Entre o Real e o Sonho – Parte III: Ecos da Alma

Um conto erótico de Gmais77
Categoria: Grupal
Contém 486 palavras
Data: 04/06/2025 15:13:34

Entre o Real e o Sonho – Parte III: Ecos da Alma

Amanda sempre foi o tipo de mulher que controlava tudo. Na sala de aula, era firme, respeitada. Seus alunos a viam como uma figura de autoridade, quase intocável. Mas por dentro, havia um silêncio que crescia com os anos — uma inquietação morna que

ela enterrava sob a rotina, sob a responsabilidade, sob os livros.

Durante muito tempo, viveu à sombra de uma dúvida: “Sou mesmo livre para desejar o que quero?”

Mesmo com Rafael, que a amava profundamente, ela se censurava. Tinha medo de parecer demais. Medo de se mostrar crua, desinibida, suja. Sentia-se entre o que o mundo esperava dela e o que sua pele, seu ventre, sua alma ansiavam.

Desde os vinte anos, fantasiava em segredo com a ideia de ser dominada, de se entregar por completo a dois homens. Não por submissão — mas por poder. Queria sentir-se desejada, totalmente, sem vergonha. Queria ser devorada, adorada, possuída. Mas ao

mesmo tempo... se envergonhava de si mesma por querer isso.

“Será que sou vulgar?” — perguntava, sozinha, antes de dormir.

“E se ele pensar que não sou mais a mulher ‘certa’ pra ele?”

Mas Rafael nunca a julgou. Quando ela, hesitante, revelou seu desejo, ele não recuou.

Apenas a ouviu — de verdade — como poucos homens sabem fazer. E isso, mais do que qualquer brinquedo, foi o verdadeiro gatilho da libertação de Amanda.

A viagem de lua de mel se tornara, para ela, mais do que uma celebração do amor — era uma travessia. Ali, longe dos olhos do mundo, ela podia se despir de todos os papéis:

professora, esposa, mulher controlada. E ao se despir, descobriu-se mais inteira.

Na noite em que sonhou com Leo, ela acordou tremendo — mas não de medo. Era desejo, sim. Mas também uma nova consciência: ela não precisava se anular para ser digna de amor. Ela podia ser intensa, voraz, imaginativa — e ainda assim, ser amada, respeitada.

Pela manhã, olhou-se nua no espelho do quarto. Observou os seios marcados pelas mãos de Rafael, o pescoço levemente roxo, a pele ainda quente. Pela primeira vez em muito tempo, achou-se bela. Não no sentido estético comum, mas no sentido visceral: era uma

mulher que sentia. Que ousava.

Ela pensou no sonho com Leo — e no realismo quase assustador da cena. Não era apenas o toque ou a penetração. Era a sensação de ser o centro de uma dança íntima,

selvagem e consensual. Era estar no controle e ao mesmo tempo perder o controle. Era confiar a dois homens seu corpo e seu prazer. E isso... era poder.

No café da manhã, olhou Rafael nos olhos e disse:

— Se um dia acontecer... de verdade... quero que seja com você me guiando. Quero me sentir segura. Mas também... quero ser a mulher que sempre escondi de mim mesma.

Rafael apenas estendeu a mão por sobre a mesa. Tocou sua pele, firme.

— Então vamos encontrá-la juntos.

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