Célia estava deitada, ainda nua, com o corpo colado ao de Bruno. O cheiro dele ainda impregnava sua pele, o gosto dele ainda em sua boca. O peito subia e descia devagar, enquanto os dedos dela deslizavam distraídos pela barriga dele.
— Preciso conversar com as meninas… Marta e Joana — murmurou, com a voz ainda rouca.
Bruno virou o rosto, preguiçoso, os olhos semicerrados.
— Quer falar sobre o quê?
Ela beijou o ombro dele com um sorriso contido.
— Sobre nós. Sobre o que está acontecendo… Só preciso que você não esteja aqui amanhã de manhã. Pode ser?
Bruno sorriu, malicioso.
— Vai reunir o clube das safadas?
Ela mordeu o lábio inferior e deu de ombros.
— Talvez… ou talvez seja só o começo de algo maior. Agora vai. Me deixa com elas por um tempo.
Ele riu e saiu da cama com a confiança de quem já sabia que ela era toda dele.
O relógio ainda marcava 8h quando Bruno saiu apressado de casa. Célia o observou pela janela da cozinha, o coração ainda acelerado pelas lembranças da última noite. Ela fechou a cortina devagar e ajeitou a saia longa, cobrindo os joelhos como de costume. Já havia preparado o café com cuidado: pão de forma caseiro, bolo de fubá, café coado e um suco natural. Tudo simples. Como elas sempre foram.
Às 8h30 em ponto, a campainha tocou. Primeiro Joana, de calça jeans escura, camiseta fechada até o pescoço e os cabelos presos num coque. Logo em seguida, Marta, de vestido floral longo e um casaquinho leve por cima, segurando uma Bíblia nas mãos.
— Bom dia, irmãs — disse Célia, abrindo a porta com um sorriso calmo.
— Bom dia, irmã — respondeu Joana, olhando para dentro, desconfiada. — Estamos sozinhas?
— Sim. Ele saiu cedo hoje.
O “ele” foi dito com suavidade, mas o nome não era necessário. As três sabiam quem era.
Sentaram-se à mesa com uma lentidão cerimonial. Marta fez uma oração breve antes de tocarem no café, mas mesmo com os olhos fechados, Célia sentia o peso dos olhares. Um clima estranho pairava entre elas, como se todas soubessem que aquele encontro ia além de uma simples visita.
— Está tudo tão silencioso aqui... — comentou Joana, mexendo o açúcar na xícara. — Bruno não costuma passar as manhãs fora.
— Não costuma mesmo — respondeu Célia, tomando um gole de café. — Mas hoje eu pedi pra ele sair.
Silêncio.
Marta encarou Célia com um olhar rápido, disfarçado. Joana apertou os lábios, baixando os olhos para o prato.
— Eu... queria falar com vocês duas. Sozinhas.
O silêncio se instalou de vez. A colher de Marta parou no meio do caminho. Joana fingiu beber mais suco, mas sua mão tremia um pouco.
— Tem algo me incomodando há dias — continuou Célia, mantendo a voz calma, como se estivesse num culto de mulheres. — Algo que eu venho observando... e sentindo.
As duas ficaram imóveis.
— Eu tenho reparado que... as coisas andam mudadas. Vocês andam diferentes. Mais distraídas. E mais... vivas.
Joana arqueou as sobrancelhas, tentando esconder o susto. Marta pigarrou e forçou um sorriso.
— Não sei do que você está falando, Célia...
— Não sabe? — Célia a encarou com delicadeza, mas firme. — Nem quando comento de como Bruno tem crescido? De como ele se tornou... um rapaz tão cheio de atitude?
As duas travaram. Os olhos de Joana estavam arregalados. Marta apertava a xícara com força.
— Eu sei Joana. Eu vi a Marta com ele no quarto. E senti o seu jeito de sair e voltar do banheiro. E não vim aqui para julgar ninguém.
O clima mudou.
Marta deixou a xícara sobre a mesa com um leve tremor. Joana olhou para Célia com um misto de alívio e choque. Pela primeira vez desde que chegaram, os olhares se encontraram sem desviar.
— Ai amiga, me desculpa, não sei o que dizer —num sussurro quase culposo.
