizou sua respiração. Quando o Dom reativou os dispositivos, os gemidos voltaram — agora, como uma única melodia, contínua e fluida.

A sessão durou mais do que qualquer uma delas esperava. A exigência era não apenas física, mas emocional. A conexão obrigatória se tornava, lentamente, uma necessidade genuína. Na escuridão acolhedora do porão, não havia espaço para rivalidades. O ego de cada uma fora dissolvido — primeiro pela punição, depois pelo prazer condicionado.

Quando finalmente permitiu que gozassem, fez com que se olhassem nos olhos. O orgasmo só era permitido se acontecesse juntas. E aconteceu. Como se seus corpos tivessem aprendido a tocar a mesma nota ao mesmo tempo. Como se a simbiose entre elas fosse o último teste antes de algo maior: a fusão completa em instrumentos de um único maestro.

Ele as observou tremerem. As marcas vermelhas, o suor escorrendo, as pernas tremendo... Tudo era belo, estético, correto.

Ali, na penumbra do domínio absoluto, duas mulheres brilhavam. Não em liberdade — mas em servidão perfeita. Moldadas para viver em função de um ego que não era o delas. O único ego que importava... era o do Dom.

E ambas sorriam. Porque, de algum modo, sabiam: haviam sido afinadas.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Dom de petgirl a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários