Juh foi acompanhar meus sogros até o Uber e eu preferi deixá-los aproveitar aquele momento.
Fiz um cafezinho para acompanhar os pãezinhos feitos pela minha sogra e como a gatinha demorou para retornar, levei para o quarto.
Fiquei por um tempo, já estava quase pegando no sono quando ela entrou no cômodo.
— Lore, eu acabei de passar uma vergonha... — Júlia falou.
Voltei minha atenção para ela que tinha algumas encomendas em caixas nas mãos. Poderia ser somente uma coisa e eu comecei a rir instantaneamente, independente do contexto, eu sabia que seria engraçado.
— O que aconteceu? — Perguntei, tentando me conter.
— Quando eu estava saindo, a portaria sinalizou que tinha encomendada... VOCÊ NÃO ME DISSE QUE VINA ESCRITO ASSIM!!! — Juh gritou, arremessando uma das caixas para mim.
Estava escrito mais ou menos assim:
Júlia Oliver
PROTESE MACIA PARA PENETRAÇÃO 15 CM
Eu comecei a rir mais ainda imaginando mil coisas que poderiam ter acontecido.
— Olha, tudo que eu já comprei pela internet e, principalmente naquela loja, veio escrito "Toys" , "Acessório" ou um código, não tenho culpa se você se interessou logo por um brinquedinho, onde a distribuidora é indiscreta — Falei, e ela lançou outra caixa em mim, mas dessa vez para me acertar.
— Meus sogros viram? — Perguntei, rindo.
— Eu tenho certeza que minha mãe viu, certeza! — Júlia exclamou, vindo até a cama.
— E o que ela disse? — Eu quis saber.
— O zelador estava me entregando as caixas, aí eu fui ajeitando da maior para menor para conseguir carregar de volta, pedi para minha mãe pegar a última e foi justamente essa com a maldita descrição. Ele começou a rir muito e também a pedir desculpas e eu não estava entendendo até olhar para as mãos de minha mãe. No desespero, soltei todas as encomendas e foquei em pegar a única na mão dela... Depois ela me olhou com uma cara... — A gatinha contou, se jogando contra a cama.
— A culpa foi toda sua, desesperada — Brinquei, segurando o rosto dela.
Quando Juh se preparava para se defender, eu a ataquei com um beijo, que, inicialmente, demorou um pouco para ser retribuído, mas logo ela rendeu-se.
— Minha gatinha as vezes vira uma onça, mas aí eu dou uns beijinhos e ela volta a ficar mansinha — Brinquei novamente.
— Não foi minha culpa... — Disse-me, levemente séria.
— Não foi, é brincadeirinha... — Admiti, enchendo o rostinho dela de beijos.
— Ai, que vergonha... Não vou sair do condomínio nunca mais — Júlia falou, me fazendo rir contra seu pescoço.
— Não é algo que a gente torça para acontecer, mas sei lá... Aconteceu, amor, vida que segue... Não dá tanta importância — Tentei amenizar.
— Quando a gente for lá em Lorenzo, leva e entrega palra minha sogra segurar também — Ela ironizou.
— Eu jamais faria propositalmente, porém você sabe que se a situação fosse ao contrário, eu sou sem vergonha o suficiente para rir com a minha mãe disso — Falei, rindo.
— Verdade... — Juh concordou, também rindo.
Nós fomos dormir o tempo que nos restava e despertamos com as crianças festejando a chegada dos avós, ao verem o carro do meu sogro pela varanda. Eles ficaram extremamente chateados porque não os acordamos.
Para melhorar o clima, falei que íamos nos meus pais e eles poderiam mudar os ares um pouquinho. Kaká e Mih correram para o banho imediatamente.
— Amor, eu quero ficar bêbada — Foi a primeira coisa que Juh me disse.
Achei que ela estava brincando e ri, mas parei ao observar sua expressão pensativa.
— Ué, do nada isso? — Questionei.