Célia apenas assentiu, com um leve rubor nas bochechas sem saber se era medo ou felicidades.
-Mas quero falar pra vocês o que tem acontecido aqui dentro de casa, fora eu saber de vocês agora.
- A Tina também aquela creatina com cara de santa - Disse Marta antes da Célia concluir.
- Não que eu saiba e isso é modo de falar dela, olha pra vocês - Célia defendeu sua amiga.
- O que eu quero falar é pior ainda, não sei como dizer isso, tenho vergonha.
- Vamos amiga confia na gente - Joana respondeu.
- Ok, vou falar, vocês não são a única a transar com o meu filho.
— E como é possível? — murmurou Marta, agora tocando o próprio peito, como se buscasse perdão.
- Eu também tenho um caso com o meu próprio filho e quero que vocês saibam disso e não quero que me julguem.
— Meu Deus isso é incesto Célia - Comentou Marta e Joana só olhando com a boca aberta.
- Depois que eu vi ele chupando a Joana no banheiro e depois que peguei você Marta na cama dele, fiquei com vontade também e não resistir
- Ai amiga não sabia que estava passando por isso, eu posso parar com tudo se você quiser. - Marta falou -
- Mas porque ele nos olha de um jeito que ninguém mais olha — disse Joana. — E eu sinto que sou desejada de verdade.
— Eu não dormia bem assim há anos... — confessou Marta, baixinho. — Foi a primeira vez que... senti prazer sem culpa.
O ambiente, antes opressivo, agora era íntimo. Vulnerável.
- Bom, agora que todas sabemos o que está acontecendo, precisamos decidir o que vamos fazer de agora em diante aqui na minha casa. - Ela se levantou e foi por trás da Joana tocando de leve a mão dela depois a de Marta.
— Não estamos sozinhas nisso. Mas temos que cuidar uma da outra. Precisamos nos proteger.
— Da Tina — completou Marta, num tom sério.
— Ela é diferente de nós — disse Joana. — Vai se escandalizar. Pode contar pra todo mundo...
— Ou talvez... ela precise do mesmo que nós — murmurou Célia, num tom incerto.
As três riram, baixinho, cúmplices. E ali, naquele silêncio tenso, algo mudou.
Célia pegou mais café, mas ao passar atrás de Joana, seus dedos roçaram de leve a nuca da amiga. Joana estremeceu. Marta percebeu e a encarou. Um silêncio quente tomou conta do ambiente.
Elas se entreolharam.
O clima agora era outro. Havia cumplicidade. E desejo.
E nenhuma delas se levantou da mesa.
O cheiro do café ainda pairava no ar, mas o clima dentro da casa de Célia já não era o mesmo. O toque na nuca de Joana tinha mudado tudo. Ela se virou, devagar, olhando para Célia como se estivesse vendo algo pela primeira vez — algo proibido, mas que a atraía.
Marta permanecia sentada, imóvel, mas seus olhos seguiam cada movimento das duas, como se não soubesse se deveria impedir… ou desejar.
— Célia... — murmurou Joana, baixinho, com as bochechas coradas.
— Desculpa — disse Célia, voltando com o bule. — Eu não sei por que fiz isso. Foi instinto.
— A gente não é assim… — disse Marta, mas sem força. Sem convicção.
— Não. A gente era assim — corrigiu Célia, pousando o bule. — Antes de lembrar que também temos corpo. Que também merecemos sentir.
Silêncio.
— E se for pecado? — perguntou Joana, num sussurro embargado.
— Já estamos pecando há muito tempo, Joana. A diferença agora é que estamos juntas.
Célia se sentou ao lado de Marta e pegou sua mão. Joana, como puxada por um ímã, aproximou-se devagar e sentou-se no outro lado. As três estavam ali, lado a lado, como nunca estiveram antes. Tão próximas que podiam sentir o calor umas das outras. Os joelhos se tocavam. As respirações também.
— Eu nunca fiz nada outra mulher sozinha — disse Marta, os olhos fixos na xícara. — Claro que o Bruno já foi em mim e Joana e brincamos bastante, mas só dessa vez....
— Eu também não, digo o mesmo que a Marta — disse Joana. — Mas... eu queria saber como é ser tocada por alguém que entende o que eu sinto.
