Pindorama Capítulo 5 – As Regras da Nova Casa

Da série O mundo bdsm
Um conto erótico de Dom De Pet Girl
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 786 palavras
Data: 30/06/2025 22:04:24

A casa de Júlia e Rafaela ainda mantinha suas paredes de estuque branco, seus pisos de madeira escura e os vitrais que pintavam o chão de cores ao entardecer. Mas algo fundamental havia mudado: o ar. Agora, cada canto respirava sob as regras do Dom.

As câmeras não eram escondidas. Pelo contrário — ele as instalara em molduras douradas, como peças de arte. Uma no corredor principal, outra sobre a mesa de jantar, e uma terceira no alto da escada, capturando o vão entre os quartos. Elas piscavam em intervalos regulares, pequenos pontos vermelhos que lembravam: vocês estão sendo observadas.

Na parede da cozinha, um quadro de cortiça exibia o Cronograma de Submissão Diária:

6h30: Meditação (posição de lótus, mãos sobre as coxas, palmas para cima)

7h15: Banho frio (máximo de 5 minutos)

19h00: Relatório escrito de falhas (tinta vermelha, letra cursiva)

Rafaela, ao ler pela primeira vez, riu — um som seco, sem humor.

— "Ele até regulou a temperatura da água."

Júlia não respondeu. Estava ocupada decifrando a última linha do cronograma:

"22h00: Sono. Posição dorsal. Roupas permitidas: nenhuma."

No centro da sala de estar, onde antes havia um tapete persa, agora repousavam dois bancos de madeira baixos, sem encosto, polidos até brilhar. Eram idênticos, exceto pelas palavras gravadas a fogo nos assentos:

"Erro" (o de Júlia)

"Cúmplice" (o de Rafaela)

Todas as manhãs, antes do café, elas deveriam sentar-se ali — nuas, pernas abertas, mãos sobre os joelhos — e relatar seus deslizes em voz alta. No terceiro dia, Júlia quebrou o protocolo: tentou cobrir o sexo com as mãos.

A punição veio por mensagem no celular (o único aparelho que lhes restara, com chamadas e apps bloqueados):

"Júlia: 12 horas de mordaça de renda. Rafaela: escrever 'Eu a deixei falhar' nas coxas com batom. Ambas: sem almoço."

Naquela noite, Rafaela aplicou o batom com mãos firmes, traçando as letras em vermelho-cereja enquanto Júlia observava, a mordaça apertando seus lábios.

O Dom não precisava puni-las pessoalmente. Ele as treinara para serem carrascas uma da outra.

Quando Júlia usou o celular antes do horário permitido, foi Rafaela quem entregou o relatório:

— "Ela digitou por nove minutos. Acredito que tentou acessar o e-mail."

A recompensa por sua delação? Um banho quente. (O primeiro em uma semana.)

O castigo de Júlia? Amarração dos pulsos ao pé da cama por toda a noite.

Mas a verdadeira maestria do Dom estava na reciprocidade:

— "Se uma erra, a outra é responsável", explicara ele na primeira visita. "Punições serão em dupla. Se Rafaela esquecer uma regra, Júlia será açoitada. Se Júlia mentir, Rafaela passará um dia de joelhos. Assim, aprenderão a vigiar-se... e a temer a falha alheia mais que a própria."

Às sextas-feiras, 18h00 em ponto, o Dom chegava. Nunca batia — usava um chaveiro de prata com o símbolo de um D entrelaçado.

Naquela semana, ele entrou e sentou-se na poltrona de couro envelhecido que agora ocupava o centro da sala (uma peça que substituíra o sofá das duas). Júlia e Rafaela já o esperavam, ajoelhadas no chão de mármore, mãos atrás da nuca, cabeças baixas.

Ele não as tocou. Apenas observou.

— "Mostrem-me."

Elas se levantaram e executaram a Sequência de Submissão:

Giro lento (braços estendidos, palmas para cima)

Inclinação para frente (mãos no chão, nádegas expostas)

Pronúncia (em uníssono): "Somos suas em dívida e corpo."

O Dom aprovou com um aceno. Depois, estendeu a mão.

— "Os relatórios."

Rafaela entregou um caderno de capa vermelha. Ele leu em silêncio, ocasionalmente fazendo "tsk" com a língua.

— "Júlia... três transgressões de postura. Rafaela, você permitiu que ela se sentasse incorretamente durante o jantar."

Ambas estremeceram.

Ele fechou o caderno e sorriu.

— "Vocês já entendem que não são livres. Mas ainda não entenderam o que isso significa para o futuro de vocês."

O Dom levantou-se e circulou-as como um tubarão farejando sangue.

— "Sua dívida não é só financeira. É genética."

Júlia engoliu em seco. Rafaela manteve a respiração controlada, mas seus dedos tremiam.

Ele parou atrás delas, suas mãos pousando em seus ombros.

— "Hereditária. Se eu quiser."

Uma pausa. O som do relógio de parede parecia mais alto.

Então, ele se ajoelhou entre elas, seus lábios quase tocando as orelhas de cada uma, e sussurrou:

— "Talvez eu queira deixar algo dentro de vocês. Algo que sirva a mim. Algo que... nunca deixará vocês partirem."

Júlia sentiu um calor súbito entre as pernas — ódio? medo? — e odiou-se por isso. Rafaela cerrou os punhos, imaginando, contra sua vontade, o peso de uma barriga grávida, redonda como a lua cheia, dela.

O Dom levantou-se e foi embora sem outra palavra.

Na casa, o silêncio que se seguiu era diferente. Mais espesso. Mais perigoso.

Porque agora, além dos corpos, ele invadira o possível.

E ambas sabiam: a próxima etapa seria irreversível.

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