— Eu quero — Juh disse, em um tom melancólico.
— Tá bom, beberemos — Falei, rindo.
Juh verificou o celular e viu que já tinha algumas mensagens da minha sogra. Ela decidiu deixar o celular carregando e se desligar um pouco, antes de encarar a nova realidade.
Conversei seriamente com meus pais e fui bem dura nas palavras, queria que eles caíssem na realidade. Sou uma pessoa que os dois confiam muito, até demais e sempre tento levar tudo com bom humor, porém, achei necessário ser firme para que eles entendessem a gravidade da situação.
Minha mãe tentou explicar que estavam se cuidando, contudo, a cortei imediatamente evidenciando as saidinhas, que não eram somente dentro do condomínio, e os planos do meu pai de ver como estavam os negócios de perto. Ele tem esse espírito inquieto, não consegue ficar muito tempo longe da linha de frente. Eu entendo porque a fruta não cai muito longe do pé, eu também sou assim. Sempre admirei essa postura dele de resolver as coisas com as próprias mãos, mas aquele não era o momento.
Sugeri que meu pai desse mais autonomia a Lorenzo, que conhece bem os negócios, sabe como lidar com os fornecedores e com os funcionários. Não fazia sentido meu pai se expor daquele jeito, arriscando a própria saúde. Loren também possui os mesmos atributos, mas por causa dos babys a melhor opção era realmente o meu irmão.
Os dois pareceram me entender, mas não disseram muita coisa, o papo foi finalizado com a gente mudando de assunto e falando sobre outras coisas.
As crianças estavam na sala, próximo de nós e quando perceberam que podiam se aproximar, fizeram isso e mataram a saudade dos avós. Reclamaram que estava insuportável ficar em casa e minha mãe foi mostrar duas camisas que pintou para eles e os chamou para pintar uma para ela.
Olhei para um lado e para o outro e não vi Juh, fui procura-la pela casa, a encontrei com Lorenzo e Sarah e ela estava contando sobre a viagem dos pais.
Minha cunhada tentava também convencê-la a não se embebedar, mas o seu maior inimigo era o seu próprio marido que já estava ali dividindo um dink com minha muié.
Não sei se vocês já notaram, que eu me recorde, nunca foi comentado, mas toda vez que Juh se sente pequenininha, ela recorre a duas coisas: Álcool ou Sexo (ou os dois 🤣). Quando a gatinha se sente infantilizada, vulnerável ou sem controle da sua própria vida, ela sempre busca uma estratégia para restaurar a percepção de autonomia, de força e de pertencimento à identidade adulta, é um padrão que sempre se repete e vocês podem conferir em vários capítulos já postados.
Não são escolhas aleatórias, são comportamentos socialmente associados à vida adulta. Funciona como uma tentativa de se desconectar da sensação de impotência e, ao mesmo tempo, reafirmar que se é capaz, livre, autônoma, dona da própria vida e, acima de tudo, adulta. Obviamente tem a ver com a infância vivida por ela.
É um mecanismo inconsciente de compensação, sempre que a identidade adulta se fragiliza, Júlia busca de forma automática, algo que simbolize o oposto daquela sensação de fragilidade. É uma forma de escapar, ainda que temporariamente, daquele desconforto. Além disso, esse comportamento se encaixa no que pode ser chamado de atuação, quando não se consegue elaborar uma emoção internamente, ela se expressa no comportamento. Não é exatamente uma escolha racional, mas uma forma rápida de obter alívio, validando a própria existência através do prazer, da desinibição ou da excitação.
É como se, ao se sentir pequena por dentro, Juh precisasse que algum fator externo a lembrasse que é grande e que está no controle. Algo ativa nela a sensação de se sentir infantilizada, nesse caso, a adoção dos seus irmãos lhe gerou insegurança em relação aos meus sogros. E, para compensar, ela recorreu a comportamentos que devolvem, ainda que de forma artificial, a sensação de ser adulta. No fim, não era sobre sexo ou bebida em si e sim sobre a tentativa de se desconectar de uma parte que dói, uma tentativa de se proteger da própria fragilidade, usando recursos que o cérebro associa à autonomia, poder e controle.