Célia apenas respirou fundo. Estava tremendo por dentro. Mas não recuou.
Ela levou uma das mãos até o rosto de Marta e passou os dedos pela lateral de seu pescoço. A pele arrepiou. Marta fechou os olhos.
— Posso?
Marta assentiu, quase invisivelmente.
Célia se inclinou e beijou seu pescoço com delicadeza. Um beijo casto, úmido e terno. Marta estremeceu, prendendo o ar. Joana observava, mordendo os lábios, os olhos brilhando.
— Isso é tão estranho… mas tão bom — sussurrou Marta, os olhos ainda fechados.
Joana não aguentou. Levantou-se, foi até Célia e segurou seu queixo com suavidade. Seus rostos estavam tão perto que mal conseguiam respirar.
— Quero saber o gosto que ele sentiu — disse Joana, antes de beijá-la.
O beijo foi lento, incerto no começo. Joana tremia. Mas logo as línguas se encontraram, e o suspiro de Célia escapou alto. Marta, assistia com os olhos arregalados, uma mão apertando as próprias coxas, tentando conter o impulso.
— Eu quero também — disse, num fio de voz.
Joana puxou Marta pela cintura e as três ficaram próximas à mesa. Nenhuma estava maquiada. Nenhuma usava perfume. Seus cabelos presos, as roupas recatadas… e ainda assim, estavam em chamas.
As mãos começaram a explorar com cuidado. Primeiros os braços, depois as costas. Célia foi a primeira a desabotoar a blusa de Marta, revelando seu sutiã bege, simples. Ela o tocou com reverência, os dedos leves no contorno dos seios, depois na pele abaixo.
Marta gemeu baixinho. Joana estava por trás de Célia, desabotoando sua saia, beijando sua nuca, passando as mãos pelas curvas dela com adoração. Os corpos se tocavam, se encostavam. Havia braços entrelaçados, gemidos abafados, e uma descoberta mútua do que é o prazer entre iguais.
Em certo momento elas foram para a sala, Marta se deitou no tapete, o vestido já erguido. Joana e Célia se olharam antes de ajoelhar-se ao lado dela. Célia começou a beijar a parte interna das coxas da amiga, enquanto Joana, timidamente, passava os dedos sobre o tecido da calcinha.
Marta arqueava as costas, os olhos fechados, as mãos agarrando o tapete.
— Meu Deus… isso é…
— Sente. Só sente — murmurou Célia, antes de descer com os lábios, pela primeira vez, entre as pernas de uma mulher.
Joana ficou ao lado, observando, tocando os próprios seios por dentro da blusa. O gemido de Marta foi suave, mas intenso. Célia explorava com a língua, sentindo o gosto de outra mulher, com timidez e fascínio. Joana, então, se abaixou também e beijou a barriga de Marta, lambendo depois um dos peitos expostos.
As três estavam nuas em pouco tempo, apenas com meias ou alguma peça pendurada no corpo. Célia e Joana se revezavam entre os seios e entre as pernas de Marta. Os dedos se misturavam. Uma tocava a outra, aprendendo os caminhos do prazer feminino juntas.
No ápice, foi Marta quem primeiro se perdeu. Gemeu alto, com o corpo tremendo, os olhos lacrimejando de prazer. Depois, foi Joana, deitada de costas com Célia sobre ela, sentindo os dedos da amiga dentro de si pela primeira vez. E, por fim, Célia… tocada por ambas, com beijos e mãos quentes, até estremecer e se deitar ofegante entre elas.
Ficaram ali por longos minutos. Silenciosas. Juntas. Corpos entrelaçados. Respiração pesada.
Até que Célia, ainda deitada, sussurrou com a voz rouca:
— A gente precisa dele.
Joana levantou a cabeça, olhando para ela.
— De quem?
— Do Bruno — murmurou Célia, sem vergonha. — Ele pode nos ensinar mais… levar a gente mais longe do que jamais fomos.
Marta apenas fechou os olhos, sorrindo, ainda tremendo.
E ali, naquele tapete, as três mulheres entenderam que algo muito maior tinha começado.
Senhor D.
Quer falar sobre as suas aventuras, estou aqui para ler e comentar a sua história.