~ Isso não tem nada a ver com o jeitinho de neném dela, Juh até assume que é para mim ❤️
Chegou a hora de ir embora e, para minha surpresa, as crianças não queriam. Geralmente são bem tranquilos, mesmo quando ficam chateados, acabam aceitando numa boa. Mas, dessa vez, estavam ali, insistindo baixinho, pedindo para dormir lá só naquela noite.
Pra ser bem sincera, a única contra a ideia era eu. Lorenzo, inclusive, comentou que até fazia mais sentido eles ficarem, já que ele era o único que saía de casa, e mesmo assim, raramente.
— Mãe, eu não quero ficar sempre... só hoje — Milena pediu, com aquele jeitinho dela que desarma qualquer um.
— Só essa noite, maaaae — reforçou Kaique, no mesmo tom manhoso da irmã.
— Hoje a noite vocês voltam pra casa — cedi, olhando nos olhos deles.
— Que mixaria... — Sarah brincou, rindo da minha negociação.
E assim foi o acordo que todo mundo "topou".
Em casa, Juh ligou o som e começamos a fazer alguns dink's a base de vodka, eu queria mesmo era uma cerveja, porém combinei de acompanhá-la. Em pouco tempo ela já estava largada no sofá, segurando o copo com todo cuidado do mundo, a gatinha o encarava fixamente como se eles conversassem.
— Amor... Eu te amo, sabia? Mas assim... Te amo MUITO... Tipo... Mais que chocolate! — Juh falou, seriamente.
— Mais que chocolate? Isso é sério? — Perguntei, segurando o riso.
— Sim... E olha... Eu AMO chocolate! — Disse-me, muito convicta, apontando o dedo pra mim.
— Percebi... Mas me isso tá vindo do coração ou desse drink? — Perguntei rindo e a ajeitando ela no sofá.
— Dos dois... — ela respondeu, bem sincera, apoiando a cabeça no meu ombro. — E também amo o seu cheiro... você tem um cheiro muito... muito... cheiroso.
— Uau! — Exclamei rindo mais ainda.
— É que é!!! As pessoas subestimam o cheiro... o cheiro é importante... Você já pensou nisso? — Me perguntou.
— Nunca tinha parado pra refletir... Me explica melhor essa tese, por favor. — Pedi, mordendo o lábio pra não rir.
Ela franziu a testa, fez cara de quem estava puxando um raciocínio muito sério do fundo do cérebro e respondeu:
— Porque... tipo assim... se você perde o olfato, não sente o cheirinho do pescoço do amor da sua vida... E isso é muito triste! — Fez uma carinha de drama, como se fosse chorar.
— Tá bom, doutora Júlia Oliver, especialista em cheiros — Brinquei, apertando o rostinho dela — Você conseguiu me convencer, eu acho que não sobreviveria se não pudesse mais sentir teu cheiro — Completei, juntando nossos rostos.
Juh levantou para repôr nossos copos e quase caiu, contudo a segurei a tempo.
— Você acha justo eu ter bebido a mesma quantidade e não estar nesse estado? — Perguntei, a acompanhando.
— Não é questão justiça é de economia... — Respondeu, dando uma risadinha. — A sua genética é sóbria, amor... a minha é econômica.
— Perfeita definição! — Exclamei, gargalhando.
— Mas ó... Eu tô muito sóbria e muito lúcida! — Juh falou, cheia de convicção.
— Claro, isso é visível... — Ironizei, a abraçando e a beijei.
— Lore... — ela me olhou, segurou meu rosto com as duas mãos e falou bem devagar. — Você é o amor da minha vida para sempre... Se eu virasse uma minhoca, você ainda me amaria? — A gatinha me perguntou, como se fosse a coisa mais séria do universo.
— O quê? De onde saiu isso, muié? — Questionei, rindo alto.
— Não sei... mas é sério... — Ela insistiu.
— Óbvio, meu amor. Se você virar uma minhoca, seria a minhoca mais lindinha do planeta e eu te amaria igual — Falei, depositando inúmeros selinhos sobre seus lábios.
Juh sorriu e me beijou ardentemente, encostando meu corpo no balcão.
— Acho que chega de beber, não é? — Falei, rindo.
— Tô com vontade de você, amor — Ela disse, voltando a tomar meu lábios.
O beijo recomeçou lento, provocante, com a gente saboreando cada segundo dele. Os lábios dela deslizaram pelos meus com uma pressão macia, mas firme, cheia de desejo. Ela mordiscou de leve meu lábio inferior antes de puxá-lo, soltando lentamente, como se quisesse me deixar completamente louca.
Sua língua tocava a minha de forma gradual e bem molhada, que fazia meu corpo inteiro arrepiar. O movimento não era apressado, era compassado, calculado, como se Júlia quisesse explorar cada milímetro de mim. Suas mãos alternavam entre toques suaves e deslizes mais ousados, ela sugava minha língua com força, arrancando-me gemidos abafados.
Minhas mãos automaticamente apertarem sua cintura com mais firmeza, colando nossos corpos. Meu quadril se encontrou com o dela numa pressão instintiva, e dava pra sentir claramente como a gatinha estava acesa, o calor do corpo, ela completamente entregue, os suspiros que escapavam entre um beijo e outro, nossos peitos subindo e descendo em descompasso, enquanto nossas bocas se exploravam sem nenhuma pressa. A ponta da língua dela contornava a minha, deslizava pelas laterais sensualmente, depois se enroscava, puxava, e a gente revezava entre beijos profundos e lentos e pequenas mordidas, que me faziam perder o fôlego e apertar seu rosto com mais força, querendo mais, muito mais.
O gosto do álcool, misturado ao sabor quente da boca dela, tornava tudo mais embriagante, mas não era o drink que me deixava assim, era ela, a minha esposa com o tesão de 500 Anittas.
Tentei, num fio de lucidez, segurar seu rosto entre minhas mãos, afastando só o suficiente pra encará-la.
— Gatinha... Você bebeu demais hoje... — Minha voz saiu mais falha do que firme. Nem eu estava acreditando muito na minha própria tentativa de frear aquilo.
— Por favor, amor… Eu preciso de você... — Juh sussurrou quase em um gemido contra o meu ouvido e em seguida arrancou sua blusa.
Neguei com a cabeça a encarando diretamente nos olhos e Júlia sorria, levando uma de minhas mãos até o seu peito, onde segurei com vontade e rapidamente, a puxei pelo cabelo fazendo-a me encarar, Juh estava toda molinha nos meus braços, quase suplicando por mais.
— Você bebeu demais, amor... E acho que isso significa que devo assumir o controle da situação por aqui... — murmurei, enquanto esfregava meu rosto no dela.
Júlia soltou um gemidinho baixo, mordendo o lábio inferior, e, antes que ela dissesse qualquer coisa, segurei firme sua cintura, girei seu corpo e nos dirigi para o sofá.
Fui arrancando a minha roupa com toda pressa do mundo, me joguei por cima dela e deslizei nossos corpos suados. Beijei seus lábios e desci mordendo cada pedacinho da pele, enquanto minhas mãos já apertavam seus seios com força.
— Tá sentindo, amor? Tá sentindo como meu corpo implora por você?? — Juh perguntou, em um sussurro, levando um dedo meu até a boca.
Ela chupou sensualmente, me hipnotizado com seu olhar sexy e o devolveu completamente molhado.
Sem aviso, puxei o short e a calcinha de uma vez, deixando-a completamente exposta pra mim. Também me surpreendendo, Juh ficou de quatro. Passei a mão pela bunda dela, apertando, alisando, e dei um tapa forte, que fez ela gemer alto e empinar mais ainda, se oferecendo toda para mim.
~ A muié estava soltinha demais 🔥😏
— Que visão linda… — murmurei, me abaixando, passando a língua pela parte de dentro da coxa dela, bem devagar, até chegar na sua pepeca.
Ela só conseguia suspirar com os olhos fechados, mordendo o próprio braço pra tentar conter os gemidos.
Segurei firme nas coxas dela e enfiei a língua de uma vez, deslizando entre seus lábios molhados, sugando, lambendo, gemendo contra a pele quente da minha gatinha. O clitóris dela já latejava e comecei a suga-lo, a fazer movimentos circulares, revezando com lambidas longas, profundas, que faziam as suas pernas tremerem descontroladamente.
— Porra, Lore... Assim... Desse jeito... Não para... Não para... — Juh gemeu, se desfazendo toda, arqueando as costas, rebolando na minha boca, perdida, entregue, implorando.
Desgrudei apenas parar deixar o meu riso audível.
— Parar? — Questionei, antes voltar ainda mais faminta, penetrando-a com dois dedos.
Minha boca seguia no seu clitóris, agora arrancando gemidos altos, desesperados, que ela nem tentava mais controlar.
A senti apertar meus dedos, vi seu corpo todo se contorcendo, tremendo e adorando gozar sendo completamente minha. Juh desabou seu corpo contra o sofá, arfando, sem forças nem pra falar.
Me levantei, beijei suas costas, subi mordendo até sua nuca e a virei para mim, colando nossos lábios num beijo molhado.
— Goza na minha boca — Foi a única coisa que Júlia disse, ainda com a respiração descompassada.
— Será um prazer imenso, amor — Falei rindo, enquanto já me posicionava.
Juh me chupava com tanta fome, tanta entrega, que eu quase perdi o controle logo no começo. A boca dela era simplesmente perfeita... quente, macia, molhada... envolvia cada pedacinho de mim como se ali fosse o lugar mais seguro do mundo.
Ela alternava entre movimentos profundos e outros mais lentos, sugando, apertando com os lábios, passando a língua com precisão, me fitando. Júlia colocou a língua pra fora, me provocando, mordendo de leve a pontinha, enquanto me olhava daquele jeito... Aquele jeito que me deixa completamente fora de mim, rendida, enlouquecida, viciada nela. E o pior (ou melhor) de tudo é que ela sabe disso!
A desgraçadinha fazia questão de deixar os sons bem audíveis. O barulho da saliva, da boca dela, das sugadas... Juh sabe como mexer comigo, como me deixar completamente entregue, sem nenhuma chance de resistência.
Segurei sua cabeça firme, ritmando seus movimentos, enquanto minhas pernas tremiam, meu corpo inteiro fervia de tesão e eu já sentia o prazer absurdo crescer tão rápido, tão intenso, que parecia que ia me rasgar por dentro a qualquer.
Ela percebeu porque imediatamente apertou minha coxa e gemeu contra mim me arrepiando inteira.
— Porra, amor... Assim eu... — Tentei falar, mas não consegui completar. Apertei seus cabelos, começando a me movimentar com mais força contra sua boca, completamente fora de mim.
Meu corpo inteiro se contraiu, o orgasmo veio rasgando a alma de tão intenso. Foi forte e violento. Gozei na boca dela, do jeitinho que ela pediu... E Juh parecia estava tão satisfeita quanto eu, esfregando seu rosto em meus fluídos.
Quando consegui recuperar mínimo de ar possível, ataquei sua boca com um beijo selvagem, cheio de desejo e misturando nossos gostos.
— Eu te amo tanto, sua safada... — Disse, mordendo seu pescoço.
— Também te amo, amor... — respondeu manhosa — E te quero de novo... e de novo... e de novo... — Repetiu, beijando meu rosto.
— Ah é? — Perguntei arqueando a sobrancelha, mordendo o queixo dela.
— Acho melhor irmos para o quarto, acredito que tenha algumas coisas interessantes por lá — Júlia falou, maliciosamente.
Ela levantou, tombando para um lado e eu a segurei, rindo e subimos naquele clima putífero e bem humorado.
A partir daí foi dedo no cú e gritaria. Desordem total!
Eu já estava novamente entre as pernas da minha mulher quando o celular dela, que ainda estava carregando, começou a tocar. A gente tentava ignorar, mas era impossível. Minha vontade era de joga-lo contra a parede para que parasse de tentar nos incomodar.
— É minha mãe, não quero atender — Juh disse, rejeitando uma ligação.
E antes que eu dissesse qualquer coisa, ela simplesmente mudou de ideia.
— Ah, eu quero atender sim! — Juh exclamou já aceitando a nova chamada.
Sinceramente, eu não fazia ideia do que poderia acontecer dali para frente porque tudo, os piores cenários pareciam possíveis.
— Oi, filha! — Ouvi a voz da minha sogra.
— É vídeo?! — Perguntei, assustada.
E só então a gatinha se deu conta, eu peguei o celular da mão dela, que não estava em condições de falar com ninguém naquele momento, e silenciei microfone e câmera.
— Amor, aí não né? Porra! — Falei, e saiu mais alto do que deveria, assustando-a.
— Eu... Não sabia... — Juh se justificou baixinho.
Respirei fundo coçando a cabeça em busca de soluções, quando ouvi o barulho de Kaique e Milena chegando.
Eu estava com completamente pelada, nossas roupas espalhadas pela sala e a mamãe deles completamente bêbada. Abrir aquela porta seria a última coisa que eu faria naquele momento.
— Gatinha, vai tomar um banho, acabou a nossa festinha — Falei, depositando um selinho na boca dela.
Nossos filhos chamaram por bastante tempo, porém desistiram e retornaram para casa do meu irmão. Comecei recolhendo as nossas roupas da sala enquanto falava com D. Jacira, ainda com o vídeo desabilitado.
— Minha sogra, Brad tá impossível e Juh foi coloca-lo no quintal — Menti, olhando nos olhos do Pitbull mais abestalhado de Salvador.
— Ah, tá certo! — Me respondeu animada — Estamos no hotel, nós quatro, daqui a pouco ligo para vocês conhecê-los!! — Finalizou.
Eu confirmei e subi para me juntar ao banho e contar que tínhamos um encontro virtual com os irmãos dela, quando me deparei com uma boa quantidade de cabelo no chão.
— Não, não, não... — Falei, sem querer acreditar no que imaginei que estaria acontecendo.
Juh me olhou inocentemente, como se não entendesse o meu lamento.
— Amor... O que você tá fazendo??? — Questionei, tirando a tesoura das mãos dela.
— Cortando — Me respondeu, simplesmente.
— Isso eu reparei — Disse, mostrando o estrago.
Estava bem torto.
— Tudo que eu faço tá errado — Ela me respondeu, inconformada e retornou para o banho.
Respirei fundo, buscando paciência de onde não tinha e a abracei.
— Te amo, mesmo bêbada e com o cabelinho torto — Falei, fazendo-a rir.
— Também te amo — Respondeu, repousando a cabeça sobre o meu peito.
Apertei o abraço e deixei a água cair por um bom tempo, parecia o único remédio eficaz no momento.
— Você vai se arrepender tanto amanhã — Brinquei.
— Tenho certeza que não! — A gatinha me garantiu.
A noite as crianças chegaram, Juh disse para eles que nós pegamos no sono e não os ouvimos, porém eles não ligaram para mais nada depois que souberam que teríamos uma ligação com seus novos titios, Lana e Iury.